quinta-feira, 30 de abril de 2009

Liberdade de expressão

MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA

Em uma iniciativa da Juventude Judaica Organizada (JJO) em parceria com grupos judaicos, evangélicos, homossexuais, de defesa dos direitos humanos e da mulher, com a participação de autoridades e políticos, será realizada na Avenida Paulista neste domingo uma manifestação contra a vinda do presidente do Irã ao Brasil.
Um país democrático como o Brasil NÃO PODE receber um defensor do totalitarismo, da homofobia, do revisionismo histórico, da discriminação de mulheres e religiosa (bahais, evangélicos, judeus e outras minorias torturadas, massacradas e mortas no Irã); e da destruição de Israel, sem criticá-lo abertamente.

Dia 03/05, domingo, às 11h00
Praça Ml. Cordeiro de Farias (Pça dos Arcos, na Esquina da Av. Angélica com a Avenida Paulista)
O DE OLHO NA MIDIA apóia e é parceiro neste evento!

No Rio


Em BH


quarta-feira, 29 de abril de 2009

ECO!....Eco!....E.c.o.! .... ...

“Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem" Carlos Drummond de Andrade.

Dizem alguns antropólogos que a comunicação é a característica humana por excelência, juntamente com sua causa necessária, a linguagem. Mesmo que antropólogos não caminhassem sobre a terra, alguns de nós saberíamos disso. A razão deste conhecimento atávico da essência comunicadora do homo sapiens está impregnada, tatuada na alma de alguns homens e mulheres que, angustiados pela eterna e insanável parcialidade da comunicação, temem esse inexistir que é o não fazer-se entender.

Pergunto ao universo o motivo de nosso padecer do medo e da dor do (não) entendimento. Se para alguns seres humanos – de qualquer idade – tanto lhes faz serem ou não compreendidos, para outros a impossibilidade de nomear a cor do céu num dia de sol no inverno ou o desencontro com a palavra exata a referir o brilho do olhar da pessoa amada (ou desejada), faz emergir a nítida sensação de que há coisas no mundo que, por mais viscerais, permanecerão conosco até nosso último suspiro. Oxalá me engane.

Muitos nomes – sempre os nomes – recebem estes indivíduos sedentos de compreensão. Poetas, artistas, professores, advogados, cantores, feirantes, semáforos (na Coréia do Norte é uma pessoa que diz o “pare”, “atenção” e “pode ir”). Os escritores, de verso ou prosa, manejam as palavras na tentativa de produzir a curiosidade e a atenção de seus leitores, criando com as linhas e entrelinhas as sensações e significados. Outros abandonam as palavras, e de tinta e lápis produzem as mensagens, vagas, é certo, mas tão incertos de eventual compreensão quanto a mais óbvia conta de somar. Os músicos e compositores conseguem por vezes fazer brotar lágrimas – assim como Clarice e Donizetti fizeram com Macabéa em “A hora da estrela” ao ouvir “Una furtiva lacrima” – sem nem mesmo um idioma comum entre os interlocutores. Outros, anônimos, cansados de não ser, acabam por unicamente carregar um semblante de pedido desesperado de ajuda, rezando sozinhos para que alguém com tempo entre uma reunião ou outra enxergue o desespero silencioso.

Todavia, inescapavelmente, jamais saberemos se nosso vizinho, de lado ou dianteira, estará disposto ou será suficientemente competente para nos compreender. Por mais que pretendamos fazer com que nossos amores saibam o tamanho de nosso amor, qualquer tentativa será imprestável. Por mais que avisemos, outros não saberão do tamanho de nosso medo. Iludimo-nos, bem provavelmente.

Eu, por exemplo (não sou exemplo de nada, mas agora vale), sempre fico com a pulga atrás da orelha com a sensação que os quadros de Edward Hopper (vale a pena ver) causam em mim. Jamais consegui expressar essa sensação. Não há palavras, não só pela beleza do quadro, mas pela atmosfera única, inalcançável... inútil tentar.

Mesmo estas linhas, pelas quais correm seus olhos, leitor, talvez para outro sejam inúteis, incompreensíveis, longas demais... não há como saber. De certeza, temos somente a ânsia do continuar tentando, e tentando, e tentando. É disso que trata a arte. Dessa tentativa desesperada e muitas vezes inútil.

Obrigado pelo espaço nesse pedaço do ciberespaço. E toda quarta-feira buscarei fazer-me entender (não que isso seja grande coisa...).

terça-feira, 28 de abril de 2009

Novas Experiências

Hoje foi um dos piores dias prá mim... Não sei se da minha vida, do meu ano, da minha semana, mas aconteceram coisas tão absurdas que sei lá... estou MAL!

De cara, essa história de influenza porcina começou a me preocupar de verdade. Ainda mais que todas as atividades sociais do Distrito Federal do México foram canceladas - cinemas, bares, restaurantes, boates, igrejas, museus - e eu resolvi marcar presença na festa de brasileiros que denominei "Pig Flu Party" no sábado a noite.

No domingo, já acordei com dor de garganta dado que estava 40 graus e só tomei gelado... e fiquei no ar condicionado.. enfim..
O domingo foi de observação. Todas as pessoas no supermercado, na calçada usando máscaras cirúrgicas para evitar o contágio da influenza. E eu só observando. Não tenho visto... aliás NUNCA vi nenhum canal de TV ou li algum jornal mexicano até hoje... então não sabia de nada das instruções do governo para que ninguém se cumprimente, que todos lavem as mãos o máximo possível e que evitem lugares públicos.

Cheguei ao trabalho gripado e todos me olharam feio e sugeriram que eu fosse ao médico, já que espirrava, tossia e fungava o tempo todo. Não estavam preocupados por mim... e sim por si.
Um pouco antes de sair, algo estranho aconteceu... um chacoalhão na minha cadeira... o quadro da parede se movendo... Levei um tempo prá processar, mas aqui estou eu, no México. Primeiro terremoto da minha história. 6 graus na escala Richter. Apenas 4 edifícios danificados no Distrito Federal. Mais tarde, fui ao médico e descobri sim que estou com influenza, mas não, não é a porcina...É uma influenza normal. Mas na receita médica está descrito que DEVO usar máscara cirúrgica...

Escrevi tudo isso só prá compartilhar com todos o QUÃO ruim é estar sozinho nesse lugar, nesse momento. Como estou gripado, não sei se posso entrar no elevador com medo de deixar algum vírus dentro dele. As pessoas com máscaras parecem um coletivo de sexo com preservativo que só demonstra o quanto imundos estamos (ou somos, já nem sei). Sinto-me culpado por estar doente. E não tenho prá onde ir, exceto pro meu apartamento que eu adoro, mas quando ele é só meu apartamento, não uma bolha protetora com maçanetas limpas com líquido esterilizante.

