sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uma casa sem paredes...

Vivo ocupada. Organizo a minha agenda, mas no final da semana acaba sobrando um ou outro compromisso adiado para os próximos dias. Os encontros com amigos ou parentes ficam relegados a um segundo plano. Vou relatar um fato acontecido há um tempo atrás. Eu estava construindo uma nova casa e ao visitar minha tia favorita ela olhou-me como se eu fosse um ET dizendo: meu filho contou-me que a construção está adiantada, passei por lá e vi pilares e mais pilares. Não entendi nada. Respondi: coisa de arquiteto, com aquela obstinação e impaciência própria da capricorniana. Quando prestei vestibular e entrei para a faculdade queria concluir o curso rapidamente. Encontrada minha vocação, procurei a independência econômica. Filhos pequenos... sonhava vê-los adultos.
Tinha uma casa maravilhosa, mas como minha vida é a soma de objetivos e metas, decidi que precisava de outra. Clássica ou moderna? Contemporânea e projetada pelo mesmo arquiteto da casa anterior. O condomínio, com sua fisionomia bem definida em fundo verde e um lago quase molhando a rodovia, dá ao local um ar exótico. Os terrenos amplos, o vento soprando do norte e alguns poucos moradores levando o cachorro para passear, parece espantosamente calmo e confortável nesse mundo caótico. Quem entrou numa maratona dessas sabe dos muitos percalços antes do início da construção. E continuou sendo um caos... Imaginem aquela música: era uma casa muito engraçada não tinha teto, não tinha nada, ninguém podia fazer xixi, porque banheiro não tinha não...
O verso era um retrato aproximado da casa quando minha tia foi conferir o resultado. Colunas, lajes, caixa d’água, telhado e cadê as paredes? Quando passava pela obra, o mestre andava pelo enorme espaço vazio dizendo: aqui é a escada, ali será o escritório, a entrada social, a garagem, as varandas, a churrasqueira. Uma pausa e a sugestão: as escadas externas podem ficar nesse canto... Tudo invisível, visíveis só às vigotas de 18 cm, um pecado mortal, naquela época, mas depois de tudo pronto ficaram lindas! Ao sair de lá tinha a sensação que iria morar em um imenso terreno com dolmens – aquelas colunas enormes de sítios pré-históricos – transformadas pelo vento em esculturas primitivas e, ainda assim, singularmente modernas, possivelmente, dentro de uma barraca de camping.
Onde está o material entregue toda semana pelas empresas envolvidas no empreendimento? E o resultado do trabalho dos homens que permaneciam em movimento contínuo o tempo todo? Um dia levei o responsável pelo aquecimento para alguns esclarecimentos. O sujeito apontando para o vazio do telhado mostrou-me o local do coletor solar. A sua casa possui uma posição privilegiada, vai receber sol no verão e no inverno, terá água quente sempre, ele disse... Faltou acrescentar, se não chover por uma semana. Olhou tudo e declarou enfático: a casa ficará muito bonita. Pensei, o vidente precisa ter uma conversinha com a minha tia. Para ela e para a maioria das pessoas, essa construção é uma incógnita. Mas se vocês não espalharem, vou contar um segredo. A nova arquitetura inicia uma obra pela estrutura, pois ela é a forma em estado embrionário. Embora esse conjunto de técnicas seja mais coerente e possivelmente mais econômico, como as paredes serão executadas por último, a casa só vai surgir no final, quase de um dia para o outro, como por encanto. A impressão de estranheza decorre do fato da construção aparentemente dar os primeiros passos do fim para o começo, mais ou menos como no novo filme do Brad Pitt, Benjamin Button, o homem que nasce aos oitenta anos e depois vai ficando jovem. Mas, em relação à construção, nada do que aconteceu era um mistério para mim, eu fazia de conta que sim... Afinal estava me divertindo muito!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Saia abraçando

Ótima dica roubada de Ronatividade



"I dont mind where you come from
As long as you come to me
But I dont like illusions I cant see
Them clearly
I dont care, no I wouldn't dare
To fix the twist in you
You've shown me eventually what you'll do
I dont mind
I dont care
As long as you're here
Go ahead and tell me you'll leave again
You'll just come back running
Holding your scarred heart in hand
It's all the same
And I'll take you for who you are
If you take me for everything
And do it all over again
It's all the same
hours slide and days go by
Till you decide to come
But in-between it always seems too long
Suddenly
But I have the skill, yeah
I have the will, to breath you in while I can
However long you stay is all that I am
I dont mind, I dont care
As long as you're here
Go ahead and tell me you'll leave again
You'll just come back running
Holding your scarred heart in hand
It's all the same
And I'll take you for who you are
If you take me for everything
And do it all over again
It's always the same
Wrong or Right
Black or White
If I close my eyes
Its all the same
In my life
The compromise
I'll close my eyes
Its all the same
Go ahead say it
You're leaving
You'll just come back running
Holding your scarred heart in hand
It's all the same
And I'll take you for who you are now
If you take me for everything
Do it all over again
It's all the same"
All teh same - Sick Puppies


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

As pílulas da felicidade ainda não estão fazendo efeito... Espero que não demore muito porque abstinência de álcool durante o carnaval não é mole não...

O final de semana foi inusitado, libertador e com mais experiências novas. O domingo tinha tudo prá terminar bem... mas não terminou. Na verdade, houve um momento em que uma onde de desespero me contagiou e perguntava sozinho "O que eu estou fazendo aqui ?" enquanto me "divertia" na balada. Apesar disso o dia terminou com tudo resolvido na minha cabeça. Ninguém fez nada de errado. Nem tudo sai como pensávamos e como sou atrasado, coisas estão acontecendo só agora. Além disso, como não sei jogar, não sei perder, levo tudo a sério e não tenho vergonha nem orgulho de insistir tudo se complica ainda mais.

Recebi no meio dessa coisa toda um texto legal, que é clichê e mal escrito, mas vou terminar com ele pois ao contrário dos últimos dias, escrever não vai me fazer bem...

