segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ESCREVER

Escrever é fácil, afinal iniciamos o aprendizado aos 4 ou 5 anos e continuamos a escrever a vida toda. Difícil é além da correção do texto, prender olhos às nossas palavras.

Após iniciar a aventura de escrever vemo-nos a ter idéias a cada instante. Como disse um dia Nélida Pinõn, ao voltar de uma simples ida à padaria certamente teremos duas ou três histórias para contar.

Olhar o mundo e enxergar os fatos simples, corriqueiros, que poderão afetar os atores da grande comédia/tragédia que é viver é subsídio suficiente para o escrever. Evidentemente essa escrita deverá vir temperada com um pouco de psicanálise ou psicoterapia, que todos os angustiados enfrentam mais hora menos hora, uma culturazinha básica para não falar abobrinhas e fica mais agradável quando salpicada por pitadas bem dosadas de humor.

A não ser para os muito bem resolvidos, a opinião alheia é importante. Lembro de um personagem do Jô Soares que era crítico. Estava sempre com um amigo e iam ao cinema, ao teatro, compravam livros, etc. Os dois viam a mesma coisa. O amigo dizia: - Gostei do filme, é alegre. Dei boas risadas. O crítico olhava-o criticamente e revidava:
- Você viu humor na transcendência da subhumanidade dos seres injetados pela ira da opressiva classe dominante, que fez surgir...blá, blá, blá. O amigo abaixava a cabeça, humilhado e dizia olhando a câmera deconsoladamente: - Ah, como é importante ouvir os críticos... eu não entendi nada, mesmo!

Talvez este texto só faça sentido para mim mesma.

domingo, 29 de novembro de 2009

Vácuo

"Eu tive um sonho ruim
E acordei chorando
Por isso eu te liguei"
Quase um segundo - Herbet Vianna


Desculpe o sumiço mas no momento não vivo.



sábado, 28 de novembro de 2009

RESSONÂCIA DE SHUMMANN

A conversa está na boca do povo. Primeiro foi a Ju Machado quem me mandou um texto repassado para o Jair Marangoni. Depois recebi da Ivelize uma série de slides ilustrando as palavras do autor, Boff. Pensei... a coisa está preocupando o povo. Mas, porque a ressonância e não o filme 2012? Ah, dizem que ele é uma piada!
Bom, decidi criar coragem, e escrever algo sobre questões relacionadas ao assunto.Todo mundo sabe que a radiação solar quando atinge a Terra colide com as moléculas das camadas superiores da atmosfera. Esse choque provoca a ionização das referidas moléculas, daí nome ionosfera. Tudo isso acontece a uns 50 quilometros de distância da Terra. Entre a superfície do planeta e a ionosfera há uma diferença de 50 mil volts. De forma simplificada o planeta é semelhante a um capacitador esférico. Uma das placas é a superfície metálica da Terra e a outra a ionosfera. Entre as duas está uma grossa camada isolante de ar. A radiação eletromagnética permanece presa entre estas duas placas propagando-se ao redor do planeta como ondas. Num regime estacionário que ocorre quando não se espera variações bruscas desses campos, as ondas vibram com certa freqüência de ressonância – 7.8 H2 – e tornou-se conhecida como Schummann. As medições mostram que existem alterações devido à radiação de microondas do sol.
Curiosamente, é bem possível que essas freqüências tenham efeitos sobre os seres vivos. Afinal, somos produtos de bilhões de anos de evolução, nos quais os ambientes terrestres exerceram forças fundamentais, pois os seres humanos e a Terra possuem a mesma natureza bioeletrica e estão envoltos por Shummann.
Porém tudo que eu posso afirmar, como leiga e sem responsabilizar a tal ressonância por todas as mazelas do mundo, é que ninguém sabe muito bem como isso pode afetar a vida humana.
Se a culpa é de Shummann, dos ataques terroristas de 11 de setembro, da profunda instabilidade política do mundo, da bandidagem nos morros carioca, deveria dizer no Brasil como um todo? Só o criador sabe.
De acordo com Boff, por milhares de anos, “as batidas do coração da Terra tinham freqüência de pulsação de 7.83” e mudou rapidamente para 11 e para 13 hertz por segundo. Essas mudanças aconteceram com o planeta também, de acordo com ele, as evidências são as perturbações climáticas, atividades de vulcões, tensões e conflitos no mundo como um todo. Reação de Gaia, afinal a Terra é um organismo vivo, como qualquer ser humano. A pergunta que não cala é: se respirar é preciso, não dá para colaborar um pouco pelo menos pensando no problema?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