Chegar ao trabalho e ter de limpar as mãos com álcool nunca esteve nos meus planos.

Tampouco não poder ir à academia porque não há janelas, somente ar condicionado.

Saber que todas minhas visitas estão pensando em cancelar suas vindas ajudou menos ainda.

E passar por um pequeno terremoto, mesmo prá mim que tenho uma paixão mórbida por grandes tragédias, não foi algo agradável.

Tudo que estava bom ficou ruim em 12 horas... Espero que volte ao normal, porque viver com essa tensão assim sozinho, não vai ser fácil não.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

MEDOS, TERRORES E ETC

Aconteceu com um sincronismo surpreendente: a porta do elevador bateu às suas costas, à porta da escada que conduzia ao terraço no telhado do prédio surgiram duas mulheres, a porta de um dos apartamentos abriu deixando passar um rapaz com sua bicicleta e as luzes se apagaram exatamente no instante em que o outro elevador parou.
O primeiro pensamento que lhe veio à cabeça foi: ainda bem que não estou sozinha. Mesmo com todo esse pessoal percebeu seus olhos arregalados e ao mesmo tempo sentiu as pernas duras.
- Socorro! estou presa no elevador, me ajudem!
A voz aguda fez-se ouvir com clareza incomum.
- Calma, está tudo escuro, o melhor é relaxar um pouco. Não há nada para fazer.
Uma das mulheres disse:
- Uau! será que é geral ou só aqui no prédio?
- terei que enfrentar a escada... alguém quer carona? Disse a outra.
- Vou com você, é muita coisa, você não vai conseguir trazer sozinha.
O rapaz juntou: terei que deixar a bike, desço com as senhoras.
Era sua vez de se manifestar: querem um café? tenho uma cafeteira elétrica ótima...
Todos riram e isso cortou um pouco sua tensão mas esse aconchego durou pouco, muito pouco.
O grito aflito cortou o clima:
- Ajudem-me, droga! vocês ficam aí de risadinha e eu estou presa nesta gaiola, já esqueceram?
- Calma, está tudo escuro, o melhor é relaxar um pouco. Não há nada para fazer...
- E ainda por cima tenho que ouvir esse cuco ou sei lá o quê falando sempre a mesma coisa. Droga! Abram essa porcaria!
Dava pontapés na porta.
- Calma, minha senhora...
O rapaz parou quando percebeu que iria dizer a mesma coisa pela terceira vez e isso irritaria a mulher ainda mais... Não havia o que dizer. Calado, voltou para seu apartamento com a intenção de guardar a bicicleta.
Sentiu que aquela malcriada, fosse quem fosse, precisava ouvir umas boas
- E você, aí no elevador, pensa que aqui está bom? Pensa que ninguém aqui tem medo de escuro?
As risadas criavam um clima de nós contra ela. Sentiam-se enturmados. A mulher do elevador era o adversário.
- Vamos indo?O celular vai ajudar.
O rapaz gentil aproximou-se da porta do elevador que continuava sendo bombardeada pelos torpedos saídos provavelmente de um sapatão ou tênis e disse, educado:
- Estamos descendo e avisaremos o porteiro, fique calma. Já já alguém virá destravar a porta.
A mal humorada gritou:
- Calma, calma... é que vocês não estão trancados aqui nesta gaiolinha a dois mil metros de altura, pendurados num araminho qualquer!
Na escuridão não puderam ver mas teria havido, possivelmente um olhar de cumplicidade entre os quatro "livres" da gaiolinha seguido por sorrisos pelos exageros. Dois mil metros? Araminho? Um pouco forçado.
- Estamos indo! Desculpe não ficar mas, você mora neste andar, não é? Sempre melhor ficar esperando a luz voltar no sofá do que aqui.
- Moro sim, fiquem tranquilos. Se falarem com o zelador para subir, peçam que traga uma vela, não tenho.
- OK! e quando voltarmos do mercado deixaremos um pacote com você... para a próxima vez.
Voltaram a rir, deixando-a já saudosa da companhia.
Ao ouvir a porta da escadaria bater a mulher do elevador começou a gritar novamente:
- Droga, droga e droga! Que merda é essa? Estou sozinha aqui?
Ficou em dúvida sobre revelar sua presença do outro lado da porta do elevador ou ir, de fininho, até seu apartamento e livrar-se dessa neurótica.
Com toda certeza não conseguiria ficar sozinha naquela escuridão... como sentia medo!Seus olhos estavam enormes.
Conseguiu arrastar-se até a porta do apartamento tentando não fazer barulho com as chaves. Ao menos teria o clarão da rua pelas janelas. Abriu a porta lentamente e sua mão foi automaticamente para o interruptor. Entrou ainda ouvindo os berros indignados:
- Droga, droga, droga!!! Intercalados pelos pontapés.
No instante em que fechava lentamente a porta para não fazer barulho e aterrorizada com o que poderia vir no escuro, pelas suas costas, as luzes acenderam.

domingo, 26 de abril de 2009

Continua liiiiiiiindo

Depois de muito tempo voltei ao Rio. Sim, senhores leitores, por dois anos fui moradoda da cidade marabilhosa e sim, foi maravilhoso. Fiz amigos, fui a festas ótimas, trabalhei pouco, curti muito a vida. Acho que se não tivesse sofrido um acidente radical e ficado doente em função dele, ainda estaria no Rio.
E estar de volta, mesmo que por poucos dias foi uma experiência e tanto. É muito estranho estar como turista num lugar onde você já morou, afinal, saí do Rio há anos e muita coisa já mudou. Outras tantas não, permanecem clássicos da cidade maravilhosa. Mas gente, os cariocas são muito engraçados. Se a diferença entre paulistas e cariocas não foi discussão antropológica, deveria. É impressionante como o modo de pensar, de formular idéias é completamente diferente.
Claro que no meu primeiro dia já fui de cara ao IMS que adoro e meus amigos não conheciam e que eu adoro.
E Jardim Botânico, Leblon, Ipanema, praia, sol, cerveja, clássico Flamengo x Botafogo, cerveja, caipirinha, funk, balada, Cinelândia, Flamengo, Parque Lage, Joa, Lapa... o Rio de Janeiro continua sim lindo e estar de baixo do Cristo é uma delícia.

