segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Frequentemente foi classificado como um "poeta maldito" e, de fato, em sua poesia evoca muitos poetas que são tradicionalmente considerados malditos, citando-os nominalmente grande parte das vezes. É o caso de Álvares de Azevedo, Antonin Artaud, Rimbaud, Sade e Pier Paolo Pasolini entre outros
Roberto Piva tornou-se cultuado pela sua poesia experimental e onírica, com referências que vão de Dante Alighiere à geração beat norte americana. Recentemente, toda sua obra foi republicada pela editora Globo em três volumes:
Um estrangeiro na legião
Mala na mão e asas pretas
Estranhos sinais de saturno

Ainda mais recente é o livro Paranóia, originalmente lançado em 1963 e republicado em 2009 pelo Instituto Moreira Salles. Nele, 19 poemas de Piva são ilustrados pela fotografia do artista plástico Wesley Duke Lee. Retrata uma São Paulo caótica e maldita. Roberto faleceu em julho passado.


Paranóia

Eu vi uma linda cidade cujo nome esquecio
nde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos
com lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões
para pequenos paquidermes que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros
para os telhados estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizontebranco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas das beatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da imaginação

domingo, 29 de agosto de 2010

Row

"Pela ordem. A) Não gosto de pensar que você é a oposição. Não é assim que penso em você. B) E essa história de "ter o direito de viver" Eu gostaria de pensar que você já vivia, mesmo antes de nos separamos. E como venho tentando explicar para você, eu não tenho certeza se estou vivendo. Não no sentido que você menciona. Seja como for. Nós estamos nos desviando do assunto. E o assunto é... você conheceu alguém."
Juliet, nua e crua - Nich Hornby


No meu recente ímpeto literário comprei (sim sim, estou gastando muito dinheiro em livros ultimamente eu sei) e li Juliet, nua e crua, o mais novo romance de Nick Hornby, um dos meus autores favoritos.
Não li em dois dias como o Martin Page, até porque são 157 páginas contra as 269 de Hornaby. Mas li em uma semaninha em todo e qualquer intervalo que tive entre atividades supostamente mais importantes.
E, obviamente, adorei. O livro, criticado por muitos por ser anti cultura pop, é uma delícia. E não é anti cultura pop. E não é maldoso. E não vai contra tudo o que Hornby escreveu até agora.
O autor mostra o fim do relacionamento entre Duncan, um fã fanático (pleonasmo eu sei mas é a única forma de descrever o personagem e o grau da sua loucura) que trai a namorada Annie causando assim a ruptura do relacionamento que já não andava bem, enquanto no meio disso tudo, Tucker, o ídolo pop aposentado e misantropo de Duncan, relança uma versão sem tratamento de seu álbum de maior sucesso.
Talvez um pouco mais doce e bondoso do que os anteriores, se bem que Hornby sempre foi deveras gentil com seus personagens imperfeitos e seu público tão incerto quanto, Juliet mostra dúvidas e incertezas eternas na vida dessa geração que foi adolescente nos anos 90, ouvindo pop rock inglês e que ainda não tinha O ORÁCULO google.
Vamos combinar que hoje em dia quase tudo se resolve via google. Wikipedia também ajuda. Ok, talvez nada se RESOLVA mas tudo é muito bem analisado e pesquisado de uma forma sem precedentes.
E aí que as opções nem sempre tão são simples, e o azul do céu tão plácido e o acorde tão bem colocado. Mas já estou divagando.
Resumindo, leiam Juliet. E juro que não estou trabalhando para a Editora Rocco.

sábado, 28 de agosto de 2010

RENASCIMENTO 2.0

Ben Shneiderman escreveu um livro sensacional "O Laptop de Leonardo". Só a título de informação como a velocidade da comunicação hoje é instantânea igual a café solúvel, ele deve estar defasado. Tenho um nettop. Será assim que se escreve? Não que eu seja uma expert em informática, a necessidade - ela atende pelo nome trabalho - me obrigou a comprá-lo. Deve ter gente perguntando: não postou por que? Deixei com minha secretária, razão pela qual fiquei incomunicável. O que o livro tem com o assunto? Tudo. O Ben escreve sobre aquilo que os computadores podem fazer... pelos usuários!!!!!!!!!
Fico imaginando quando o sonho dele vai se tornar realidade e deixar de ser motivo de frustração para os pobres, sem qualquer parentesco com Da Vinci. Quando essas novas tecnologias vão realmente permitir que os não Leonardos da vida poderão relaxar e apreciar as atividades relacionadas a esse tal de Renascimento 2.0.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dia da Lua... sorria! Não sei se é verdade mas dizem que essas leis existem

No Tennessee há uma lei que proibe dirigir dormindo…

Em Nova Iorque, a pena para se jogar de um predio é… a morte. (Isso se já não tiver morrido)

Em Atlanta, é proibido amarrar uma girafa a um poste de luz.

Em Seattle, é proibida a entrada de monstros nos limites urbanos.

Em Chicago, é proibido comer num lugar que esteja pegando fogo.

No Alabama, é proibido jogar dominó aos domingos.

Também aos domingos, em Nova York, é proibido passear com um sorvete de casquinha dentro da bolsa.

No Kentucky, a lei manda que as pessoas tomem banho pelo menos uma vez aoano.

No distrito de Columbia, Pensilvânia, é proibido dormir num congelador.

Em uma cidade do Connecticut chamada Devon, é ilegal andar para trás depois do poente. ( Michael Jackson era proibido de fazer show nesta cidade?)