"Pessoas entram na sua vida por uma razão, por uma estação ou por uma vida inteira.
Quando perceber por qual motivo é, vai saber o que fazer com cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por alguma razão... É geralmente prá suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm prá auxiliar em uma dificuldade, fornecer apoio e orientação, ajudar física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer dádivas de Deus.... E SÃO!
Elas estão lá pela razão que você precisa que elas estejam. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Às vezes, essas pessoas morrem, Às vezes elas simplesmente se vão. Às vezes elas agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e seus trabalhos concluídos. As suas orações foram atendidas e agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossa vida por uma estação, é porque chegou a sua vez de  dividir, crescer e aprender. Elas trazem prá você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensinar algo que você nunca fez. Elas, geralmente, dão uma quantidade enorme de prazer e acredite... É real! Mas somente por uma estação.

Relacionamentos de uma vida inteira, ensinam lições para a vida inteira. Coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa e colocar o que aprendeu em uso, em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida."



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

QUEM VOCÊ SERIA?

Se perguntassem a você o que gostaria de ser se não fosse o que é, qual sua resposta?
Eu diria que gostaria de ser uma grande artista. Uma grande bailarina, uma grande pianista, uma grande cantora mas não uma grande atriz.
Minha amiga, com bem mais de 60 e vários quilos acima da “tabela” imposta pelos nutricionistas e padrões de beleza, sonha tornar-se uma cantora de música popular.
Eu não, seria uma soprano como Maria Callas, Yma Sumac, Laura de Souza, Leila Guimarães ou Angela Gheorghiu (todas elas fazem parte do mundo da ópera).
Cantei num coral, era segundo soprano. Dona de pequena extensão vocal, apenas alinhavava outras vozes. Como tenho um lado carneiro e gosto muito de andar em rebanho sentia-me feliz.. Tímida, jamais consegui me sair bem nos ensaios em que devia mostrar meu estudo semanal e provar estar apta. Como conciliar, então, essa realidade com o sonho da grande presença em cena?
O bom do sonho é isso. Por que sonhar pequeno? Eu, grande cantora de ópera, devastaria platéias morrendo de tanto tossir como a Dama das Camélias, cortesã parisiense amada por Alexandre Dumas Filho
Mais arrasador ainda seria meu suicídio como a comovente e jovem gueixa que sacrificou sua família, religião e a própria vida pelo marido americano, o Tenente Pinkerton. O belo americano volta para os Estados Unidos deixando-a com um filho, casa novamente e, pior de tudo, traz sua nova esposa para tirar o menininho da mãe e levá-lo embora. Qualquer uma de nós faria o mesmo que Madame Butterfly: que pega um punhal onde está escrito “Morre com honra, quando for impossível viver sem honra” e se mata. Pinkerton chega, ajoelha a seu lado, chora e diz seu nome. Como todos estariam em prantos com minha representação irrepreensível e minha voz cristalina que alcançaria 18 tons, ninguém veria minha piscadela. O punhal era daqueles cuja lâmina entra no cabo.
O Barbeiro de Sevilha é cheio de mentirinhas, armações e meias-palavras. Talvez Rosina não fosse para mim.
Carmem, sim., a sensual cigana contrabandista desejada por todos seria meu papel predileto. Logicamente preferiria não morrer, talvez conseguisse escapar de Don José, o oficial revoltado, montada num touro pilotado por Escamillo, o toureiro que também era apaixonado por mim.
O que mais se parece com minha vida, no entanto é o Elixir do Amor. Nele eu não seria a sedutora fazendeira que primeiro despreza o amor de Nemorino para depois desejá-lo. Seria o próprio Nemorino meio apatetada, crédula, confiante e apaixonada.
Bom final de carnaval !

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sobre Richard Blanes

Não gostei de O Curioso Caso de Benjamin Button. Mas essa semana, quando um amigo enlouquecia por amor, me caiu essa ficha. O filme está certo. Tudo tem um tempo. E tem gente que entra na nossa vida na hora errada e de repente volta na certa... ou vira nostalgia para as horas escuras. Tem gente que a gente tem certeza na primeira troca de olhares ou no primeiro toque de que será alguém importante. Às vezes mais, outras menos. Eu já tive alguns amores e espero ter muitos ainda. Um me chamou a atenção quando descia escadas de um bar com calça de couro e coka light em punho, outro me marcou pelo casaco amarelo, pela doçura com que lidava com o mundo, pelo humor ácido... já tive alguns amores e sei que ainda terei tantos outros.
É engraçado como no auge dos meus 30 e pouquinhos hoje sou capaz de sacar que tem gente que não é para aquele momento, tem gente que entra na vida para o futuro ou para o nunca. Para viver em uma casa de sonhos com naquela música do Chico.
Essa semana falei com esse cara por quem movi um bonde num determinado momento da vida e que hoje acho legal mas por quem não tenho mais nenhum sentimento mais forte. Nem bom, nem ruim. E para mim nada é tão mais certo de que aquilo nada siginifica do que essa neutralidade. Nunca sou neutra. Amo ou odeio. Quero beijar na boca ou bater porta mas neutralidade nunca. Neutralidade para mim é quando tenho certeza de que aquela momento em que você se interessou por aquela pessoa passou. Um recorte de tempo e nada mais. Um filminho na cabeça. E talvez o começo de uma amizade.
Mas voltando às pessoas que voltam, só digo à meu caro amigo que nesse momento sofre, o clichê. Se for significativo mesmo essa pessoa voltará querendo ou não porque uma das poucas coisas que aprendi nesses meus mais de 15 anos de tentativas é que existem forças muito maiores do que a nossa mera vontade. O Universo é poderoso.
Bom restinho de Carnaval aos que gostam. Aos demais, boa reclusão em DVDs.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ó abre alas que eu quero passar...