Abaixo dicas:

Instituto Moreira Salles
a antiga casa na Gávea onde moravam os Moreira Salles virou um instituto cheio de charme, com um restaurante bacaninha e um acervo fotográfico sensacional


Livraria da Travessa
charmosa e cheia de conteúdo a Livraria é um ponto que deve ser visitado

Santa Tereza
um clássico

Fosfobox
a balada

Grumari
precisa de carro e muita paciência pra chegar já que Grumari fica literalmente no fim do Rio, mas é uma praia paradisíaca daquelas que fazem você esquecer que está numa cidade

sábado, 25 de abril de 2009

Cinema e Sociologia – relações tortuosas

O cinema e a Sociologia mantêm um diálogo proveitoso ao longo de suas vidas. O cinema relaciona-se com o tempo e a memória, com a imagem e o imaginário, enquanto a Sociologia reflete sobre as relações entre a cultura e o ser humano. Bem vindos ao paraíso... Brincando nos campos do senhor... O Encouraçado Potemkin... Façam suas escolhas, comprem pipocas, algodão doce, coca-cola ou o que preferirem, pois está aberta a temporada de caça aos filmes provocadores. A intenção é buscar quais as relações tortuosas, mas relações, entre o nosso dia a dia e as questões levantadas a partir da exibição. Alguns filmes provocam um pós-silêncio, mas a negociação de uma discussão depois de digerida a informação está valendo. A arte do século XX e mais precisamente a sétima arte tem grande capacidade de auto-reflexão. A metalinguagem, uma linguagem usada para descrever algo sobre outra será o elo entre espectador/obra.
Só para refrescar a memória, um breve histórico da imagem:

1870 – Muybridge demonstrou através de fotografias, que as patas de um cavalo galopando ficavam suspensas no ar.

1882 – Jules Marey conseguiu construir um aparelho que permitia a produção de imagens em movimento.

-- Imagem fílmica é projeção de fotogramas separados por faixas pretas. (processo fotográfico)

-- Imagem videográfica é gravada por varredura eletrônica (suporte magnético)

Para a Sociologia o cinema é um instrumento de observação, de transcrição e interpretação de realidades sociais diferentes. A percepção de que a obra cinematográfica não é um simples jogo individual sem conseqüências podendo transformar o destino das sociedades é apenas um dos aspectos da questão. O outro é que ela faz parte do estilo de vida de uma época, de sua concepção de mundo, de sua liturgia de ação. Querem um exemplo?

No começo do século XX o futurismo apareceu, em oposição ao cubismo, influenciando toda a Europa. Os parisienses apelidaram-no de cubismo caipira devido sua origem italiana. Discussões a parte, como estudo do movimento explosivo, nenhuma cena é mais poderosa que a de Odessa Steps em Battleship Potemkin onde as tropas russas marcharam descendo em direção ao cais do porto atirando na multidão aglomerada a espera dos marinheiros rebeldes do Encouraçado. Uma das imagens memoráveis é a de um carrinho de bebê, solto sem controle, pulando escada abaixo acompanhando a marcha rítmica dos soldados. Quem nunca viu tem de assistir pelo menos uma vez... e depois rever Os Intocáveis.

Pós-silêncio? Continuem calados meditando sobre a frase do Manifesto Futurista “declaramos que o esplendor do mundo foi enriquecido por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro correndo como se fosse uma metralhadora é mais bonito que a Vitória de Somotrácia.”

sexta-feira, 24 de abril de 2009

PERMITA-SE UM POUCO DE CULTURA EM SUA ROTINA

para mais informações
Escola São Paulo
Rua Augusta, 2239 - Tel: 11 3060-3636
Metrô Consolação - Estacionamento Rua Augusta, 2309
segunda à sexta 10h às 22h | sábados 10h às 19h


PRODUÇÃO E SET DE FILMAGEM
com Yael Amazonas e Maya Guizzo
4 a 27 de maio | 2ª e 4ª feira | 14h às 16h30


CURADORIA DE EXPOSIÇÕES DE DESIGN
com Adélia Borges e convidado Pedro Mendes da Rocha
4 a 25 de maio | 2ª feira | 19h às 21h30


PINTURA CONTEMPORÂNEA
com Bruno Dunley e Rodrigo Bivar
5 de maio a 4 de junho | 3ª e 5ª feira | 14h às 17h


EXPRESSÃO TEATRAL
com com Vicente Latorre
6 de maio a 01 de julho | 4ª e 6ª feira | 15h às 17h30


FOTOGRAFIA DE CINEMA
com César Charlone
5 e 7 de maio | 3ª e 5ª feira | 19h às 22h


ATELIER DE DESENHO E PINTURA
com Alex Cerveny
5 a 28 de maio | 3ª e 5ª feira | 19h30 às 22h


HISTÓRIAS DAS ESTÓRIAS
com Noemi Jaffe
6 de maio a 24 de junho | 4ª feira | 19h às 22h


DESIGN GRÁFICO
com Carlos Scodiero
9 de maio a 6 de junho | sábado | 10h às 13h30


GESTÃO CULTURAL
com Leonardo Brant e convidados: André Martinez, Fábio Cesnik, Guilherme Afif, Minom Pinho e Rogério Zé
9 de maio a 20 de junho | sábado | 10h às 13h e 14h às 17h

quinta-feira, 23 de abril de 2009

men at work

trabalhando em mais um capítulo da série 'deus e o diabo em happy hour'. juro que volto semana que vem.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tapa com luva de pelica

O assunto da semana foi Susan Boyle, a escosesa que arrasou em Britain's Got Talent, o Ídolos de lá . Quem não viu o vídeo veja já até porque tudo indica que a história da cantora de aparência cafonilda vai parar em breve nas telonas com Demi Moore no papel da senhora.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Já tinha sido alertado sobre isso, mas de repente, tudo ficou mais evidente. O pico foi um email com vários amigos copiados onde me perguntavam como estava, prà que contasse as novidades a todos de uma vez... Comentei que estava bem, que a Páscoa apesar de não ter ovos foi boa, que saì todos os dias, que dei boas risadas, que adoro meu apartamento... Nunca mais me mandaram emails. Nem Spams. Nenhunzinho sequer.

As pessoas esperam que fique tudo ruim pra somente então perguntarem se esta tudo bem. Um pouco egoísta em minha opinião, mas de qualquer forma acho que e assim que as coisas funcionam.

Sempre tive poucos amigos, e de repente, achei que finalmente tinha conquistado mais. No entanto meus poucos amigos estão ai, longe ou perto, sempre presentes. Os novos até aparecem quando preciso, mas como não estou precisando...

Nas últimas semanas antes de vir pra cá, sai 4 vezes seguidas com um amigo. E foi muito divertido, já que a balada paulistana era uma completa novidade pra mim. Aqui, não tenho com quem sair, mas o tenho feito ainda que sozinho. E já passei por varias situações engraçadas.