No Texas: quando dois trens chegarem juntos num cruzamento de vias, ambos devem parar completamente e nenhum deve seguir adiante até que o outro tenha ido. (Eita, então o que fazer?)

domingo, 22 de agosto de 2010

Explodiram o Parque Lage

Sim, fui num domingão desses bauruenses ver Os Mercenários. Para os que não sabem ou não se lembram, o filme foi rodado no Brasil ano passado e causou um auê.
Eu, por absoluta coincidência, estive no Rio de Janeiro no mesmo período em que parte das imagens eram rodadas na cidade maravilhosa e para minha surpresa máxima, estive com três amigos no Parque Lage no dia em que cenas de Sly seriam rodadas no local. O Parque Lage, aquele prédio lindo e sereno estava sendo maquiado para servir de locação ao papa do filme de ação. Ih, rimou!
No filme, que felizmente se passa eu um país imaginário nos poupando do mico, o casarão foi transformado na casa do vilão fantoche e ao final (bom, vamos combinar que isso não pode ser chamado de spoiller mas quem não quiser saber que pare de ler agora), voa pelos ares!
O filme? Ah, está fazendo um sucesso avassalador e bateu Julia Roberts nas bilheterias americanas e reúne em pouco menos de duas horas todos os astros de ação que eu conseguia lembrar (com exceção do bizarro/delícia Vin Diesel) e tem UMA piada engraçada.

Na foto, eu e Lívia na piscina do Casarao e o espaço já sendo ocupado por câmeras...

sábado, 21 de agosto de 2010

Honoráveis Bandidos

Palmério Dória é jornalista investigativo e escreveu diversos livros dentre eles Honoráveis Bandidos, que dá titulo a essa crônica. Trata-se de uma biografia não autorizada da família Sarney. São anos e mais anos de história do Brasil. Se fosse a Ana Carolina, a cantora, ela diria desde Cabral. É parece que o país não prospera por conta de uma classe política corrupta dominando do Acre ao Rio Grande do Sul. Dória é um sujeito corajoso ao contar os fatos, citar datas, dar nomes aos bois e as boiadas.
Só faltam números de telefones, pois as pessoas citadas são nossas velhas conhecidas. Haja estomago para ler sobre as atividades do senador em sua vida pública.
Mas, a bem da verdade esses escândalos seguem a família do presidente do senado desde a década de 80, quando seus filhos e netos foram acusados por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro além das fraudes na licitação da ferrovia Norte-Sul.
As novas revelações não surpreenderam, mas colocaram o senador José Sarney novamente no olho do furacão e o livro não deixa pedra sobre pedra. Pena, o povo ser desestimulado a ler senão o autor do livro estaria milionário, tal e qual o Dan Brown. A diferença é que um escreve ficção e outro fala da realidade, da pobre realidade de um estado mais pobre ainda...
As falcatruas estão tomando proporções enormes e novos fatos são descobertos diariamente. As desculpas são pífias. Mas, como diz o refrão popular tudo na vida tem volta. Terá o céu se transformado em inferno na vida da honorável família?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cuidei de meu neto e quase esqueci de postar... Em todo caso, ainda não é meia noite e meu compromisso está sendo honrado.


Observou o carro com insulfilme escuro.
Sentia-se fraco mas procurava se esconder indo de um ponto ao próximo objetivo como vira tantas vezes em filmes de guerra.
Ao longe uma grade retorcida, devia ser o portão. Caminhou célere em sua direção. Acabara de vencer o último espaço sempre se escondendo atrás de árvores e lápides quando viu o automóvel preto chegar. O homem que saiu dele voltou-se para seu lado e disse:
- O que pretende? Ninguém sai daqui antes de falar comigo.
Manteve-se quieto, afinal o homem poderia não estar falando com ele mas, em seguida, perdeu a ilusão pois o homem falou mais alto:
- Josué, venha cá. De nada adianta ficar aí encolhido. Enfrente a realidade, chegou sua hora.
Hora do quê? Tremia a ponto de ouvir seus dentes batendo e sentia um medo danado mas, sem dúvida, o sujeito queria falar com ele. Levaria um tiro logo que saísse de trás de sua proteção? Quantas pessoas mais haveria no carro? Deveria tentar fugir?
- Nem pense em fugir, Josué. Não há escapatória.
- O que eu fiz? Onde estou? Quem são vocês? Por que devo falar com você antes de sair daqui? Que lugar é este?
- Eu faço as perguntas – disse o homem - você responde. Começo inquirindo: por que saiu de lá?
- Saí de onde? Se você está falando daquele buraco onde me trancaram, a pergunta não tem cabimento... qualquer um tentaria escapar.
- Na sua situação todos têm que ficar lá.
O homem parecia de poucas palavras e havia tal autoridade e solenidade na forma como se expressava que sentiu-se constrangido de falar mais, de insistir na pergunta. Instintivamente baixou a cabeça como se alguma força a empurrasse para a frente. A parte de trás do pescoço tinha a pele muito esticada, fechou os olhos e por sua mente passaram, com a rapidez de um raio, milhares de cenas de sua vida. Agora lembrava de tudo!
- Entendeu por que? perguntou o juiz. Agora o identificava como tal.
- Estou morto? É isto a morte?
- Não, isto é um presente, uma degustação da vida eterna... Pouquíssimos o recebem.
- ...mas estou vivo ou morto? Que raio de presente mais assustador é este? Você é Deus?
Pela primeira vez assomou um sorriso à face séria do homem.- Isto é uma degustação. Aprecie, não pergunte.