Qualquer dicionário consultado dará como definição para carnaval os três dias de folia, precedentes à quarta feira de cinzas, e carnavalesco, o participante do festim, cuja data é indefinida acontecendo entre fevereiro e março. Antecede a quaresma e a Páscoa cristã, celebrada no primeiro domingo após a lua cheia, que ocorre depois do equinócio da primavera boreal. Existe uma tabela para o cálculo. Simplificando, o domingo de carnaval será sempre o sétimo antes da Páscoa. Para festas litúrgicas, a igreja católica adota o calendário lunar, herança judaica e não o solar gregoriano.
Na prática, esses festejos iniciam-se na sexta feira e não no sábado como reza o dicionário. De verdade, começou dez mil anos atrás com as populações rurais de corpos pintados se reunindo, durante o verão, para espantar os demônios da má colheita. Por volta de 600 a.c. as comemorações da fertilidade do solo deram origem ao culto à Dioniso. O primeiro foco de concentração carnavalesca estava no Egito e não era muito diferente, pois os foliões usavam máscaras ou disfarces simbolizando a inexistência de classes sociais. Depois a tradição se espalhou pela Grécia e Veneza consolidando-a com fantasias, carros alegóricos, desfiles e rei Momo, filho do Sono e da Noite, na mitologia grega. Para conter a libertinagem, a igreja católica oficializou o carnaval no ano de 590 e o Concilio de Trento acabou por reconhecê-lo como manifestação popular de rua. Cada região brincava de acordo com seus costumes. O período era marcado por um “adeus aos prazeres da carne” antecipando os quarenta dias de jejum, com a quaresma. Um tempo de penitência e privação. Por isso, o termo mardi gras/terça-feira gorda, é usado como sinônimo para carnaval. No Brasil aportou no século XVII, influenciado pelos europeus. Em 1928, Ismael Silva fundou a primeira escola de samba no bairro Estácio de Sá, na cidade maravilhosa.
Freud ou Jung explicam como Baco levou a culpa, mesmo sendo vegetariano. Eu vou atrás de um trio elétrico qualquer, mesmo sabendo que a folia seja vista com maus olhos pelas ciências sociais por aspectos primitivos em sua origem. Os folcloristas descrevem o carnaval como espontâneo, mas a Etnografia compara-o com rituais das sociedades indígenas. Toda festa laica tem características religiosas afirmam os estudiosos enfatizando os excessos populares. Bom, melhor questionar George Dumèzil, René Girard, George Bataille, Mircea Elíade ou Émile Durkheim, que afirmou: “os limites dos ritos representativos das recreações coletivas são flutuantes” e concluiu seu pensamento dizendo “toda religião é elemento recreativo e estético.” Casamento perfeito entre religião e carnaval, diria Baco. Uau! O reinado de Momo, inserido em obras de Antropologia e Sociologia continua. Entendo o interesse dos intelectuais com as sobrevivências culturais. Porém, os pesquisadores deveriam perguntar: quais as razões que levam as pessoas a participarem dessas festas?
Melhor deixar o problema com eles e pedir como Chiquinha Gonzaga: ó abre alas que eu quero passar. Afinal é carnaval e quem não vai atrás do trio elétrico...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

AUTO REPLY_ Out of the office

O autor desse espaço nesse exato momento já deve estar atrás de algum trio elétrico em Salvador...



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

miniconto sobre a arte de despertar

tem dias que ela acorda de ressaca.
em outros, chorando.
já acordou assustada, com medo.
de vez em quando, acorda feliz (é raro, mas acontece).
em outros, quer enforcar alguém.
quase sempre, acorda reclamando da vida.
quase sempre, reclama da vida e do cabelo.
é comum amaldiçoar o homem da noite anterior, nenhum bilhete no criado-mudo.
xinga o despertador.
xinga o chinelo, que insiste em correr pra debaixo da cama.
xinga o secador de cabelo do vizinho, travesti.
mas, hoje, foi diferente.
ela acordou.

só isso.
e mais nada.
acordou.
nenhum sentimento.
nenhum reconforto.
nenhum sinal de porra nenhuma.
nadica.
pela primeira vez, percebeu a solidão, tirando um cochilo ao lado.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Continuo procurando onde estacionei meu disco voador... Continuo não me encaixando e procurando ajuda... É estranho ter crise existencial aos 31 anos e profissionalmente tão bem resolvido... As coisas parecem não orrrrrnar...

Tenho uma vida profissional de 40 e uma vida pessoal com experiências de 17. Tenho de correr contra o tempo prá ver se consigo chegar aos 40 com ambas aos 40. Já perdi 13 anos e acho que ainda dá tempo... e não, não estou inspirado no filme idiota do Benjamin Button que parece mais um Forrest Gump renovado... tão imbecil quanto!

Resolvi ir a outro médico recomendado por um amigo do trabalho, que o definiu como um médico "medium"... Do jeito que estou, é o que talvez me ajude.

O Dr. Louco me fez umas 10 perguntas, as quais eu respondi com muito menos detalhes do que eu coloquei no post anterio do blog. Examinou-me, estalou meu pescoço, minhas costas, olhou minha língua e passou o diagnóstico durante 3 HORAS  de tanta coisa que eu merecia ouvir...

Meu queixo simplesmente caiu. Uma consulta de 3 HORAS com um médico... daqueles com CRM e tudo!

Ouvi tudo o que tinha direito, o que merecia, o que não merecia, o que eu JAMAIS achei que soubessem, o que eu sempre soube que todos sabiam, o que todo mundo sabe, coisas que não concordo... DE UMA PESSOA QUE ME EXAMINOU POR 15 MINUTOS E FEZ MENOS DE 10 PERGUNTAS!

Foi chocante. Até acho que existem uns 5 tipos de pessoas no mundo. Cada um desses tipos de pessoas deve ter características muito fortes e comuns entre si, com algumas variações de grau. Portanto, acho que não deve ser complicado julgar o cara que é bom ouvinte e inteligente como compulsivo, porque toda pessoa inteligente é compulsiva... não sei se estão seguindo minha lógica.