E queria que meu amigo – agora colega – de balada tivesse perguntado como estão as coisas por aqui. Queria que soubesse que cada vez que saio lembro-me dele e que aqui também acontecem coisas engraçadas... E queria saber como estão as coisas prà ele também... Mas nada além do silencio. Tivemos conversas lacônicas que em nada me faltam.

E isso não e só com ele. Está acontecendo com vários com os quais convivia. Nem todos parecem estar interessados a ouvir historias boas. Parecem querer que eu diga que estou com saudades, que sinto falta, quando honestamente, não estou sentindo.

Estou BEM feliz. Tranqüilo e relaxado como poucas vezes estive. Curtindo o trabalho como jamais aproveitei. Mas nem por isso posso ou gostaria de ficar sem conversar com alguém. Queria dividir meu bom momento com quem gosto. Mas alguns parecem pensar que somente nas horas ruins precisamos deles.

E triste eu ter feito o almoço perfeito no domingo e não ter pra quem contar. Descobrir que a bebida que mais gosto custa o preço do Duty Free e ter de tomá-la sozinho. Não tenho nem direito a reclamar da minha vida como esta, mas gostaria que algumas pessoas sentissem que podem me ajudar a melhorá-la ainda mais e se sentissem bem pelo fato de eu estar bem.

Não quero tornar-me uma pessoa amarga, do tipo que não divide quando recebe um aumento. Eu faço justamente o contrario. Comento com todo mundo e ainda saio pra jantar e comemorar. Mas alguns entendem isso como arrogância e acabam fazendo parecer que estou errado.

Não vou mudar e sei que as pessoas também não vão. Vou ter de viver assim, às vezes sozinho às vezes bem acompanhado, e vamos levando. Vou me esforçar pra não me tornar uma dessas pessoas que somente se aproximam quando estão sozinhas e depois descartam quando arranjam alguém (s) novo (s). E vou me esforçar pra manter por perto quem está longe, ao contrário do que tenho sentido.

Tenho duas festas às quais não vou sozinho essa semana. È hora de começar a ter pra quem contar as novidades novamente...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

RETALHOS



Como diria Oscar Wilde meus amigos têm que
ter pupilas com brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Como é bom ter o ombro, apoio, estímulo, encanto dos amigos!
Tenho amigos de infância, e olhe que faz tempo...amigas que seguraram minha mão minutos antes de entrar na igreja para casar, que secaram minhas lágrimas no enterro de pais e irmã, sentaram aqui em casa e conversaram após cada aborto que tive, vieram para batizados, apresentações de balé e formatura, do jardim da infância à faculdade, das minhas filhas. Amigas que cuidaram dos meus cachorros, molharam plantas e visitaram mamãe para que eu pudesse ir à Europa, outras e outros que lêem o que escrevo, comentam, corrigem, sugerem, censuram ou aplaudem.
Já acompanhei amiga à prisão para visitar o filho dependente, já ofereci bolo e canja às doentinhas. Guardei segredos e fiz julgamentos, ouvi histórias de amor e de horror.
Amigos loucos tenho poucos, um pintor que perdeu esposa depois de ter pintado modelos nuas (a separação não aconteceu por causa da nudez, mas pelo sumiço de dez dias sem explicação nenhuma, após a sessão de pintura), outro pintor avesso à paternidade, que perdeu a esposa trinta anos mais nova ansiosa pela maternidade. Ele até hoje coloca uma mancha vermelha em todos os quadros para dizer à amada perdida que ainda a ama. Uma amiga desvairada que foi a Paris levando nove pares de sapatos e que justificou-se dizendo que Paris não poderia vê-la sempre com o mesmo calçado!!! Essa viaja, mesmo que seja por um dia, com o porta-malas cheio de roupas.
Tenho amiga que detestava a mãe, mas chora arrependida por não ter estado com ela até a morte. Com essa estou tendo um trabalho danado.
Tenho amiga que me quer por perto nos cursos mais loucos, nos médicos e festas. Tenho amiga que me mostra caminhos e avisa dos descaminhos.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Desisti de amigos a quem a falta de sinceridade fez esconder problemas, aqueles para quem tudo sempre vai bem.
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo / Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,/ Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,/ Que tenho sofrido enxovalhos e calado (Fernando Pessoa)
como poderia suportar tal perfeição?
E quero amigos alegres, não os que nunca dormem uma noite em paz, os que têm dores incuráveis, problemas incontáveis, angústias inenarráveis. Quero-os a rir de si mesmos, das bobagens, dos erros, das dores, da idade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.

Ah, bons e maravilhosos amigos que sabem a hora de abraçar e o tempo de tomar distância.Quanto os quero!
Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.


NOTA - Em negrito Oscar Wilde e Fernando Pessoa.


domingo, 19 de abril de 2009

Neither - Nenhum (dos dois)

"Quando vem a taciturna e poda as tulipas:
Quem sai ganhando?
Quem perde?
Quem aparece na janela?
Quem diz primeiro o nome dela"
Canção de uma dama na sombra - Paul Celan




Um losango segundo o dicionário é um “quadrilátero que tem os quatro lados iguais e ângulos iguais dois a dois. O mesmo que rombo.” Figura geométrica comum em roupas de palhaço, pijamas de criança, telas de segurança de náilon e alambrados de metal.
Muitos prisioneiros de guerra mesmo anos depois de salvos continuam tendo pesadelos com alambrados, afinal, em suas memórias muitas vezes são tão somente aqueles pedaços de metal trabalhados que os mantiveram cativos.

Desde a década de 80, as metrópoles passam por um processo de gradeamento, de segregação do está dentro contra o resto do mundo em busca de segurança. Se o tal alambrado pode manter dentro há de manter o inimigo fora também.
A sensação que se tem quando no centro da escultura/instalação Neither – Nenhum (dos dois) de Doris Salcedo é de inversão já que o alambrado salta das paredes num ato violento maculando o interno, criando cicatrizes no que deveria proteger. Há no ar uma ambiguidade, um misto de segurança acolhedora e medo latente. Uma presença, uma força poderosa e representativa que salta dessas paredes infames e mesmo assim inocentes.

A artista colombiana bebe na fonte do poeta alemão Paul Celan ao expor o medo da poda, da poda da liberdade de movimentação, de liberdade civil e da própria vida.
E fala do poder da força humana quando usada para oprimir, tem a violência do holocausto e da guerra civil de seu país no coração de sua pesquisa, expõe medos e não verdades absolutas.