domingo, 15 de agosto de 2010

Sem lembrança

"A separação é vivida com um atentado planejado meticulosamente, pois a bomba foi colocada bem no nosso coração: é impossível escapar da viol~encia de sua deflagração"
Martin Page


Recentemente fui membro de uma comissão para premiar espetáculos inéditos de teatro. Li muito. Ao todo eram 400 projetos. Quase fiquei louca! Mas foi genial. É uma delícia ler propostas criativas. Sonhos e imagens que podem ou não vir a se realizar. Idéias.
E com isso, além dos 400 projetos, acabei comprando alguns livros por me interessar por citações bacanas.
Talvez uma história de amor, de Martin Page, foi o primeiro deles. Curiosidade aguçada a partir da história desse rapaz que chega em casa e ouve um recado de uma garota declarando o fim de seu relacionamento, relacionamento este que ele não se lembra, assim com da garota.
Lembrei de o O brilho eterno de uma mente sem lembrança, um dos meus top 10 filmes definitivos, e li o livro em 48 horas.
Com frases incríveis, sacadas filosóficas e um protagonista doente e de fácil identificação, a leitura flui. Não posso negar que meu lado romântico hollywoodianamente pervertido ficou decepcionada com o desfecho. Mas, por favor, não me entendam mal, o livro é bom. Agora fiquei curiosa pelos outros títulos do autor...

Segue trecho de Talvez uma História de Amor, de Martin Page, traduzido por Bernardo Ajzenberg
“…

Depois de desligar da tomada o abajur da mesa para ligar a do aparelho da secretária, Virgile apertou o botão de leitura. A mensagem apareceu.

- Então essa mulher o deixou – disse a psicanalista.

- Não exatamente.

- Mas ela disse isso claramente. Você é que não está aceitando.

A doutora Zerkin acreditava ter posto o dedo na ferida. Afinal de contas, os dois conheciam a situação da vida sentimental de Virgile: que ele provocasse a ruptura por parte de alguém era algo bastante plausível. Como os fenômenos das marés ou da migração das aves selvagens, fazia parte da ordem natural das coisas. Virgile sentia-se feliz por poder contradizê-la e, pelo menos uma vez, com razão.

- Nós não estávamos juntos. Nem sequer a conheço.

A doutora Zerkin segurou os óculos entre os dedos e começou a limpar as lentes. O caso a interessava. Após uma jornada inteira ouvindo neuroses clássicas, não tinha nada a opor a um pouco de fantasia. Recolocou os óculos e afastou as mãos num gesto de interrogação.

- E como você interpreta isso?

- Não quero interpretar. Quero entender.

- Ah, é?"


sábado, 14 de agosto de 2010

Penada?

Uma amiga tomou posse recentemente em um cargo público e está dirigindo um departamento de museus. Dia desses estava ela sentada em sua nova mesa trabalhando quando foi abordada por um homem ainda jovem, bem vestido, que fez a seguinte pergunta: a senhora também é penada? Ela riu e respondeu que de certa forma não deixava de ser! Pensei: uma penada envolvida com atualização e reforma do complexo museológico de uma cidade em desenvolvimento. Deixe-me esclarecer que o termo não significa alma do outro mundo, uma alma penada. A referida amiga está "vivinha da silva" e de olho no curto tempo que terá para realizar seu projeto. Mas, o que é um penado? Trata-se daquele que cumpre uma pena alternativa. Por exemplo, um motorista com carteira vencida ou que ultrapassou os pontos e tem a habilitação retida por alguns meses, outro que roubou a galinha do vizinho ou pegou um pote de margarina no supermercado...
Na prática, a população não consegue medir a aplicação dessas penas e muito menos verificar se são realmente cumpridas. Do meu ponto de vista essa solução intermediaria passa a sensação de impunidade, porém o fato de evitar que o sujeito vá para o cárcere é uma atitude positiva, pois o não contato de praticantes de pequenos delitos com bandidos perigosos parece salutar.
Trata-se de um mal menor. Às vezes acho que a ideia real era diminuir a superlotação dos presídios ou reduzir os custos do sistema penitenciário, sei lá. Visualizem a diretora dos museus de pijama listradinho. A semelhança com as prisões que vemos em filmes americanos está longe de ser verdadeira, começa e acaba no traje. Bom, mas de qualquer maneira ela seria uma penada e não uma condenada, então não adianta ficar imaginando a cena. Mas, como os penados entraram em nossas vidas? Foi através da nova lei 9 714/98, que ampliou as hipóteses das punições restritivas. Uma delas seria a prestação de serviços a entidades públicas. Algo meio simbólico, porém uma pena para o cidadão não ficar impune. A prisão é para casos de efetiva gravidade. Entenderam? Nem eu, pois nunca ouvi dizer que colarinho branco com dinheiro na meia ou cueca esteja "morgando" em algum presídio do país.
Mas, os penados acabam quebrando o galho de muitas localidades, tais como secretarias de estado, casas de cultura, prefeituras, etc, etc. Pintam paredes, praticam jardinagem, limpam banheiros, varrem ruas, dentre outros serviços. Será que tem algum que toca piano ou outro instrumento qualquer? Afinal está se falando em cultura... Organização de um sarau, deve ter entre eles, alguém que seja bom na cozinha e a festa estaria pronta! Talvez um padeiro... Imaginem aquela torta de limão que a vó Benta fazia? Vai que algum penado era neto dela... Ah, eu quero um para cortar grama e colocar minha roupa no varal e você?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Apostasia

A grande mídia tem alardeado nos últimos dias a repercussão internacional do caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por lapidação pelos tribunais de seu país. Seu crime teria sido o adultério, mesmo estando seu marido...morto há algum tempo. Muitos movimentos mundo a fora tentam conseguir a clemência do governo persa para a condenada, tendo havido, inclusive, uma manifestação – mais hilária do que eficiente – do presidente Lula, no sentido de oferecer asilo à mulher.