Mas foi horrível e revelador ao mesmo tempo. Nunca tinha ouvido ninguém falar de mim antes. Só meus amigos, mas eles são meus amigos e não conta. Um estranho? Isso sim é complicado... 

Não vou dar diagnóstico com detalhes além de que acha que sou bipolar (que está super na moda, vamos combinar) e que tenho TDAH, que é algo relacionado à hiperatividade e sugeriu
 que eu lesse livros de cabeça prá baixo e que ainda não testei. Vou fazer isso hoje...

Obviamente prescreveu-me pílulas da felicidade, as quais eu vou tomar por um tempo, prá ver o efeito... e espero não ficar viciado. E acho que tenho de tomar mesmo porque o dia da mudança está chegando e eu ainda não tenho casa, ainda não tenho trabalho e estou morrendo de medo de ficar longe de quem eu amo e estou num grau de ansiedade jamais alcançado... 

Mas é isso... Não consigo parar de pensar que 2009 está sendo e será o ano mais marcante de minha vida até hoje. Provavelmente vou falar isso de novo um dia... 

Enquanto estiver nessa ansiedade toda será impossível eu mudar o tema, lamento informar... 

Mas escrever tem me feito muito bem, então, vou usar isso a meu favor por um tempo...

Saluti a tutti!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MELANCOLIA

Tentou lembrar da alegria sentida tão intensamente até um tempo atrás balançando tímida os quadris pesados.
Sem olhar para os lados, que o olhar dos outros a deixava envergonhada, levantou os braços mostrando suas axilas claríssimas (usava o novo produto anunciado, que torna-as maravilhosas e dignas de serem admiradas) e lembrou das artistas que tiram o “gordo” com uma plástica de rápida recuperação (ficam fundas e sedutoras e pode-se pagar em dez parcelas)... mostrou seu gordo tentando entrar no ritmo.
Improvisara uma fantasia. No espelho aprovara a escolha mas agora parecia um pouco brega. Ainda bem que a máscara, “made in home”, cobria um pouco do rosto.Alguém a reconheceria?
Só se fosse pela sandália desconfortável com a plataforma enorme, meio fora de moda e usada todos os anos para cair na folia........

A sensação de estar artificial não a abandonava. Que alegria é essa que não sinto? Será que sou só eu, ou todo mundo está fazendo tipo? Se ao menos tivesse vindo com um bloco! Em bando tudo fica mais fácil, cria-se a ética do grupo.
Droga! Se vim vou aproveitar.
Abriu um sorriso sedutor ajeitando provocadoramente a máscara e segurando entre os dedos a piteira, muleta usada para circular pelo salão.
“É com esse que eu vou sambar até cair no chão,/
é com esse que eu vou desabafar na multidão/
Se ninguém se animar eu vou quebrar meu tamborim/
mas se a turma gostar vai ser pra mim”
Ainda bem que tocam músicas antigas. Se além de tudo fosse obrigada a ouvir que o “Buce.tava magoado porque Buce tinha paixão...” arrancaria a máscara e fugiria negando o sangue brasileiro nas veias, cortando os pulsos se preciso fosse, mas gritaria bem alto:
- Carnaval? Tô fora!
Bem melhor ler poesia na rede da fazenda.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cordilheira

Semana de correria e prazeres. Enquanto meu chefe se diverte no Festival de Cinema de Berlim, aqui o bicho tá pegando. A semana foi corrida mas sensacional. Festanças mil entre amigos. Semana com champagne, risadas e amigos. Feliz. Feliz. Feliz. Também vi Memória da Cana, dos Fofos Encenam que é fácil fácil uma das melhores peças que vi nos últimos tempos. Palmas ao talento, à pesquisa séria, à competência... a peça ainda não está pronta e já é muito melhor do que muito barulho que acontece por aí. Quanto estrear no espaço deles, vale a pena a visita. E ainda no clima coisas nunca dantes visitadas, fomos ao AK jantar e se pudesse eu comia lá todo dia. E já que estou num momento dicas, quem não leu Cordilheira do Daniel Galera tem que ler. E agora vou nessa porque hoje é domingo mas ainda tenho muito há fazer antes do fim do dia.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

MADALENA...

Madalena foi pro mar, eu fiquei a ver navios... ao ouvir o nome cantarolava essa canção. Outras vezes relembrava Paris e a igreja Madeleine. Pensava em Proust, pois foi o ato de morder a madeleine, um doce típico da sua região, com todas as lembranças nostálgicas evocadas, que o fez escrever Em busca do tempo perdido. Em Oxford, fundada em 1448, Magdalen College é uma das primeiras faculdades de ciências do mundo e, em Cambridge, está Magdalene College, desde 1542. Parece que os intelectuais não têm preconceitos contra a famosa pecadora retratada na Bíblia, pois ela é a padroeira de educadores de elite.
Li o Código Da Vinci, mas quem não leu? Como o livro é instigante e o autor cita conhecidos estudiosos, fui verificar o que era ficção e o que era verdade no relato. Semanas de pesquisa revelaram uma quantidade de textos documentando dois mil anos de história do cristianismo. Dentre eles, os Códices de Nag Hammadi e os pergaminhos do Mediterrâneo, desvendados com as sofisticadas técnicas de análise em ultravioleta ou infravermelho, abrindo possibilidades para uma nova interpretação das escrituras. Para quem não leu uma dica: o autor baseou a trama na idéia do casamento de Jesus e Maria Madalena. A última tentação de Cristo, escrito a mais de cinqüenta anos, por Nikos Kazantzakis e filmado na década de 80, por Scorcese, também insinuava isso.
O título de Brown deve-se ao fato da ceia pintada por Leonardo ter uma figura aparentemente feminina ao lado de Cristo. Matutando sobre o problema, pensei se não convêm a Igreja Romana reavaliar sua doutrina, afinal a conversa ganhou o mundo. Richard McBrien, no programa televisivo de título Jesus, Maria e Da Vinci, declarou que a Epistola aos Hebreus (4:15) descreve Jesus como a gente, exceto por não pecar. O reverendo questiona: “é pecado praticar relações sexuais no casamento?”
O Código refere-se ainda a pratica milenar do hieros gamos. Em civilizações ancestrais, os ritos do casamento sagrado como os de Osíris/Isis, Tamuz/Ishtar, Baal/Astarte e Adônis/Vênus eram conhecidos e cultos celebravam a simbiose dessa união íntima entre o masculino e o feminino em todo o Oriente. Ao introduzir o assunto Brown estaria justificando a união Jesus/Madalena ou reforçando uma semelhança entre o discurso de Cristo e crenças religiosas milenares? Talvez, ambas... O Código Da Vinci é ficção, mas levantou questões interessantes. Elas permitem afirmar que a religião de Aton, onde Moisés foi instruído, e a cultura helenística seriam as fontes da Bíblia e por extensão do judaísmo e cristianismo. O estado civil de Cristo não é tão importante quanto o conhecimento da essência dessas religiões.
Paulo de Tarso, em Corintios 9:5 afirmou: “ os irmãos de Jesus e os outros apóstolos viajavam com suas irmãs/esposas”. O termo irmã/esposa era acrescentado aos muitos títulos recebidos por uma mulher ao se casar com um faraó... Observem ainda a semelhança entre o credo cristão e o texto relatando o padecimento, morte e ressurreição do primeiro músico grego, o filho de Apolo. “ Creio em Orfeu/ criador da melodia/ nasceu de Clio/ e muito padeceu sob o poder maior da poesia/ e foi pela paixão crucificado...” Mera coincidência?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