Mas também discute a força opressora do cubo branco enquanto conceito estético no mundo das artes visuais. Criada para ser exibida na White Cube, galeria londrina de nome sugestivo, a obra ganha ainda mais força quando vista como o olhar atento, de crítica pouca velada, por parte da artista ao mundo da arte. O cubo branco como um espaço de autoritarismo, de imposição, até de possibilidades, mas nunca com uma saída.
A obra faz parte da coleção do Centro de Arte Contemporânea - Inhotim e teve seu pavilhão constuído de acordo com sua medidas originais.



sábado, 18 de abril de 2009

O SAMBA DO CRIOULO DOIDO...

Construção lembra modernidade. DESconstrução lembra pós-modernidade. Quando se fala em arte/decoração/design/arquitetura o termo empregado para essas manifestações é moderno. Da música diz-se contemporânea. Longe de ser popular, ela atinge um público restrito.
Em uma ida a São Paulo entre Bienal e Neurópolis escolhi a segunda opção sem pestanejar, afinal considero-me de vanguarda. A ópera urbana Neurópolis era o mais recente trabalho de Tragtenberg. O artista foi contratado para criar uma homenagem à cidade e apresentou na Galeria Olido uma orquestra bastante original. Convidei uma amiga para o sarau. Freqüentadora assídua de bons espetáculos, ela foi logo avisando com um certo desdém: vanguardista, ouvi dizer que o sujeito é muito esquisito. A música contemporânea utiliza várias técnicas estruturais, linguagem modal, serial, aleatória, politonal, atonal, estridências, ruídos, sistemas de notações não convencionais com crescente caráter gráfico. Hoje esses músicos usam até computador e outros aparelhos eletroacústicos, é muito esquisito, mesmo.
Como convidadas, nossas cadeiras tinham uma posição privilegiada, mas tanto a minha filha quanto a minha amiga Lenita abriram mão dos lugares numerados para ficarmos na última fileira, imaginando que se o negócio fosse realmente muito estranho sairíamos despercebidas. Quando o palco iluminou levei um susto. À direita estavam sentadas duas japonesas com roupas e instrumentos típicos, um deles parecendo um tear na horizontal. Em pé, ao lado delas um clone do Carlinhos Brown, lógico com um birimbau...
Percebi que havia dois repentistas e dois violeiros paraguaios. Todos em traje a rigor, alguns até parecendo absolutamente normais, menos o regente que vestia uma calça de brim caqui e camisa de algodão, criando um contraste...esquisito? Minha filha apontou para o velhinho negro e comentou: aquele senhor toca cavaquinho em frente ao Teatro Municipal.
Pensei... Neurópolis, uma ópera urbana ou o samba do crioulo doido?
A orquestra formada por músicos que tocavam em feiras livres, nas ruas, portas de igrejas, praças, estações de trem, metrô e de diferentes comunidades de imigrantes com suas melodias tradicionais e instrumentos típicos tornou-se o ponto de partida para a criação de Livio Tragtenberg e Fábio Tagliaferri para a ópera. Imaginem birimbau, acordeon, harpa, violão, cavaquinho, flauta e violino misturados a diversos instrumentos que como desconheço, não posso nomear. Por incrível que pareça, a mistura funcionou, conforme o proposto. A sinfonia urbana era um diminuto espelho da miscigenada São Paulo. O espetáculo começou e eu vibrei, pois à medida que o ouvido se abre, a percepção ganha em acuidade e diferentes graus de audição se desenvolvem. Em nossa sociedade saturada de sons, o prazer de uma verdadeira descoberta musical torna-se maravilhosa, porque cada vez mais rara. “Amo o que nunca existiu” dizia o pintor francês simbolista Odilon Redon, convidando-nos a continuar explorando os caminhos da descoberta. A pós-modernidade caminha na contra-mão do modismo. Ser contemporâneo é inserir-se plenamente na época em que se vive – tarefa da qual não se pode escapar não é Rosa Leda? – e ao mesmo tempo, libertar-se de códigos e convenções. Tragtenberg ao quebrar a hierarquia entre a música culta e popular, não só mostrou o grau de seu vanguardismo, como abriu caminho para a revitalização da musica em geral. Em tempo: minha amiga aplaudiu de pé.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não sei bem sobre o que escrever hoje...

Apesar de um final de semana absolutamente solitário - tirando a companhia de 6 horas do Arturo que veio colocar PARTE das cortinas no sábado e da Guadalupe que veio me ajudar com a faxina em pleno domingo de Páscoa - não tenho do que reclamar, o que prá mim é algo muito raro.

Passei as manhas entre a piscina e prá variar o Home Depot...mas acho que agora acabou. Faltam somente alguns pequenos detalhes... E ao menos nos próximos 11 meses, vou ter uma vida quase perfeita... quase porque ainda não comprei a churrasqueira... No domingo, pra nao passar batido, saí prá almocar as 6 da tarde e tomei uma boa cava enquanto escolhia entre o beaujulais e outros vinhos...Fiquei com o frances mesmo.... A comida, nesse local que é o meu favorito da cidade é também realmente boa.

O apartamento está montado, as plantas - árvores na verdade - estão no lugar e ainda saí prá balada todos os dias... De repente, descobri que GOSTO da balada... Não sei porque levei tanto tempo prá isso.

Apesar de estar a 120 km de distância saí todos os dias, prá lugares que provavelmente não iria em outros tempos... Chato é dirigir tudo isso de volta... E claro... basicamente tomei água e Red Bull somente..

Mas foi um final de semana prolongado legal. E descobri que apesar de poucas, há gente bonita nesse país.

A única coisa que está realmente me incomodando é que vou perder a aposta que fiz que perderia 15% de gordura corporal até agosto, já que estou ficando 15 horas por dia no trabalho e nao estou tendo tempo de ir à acadmemia.. Mas enfim...nem tudo é perfeito.

Não estou em crise existencial, as bolinhas estão sendo ingeridas somente dia sim dia não, estou satisfeitíssimo com o que estou fazendo profissionalmente e minha casa realmente é o local que mais me deixa feliz na vida...

Enfim... queria que todo mundo pudesse estar tão bem quanto estou.

Eu sóbrio e feliz estou me achando um chato. Vamos ver se na próxima semana tenho algo melhor pra escrever...

Acho que é só.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

BALADA PARA UM LOUCO

Os versos me rondaram todo o dia.
No bar de segunda classe um cantor velho, com terno surrado, ridículos sapatos com saltos duplos na tentativa de aumentar a figura atarracada entra com uma flor nas mãos. Olha dramaticamente ao seu redor, deixa a todos incertos sobre sua lucidez, dá passos trôpegos. Alguém chega a se levantar para ampará-lo e, supreendentemente, inicia a apresentação impecável.

BALADA PARA UM LOUCO
Astor Piazzolla / Horácio Ferres

Num dia desses ou, numa noite dessas
você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!