3x4

os cabelos vão crescendo cada mais enrolados - culpa das ideias, que têm raízes tortas, bêbadas, corcundas, todas geradas em orgias com os demônios da costa sul da cabeça.
mesmo assim, os pensamentos ainda são seu porto-seguro, cais onde se sente em casa, com aquele cheiro de avó.
já os olhos, jabuticabos e tristes, cansam de ver a mesmice cotidiana. vão perdendo força. vão desejando cada vez mais a cegueira da poesia, do bem-querer.
abaixo do olhar cansado, a boca mastiga desejos, sinceridade, originalidade. masca a cristalização das vontades como fumo. a língua passeia carinhosamente pelas costas do prazer, massageando cada palavra, cada suspiro, cada inspiração.
mas, na maioria das vezes, se cala. prefere a companhia mais-que-solitária do silêncio. bicho-do-mato mesmo.
dos lábios, só não se vê muitos sorrisos. espécie em extinção, se perdem por entre a barba eternamente por fazer, eternamente a esconder... a virar documentário - estreia em três anos, sabe como é baixo orçamento...
contudo, mais pra baixo, o coração redime - ou tenta, esse eterno lutador. vistoso, disposto, cheio de energia, se apaixona por tudo e por todos, faz dos sonhos de outrem suas missões, palpita a cada demonstração de fé na vida, vira escola de samba quando recebe beijo na testa, seu melhor ângulo.
mas o coração não sai no retrato 3x4. não conta na inscrição do concurso concorrido (3.256 por vaga).
uma pena.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TOLERÂNCIA

Quando você pensa estar sendo tolerante e descobre que seu sorriso esconde um enorme complexo de superioridade e uma indisfarçável prepotência, seu mundo pode desmoronar.
Eu sou tão legal que aceito as suas extravagâncias – que eu acho ridículas – mas que, como sou legal, suporto. Existe pior situação do que isso?

Tolerar é não ter limite?
Casa de tolerância (ou bordel), é o lugar onde tudo é possível, onde não há limites, tudo é aceito, inclusive a humilhação e o sofrimento. Isso é ser tolerante?
Ao que parece o excesso de tolerância gera o abuso.
Na verdade excesso de tolerância pode mostrar lassidão, falta de resistência contra o abuso e no Brasil, em geral, somos tolerantes para o bem e para o mal... Então, até onde é possível tolerar?

Se levarmos o conceito ao limite, deveremos tolerar a intolerância? Karl Popper fala no paradoxo da tolerância: “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo para com os intolerantes, e se não defendermos a sociedade tolerante contra seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância.” Irretorquível!

Considerando que intolerável é aquilo que nos causa dor, sofrimento, prejuízo, indignação, humilhação e que geralmente é causado por um abuso indiscriminado de poder teremos chegado ao ponto. O que nos faz sofrer não deve ser tolerado, é intolerável. Como o conceito é subjetivo, voltamos à dúvida inicial.

O apego ao que achamos que está certo e a aversão por quem não concorda conosco, ou seja, a estreiteza mental, é a base da intolerância. É intolerável ser intolerante?

sábado, 21 de novembro de 2009

Coincidência ou não...

Calma, não vou descambar para o humor negro, nem criticar o governo, seria inútil. Fui criada na geração ditadura, quando as pessoas achavam que regime de exceção era ruim. Hoje isso não incomoda mais. Naquele tempo, alguns eram socialistas, outros pela democracia. Todos tinham em comum a esperança de ver o Brasil em desenvolvimento e além de Sartre/Simone adoravam Antonio Candido/Gilda; Ruth/Fernando Henrique. Hoje a gente tem histórias pra contar.
Essa divagação serve como introdução para fatos soltos, porém relacionados entre si. Primeiro foi o artigo do Thiago sobre Claude Lévi-Strauss e seu bom humor brincando com o nome Lévi e Levis, a calça. Ao mesmo tempo, recebi via internet, quadrinhos sobre uma personagem, denominada Inútil. Será com H? Uma gozação em cima do primeiro casal: Adão e Eva... Não, ela teve sua utilidade comprovada. Voltando de São Paulo, parei em um posto, onde havia uma locadora e pasmem, lá estavam reproduzidas fotos de alguns intelectuais brasileiros e lado a lado, Antonio Cândido e Caetano Veloso! Depois ganhei o Livro da Ruth, presente da D. Déborah. Em seguida, leio no JC que Fernando Henrique reconheceu o filho da discreta jornalista Miriam. Ainda bem que Ruth se foi. Pensei nela e na declaração: “o que me fez optar por ciências sociais foi o interesse por literatura e filosofia. Eu sou de Araraquara e lá eu conhecia, de maneira distante, as figuras de Antonio Candido e Gilda Mello e Souza, que me atraíam para esse lado.” A turma de 1949, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, reuniu a classificada em primeiro lugar, Ruth Corrêa Leite, Fernando Henrique Cardoso, Maria Sylvia Carvalho Franco e Octavio Ianni, no tempo em que os cursos de ciências sociais ficavam na Maria Antonia. No pequeno prédio os alunos partilhavam com os mestres franceses o entusiasmo das descobertas e desenvolviam um olhar crítico sobre os problemas do país. Ruth não se envolvia no cotidiano do movimento estudantil, pois estava lá para conhecer a realidade brasileira em profundidade e poder transformá-la. Em 1953, casou-se com Fernando. Ele analisava os processos culturais do ponto de vista da Sociologia, Ruth se dedicava a Antropologia. De certa maneira, os trabalhos se complementavam. Logo após o Ato Institucional 5, eles criaram o Cebrap com apoio da Fundação Ford, ao lado de Celso Lafer, Betty Mindlin, José Arthur Giannotti, dentre outros. O núcleo transformou-se em um dos principais redutos de resistência à ditadura. Histórias, quais são as coincidências? Lévi-Strauss como colega de Antonio e Gilda, professores de Ruth e Fernando, ídolos de uma geração idealista. A Miriam Coelho e a Miriam Dutra e seus comportamentos tão diferentes. O público e privado tudo misturado. No passado a vida particular de uma pessoa era respeitada. Vocês pensaram em Juscelino, eu também...
Coincidência ou não... uma história está se repetindo.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