mandamentos de uma mente confusa

1. vomitar desilusões assim que surjam
2. não ter vergonha de dar risadas tortas
3. cantar melodias cegas
4. rascunhar palavras surdas
5. não distribuir sorrisos homeopáticos
6. gargalhar de um fracasso soberano
7. honrar a insanidade nossa de cada dia
8. não temer as letras mancas
9. se entregar à tentação de ser feliz
10. se importar

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Alguém conhece algum tipo de teste de insanidade?

05:44 da manhã de terça-feira. Ainda bem que tenho o blog prá escrever porque já não aguentava mais ficar pensando, pensando e não fazendo nada. Vou tentar escrever o que passa na minha cabeça nos próximos minutos...

Fui dormir à meia noite e meia e há mais ou menos 1 hora estou acordado. A insônia voltou. E voltou, mas eu não quero mais voltar a tomar remédio prá dormir. Será que existe algum "teste de insanidade" ? Eu acho que estou precisando de um. 

Estou apaixonado ou simplesmente não sei perder? Não entendo como posso ter tantas virtudes destacadas e simplesmente ser colocado de lado, sem ter feito nada errado. Tenho de parar de forçar a barra... mas é impossível. Estou virando um psicopata. Ou comigo ou sem ninguém! Já pensei em seguir, simular encontros...enfim... completamente desequilibrado!

De novo aquela história de "liberdade sufocante"... Tenho saúde, dinheiro e algum tempo disponível. Posso fazer o que quero, e é tão ruim ter isso todo dia, porque não sei o que quero fazer. Queria que alguém dissesse o que tenho de fazer, ter um exemplo a seguir.... seria tudo tão mais fácil.

Não sei mais onde moro. Aqui ou lá? Não volto mais prá lá até minha situação estar resolvida. Hum... mas não posso esquecer que domingo viajo de volta prá lá e preciso resolver a passagem que está pendente. Quero passar o carnaval aqui. Prá ter mais tempo livre, pensar mais e enlouquecer mais. Só pode ser por isso.

Onde eu tava com a cabeça? Que mania de perguntar e cada vez criar uma resposta nova... E nunca sei qual é a certa. Essa história de que é um marco na carreira e que agora, ser transferido pro exterior aos 31, garante empregabilidade eterna e que posto isso posso fazer e mostrar tudo o que quero é ladainha... É a resposta da semana... Amanhã eu venho com outra, como sempre....

Porra... eu sou um cara legal... não era assim. Por que estou afastando de mim alguém de quem gosto? Será que gosto mesmo ou simplesmente não sei perder e quero provar prá mim mesmo que consigo reconquistar e como não estou conseguindo estou morrendo de ódio por dentro e afundando mais o barco? Não... acho que gosto mesmo, apesar de não entender bem porquê.

Seria bem mais fácil gostar de quem gosta de mim, mas life is tough! Bem feito... sempre trabalhou prá que as pessoas tivessem inveja da sua vida. Nunca mostrou os problemas, os sofrimentos... agora aguenta! Acham que está no paraíso, mas na verdade o local em que está é simplestemente um circo se cobrirem, ou um hospício se cercarem...

Caramba... essa droga dessa insônia é por causa desse quarto barulhento. Vai tomar banho... é impossível dormir aqui... Por isso sempre durmo melhor em hotéis, menos quando to no México, onde faço questão de acordar 3 da manhã por causa do fuso só prá ficar on line no MSN e Skype e garantir que ainda faço parte do mundo daqui... Nossa...isso explicar minha insônia...que parece ser forçada ao menos quando estou por lá. 

Meu Deus...será que estou bem de saúde? Tanta coisa estranha aparecendo... Essa reação alérgica que a VACA da médica levou 30 segundos prá examinar com a maior má vontade do mundo e me receitou Corticóide que deve no mínimo me MATAR em 5 dias... o que eu já gastei de remédio esse mês foi demais... e to indo viajar domingo! Se eu ficar doente no México to fudido. 

Vou pedir desculpas... mas não posso, já pediram prá eu parar de pedir desculpas. Que mania. Assuma que fez e pronto! Isso que dá passar 30 anos sem se arriscar e sem experiências... Quando tudo acontece, não sabe o que fazer... Hum... pensamento HORRÍVEL. Não pode nem ser descrito aqui agora... 