Mescla rara de penúltimo mendigo
e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.
Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,
as flores da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

Ah! ah! ah! Você ri... você ri porque só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu te ofereço uma bandeirinha e te digo:

Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.

Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
...talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.

Ah! Ah! Ah! Ah!

Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acrobata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueci teu coração, e de tão livre, chorarei.

Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!

Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci...
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um... um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!

Ah! Ah! Ah! Ah!...

Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!

domingo, 12 de abril de 2009

A cross the universe

A cross the universe, o documentário de Romain Gavras e So-Me sobre a turnê americana da dupla francesa Justice é um escândalo. O CD eu prefiro nem comentar porque é Justice, é ao vivo, é um luxo e basta.
Mas o documentário é perturbador no melhor sentido da palavra. Romain Gravas já havia dirigido Stress, o clip e mostrado que é filho do pai dele mesmo e que felizmente aprendeu muito de cinema com o Costa Gravas.
Sem nunca cair no básico de ser uma copilação de cenas de diferentes shows com cenas backsatge, o DVD é uma crítica bem pouco velada ao american way of life com denúncias brutais e cenas de dar vergonha alheia.
É um maluco, literalmente, babando preso na grade de segurança de tanta coisa na cabeça, o fã psicótico que tatuou a logo da banda, aquele que é um mix de cruz com caixão no peito E nas costas, um demente qu compra armas legais por onde passa PORQUE ELE PODE e um desfile de casas mega luxuosas e futilidades mil.
E sim, há cenas de backstage e ver a dupla acordando de skinny preta, jaqueta de couro e cara de poucos amigos naquele sol californiano é engraçado mas juro para quem puder ver, verá que essa é a parte menos importante do documentário.
Ah, o meu veio direto de Paris porque eu sou chic então não sei onde dá para achar no Brasil, mas nada que uma boa e velha visita a Amazon não resolva.

Abaixo o clip de Stress para ser visto afinal, não dá para não ver.



sábado, 11 de abril de 2009

Poetar...

Foi minha filha quem chamou minha atenção para a palavra. Poetar é igual a poetizar. Contar em versos.
Poesia... algo para ser sentido. Está tão próxima de nós, quer nas letras de música, quer nas brincadeiras infantis, quer em jornais ou livros. É só olhar em volta, pois ela está em todo lugar basta trabalhar a emoção, brincar com as rimas, fazer sons, jogar com as palavras, as imagens e a fantasia, decifrar metáforas, ler, sentir, escrever.

"Dançam, dançam os paladinos,
Os mágicos paladinos do diabo,
Os esqueletos dos Saladinos."


O verdadeiro poeta está além de seu tempo. Ser vanguarda é estar adiante de sua época. Daí a incompreensão e a rejeição sofrida por todos os grandes artistas. O poeta vê o que a imaginação comum não pode conceber. Essa passagem para o outro lado da existência, realiza-se ao preço de uma experiência catártica onde imperam a loucura e a maldição.
Arthur Rimbaud, autor dos versos acima, em carta a Paul Demeny escreveu: “o poeta se faz vidente mediante um longo e racional desregramento de todos os sentidos.” Ele não estava evocando a decadência do comportamento ou a degeneração dos valores, queria simplesmente romper as normas e convenções para perceber o desconhecido. Alcançá-lo é tornar-se sábio... A arte deve ultrapassar o limite do sabido, do conhecido, do visto, o poeta é o artesão de uma nova linguagem, um inventor com méritos diferentes dos de todos os seus antecessores.
Por exemplo: enquanto Baudelaire partiu da angústia de seus contemporâneos para nela se encerrar, Rimbaud pregou a filosofia feroz que “canta a danação do mundo”. Não surpreende que os surrealistas tenham considerado um irmão, o adolescente com cara de anjo encarnando um pequeno demônio. Aliás, não foi somente o surrealismo que se encantou com ele. Escrita quando estava entre os quinze e dezoito anos, sua obra inspirou o existencialismo e os beatniks. Quando minha filha comentou a beleza contida na palavra poetar, pensei em Rimbaud.
Nele a modernidade encontra seu mais ilustre representante e talvez seu mais severo crítico. Ele sentiu a aceleração do tempo e a renovação infinita das feridas por ele provocadas. Pressentiu a coisificação das relações humanas e a desumanização dos tempos pós-modernos. Só o verdadeiro poeta pode alcançar o fundo dessa vidência: “Vi o suficiente/Tive o suficiente/Conheci o suficiente... então abandonou tudo, pois a visão deve ter sido a de um pesadelo!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sobre o que conversam dois gerentes financeiros de 30 e poucos durante uma quinta feira meio da tarde...

Juliana Almeida dice: fui trocar o ovo
ai falaram
"nota fiscal"
eu falei "vc acha que comprei o ovo aonde na C&A?"
Andrè Luiz dice:
hahaha...
e ela?
nao...e outra coisa...que PORRA de vantagem voce tem em ir na loja TROCAR o ovo de pascoa?
Juliana Almeida dice:
eu falei "vc devia estar me pedindo desculpas e não a Nota, além de me dar o ovo errado me pede a nota"
Andrè Luiz dice:
imagina... ficou a manha toda planejando como dar o golpe da troca do ovo da kopenhagen.
Juliana Almeida dice:
ai ela falou "a só agora entendi, foi o ovo errado, pensei que quisesse trocar o sabor"
Andrè Luiz dice:
Meu...a galera viaja.
Juliana Almeida dice:
ai trocou
meu ridiculo
Andrè Luiz dice:
è ridìculo...
Juliana Almeida dice:
brasileiro é uma desgraça
por isso que nunca vou ter negocio no brasil, todos são retardados
Andrè Luiz dice:
uma vez fui trocar um sapato e o cara nao queria trocar pq disse que tava usado...
eu disse.. CLARO... eu sò descobri o problema porque usei..
Juliana Almeida dice:
ahahahahhahahaha
o meu ovo tava comido, imagina ela fala isso
hahaah
Andrè Luiz dice:
aì eu falei assim: escuta...ou voce troca essa BOSTA agora... ou eu quebro esse vidro do balcao e derrubo o computador...
Juliana Almeida dice:
dou com o ovo na cabeça dela
Andrè Luiz dice:
vai sair BEM mais caro que o sapato..
ele trocou.
Juliana Almeida dice:
hahahahaha
Andrè Luiz dice:
Outra vez no alfaiate nao sei o que ele falou que eu respondi assim.. Nao se preocupe... qualquer coisa eu venho aqui e dou uma bica em cada espelho de 3x 1 m que voce tem e sai bem maior seu prejuizo...
tipo...ficou olhando com cara de "Qume è esse demente"?
meu..povo louco...acha que ia tomar vantagem trocando uma PORRA de ovo de Pàscoa'
quero ir embora...
eu vou prà balada hoje e to ansioso..
hahahaha...sozinho...
Juliana Almeida dice:
hahhahahaahahaha
vou te mandar a resposta do sac da kopenhagen
Andrè Luiz dice:
o que eles disseram
?
hahhaa...voce ja notou que ocmo somos perfeitos e o mundo nao è... tudo de ruim acontece conosco...eu sou o REI do SAC.
preciso abrir uma conta no personalitè...
Juliana Almeida dice:
gente dá vontade de ligar para o Dona da kopenhagen que tb conheço
o dono
Andrè Luiz dice:
hhahhaa...vc è MUITO cuzona...
Juliana Almeida dice:
sou mesmo
adoro dar o cu
haha
aluguei 4 filmes
Andrè Luiz dice:
que filmes? porno de dar o cu?
Juliana Almeida dice:
hahaha
queime antes de ler
nem lembro
nem sei pq lembrei disso
o que importa isso pra vc né, como sou retardada
Andrè Luiz dice:
pois è...tìpico das nossas conversas.
Juliana Almeida dice:
algo sem noção do nada
Andrè Luiz dice:
se for olhar... de tudo o que falamos, uns 1% sao realmente necessàrios..
qualquer dia eu vou copiar e colar e postar no blog.
Juliana Almeida dice:
o que importa é que vc vai para balada sozinho
nada é necessário
só idiotice
vc tá vnedo minha foto
°?
Andrè Luiz dice: desde ontem....
vejo essa foto..
meu... eu reli nossa conversa...è ABSOLUTAMENTE INUTIL...
NADA se aproveita.
e eu continuo recebendo o porra do email do cardapio do bandejao da firrrrrma em SP...
PRA QUE?
Jà pedi mil vezes prà me tirarem do mailing