da Folha de S.Paulo

Novo livro de Dan Brown chega com tiragem recorde

RAQUEL COZER
da Folha de S.Paulo

Cinco anos foi o tempo necessário para "O Código da Vinci", maior hit de Dan Brown, ter 1,6 milhão de exemplares vendidos no Brasil. Em cinco meses, a Sextante espera vender ao menos metade desse número do novo romance do autor.
"O Símbolo Perdido" chegou nesta semana às livrarias brasileiras com a tiragem inicial recorde de 800 mil cópias. É 200 vezes o padrão da primeira impressão de um livro no país, algo em torno de 4.000.
"Íamos sair com 400 mil, mas não podíamos correr o risco de ficar sem o título nas livrarias na véspera do Natal", diz Marcos Pereira, um dos donos da Sextante. Nos EUA, o livro saiu com 5 milhões de exemplares. Vendeu 1 milhão no primeiro dia. "É questão de faro. Você sabe quando não corre o risco de encalhe."
Tiragens iniciais de mais de 200 mil cópias são raras no Brasil. Em 2007, a Rocco imprimiu de uma só tacada 400 mil exemplares de "Harry Potter e as Relíquias da Morte", mas foi exceção. A Sextante e a Intrínseca, especializadas em best-sellers, só neste ano se arriscaram nessa quantidade. Não economizam com isso. "Conseguimos desconto da gráfica até uns 60 mil. Daí para cima, não há diferença", diz Jorge Oakim, criador da Intrínseca.
O benefício, indireto, também tem a ver com marketing. Sem faltar nas livrarias, o título não corre o risco de sair das listas de mais vendidos. "Se o livro cai da lista numa semana, tem de retomar o trabalho de divulgação", diz Rogério Alves, gerente editorial da Planeta.
O faro pode falhar, claro. Na esteira do sucesso de "Um Dia Daqueles", livro de fotos fofas de animais, a Sextante imprimiu logo 120 mil cópias de outro livro do autor, "Em Busca do Príncipe Encantado", em 2002. As vendas empacaram nos 45 mil e a editora só esgotou a tiragem sete anos depois.



O SÍMBOLO PERDIDO
Autor: Dan Brown
Tradução: Fernanda Abreu
Editora: Sextante
Quanto: R$ 39,90 (496 págs.)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Enquanto isso, na videolocadora...

A busca pelo mote ideal para um texto, como já dito e repetido por mim, é uma atividade que, segundo creio, toma parte do tempo daqueles que, como eu, tem a pretensão de fazer de suas palavras algo mais do que um narrar de fatos e acontecimentos diuturnos. E ainda que vivamos numa época em que pessoas se sentam à frente do aparelho de TV para assistirem a outras pessoas do outro lado fazendo o mesmo, considero bastante irrelevante narrar aqui as agruras da vida cotidiana. Todos temos nossas próprias epopéias diárias e não entendo que as pretensões literárias se assemelhem tanto à terapia para justificar tais rompantes egoísticos. É por tais motivos que, como também já dito por mim (gente, estou me repetindo demais. Socorro!), busco sempre alguma inspiração na videolocadora. E as vezes o destino nos dá um sorriso.

Foi na última busca por vídeos comentáveis que tive o prazer de me encontrar com um disco (vejam: antes, dizer disco significava que você era do tempo do bolachão. Hoje significa que você é do DVD ou BlueRay) que há tempos havia ouvido falar mas nunca tive a oportunidade de ver. Trata-se do interessantíssimo “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim, mesmo diretor do magnífico “Janela da Alma”. Quem não viu, veja! Merece!