Nossa... acho que estou louco. Não sei mais quem eu sou... Não sei mais o que quero... De que planeta venho? Não me encaixo nisso tudo.
Na verdade nunca tive nenhuma dessas respostas. Será que existe algum teste de insanidade?


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Desde menina gostei de dicionários. Os ilustrados iam comigo para a cama. Na rua em que morava meus dicionários eram os maiores e usados pela turma de meninas muitas vezes, para procurar bobagens altamente eróticas

De passagem uma ou outra palavra despertava a curiosidade; voltava a elas para saber mais. A sonoridade de fandango, bombástico, pendente, heliófobo, compadecer, era fascínio puro. O mistério de fidúncia, fibrilha e outras fantásticas e abandonadas, desusadas e desconhecidas palavras embalava as horas em que silenciosa e solitariamente tentava compreender o mundo.

Fruto dessa maluquice cultivada desde então é a coleção de textos

VOCÊ SABE DO QUE ESTOU FALANDO?

De vez em quando mostrarei um. ! O segundo texto é explicativo e ninguém perderá o sono por não saber o que é corregourino ou corumbambas.Divirtam-se!

Adorava cororô, simplesmente adorava!

Ria quando ali encontrava um “corpus alienum”. Era corregourino e como todos os corregourinos tinha esse hábito.Outra mania eram os correlogramas. Com o pai gostava de conversar sobre correntezanos. Afrouxavam o corrião sentavam na varanda e em pouco tempo formava-se o corrilho. Uns traziam seu corrupixel onde colhiam frutas

Muitos, ao passar, diziam baixo, xingando-os: corrodentes!

Ali ficavam até que a corrubiana chegava.

Então entravam e começava a corta-jaca.

Por volta de meia noite aquilo era um cortelho.

As esposas não se incomodavam. Gostavam de tê-los sob os olhos.Aceitavam tanto a coscuvilhice quanto os corumbambas que acabavam acontecendo todas as noites.

Adorava aquela camadinha de arroz que fica grudada na panela, simplesmente adorava!

Ria quando ali encontrava um corpo estranho. Era natural de Córrego do Ouro e como todos os naturais de Córrego do Ouro tinha esse hábito. Outra mania eram os diagramas cartesianos ortogonais.Com o pai gostava de conversar sobre os habitantes de Correntezas. Afrouxavam o cinto de couro com fivela, sentavam na varanda e em pouco tempo formava-se um ajuntamento para fofocar.

Uns traziam sua sacola de pano na ponta de uma vara onde colhiam frutas.

Muitos, ao passar, diziam baixo xingando: os: traças!

Ali ficavam até que a neblina fria, acompanhada de vento sueste chegava.

Então entravam e começava o samba de roda.

Por volta de meia noite aquilo era uma pocilga.

As esposas não se incomodavam. Gostavam de tê-los sob os olhos. Aceitavam tanto os mexericos quanto as trapalhadas que acabavam acontecendo todas as noites.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tema para um pequeno conto


Era uma segunda feira e estava fora há cinco dias. Cansada. Nada cansa mais do que ficar fora de casa. Desceu do avião, melada, andou com vagar na chuva fina e pegou sua mala. Atravessou o portão para dar de cara com ele. De óculos, boné e revista em punho. Seu disfarce padrão mesmo às 21h de uma noite chuvosa. Sentiu um frio na espinha. Ele não dirige e nunca havia se dado ao trabalho de levá-la ou pegá-la no aeroporto a não ser que também embarcasse.
Caminhou com aparente calma até ele e beijou seus lábios de leve. Leve.
Ele pegou sua mala e foram a procura de um taxi.
- O que aconteceu? Ela perguntou assim que fechou a porta do taxi.
Silêncio.
- Fala. O que aconteceu?
Ele tirou o boné e a olhou nos olhos.
- Acho que amo você.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pretinho Básico: um mito


Fui encontrar amigos outro dia no Café 21. Para minha imensa surpresa alguém abordou o assunto moda e toda aquela gente bonita e inteligente deu palpites. Descobri coisas maravilhosas depois desse bate-papo. O giro da moda, como funciona e como corre de mulher para mulher... O que pensam e falam sobre a moda e a forte ligação que as mulheres têm com tudo que é clássico e ao mesmo tempo com tudo que é novo. Uma delas disse: você lembra da Jackie, toda de preto, impassível no enterro do Kennedy? Um luxo...
Para o físico Newton o preto não é cor, indica ausência de luz, enquanto para Goethe o preto é uma síntese produzida pela soma de todas as cores. Aparentemente as definições são opostas, mas ambos estão certos: o primeiro refere-se à cor/luz, o segundo a cor/pigmento. Caravaggio pintou seu atelier de preto para valorizar a luminosidade das cores das roupas de seus modelos; conhecendo ou não esse exemplo, os artistas gráficos empregam o preto para realçar as cores de seus trabalhos.
No Egito antigo, uma pomba preta era o hieróglifo da mulher sofrendo a viuvez até o fim dos seus dias. Na Grécia essa cor simbolizava fatalidade. Diz a Bíblia que Adão e Eva se cobriram de preto ao serem expulsos do paraíso terrestre, numa representação do mal sem remédio.
Em psicologia, preto corresponde a uma grande angústia, onde o luto aparece como símbolo de perda irreparável. Em várias partes do mundo, as mulheres vestiam preto por algum tempo, quando viúvas. As outras foram percebendo o fascínio dos homens por essas mulheres de preto, consideradas como frutos proibidos. A cor fica, então, associada à sensualidade, tornando aquele simples vestidinho em um charme. Dizem que ele valoriza qualquer estilo. É contemporâneo, atemporal, atrevido, sedutor, impactante. Seu impacto é vertical e não horizontal, sem ironia...
Entretanto, a responsável pela popularidade do pretinho básico não é a Thaís Araújo que recentemente declarou: “calma gente, sou só uma pretinha básica,” brincando com o famoso vestido que toda mulher tem em seu guarda-roupa. Quem o converteu no sucesso atual foi Audrey Hepburn, no filme Bonequinha de Luxo. Ela usou o tal pretinho como roupa simples, dessas que a gente veste para ir de manhã à padaria.
Ao mudar complementos sofisticou-o para grandes eventos noturnos. Nesse momento a cor preta perde a conotação anterior e juntos vestido e cor começam a tornar-se um mito.
No cristianismo o preto simbolizava renúncia às vaidades deste mundo. Nenhuma mulher veste um pretinho com essa intenção, mas seja qual for o objetivo oculto em seu uso, viva o meu, o seu, o nosso pretinho básico.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