terça-feira, 7 de abril de 2009

O que voce fez no sábado a noite?

O post foi escrito no sábado a noite, embora postado somente hoje... Em um determinado momento, enquanto esperava a máquina de lavar terminar o processo de lavagem dos panos de chao fui ler o blog e vi que a Janaína já tinha postado, o tema de sempre "mulher é burra" e a Roberta tinha comentado sobre meu post anterior.

Na verdade vou admitir: quando vi que estava limpando o ralo da lavanderia no sábado a noite, eu realmente tive duas opcoes: ou pular da varanda ou postar...Fiquei com a segunda. Até porque, a tábua de passar estava pronta já prá parte dois do sábado. Nao morreria com uma pilha de roupa prá passar na cozinha...

Quando vi o que estava fazendo e como tinha sido minha semana depois que decidi ser um canalha, fui obrigado a postar naquele momento. E tomei OUTRA decisao. A partir de agora eu sou um canalha e voces leitores serao meus terapeutas... Portanto, comentem... porque eu preciso de ajuda... E vou dizer por que.

Na sexta feira, um amigo do Juliano que mora aqui no México e que me foi apresentado por meio do Facebook, comentou que ia fazer uma festa em sua casa na Cidade do México para vários brasileiros. Fiquei excitadíssimo, tomei o GPS do chefe emprestado e sexta as 20:30 saí de casa destino ao DF. Lá chegando, me surpreendi com minha desenvoltura admito... Chegar a casa de alguém que nao conheco, prá um aniversário de alguém que nao conheco, só com gente que nao conheco foi um passo grande prá mim.

Foram chegando várias pessoas, em sua maioria brasileiros.Papo vai papo vem, notei que passei a noite toda conversando com um casal que está no México a 4 meses, SENSACIONAL, mas que totalmente foge ao objetivo que estou buscando aqui.

Conclusao: o casal foi embora e na festa com 50 pessoas estava de repente sozinho e sem assunto com mais ninguém.

Aí é que entra o apoio terapeutico: Como uma pessoa pode ficar sem assunto numa festa com 50 pessoas? Formulando melhor a pergunta: Como faco para ser legal? Só isso preciso saber...

Eu cansei de mim mesmo... Cansei de quem eu sou.

Na festa estava o aniversariante escritor, os brasileiros Expat baladeiros, a louca que morava aqui e agora mora em NY, vários mexicanos que faziam sei lá o que e o casal MAIS ordinário da balada foi com quem fiz amizade. Mais uma vez, eles sao sensacionais e nao tem nada a ver com meus problemas. Mas nao é possivel continuar assim.

Essa é a idéia... Preciso conhecer pessoas diferentes, falar de coisas diferentes... FAZER coisas diferentes... E nao sei como fazer essa transicao.

O QUE TENHO DE FAZER?

Enfim... O post já tá longo demais.. e provavelmente vou voltar nesse assunto de me tornar alguém diferente várias outras vezes... Só peco por favor... que me ajudem a melhorar. Fiquei sabendo que nao é adequado fazer terapia em outro idioma porque minhas memórias estao em portugues - até faz algum sentido isso - entao, conto com voces prá isso.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

PERDAS E DANOS

A mulher entra no escritório com passos firmes, abraçada à sua bolsa Victor Hugo. Uns trinta e oito ou quarenta anos, bonita, elegante, recendendo CK B, toda machucada.
Queria ser acompanhada à delegacia da mulher para fazer um laudo. Fora espancada pelo marido.
Antes era preciso que me contasse o que estava acontecendo.
Foi clara e sintética. Separada há dez anos, de vez em quando precisava conversar sobre os filhos, a casa e outras tantas coisas. Ele, sempre sem dinheiro, preferia não gastar com restaurante. Encontravam-se na casa dela.
As crianças iam para a avó.
Ele adorava spaghetti e ela fazia um molho sensacional. Arrumava uma bela mesa -por amor aos filhos. Sabendo quanto ela aprecia vinho ele chegava com o melhor, afinal haviam economizado o restaurante.
Batidinhas com lascas de parmesão e mel, ele adora, abriam o apetite enquanto o cheiro do molho inundava a sala.
Com o spaghetti, o vinho. Brindavam, conversavam, e então pintava um clima. Ele dormia lá... por uns meses. Um dia perdia a paciência, dava-lhe uma surra e ia embora. Mas o tempo passava, era preciso falar sobre as crianças, coisas da casa pra consertar, telefonava, convidava para o spaghetti, ele chegava com o vinho e depois de uns três meses perdia a paciência.
- Por que convida?
- Pouco dinheiro, não posso deixar que gaste com luxos. Comer em restaurante é uma fortuna ele estaria gastando um dinheiro que poderia dar para as crianças...
Parecia um amor eterno.
Tentando se justificar ela disse:
- Doutora, eu acabo sofrendo danos porque não quero ter perdas, a senhora entende?