Não vou entrar nas minúcias do documentário. Vou apenas dizer que o filme mostra jovens em idade escolar (na sua maioria entre 15 e 20 anos) de vários colégios espalhados pelo Brasil, das mais variadas condições sócio-econômicas. No que diz respeito ao filme em si, mais nada. Posso, visando não atrapalhar a experiência de cada telespectador em potencial, apenas relatar a minha própria.

Vê-se (pelo menos eu vi, e ainda não fui diagnosticado com nenhuma paranóia delirante) ali o retrato dos Brasis. E dos jovens desses Brasis. Vê-se o gigantismo e a multiplicidade cultural deste imenso pedaço de chão, bem como as indizíveis dificuldades de gestão que nosso tão valorizado tamanho ocasiona na repartição das verbas. O absurdo da escola do sertão de Pernambuco que espera que o MEC repasse, desde a longínqua Brasília, uma quantia anual (você leu certo: anual) de R$ 1.200,00. Vê-se a desconexão existente entre professores e alunos dos colégios estaduais do Rio de Janeiro, onde o concorrente é o traficante, que mantém a boca de fumo à 200 metros da escola. Vê-se o relato dos professores que, já desiludidos com a própria profissão, assistem aos alunos e alunas que somente fazem da escola um ambiente de paquera e de festa. Vê-se que o grande inimigo da escola é o mundo lá fora, ou seja, tudo que a orbita.

Contudo, e felizmente, vê-se também que a humanidade, por mais que contra ela se aposte, vira e mexe passa a perna nos que já lhe fazem fama de defunta. Pois vê-se casos como o de Valéria que...bem, não dá pra contar. Merece ser visto. Merece ser admirado e aplaudido.

Caso seja de interesse dos eventuais leitores, procurem ainda o aclamado “Entre os muros da escola”, vencedor de Cannes em 2008. Os dois filmes, caso vistos em conjunto, traçam uma curiosa linha de grande valia para todos que, como eu, tem alguma relação com a educação, em quaisquer níveis (e, no fundo, todos temos que ter relações com a educação, pois não fazê-lo é ser por demais parcial).

Abraços e bom resto de semana.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Por mais que as Livrarias Cultura, Saraiva e da Vila - que na minha opinião, fazem um bem TREMENDO ao mundo - apareçam, sempre vai haver espaço prá coisas especiais...

Lembrei-me daquele filme "You get mail" com os imbecis Tom Hanks & Meg Ryan no qual o primeiro é dono de uma livraria gigante com sucursais pelo país e ela luta prá manter sua "Loja da Esquina" após a chegada do gigante vendedor de livros.

Conheci o Sr. Jorge (sei que é com J, mas não garanto que seja Jorge) numa loja de CDs sensacional em Polanco, aqui no México. Fui apresentado a loja por um amigo... Ao entrar, ve-se aquelas lojas de CD de 1995, com simples caixas de madeira no meio e na parede. O que destaca-se no entanto é o conteúdo. Todos os clássicos, centenas de Jazz, Lounge e acústicos dos quatro cantos do mundo.

O melhor mesmo é o dono da Loja que merece ser cumprimentado e chamado pelo nome, pois não é sempre que se escuta a história de o quê sentia o pianista tal ao compor suas músicas enquanto apresenta o CD a você. Ao contar que conheceu a mais famosa mexicana da música, eu acho, Maria Callas, e ainda viu sua calcinha (comentando com ares de superioridade).

É demais receber seus CDs em uma bolsa de pano, exatamente como no filme... E apesar de triste, foi interessante escutar do dono da loja que as gravadoras grandes já não o visitam mais. E honestamente, não fazem falta, mas dificultam as coisas..

Obviamente o preço é incomparável. Caríssimo, se comparado aos padrões WalMart. Mas o prazer de estar ali justifica... E da próxima vez já o avisei que vou levar um café para escutar suas histórias..

Certamente 100 lojas como essa são insustentáveis. Mas espero que o Sr. Jorge se mantenha aí disposto ao menos por algum tempo... Seria um desperdício sua loja deixar de existir...

Agora triste mesmo foi ver sua neta, que estava na loja ofegando de excitação porque ao mesmo tempo em que estávamos por ali, Belinda, uma ex-integrante do RBD (ou RDB?) gravava um comercial em frente. Certamente a garotinha nunca ouviu falar de Bach, Vivaldi ou qualquer cantor de jazz.... Mas Belinda estava lá... com seus 40 kilos e voz de taquara rachada, nada poderia superá-la.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ANDAVA CANSADO


Andava cansado. Trabalho, trabalho, trabalho... e quem vê alguém sentado lendo não sente que esteja trabalhando pois seu cérebro decodifica “Está tranquilamente sentado num sofá confortável, lendo.”