E a semana passou rápido

De repente, já é sexta-feira... e a sexta-feira já está quase acabando. Esta semana passou incrivelmente rápido. E eu pensei que iria passar devagar... o final de semana, confesso, promete! Festas, reencontro de amigos, quero falar algumas mentiras, beber (muita!) tequila, estar com vergonha no dia seguinte, estar incrivelmente feliz no dia seguinte... O que for será?
Ao longo da semana... wow... faltam quatro minutos... parei de postar para escrever uma matéria. Sim, ainda estou na jornal. Na correria absurda... com saudades daqui! A semana, como falei, passou rapidamente... até o dia 16, completo mais uma etapa em um jornal diferente. Era o que queria... aprender, aprender... qual o assunto diferente da vez? Carnaval? Figueira? Quadrilha? Tráfico de drogas em Batatais? ahhhhhhhh faltam ainda três minutos. Aproveitarei, ao máximo o tempo que ainda me resta nesta sexta-feira... escrevendo aqui ou acolá.... em qualquer lugar! Nossa... rimou! Que brega! Não quero rimas... quero pegar o próximo ônibus e perceber que você não verbaliza e que só pensa... mas o que pensa? Quando vai parar o carro, no meio da rodovia, e me roubar um beijo? Sonhei com você na noite passada... e fiquei com raiva... um minuto! Acabou meu tempo... já foi! Vou continuar sendo feliz e volto na semana que vem!
até mais
se cuidem!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

assassina

ela perdeu duas horas no cabelereiro, passou no shopping para pegar um novo salto agulha.
não esqueceu a maquiagem da moda, o esmalte preto nas unhas, a calça de lycra que deixava a bunda redonda e empinada.
afinal, a noite era dela. e ela ficava muito bem com sangue nas mãos.
ainda não tinha decidido quem seria a próxima vítima. mas não era isso que a deixava inquieta – afinal, com decote em v e doses de uísque depois, elas surgiam como ovelhas.
seu problema era saber como matar – andava entediada, sabe? sempre do mesmo jeito, perto do mesmo horário, aquelas coisas.
nem suava mais. vomitar, então, só na primeira vez, e muito pouco. hoje, matava, colocava a cabeça no travesseiro, sentia aquele cheiro de aloe vera do amaciante e dormia o sono dos deuses.
nem se banhava. a maldade colérica era sua água benta.
queria se divertir. queria brincar com sua vítima. queria ser imensuravelmente sádica, fazer de haniball um filhote de rato assustado.
queria ser perversa.
enquanto lou reed tocava na vitrola, ela pensava. fagulhas de idéia pintavam, mas nada pegava fogo.
só ela. por dentro.
decidiu improvisar. entrou no carro e foi para a boate.
aquele gente ordinária de sempre, engomadas em suas roupas de marcas, com suas bebidas caras e suas vidas desinteressantes, escondidas atrás de trabalhos medícores, posses que não eram suas, blablablás de dar azia.
que nojo de lugar.
fez seu ritual. pediu uma bebida, desferiu olhares, entrou na pista.
por segundos, o mundo parou para ela dançar.
fechou os olhos e dançou. deixou as mãos subirem e desceram pela calça e pela blusinha verde, ora revelando coxas grossas, ora ameaçando mostrar os seios, maçãs de pecado.
já era o suficiente.
Saiu e encostou o corpo exalando desejo. deixou suas vítimas virem em direção ao matadouro.
que patético. não faltavam escolhas.
fez um uni-duni-tê mental, caiu no mané barbado, camisa azul listrada.
vestiu o melhor sorriso, calçou o melhor rebolado, e foi.
os lábios carnudos proferiram um oi inesquecível. mas, surpresa: ela esperava o homem com cara de desejo, pronto para uma noite de sexo sujo e violento, com a aura voltada para o carnal... nada além disso.
só que ele gaguejou. ficou nervoso. suou. estava desconfortável.
na verdade, estava apaixonado.
ela sorriu. em poucos instantes, gargalhava.
nem precisou sujar as mãos para pegar o coração dele.
a noite ia ser longa e muito divertida.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Uma novo significado para a publicação de uma receita.





Viram a pose do chef de jaqueta e óculos de sol? Imperdível.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O ano já pode acabar...


Falta pouco... MUITO pouco... esse, os anteriores e os próximos posts provavelmente serão voltados a meu nervoso com a mudança.

Estou com uma mistura de sentimentos com relação a isso que não sei explicar. De repente, sabendo que vou perder São Paulo por um tempo, resolvi conhcer lugares que sempre estiveram por ali e nunca havia ido... Estou desesperado e arrependido de não ter ido antes.

Sempre viajei muito a trabalho e conversando com amigos que também o fazem, comecei a ouvir histórias de como se divertir sozinho durante uma viagem a trabalho e fiquei morrendo de arrependimento de não ter feito várias coisas durante minhas viagens a trabalho. Agora, que não viajo mais, quero viajar prá fazer tudo diferente.

O mês de janeiro foi algo tão intenso prá mim que sei lá... Tô meio perdido... Não sou muito dessa coisa de planejar o Ano Novo, nem fazer muitos desejos, mas acabamos sempre pedindo ou querendo algo. Parece que tudo o que eu queria aconteceu nos 10 primeiros dias do Ano, acreditem ou não. E não foi uma coisa só. Foram toneladas de sensações, atividades e experiências que acho que me deixaram atordoados... Se soubesse que ia ser assim, tinha pedido prá ganhar na Megassena, mas acabei não pedindo. Uma pena...