domingo, 5 de abril de 2009

Ai como a gente é burra

Sim, fui ver Ele Não Está Tão a Fim de Você. Já havia lido o livro, que inclusive é de uma verdade brutal, e fui ver o filme. Bom, claro que o filme tem muito pouco a ver com o livro. Mostra lá as mulheres sendo patéticas enganando a si mesmo em relação aos homens imprestáveis que todas já tiveram na vida, mas acaba se perdendo em hollywoodinices. Não que o filme não divirta, longe disso, o longa é uma graça, o elenco é fofo, a plateéia se diverte mas o filme está longe de ter o impacto do livro.
Aí mal havia saído do cinema e já em enfiava em uma roubada.
Meninas, aprendam:
Se um cara está realmente a fim de você ele vai ligar e te convidar para sair e não te elogiar e pegar o MSN da estagiária, sacou?
Então é isso, tenha sempre em mente:
A única responsabilidade num lapso de julgamento de alguém é com você mesma.
E a semana foi boa boa boa. Teve lançamento do DVD do Vanguart no Studio SP, lançamento do DVD dos Inocentes no Vegas, cerveja ente amigos na Dida e yakissoba com brigadeiro nas Irmãs Cruz.
Acho que finalmente saí do momento de tormenta máximo no trabalho e volto a ser ser humano. UFA!

sábado, 4 de abril de 2009

Sonhei com o mundo fantástico de Bosch

Marx nunca trabalhou vivendo da herança recebida do avô e depois dependente economicamente de Engels. Talvez por isso tenha se preocupado tanto com o capital, dos outros, bem entendido. Declarou que a existência de um homem definia sua consciência. Traduzindo: do modo como uma pessoa vive deduz-se a maneira como pensa. Xi, eu não sei por que estou escrevendo isso. Vejo muita televisão, em conseqüência, estou sofrendo do consumo abusivo de pipocas e tendo alucinações.
Noite dessas sonhei com um país onde se come churrasco bebendo vinho. O rei tinha cara de sapo e as visões eram dantescas. Parecia quadro de Bosch. Nesse lugar ocorriam fatos estranhos, mortes mal explicadas, roubos, fraudes, violação dos direitos individuais, dinheiro dentro de cuecas, testemunha transformada em réu e ironia das ironias: o reino dando uma província e uma estatal de presente para o vizinho, enquanto a depressão econômica se instalava.
Como Erich Fromm, meditei: o perigo para uma nação não é o sádico, mas o homem comum com um poder extraordinário. Vamos aos fatos. Havia um fraudador, acusado de idealizar um esquema de corrupção, usando todos os recursos para se safar do crime. Acabou fora de corte e vaiado pelos estudantes que comem pão de queijo. O mandarim colocou as barbas de molho, passando a discursar em linguagem artificial e ambígua afirmando ser o único homem decente do reino, cujo nobre objetivo é transformar a monarquia em república socialista. Como Lênin ou Stalin? Para alcançar a meta, os meios transformaram-se em necessidade divina, e os métodos empregados são medievais. Pensei em Maquiavel, coitado desse bom homem tão mal falado. Contou o que viu e ouviu, passando para a história como o pai de todas as maldades.
No sonho vozes dissonantes manifestaram-se desencantadas. Só os intelectuais calaram. Crescente revolta tomou conta de muitos e uma ovelha desgarrada deu até bengalada... O povo riu. Esse riso pode ser o começo do fim. O escolado parlamento percebeu algo e dispensou todos os diretores, dentro da lógica vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Afinal, nunca se viu tanta corrupção. Enquanto isso aquele que nada vê e não sabe de nada luta para se perpetuar no poder, continuando com sua atitude de fuga do real. Não do vil metal, da realidade. Parte da população não acredita na possibilidade de um governo honesto, pois está presenciando os acontecimentos sem que haja responsabilidade maior. Todos são inocentes! As normas afrouxaram e os valores tremeram. Aliás, nem mesmo existem nessa terra de ninguém, onde a ética e a etiqueta foram demitidas. Nesse mundo fantástico o vale tudo é comandado pelo tudo é relativo. Culpa do Einstein... Acordei com este cientista maluco mostrando-me a língua... Eu juro, nunca mais vou comer pipocas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Procura-se afeto

Os gatinhos estão bem maiorzinhos e cada dias mais lindos. Eles só precisam de um poquinho de amor e atenção e dão em troca todo o amor mais verdadeiro e fiél do mundo.

Olhem essas carinhas lindas e ADOTEM!!!!!!!!!!!



quinta-feira, 2 de abril de 2009

ela

quando ela voltou a si, os lábios dele percorriam suas costas.
de fora a fora. subindo e descendo. tesão em ritmo de bolsa de valores a cada toque da língua, ávida por mais.
ela nem se lembra como tinha chegado ali.
só sabia que não queria ir embora.
a tal língua não demorou para encontrar novos territórios e despertar velhas sensações.
os gemidos ganham força. o prazer mostra sua cara, escondida na máscara da boa filha-secretária-mulher pra casar.
eles ficam de frente um pro outro. rostos em estréia. mas pareciam velhos conhecidos.
safados. especializados. pós-doutorados.
os beijos já não eram mais inocentes há tempos. cada encontro das bocas se transformava em um pedido de mais.
com os lábios, ela descobria cada detalhe de sua futura ex-aventura.
com as unhas, tatuava o corpo dele a cada violento suspiro de êxtase.
com o corpo, trocava temperatura. sensações. desejos.
sussurrou algo no ouvido dele - perdoe-me, eu não teria a coragem de reproduzir aqui.
recado dado.
de repente, não existia mais espaço para romantismo, cd do djavan, velas acesas.
o chão sujo, entre algumas roupas suadas, copos de vinho e contas a pagar, virou berço do prazer.
nele, ela e ele se encaixaram.
selvagens. delicados. pornográficos. sensíveis.
gemidos. gritos. ofensas. elogios.
enfim, vida. plena.
quando ela voltou a si, estava na mesa do trabalho, maltratando o teclado durante um memorando.
nem se lembra como tinha chegado ali.
tirou o espelho da bolsa. nada daquela máscara borrada.
ficava bem melhor sem ela.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Antídoto contra o cinismo

Dando continuidade nas cronicas aéreas... tinha uma cronica do meu regresso de Brasilia este fim de semana...Uma verdadeira ode ao cinismo como maneira de enfrentar os dissabores da vida.. Bem... voltando pra casa agora uma pichação gigante na Augusta me chamou atenção: O AMOR IMPORTA, PORRA!!!
Just do that & Keep it simple. Yes we can.....