Sua mulher, esfalfada, reclamava do excesso de trabalho e interrompia seu raciocínio com pedidos irritantes. Os filhos usavam e abusavam de seu carro, afinal papai não tem horários marcados, poderá fazer o que tem que fazer a qualquer hora. A bem da verdade pensavam: papai não tem nada a fazer. Andava muito cansado.

...E a velhice na praia?
Que estava velho era óbvio, ainda naquela semana implantara um dente e sentira também o peso dos anos na viagem, cinco horas de estrada exigiram que fosse para a cama às oito da noite, sem jantar. Estava velho e cansado, muito cansado.

...E os filmes que deixara para ver na velhice?
Não sobrava tempo naquela época e não sobra agora. Assumia compromissos por dinheiro e vaidade. Queria manter-se ativo, intelectual, enquanto participasse de congressos, desse as aulas na pós e aceitasse desafios profissionais continuaria um "nome", uma referência na área.

...Caminhar na areia, ver filmes à tarde, deitar cedo?
Só quando o corpo e a mente exigissem. Não ainda... mas sentia-se exausto.

Encarando a situação, na verdade não era tudo tão árido pois conseguira encontrar um oásis.

Sob as folhas das tamareiras recostava-se a jovem de longos cabelos loiros que o acolhia em seu seio. Uma ilusão, ele sabia, mas ali repousava a cabeça, fechava os olhos cansados de tantas letras, os ouvidos enjoados do palavreado técnico e à brisa ressonava. Seus braços cansados relaxavam na esteira e encontrava vestígios da juventude.

A jovem nunca existira, o oásis era miragem de quem, horas sob o sol, busca a salvação no horizonte. Sentia ainda o cheiro das uvas e dos damascos ao voltar à poltrona confortável com almofadas de faquir e aos tapetes de cacos de vidro, à música das moedas e ao frescor puro do ar condicionado.

sábado, 14 de novembro de 2009

MERCADORES DE VENEZA

Quem visitou Veneza, pelo menos uma vez, deve ter passado pelo Rialto. No século XVI, era um bairro comercial importante que começou a se desenvolver no centro da laguna da cidade, no lado esquerdo do grande canal. Esse local mantinha-se a salvo das enchentes, pois seu terreno era bastante elevado. Com o crescimento, as atividades governamentais também se instalaram no Rialto e seu relógio público passou a medir o tempo do dinheiro e dos negócios. Em 1514, durante uma noite, um incêndioqueimou tudo, e a reconstrução do bairro levou vinte anos. Ele foi crescendo ao redor da igreja de San Giacomo, a mais antiga de Veneza. Ali estavam praticamente todos os escritórios, a cadeia, o cais do vinho e do ferro, e diversos postos aduaneiros, a maioria em recintos pequenos e sombrios, mas em posições estratégicas para controlar o trafego fluvial.
Antigamente nobres e mercadores se encontravam perto da ponte para efetuarem suas transações comerciais. Um fato interessante é que a peixaria era o único estabelecimento fora desse eixo, para poupar a vizinhança do cheiro do peixe. Ainda restam fortes vestígios da importância que teve o Rialto como elo comercial entre o Oriente e Ocidente. Depois de 1514, durante a sua reconstrução, o bairro tomou um aspecto mais homogeneo e arejado. Essa maior regularidade arquitetônica e urbanística culminou com a construção da Fabbriche Nuove, um longo edifício que acompanha a curva do canal e define novos percursos e espaços acentuando a separação entre as diversas atividades da cidade. A plena integração do centro mercantil ocorreu um pouco depois, quando a antiga ponte de madeira foi substituida por uma de pedras. Veneza tem hoje cerca de 260 mil habitantes incluindo-se aí as ilhas de Murano e Burano. A parte de Veneza em terra é uma fração comunal de Mestra. A cidade está voltada para o mais belo mar do mundo, o Adriático. Ela era uma potência comercial no século X. Considerada uma das mais belas cidades no século XX, continua
sendo muito visitada, apesar da falta de boas maneiras de seus habitantes. Mesmo assim, vale a pena conferir! Em tempo, eu juro que não sou sócia de nenhuma agência de turismo... nem vendo passagem aéreas!!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