Fiquei sabendo que tenho só mais 10 dias de vida em São Paulo e terei de fazer desses 10 dias, 50 dado o tanto de coisas pessoais e profissionais que tenho de fazer em uma semana...

A pergunta do momento é: "Onde eu estava com a cabeça?"

Serão 3 anos.... no mínimo... Vai ser tumultuado, eu sei. Estou ficando meio louco, mas enfim... Seja o que Deus quiser....

Saudações  a todos...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O PROFESSOR DE DANÇA


Quando se aproximou e sorriu, dançaram mal. Havia esquecido, fazia tantos anos!

Ele insistiu.

Outra vez!

Sorriu sem jeito e quando acertou o passo simples, sentiu-se tão feliz! Saudade de si mesma...

A aula terminou e ele a acompanhou. Sob a iluminação de mercúrio e diante dos sinaleiros, dançou . Ray Coniff , Os Reis da Salsa, Orquestra Tabajara.

Imaginou que ele partisse quando chegaram em casa. No silêncio, da garagem à porta da frente, percebeu ainda sua presença incômoda.

- Vá!

Não obedeceu, rodopiava, sorria, e ela também.

Abriu a porta, pensou que então ele partisse.

- Vá!

- Não!

De olhos fechados pediu que sumisse. O braço apertado, na cintura, fez com que se calasse.

- Está bem, então entre!

Dois e dois, dois e dois, dois e dois...

...direita, direita, esquerda, esquerda...

... descontraia o rosto, solte o quadril.. dá uma gingadinha...

... dois e dois, dois e dois, direita, direita, esquerda, esquerda...

Sorria na cozinha, no quarto, na fila do banco: direita, direita, esquerda, esquerda...

Tinha um companheiro.

- Estão olhando, fique quieto!

Chá-chá-chá, de la secretáaaaria... Relogio, no marque las horas, gira, segura, vira, direita atrás, volta, passinho com a esquerda e gira...

A mão firme comandava!

Direita, direita, esquerda, esquerda... dá uma gingadinha...

Casada, como soltar o quadril?

- Só um pouquinho, experimente, fica mais fácil, solta! Um pouco, discreto, chic, fica bonito. Está maravilhoso, isso!!!

Escrava, tornara-se escrava... submissa e sorridente se entregava ao braço que surgia aqui e ali: gira, direita, volta, solta, lindo!

- Você aqui às quatro da manhã! Não ouve meu marido respirar?

- Está lindo! Vem! Direita, direita, esquerda, esquerda, entra no vai-e-vem, diagonal, o cruzadinho, outra vez, gira, direita, direita..

Passou a ser natural irem para a cama juntos.

Noite adentro, o marido ao lado e o professor de dança ali, sem medo... Ela também perdeu o medo, e a vergonha, afinal ele era ótimo companheiro e não estavam fazendo nada demais. Quando a casa ficava em silêncio, luzes apagadas ela o chamava.

Há tantos anos não tinha companhia!

Passou a dormir sorridente, ao lado do marido, com o professor de dança.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

De Madonnas e Guy Ritchies

"Os homens devem ter um sindicato. Eles decoram o texto, recitam com a mão no peito e ganham uma carteirinha secreta. No livro de regras deve ter coisas como nunca fique com uma mulher que possa quebrar seu frágil coração maricas"
(Máquina de pinball - Clarah Averbuck)


Há algum tempo juro que não vou acreditar naquela bobagem feminista que as mocinhas que queimaram sutiãs nos enfiaram na cabaça de que o problema nunca é você, sempre é o coitado do moço que tem medo de uma mulher decidida.
Deus meu, será mesmo que eles são tão maricas assim e só querem saber de peitos, bundas e belos brincos numa cabecinha linda e cheia de vento?
Duvido, não posso, não quero acreditar que isso seja verdade. Tenho amigos (com cromossomos Y dominantes) que são ótimos e se interessam por meninas ótimas. Então o problema sou eu. Sim sou eu eu eu eu eu eu... e não, não pretendo fazer mais análise e me tornar alguém melhor.
Se bem certa vez, depois de muito chopp obviamente, perguntei a amigos ótimos se eles têm problemas com mulheres decididas e eles confirmaram que SIM!
É isso, bonitões, bem empregados, inteligentes e bem humorados amigos me confirmaram que sim, têm problemas com mulheres que dirigem, pagam contas e tem idéias.
Então é isso mesmo. Todo homem é bundão e gosta de samambáias descendentes diretas de Amélia e eu vou virar monja no Cajaquistão.
Mas por que disso tudo agora?
Calma que eu chego lá. Na verdade tudo começou numa festa de modernos. Sabe festa de modernos, dessa que a decoração e os drinks são enlouquecedores e algumas das bolsas valem mais do que o salário do semestre todo de um reles mortal? Então, lá estou eu nessa festa de modernos quando noto que mesmo no mundinho da modernidade os caras bacanas estavam com meninas suspeitas. E não digo suspeitas do tipo Traídos pelo desejo digo suspeitas de capacidade de gerar e produzir idéias.
Qual o problema em ser mulher, jovem e ter idéias? Ter idéias? Não ser bege? Ter personalidade e realizar coisas independentemente da presença de um homem? Ou de sua autorização? Qual o medo que os homens tanto têm de mulheres independentes?
Eu juro que não entendo.
E nem dá mais para dar o bom exemplo do Guy Ritchie porque eu ainda acho que a letra de She's not me é a prova de que na verdade Madonna foi trocada por uma Amélia cover depois de anos de relacionamento.
E olha que a moça até tentou ser menos que o então maridão cineasta chegando até a usar uma jaquetinha com os dizeres Mrs. Ritchie nas costas.