É bem verdade que fica bastante difícil para os ocidentais – e mais ainda para os brasileiros – compreender a estranha figura jurídica do adultério cometido em face de um morto. Muito provavelmente o laço que une os casais segundo a lei islâmica é definitivamente inquebrável, desdenhando até da “única certeza”. Mas como a análise jurídica de leis (e crimes) pouco ortodoxos aos nossos olhos pode fazer-nos cair num ocidentocentrismo desavisado, é melhor que evitemos as teorizações sobre a “charia” – a lei islâmica – e busquemos uma compreensão mais pragmática do caso.

O Irã tem estado ultimamente nos noticiários, menos no caderno internacional e mais próximo das páginas policiais. Na condição de pária da comunidade internacional – exceto pela aproximação de Brasil e Turquia – o Irã reforça a autoridade de seu governo perante sua própria população com uma postura agressiva, autoritária e que simplesmente desdenha dos pactos internacionais de Direitos Humanos outrora firmados. A título de curiosidade, podemos apontar o fato de ser o Irã o país que mais tem menores de 18 anos no corredor da morte. Os dados são imprecisos mas ao que tudo indica 114 jovens, meninos e meninas, aguardam execução. Ainda, segundo dados do Iran Human Rights, mais de uma pessoa é executada por dia naquele país, e o número de condenações é crescente.

A lista de crimes que pode levar à pena de morte não é pequena. Além do assassinato – crime para o qual a pena de morte ainda é admitida em certos países ocidentais -, o Irã também pune com a pena capital o estupro, o roubo à mão armada, seqüestro, tráfico de drogas e o adultério feminino. Silencia, contudo sobre o adultério masculino.

Mas o crime mais complexo, de difícil definição, passível de pena de morte é o que se costuma chamar de “apostasia”. Para aqueles que, como eu antes de decidir escrever esse texto, não sabem o que é apostasia, aqui vai uma explicação. O apóstata é aquele que se desvia de seu caminho com deus. Em outras palavras, a apostasia é o ato de deixar de praticar uma específica fé religiosa. No caso do Irã, aqueles que deixarem de ser muçulmanos poderão ser condenados à morte, em virtude do crime de apostasia.

É curioso como esse fato, por si só, evidencia o abismo que separa o mundo ocidental contemporâneo do Irã. Afinal, mais do que uma simples legislação penal, a definição do crime de apostasia se baseia numa visão de mundo que despreza a mudança e que não tolera que o indivíduo pense por si só. Não admite que ele mude de idéia. Não vê a mudança como um elemento natural da existência.

E, no fundo, o crime de Sakineh, que aguarda para morrer, foi unicamente querer mudar, e continuar a viver, mesmo depois da morte do marido.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CARTA A ROSA

Querida Rosa Bertoldi, o mesmo vírus que atacou você me pegou de jeito. Quiçá conseqüência dos anos vividos, quiçá reflexo dos tempos bicudos, quiçá efeito tardio da miséria vista nas férias passadas, o fenômeno virótico tem se manifestado quando, postada à frente do computador, tento escrever algo leve e atual para o blog. Não sai.
Tenho escrito contos lúgubres mais para Poe do que para L F Veríssimo.
O fato é que nem por e-mail têm chegado mais piadas de tipo nenhum, o humor bateu asas. O falso sorriso da Dilma? A cara preocupada do Serra? A gesticulação irritante do Lula nos seus ternos impecáveis e com o cabelinho meticulosamente arranjado ou desarranjado, conforme a situação? A cara de madona arrependida de dona Marisa? A perspectiva de uma massacrante campanha? Os policiais corruptos, a violência dos bandidos, os assaltos, roubos, furtos? Os oito filmes ruins em exibição nesta cidade? Quem assumirá a responsabilidade pelo seqüestro do nosso humor?
Melhor que pedissem resgate, pagaríamos, e que o devolvessem.
Por isto, minha querida amiga e xará, não se preocupe, obedeça às recomendações dos que afirmam ser essencial o pensar positivo, aliás você já leu o Código Isaías? Controle seus pensamentos, vírus não têm vida longa. Aguarde.
Um carinhoso e virótico abraço

domingo, 8 de agosto de 2010

Nostalgia

"Puta que pariu. Odeio este troço todo. A que idade a gente tem que chegar para que isso pare?"
(Nick Hornby - Alta Fidelidade)