lua

ela dança.
como testemunha, a luz do luar.
envolve a menina com uma aura de bem-querer.
quase feitiçaria.
os cabelos ondulam desejos.
antes deles, o olhar.
que a desnuda. passeia pela paciente pele alva.
do pescoço frágil ao colo delicado.
mapeia as costas ainda frias pelo outono.
descobre o pecado ainda quente, em erupção.
machuca de querer só pra si.
do lábio fino, desliza o sorriso.
quase um carinho. talhado à mão.
então, ela rodopia.
bailarina do amor.
sua caixinha de música é um coração.
que suspira a trilha sonora.
canção decorada nos intervalos da saudade.
e lá vai ela, equilbrando sedução e libido.
sempre de mãos dadas com a noite.
rouba a atenção do céu estrelado.
que, às vezes, sente ciúme. faz chover.
mas ela não para de dançar.
não para de sonhar.
não para de encantar.
mais um rodopio.
que arranca suspiros do outro lado da solidão.
ela ri. faz pouco caso.
vez ou outra, é possível encontrar o silêncio dos olhos tímidos.
impossível não desejá-la.
não se embriagar com seu perfume aroma vida.
com sua pureza sexy, ofegante por mais.
mas lá vai ela.
mede outro passo.
paixão desmedida.
quer virar tango de amor.
mas amor é dança pra dois.
ela ainda espera encontrar seu um.
enquanto isso, dança.
traz brilho à noite escura.
às estrelas opacas.
ao coração corcunda.
que se envergonha de sua condição.
afinal, ele não sabe dançar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Estou Fora

Saí do Facebook.

Cansei de ler o que nao queria, saber de pessoas que não queria, ver fotos que não queria, brincar com coisas que na verdade não me interessam.

As pessoas não sabem se comportar e eu já estava ficando igual a elas. Inveja das fotos, com ravia dos comentários e competindo, de uma certa forma.

Acabou. Não prometo que nunca mais volto nem que se aparecer outra novidade dessas, não vou me cadastrar... Mas desse, nesse momento, me livrei.

Por mais que se digam inocentes, todos estão nessa competição de viagem mais legal, de festa mais legal e de melhor final de semana. Ninguém tem a maior dor de barriga do mundo e posta. Ninguém está cheio de gases e comenta. Não. Tudo é lindo e perfeito e os problemas são estúpidos, prá que todos sejamos vítimas...

Mas o pior é que há pessoas que sabem que postando estão fazendo mal aos outros... E mesmo assim continuam.

A verdade é que sim. Vi e li coisas sobre pessoas que não me fizeram bem... Então, os incomodados que se retirem...

De repente sinto-me liberado do vício. Simplesmente não logar, por vontade própria não seria possível. A coisa tem de ser na veia mesmo... Corta o acesso...

Agora vou ler, porque não tenho nada "melhor" prá fazer...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A autenticidade individual depende da necessidade que cada ser humano possui em adequar sua forma única de ser, a originalidade de suas ações, com as condições criadas pelas relações humanas, pelo ambiente social.

O drama da condição humana constitui-se justamente na dialética entre a individualidade e as influências do meio social, ou seja, entre ser o que somos expressando livremente o "novo" que podemos trazer ao mundo e as expectativas que as pessoas que nos circundam possuem sobre nosso ser e o nosso agir. Como viver a nossa autenticidade e não frustrar as esperanças dos que amamos é a questão a ser solucionada por cada ser humano.

Em nossa sociedade a influência social constitui um peso extremo sobre o indivíduo. Antes de tomarmos uma decisão ou assumirmos uma atitude, somos condicionados desde muito cedo a nos questionarmos sobre "o que as pessoas irão pensar". Sentimo-nos bem quando vivemos em conformidade com o nosso grupo e, por mais fortes que sejamos, somos tomados por uma sensação de desconforto quando não vivemos de acordo com a maioria, ou seja, com a normalidade. Esta pressão do social sobre o individuo, além de ser um desrespeito à individualidade da pessoa humana, contribui para o empobrecimento da vida social, pois sufoca o "novo" com o qual cada pessoa humana poderia enriquecer a vida.

Por isso, faz-se necessário que cada ser humano acredite em si mesmo e não se deixe vencer pelo autoritarismo ou pela intolerância de pessoas que já perderam sua autenticidade. A grande aventura de viver é não cair na uniformidade, mas ter a coragem de ser o diferente que, na verdade, somos. Se nos deixarmos vencer, não haverá surpresas, nem alegrias. Afinal, somente buscando a autenticidade podemos realmente iluminar o nosso mundo.

"Ótimo, que tua mão ajude o vôo, mas que ela jamais se atreva a tomar o lugar das asas" (D.Helder Câmara).

domingo, 8 de novembro de 2009

Foi só um soluço

temporário
transitório
passageiro
perene

"É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação".
Clarice Lispector

sábado, 7 de novembro de 2009

Os primórdios da escrita

A escrita, como um sistema de representação gráfica estruturado, apareceu na Mesopotâmia. Afinal, o que foi que não começou lá? No início tratava-se de uma escrita pictográfica, evoluindo para algo mais abstrato com o correr do tempo. O aspecto figurativo dos primeiros símbolos leva a pensar nos desenhos traçados pelo homem nas cavernas pré-históricas. Parece que o mais antigo sistema de transcrição silábica, foi o fenício, cujos vestígios mais remotos datam de 2000 a.C.
A origem desses caracteres é misteriosa. Porém, os especialistas admitem que eles formam as matrizes dos diferentes alfabetos empregados no mundo inteiro. A difusão da escrita teve por vetores os diversos deslocamentos de população, as atividades comerciais e as hegemonias políticas ou religiosas e seu sucesso se deve a grande simplicidade de utilização que essa escrita oferecia em relação a cuneiforme ou a complexidade da escrita hierática egípcia. Todos os povos que adotaram o sistema fenício adaptaram-no à realidade de suas próprias línguas.
Mas, qual seria a função da escrita?
No principio atendia a contabilidade, pelo menos em relação à Mesopotâmia. Em outros lugares, a escrita era para uma elite como os sacerdotes e escribas estando a serviço do sagrado só se expandindo lentamente até as camadas populares.
Um fato interessante está acorrendo, daí eu ter pensando em escrever esse post. Nas sociedades onde a escrita tem a força da lei, a comunicação pela imagem está ganhando terreno. Esse vigoroso retorno à imagem me fez imaginar como será a escrita no futuro. Afinal, a humanidade parece estar fechando um ciclo ao retomar novos ideopictogramas, não é?

E deixo a todos o convite...



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

500 dias com ela

Estréia hoje, finalmente, o filme que estou há meses querendo ver...



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Logos et antropos.

A busca pelo mote inicial de um texto, por uma idéia primeira, por uma fagulha ou espoleta de inspiração, pode causar problemas. Ainda mais nos que, como eu, sofrem de afasia criativa cíclica. Certas vezes o destino nos sorri com a ‘deixa’ perfeita e nós, não sem um amarelo franzir de testa, ou repuxar do canto da boca, constatamos que o acorde soado pelo universo para que nele introduzíssemos nosso repente criativo, nos era superior. Percebemos que os estopins perfeitos para os textos podem fazer-nos constatar nossa ignorância sobre temas corriqueiros. O dia de hoje (ontem, se considerarmos que vocês me lêem, espero, no futuro) trouxe-me essa dolorosa percepção forçada.

Pois é assim, com extremo pesar, que confesso que eu não sabia que Claude Levi-Strauss estava ainda, até ontem, vivinho da silva. E tem mais... Confesso que já imaginei, um dia (faz tempo), que o antropólogo (etnólogo e tudo mais que é “ólogo”) fosse o mesmo senhor que havia inventado a calça jeans e feito fortuna com as resistentes tranças de algodão, especialmente desenhadas para a lida cotidiana. Minha ignorância, essa companheira de longa data nunca rejeitada (ainda que diante dos maiores absurdos) pregou-me mais essa peça. Mas é de cabeça erguida que faço da vergonha da ignorância o trampolim do conhecimento e lanço-me, de cabeça, dando piruetas no ar, desenvolvendo twists carpados, até mergulhar nas fontes embriagantes do conhecimento de nosso repositório universal de conhecimento: o Google!

Já num primeiro momento descubro que muito provavelmente Claude Levi-Strauss tenha utilizado calças jeans. Mas não foi ele quem as inventou e sim outro senhor, quem sabe parente distante, de mesmo sobrenome, mas residente em outras bandas. Esse Levi-Strauss de hoje (ou melhor, de ontem) nada tivera que ver com a elaboração da idéia das tais calças, muito embora possamos considerar que o desenvolvimento de tais ferramentas de trabalhos muito possam dizer no aspecto antropológico sobre o ser humano e sua inextricável relação com o trabalho, o poder e seus semelhantes.

Como em quase todas as áreas do conhecimento, sou um cara de pau de se julga capaz de ser um diletante na área da antropologia. Obviamente, tudo que eu possa escrever aqui terá sido furtivamente surrupiado de algum site de internet, ou de algum livro da estante. Mas como a vida tem dessas coisas mesmo e como, cada vez mais, tenho a impressão de que a liturgia dos iniciados nas ciências humanas acaba por afugentar o aprofundamento do conhecimento ao invés de incentivá-lo, passo a tecer comentários sobre a uma possível visão do que a antropologia pôde nos deixar.

Em primeiro lugar, não somos especiais. Nós, ocidentais, semeados no seio da mentalidade judaico-cristã, devemos ter em mente que a escatologia ainda nos impede de ver a multiplicidade cultural do mundo e de perceber a maravilha da experiência do desenvolver da vida, de seu múltiplos caminhos possíveis, e da infinita profusão de mitos que nossa autoconsciência foi capaz de construir. Em segundo plano, podemos verificar que muito mais une do que separa povos distantes. Mitos se conectam. Mitos tem mitos irmãos do outro lado do globo. Mitos revelam a humanidade.