Sim, esta é uma postagem retroativa. Pensei muito, muito, muito e o post da Rosa Bertoldi também me abalou de certa forma. Sim, ao longo da vida mudamos e muito. Eu, por exemplo, ja fui muito mais divertida. Eu já fui uma pessoa bem mais divertida. Eu já li mais. Já fui mais bonita. Mais saudável. Menos stressada. Mais querida. Com mais amigos. Eu já fui mais baladeira. Já beijei muito mais. Amei loucamente mais. Já viajei mais. Comprei mais roupa. Eu já fui mais ao cinema. Saí mais pelo mundo. Já dei mais a cara a bater. Mas tudo é momento, né?
Se hoje sou uma pessoa pior? Longe disso, so que de vez em quando tenho saudade de mim mesma e dos textos engraçados e divertidos que eu escrevia. Tenho saudade de ser passional e ouvir tango (ou Ramones) dentro da minha cabeça.
Ai eu vejo uma coisa como essa cena de Friends abaixo e disso tudo tiro uma unica conlusao: acho que estou precisando me apaixonar. Perdidamente. Preciso voltar a ser passional e a sentir a pele arder e os olhos queimarem.
Mas será que essa coisa toda novelesca existe nesmo? Ou eu sou tão errada assim? Não que nunca tenha gostado de pessoas. Acho até que já amei. E sofri atrocidades e o moço casou com outra e foi isso. Eu segui com a vida.
A questão é que espero demais. E cobro demais. E imagino demais. Quero colo, alguém que me queira, que demonstre que me quer, afinal, a propaganda é a alma do negócio, e que tenha a ver comigo.É pedir muito?
E afinal, com que idade essa porra toda para mesmo?!



sábado, 7 de agosto de 2010

Não Identificado!!!!!!


Desconfio que eu estou de mal com o planeta Terra. Estava lendo meus textos antigos e bem humorados e me dei conta que minha escrita ficou histórica, pesada e sem graça. No ano passado eu sofria na cadeira dos dentistas Flávio e Fabiana e mesmo assim era capaz de fazer gozação em cima da situação. Ia ao ginecologista e apesar do mico da posição para exames rotineiros na vida de qualquer mulher, conseguia brincar com o Dr. Castilho, em artigos engraçados.
Mudei ou mudaram os tempos? Não sei. Falando nisso lembrei-me do Caetano sempre buscando objetos não identificados e de minha vontade de me deparar com um. Lia nos jornais e pensava: só não acontece comigo. Pois é aconteceu, acredite se quiser...
Numa bela tarde, sabe aquele horário que não é dia nem noite... minha filha foi até a varanda de seu quarto e gritou: corre! Subi as escadas rapidamente e encontrei a menina estática como aquelas estátuas mesopotâmicas com um braço estendido apontado algo e dizendo, é uma visão? Não, e ele lançou uma luz vertical e apagou de repente permanecendo parado por uns cinco minutos e foi sumindo, sumindo no espaço sideral. Uma visão como aquelas de William Blake ou de Caetano Veloso, talvez de Spielberg.
É comum aparecerem objetos não identificados na região que compreende Botucatu, Bauru e Marília. Porém, essa foi à única vez que me deparei com algo semelhante. No dia seguinte li no jornal que algumas pessoas alegaram ter visto algo parecido. Suspirei aliviada, mas guardei segredo. Tantas noites de verão deitada na grama esperando e assim do nada, maneira inesperada eles apareceram. Nunca mais esqueci e nem fui a mesma pessoa de antes.
"Eu vou fazer uma canção de amor/para gravar num disco voador..." É Caetano, eu vi. Sou quase incapaz de descrever, embora guarde sua lembrança. Prateado ou cinza? Duas pessoas podem imaginar uma mesma coisa? Impossível. Era ele e talvez o velho Yoda estive lá irradiando bons fluídos. Não com esse nome, mas um sujeito vindo das estrelas, dessa imensidão iluminada, observando um local em extinção. Olhando com pena ou com um sorriso de deboche ao verificar o estado precário do planeta azulzinho.
Como sou famosa por gostar dos espumantes vindos da Toscana deve ter gente imaginando: bebeu. Como assim? Um disco voador passeando, fazendo turismo no quintal dela? "No céu de uma cidade do interior/Como um objeto não identificado". Um sonho "com um objeto não identificado"!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Por email


ala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...
o fim de semana se aproxima, o Sol, pelo menos há alguns minutos, parece ter dado o ar de sua graça... resta esperar que o fim de semana seja de menos frio. Independentemente disso ou não, o esquema é enfrentar o frio e ir para a rua aproveitar a vida cultural paulistana.
no cinema, estreia o comentadíssimo "A Origem", de Christopher Nolan ("Batman - O Cavaleiro das Trevas"), que tem no elenco Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Marion Cotillard e outros. O que eu posso dizer do filme? É incrível, revolucionário e impactante. Vale a pena conferir ao menos duas vezes... Se preferir algo mais leve, vá assistir "Meu Malvado Favorito", mais uma divertida animação americana que estreia no país.
entre os filmes que já estão em cartaz, ainda tem tempo de ver "Aproximação", "A Fita Branca", "O Bem Amado, "Vincere" e outros. Entre as mostras em cartaz, uma boa é a mostra Russ Meyer, que, segundo os especialistas de plantão, influenciou gente como Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar - em cartaz, até o dia 15/8, no Centro Cultural Banco do Brasil.
a semana também reserva ótimos ou inusitados shows. Na terça, dia 10, Gaby Amarantos, mais conhecida como a Beyoncé do Pará, se apresenta no Sesc Pompeia (segundo o "Guia da Folha", os ingressos, gratuitos, já estão esgotados, mas eu tenho as minhas dúvidas, visto que o show é gratuito e, geralmente, os convites são entregues com algumas horas de antecedência). Na quarta, a boa é conferir o Bailão do Ruivão, projeto do Nando Reis no qual ele canta sucessos da música popular brasileira, no Carioca Club. E, na quinta, a incrível Céu faz show no Citibank Hall. Vou tentar ir nos três.... heheheheheehehe
no campo das artes plásticas, vale dar uma conferida na exposição do Keith Haring, na Caixa Cultural da Avenida Paulista. O cara, para quem não sabe, foi bastante influenciado pela art pop e é reverenciado no mundo todo - infelizmente, morreu cedo, aos 30 anos, vítima da Aids. Outra dica é a coleção Pirelli, de fotografia, no Masp.
e o melhor da semana passada foi o filme "A Origem". Christopher Nolan, como eu escrevi em uma matéria publicada no jornal "Agora", entra, definitivamente, para a seleta lista de cineastas que conseguem boa bilheteria e boas críticas. O filme é um tremendo quebra-cabeça, com uma história bacana, cenas de tirar o fôlego e atuações precisas.
vale mencionar ainda o filme "Hiroshima", de Pablo Stoll, que pude assistir durante o Memorial da América Latina.
é isso
até mais
se cuidem!
e espero encontrá-los por aí...
alan

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MATERNIDADE E TORPEZA

Um Roteiro de Cinema


Uma jovem senhora, dançarina de flamenco e enfermeira, se envolve amorosamente com um paciente de certa idade, dono de uma imensa fortuna. Casam-se. Ela, por volta dos 50 anos. Ele, com 67. Os filhos, por impedimento da idade e da época, não surgem. Ele morre, e deixa toda sua fortuna – um império de comunicações e empresas alimentícias e financeiras - para sua adorada e devotada esposa.

Alguns anos se passam e a nova poderosa-milionária acaba adotando um casal de crianças, Marcela e Felipe, as quais lhe são entregues pelos respectivos pais biológicos em decorrência da pobreza e falta de perspectivas. Ela, muito feliz, aceita as crianças como suas. Dá educação, conforto, segurança e amor de forma inquestionável. Prepara as crianças para o mundo e para a vida. Torna-se verdadeiramente uma mãe. O casal de filhos cresce como príncipes, nas colunas sociais da América Latina. E em momento algum colocam em xeque a reputação da caridosa mãe.

Mas a história não continua “feliz para sempre”. Algumas pessoas, após muito tempo, levantam suspeitas sobre as reais circunstâncias da adoção do casal de crianças. Apontam para a mãe adotiva indicando a possível ocorrência do furto dos dois enquanto ainda bebês. A mãe chega até mesmo a ser presa, e a história vai ficando cada vez mais e mais confusa.


História Real


O caso acima até pode parecer um roteiro bem barato de melodrama. Mas não é. E seus verdadeiros capítulos são bastante horripilantes. Afinal, trata-se de uma história real cujos capítulos ainda se desenrolam na vizinha Argentina.

Felipe e Marcela Herrera Noble foram adotados no ano de 1976 por Hernestina Herrera Noble, viúva de Roberto Jorge Noble. O marido fora em vida o proprietário do Grupo Clarín, controlador do maior jornal impresso do país, que há cerca de 50 anos permanece como líder de mercado. Atualmente, o Grupo Clarín controla, além do jornal, dois canais de televisão, duas empresas de televisão por assinatura, portais de internet, bem como inúmeras outras empresas, dentro e fora da Argentina. Este império das comunicações faz com que Hernestina Noble e seus herdeiros, Marcela e Felipe, uma das famílias mais ricas do país.

Ocorre que, há cerca de onze anos, a organização das “Mães e Avós da Praça de Maio” (que busca até hoje os filhos dos desaparecidos da ditadura argentina) afirma que Marcela e Felipe podem ser filhos de desaparecidos políticos. Eles teriam sido roubados ainda bebês de seus pais biológicos, logo após o nascimento, enquanto os pais teriam sido levados pelos chamados vôos da morte (nos quais os perseguidos políticos eram jogados vivos de aviões em alto mar). Ao total, estima-se que 30 mil pessoas teriam desaparecido nos 5 anos de ditadura na Argentina, enquanto cerca de 500 crianças teriam sido roubadas, assassinadas ou deixadas em abrigos sem qualquer registro de seus pais biológicos.

Realmente, a versão oficial da história da adoção, segundo contada por Dona Hernestina, é bastante confusa. De acordo com os documentos daquele período, em 13 de maio de 1976 ela teria se apresentado diante da Justiça, no bairro de San Isidro, em Buenos Aires, com um bebê supostamente chamado Marcela. Afirmou, à época, que havia encontrado a criança onze dias antes dentro de uma caixa de papelão, abandonada à porta de sua casa. Curiosamente, no dia 7 de julho do mesmo ano, Dona Hernestina retornou à Justiça, dessa vez com um menino, chamado Felipe. Afirmou que ele lhe havia sido entregue pela mãe, Carmen Luisa Delta, que alegava não poder cuidar do bebê.

No ano de 2001 os depoimentos das testemunhas do abandono da suposta Marcela foram desmentidos judicialmente. No mesmo ano, comprovou-se que a suposta mãe biológica de Felipe, Carmem Luisa Delta, nunca existiu.


A possível e Tenebrosa Versão


É bastante provável - e aqui entra a tendência a romancear os fatos típica de todo protótipo de escritor - que as crianças tenham sido entregues à Dona Hernestina (uma senhora sem filhos, solitária e poderosa) como forma de recompensa pelos serviços prestados por seus veículos de comunicação à Ditadura do General Jorge Vidella.