Me parece curioso que tudo que eu li, nessas horas, sobre Levi-Strauss (o dos homens, não o da calça...) muito me lembrou o que pude ler, no passado, sobre Jung, e mesmo sobre Joseph Campbell. Tenho uma fascinação por mitos, muito embora saiba que eles possam ser dolorosos. Não obstante, já constatei a dificuldade de uma vida sem mitos. Uma vida que não se explica nos números, mas nos sonhos, pode ser bem mais completa, desde que tenhamos consciência de que os mitos são...mitos.

Fico pensando, portanto, se é verdade ou é mito que a Levi’s 501 foi feita para agüentar o corte das facas Guinsu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O AMOR É LINDO!
“Amanda, mãe de uma menininha de um ano e meio e grávida de seis meses, moradora de rua há muitos anos, habita agora um casarão tombado pelo patrimônio histórico municipal com 400 m2, na rua Marquês de Paranaguá, Consolação, SP. Ela e cerca de 25 pessoas ocuparam o imóvel avaliado em um milhão de reais segundo a empresa de engenharia Amaral D'Ávila.
Por dentro, a construção de pé direito alto foi repartida em mais de dez cômodos. Como divisórias, há compensados de madeira "paredes" e cobertores pendurados "portas". A claridade entra pelos janelões e à noite por algumas lâmpadas, a eletricidade foi puxada da rua por "gatos". Quem recebe, à porta do casarão, é Thais Michelle, ex-auxiliar de limpeza, e Lilian Alexandra, que pede dinheiro na rua. Thaís, Lilian e Amanda brigam pelo catador de latas William Jesus Faria, 25, que se desdobra entre as três, e a quem elas atribuem a paternidade de seus respectivos filhos que engatinham pela casa.”(Folha Online – 1º novº 2009)


Dá para imaginar a história?
Amanda planejou a gravidez. Naquele dia bebeu muito e ao chegar em casa atirou-se no colchão de William. Foi uma loucura! Na tarde do dia seguinte acordou certa de sua gravidez. Agora ele seria seu. Era louco por crianças.

Todos os dias acordava enjoada mas podia ser por causa da cachaça da véspera. Só teve certeza quando o bebê mexeu pela primeira vez mas então Thais e Lilian já haviam chegado e William é muito macho para deixar mulher em paz. Ele acariciava sua barriga e chegou a trazer uma revista no dia em que ela estava muito enjoada. Deitaram juntos a tarde toda.

À noite Thais e Lilian chegavam e atrapalhavam tudo. Elas são boazinhas, Thais achou um novelo de lã e fez uns nós com a mão, passando um fio dentro do outro, uma coisa muito bacana que ela disse que aprendeu no internato. Falou que era para esquentar o nenê. Depois, quando emprenhou também, pediu o cobertorzinho de volta. Foi aí que William começou a deitar com ela e acariciar a barriga dela. Amanda queria dar uma furada nela pra ver se punha a criança pra fora, mas o William disse que teria amor para dividir por todas ainda mais que a Lilian também engravidou.

Elas compreenderam que ele não podia esperar que os enjôos passassem, homem tem necessidades, agora só está chato porque a Bena chegou no casarão e ele está dando conta dela também.

Ah, a vida é assim mesmo, tem os outros dois caras que dormem com ele no quarto, mas ninguém se compara com o William.

domingo, 1 de novembro de 2009

Momento Sophie Calle

"Dado que só podemos viver uma pequena parte do que há em nós - o que acontece com o resto?"

Sou meio anti drama pequeno burguês. Do tipo sofrer porque acabou o condicionador enquanto tem tanta gente morrendo de frio, fome, guerra ou doença no mundo. Ou porque o gatinho está saindo com uma porta peituda ou porque a saia não ficou boa. Sou meio anti drama pequeno burguês e quando eu mesma sofro por drama pequeno burguês além de sofrer eu sinto culpa. Mas sim, estou um tantinho triste. Por quê? Porque acabou o condicionador, perdi a hora da academia, quebrei a unha...



Achei esse texto por acaso neste blog enquanto tentava descobrir se Coisas que nunca te disse da Isabel Coixet foi lançado em DVD... impressionante...

"Ninguém conhece alguém e nada nesta vida acontece por acaso. Passamos por momentos de plena felicidade e outros de escuridão. Momentos que nos marcam de uma forma surpreendente e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente. As pessoas que entram em nossa vida, sempre entram por algum propósito. Elas nos encontram, ou nós as encontramos, meio que sem querer. Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante pra si mesmo. Ainda que a pessoa que entrou em nossa vida, aparentemente, não nos ofereça nada, com certeza não está ali por acaso. Não está passando por nós apenas por passar."