Na realidade, segundo afirma a organização das Mães e Avós da Praça de Maio, Marcela seria filha de Bárbara Miranda e de Roberto Lanuscou, militantes da Guerrilha Montoneros, mortos por um tiroteio com militares em 1976. Felipe, por sua vez, seria filho de María del Carmen Gualdero, seqüestrada em junho de 1976, quando estava prestes a dar à luz, e desaparecida depois de ter sido levada para uma prisão clandestina em Buenos Aires. Caso sejam comprovadas as acusações contra Dona Hernestina, ela, hoje com 84 anos, pode ser presa.


A sedução do dinheiro


Não deixa de ser curioso o fato de Felipe e Marcela não concordarem com a realização de um exame de DNA. Afirmam não poderem admitir que “eventuais divergências políticas” entre o Grupo Clarin e o atual governo de Cristina Kirchner façam deles joguetes políticos e prejudiquem a mulher que consideram sua mãe.

Não obstante, é evidente que, caso comprovado que são realmente os filhos dos desaparecidos políticos da ditadura argentina, aceitar a gigantesca herança que lhes é de direito será de péssimo tom, pois seria lucrar com os mais abjetos e desprezíveis atos humanos: matar alguém e roubar sua cria.

A batalha jurídica nos tribunais argentinos, ao que tudo indica, terá solução nesta semana.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lista Oficial dos Artistas da 29ª Bienal de São Paulo

Curadores-chefe: Moacir dos Anjos, Agnaldo Farias
Curadores convidados: Chus Martinez, Fernando Alvim, Rina Carvajal, Sarat Maharaj, Yuko Hasegawa

1. Adrian Piper / USA / Germany / 1948
2. Aernout Mik / Netherlands / Netherlands / 1962
3. Ai Weiwei / China / China / 1957
4. Albano Afonso / Brasil / Brasil / 1964
5. Alberto Greco / Argentina / 1931 - 1965
6. Alessandra Sanguinetti / USA / USA / 1968
7. Alfredo Jaar / Chile / USA / 1956
8. Alice Miceli / Brasil / Brasil / 1980
9. Allan Sekula / USA / USA / 1951
10. Allora & Calzadilla – Allora / USA / Puerto Rico / 1974 and Calzadilla / Cuba / Puerto Rico / 1971
11. Amar Kanwar / India / India / 1964
12. Amélia Toledo / Brasil / Brasil / 1926
13. Ana Gallardo / Argentina / Argentina / 1958
14. Andrea Büttner / Germany / Germany / 1972
15. Andrea Geyer / Germany / Germany and USA / 1971
16. Andrew Esiebo / Nigeria / Nigeria / 1978
17. Anna Maria Maiolino / Italy / Brasil / 1942
18. Anri Sala / Albania / Germany / 1974
19. Antonieta Sosa / USA / Venezuela / 1940
20. Antonio Dias / Brasil / Brasil / 1944
21. Antonio Manuel / Portugal / Brasil / 1947
22. Apichatpong Weerasethakul / Thailand / Thailand / 1970
23. Archigram Group / England / 1960s
24. Artur Barrio / Portugal / Brasil / 1946
25. Artur Zmijewski / Poland / Poland / 1966
26. CADA - Colectivo Acciones de Arte / Chile / 1979
27. Cao Fei / China / 1978
28. Carlos Bunga / Portugal / Spain / 1976
29. Carlos Garaicoa / Cuba / Cuba
30. Carlos Teixeira / Brasil / Brasil / 1966
31. Carlos Vergara / Brasil / Brasil / 1941
32. Carlos Zilio / Brasil / Brasil / 1944
33. Chantal Akerman / Belgium / France / 1950
34. Chen Chieh-jen / Taiwan / 1960
35. Chim Pom / Japan
36. Cildo Meireles / Brasil / Brasil / 1948
37. Cinthia Marcelle / Brasil / Brasil / 1974
38. Claudia Joskowicz / Bolivia / USA
39. Claudio Perna / Venezuela / 1938-1997
40. Daniel Senise / Brasil / Brasil / 1955
41. David Claerbout / Belgium / Belgium / 1969
42. David Cury / Brasil / Brasil
43. David Goldblatt / South Africa / South Africa / 1930
44. David Lamelas / Argentina / Argentina and USA / 1946
45. David Maljkovic / Croatia / Croatia / 1973
46. Deimantas Narkevicius / Lithuania / 1964
47. Dora Garcia / Spain / Belgium / 1965
48. Douglas Gordon / Scotland / Germany, Scotland and USA / 1966
49. Eduardo Coimbra / Brasil / Brasil / 1955
50. Eduardo Navarro / Argentina / Argentina /1979
51. Efrain Almeida / Brasil / Brasil / 1964
52. Emily Jacir / Palestine / USA and Palestine / 1970
53. Enrique Jezik / Argentina / Mexico / 1961
54. Ernesto Neto / Brasil / Brasil / 1964
55. Fernando Lindote / Brasil / Brasil / 1960
56. Filipa César / Portugal / Germany / 1975
57. Fiona Tan / Indonesia / Netherlands / 1966
58. Flávio de Carvalho / Brasil / 1899 - 1973
59. Francis Alÿs / Belgium / Mexico / 1959
60. Gabriel Acevedo Velarde / Peru / Germany /1976
61. Gil Vicente / Brasil / Brasil / 1958
62. Graziela Kunsch / Brasil / Brasil /1979
63. Gustav Metzger / Germany / England / 1926
64. Guy de Cointet / France / 1934 – 1983
65. Guy Veloso / Brasil / Brasil / 1969
66. Harun Farocki / Germany / Germany / 1944
67. Hélio Oiticica / Brasil / 1937 - 1980
68. Henrique Oliveira / Brasil / Brasil / 1973
69. High Red Center / Japan
70. Ilya Kabakov / Russia / Russia / 1933
71. Isa Genzken / Germany / Germany / 1948
72. Jacobo Borges / Venezuela / Venezuela and USA / 1931
73. James Coleman / Ireland / Ireland / 1941
74. Jean Luc Godard / France / 1930
75. Jeremy Deller / England / England / 1966
76. Jimmie Durham / USA / Italy / 1940
77. Joachim Koester / Denmark / USA / 1962
78. Jonas Mekas / Lithuania / Lithuania / 1922
79. Jonathas de Andrade / Brasil / Brasil
80. José AntonioVega Macotela / Mexico / Mexico / 1980
81. José Leonilson / Brasil / 1957 - 1993
82. José Spaniol / Brasil / Brasil / 1960
83. Joseph Kosuth / USA / USA / 1945
84. Juliana Stein / Brasil / Brasil / 1970
85. Julie Ault and Martin Beck / USA and Austria / USA / 1957 and 1963
86. Karina Skvirsky Aguilera / USA / USA / 1967
87. Kboco e Roberto Loeb / Brasil / Brasil / 1978 and 1941
88. Kendell Geers / South Africa / Belgium / 1968
89. Kiluanji Kia Henda / Angola / Angola / 1979
90. Kimathi Donkor / England / 1965
91. Kutlug Ataman / Turkey / England / 1961
92. Livio Tragtenberg / Brasil / Brasil
93. Luiz Zerbini / Brasil / Brasil / 1959
94. Lygia Pape / Brasil / Brasil / 1927 - 2004
95. Manfred Pernice / Germany / Germany / 1963
96. Manon de Boer / India / Belgium and Netherlands / 1966
97. Marcelo Silveira / Brasil / Brasil / 1962
98. Marcius Galan / Brasil / 1972
99. Maria Lusitano Santos / Portugal / 1971
100. Maria Thereza Alves / Brasil / Germany / 1961
101. Marilá Dardot and Fábio Morais / Brasil / Brasil / 1973 and 1975
102. Mário Garcia Torres / Mexico / Mexico / 1975
103. Marlene Dumas / South Africa / Netherlands / 1953
104. Marta Minujin / Argentina / Argentina / 1943
105. Mateo López / Colombia / Colombia / 1978
106. Matheus Rocha Pitta / Brasil / Brasil / 1980
107. Miguel Angel Rojas / Colombia / Colombia / 1946
108. Miguel Rio Branco / Spain / Brasil / 1946
109. Milton Machado / Brasil / Brasil / 1947
110. Mira Schendel / Switzerland / 1919 -1988
111. Monir Shahroudy Farmanfarmaian / Iran / 1924
112. Moshekwa Langa / South Africa / Netherlands / 1975
113. Nástio Mosquito e Bofa da Cara / Angola / 1981
114. Nan Goldin / USA / USA and France / 1953
115. Nancy Spero / USA / 1926 - 2009
116. Nelson Leirner / Brasil / Brasil / 1932
117. Nnenna Okore / Nigeria / 1975
118. NS Harsha / India / India / 1969
119. Nuno Ramos / Brasil / Brasil / 1960
120. Oscar Bony / Argentina / 1941-2002
121. Oswaldo Goeldi / Brasil / 1895 –1961
122. Otobong Nkanga / Nigeria / France and Belgium / 1974
123. Otolith Group / England / England / 2000
124. Palle Nielsen / Denmark / Denmark / 1942
125. Paulo Bruscky / Brasil / Brasil / 1949
126. Pedro Barateiro / Portugal / Portugal / 1979
127. Pedro Costa / Portugal / Portugal / 1959
128. Pixação SP / Brasil / Brasil
129. Qiu Anxiong China / China / 1972
130. Raqs Media Colective / India / India / 1992
131. Rex Time / Brasil / Brasil / 1966
132. Roberto Jacoby / Argentina / Argentina / 1944
133. Rochelle Costi / Brasil / Brasil / 1961
134. Rodrigo Andrade / Brasil / Brasil / 1962
135. Ronald Duarte / Brasil / Brasil / 1963
136. Rosangela Rennó / Brasil / Brasil / 1962
137. Runa Islam / Bangladesh / England /1970
138. Samuel Beckett / Ireland/ 1906 - 1989
139. Sandra Gamarra / Peru / Spain / 1972
140. Sara Ramo / Spain / Brasil / 1975
141. Simon Fujiwara / England / Germany / 1982
142. Sophie Ristelhueber / France / France / 1949
143. Steve McQueen / England / England and Netherlands / 1969
144. Sue Tompkins / England / Scotland / 1971
145. Superstudio / Italy / 1966
146. Susan Philipsz / Scotland / Germany / 1965
147. Tacita Dean / England / Germany / 1965
148. Tamar Guimarães / Brasil / Denmark
149. Tatiana Blass / Brasil / Brasil / 1979
150. Tatiana Trouvé / Italy / France / 1968
151. Tobias Putrih / Slovenia / USA / 1972
152. Tucuman Arde / Argentina
153. UNStudio / Netherlands / 1998
154. Wendelien van Oldenborgh / Netherlands / Netherlands / 1962
155. Wilfredo Prieto / Cuba / Spain / 1978
156. Yael Bartana / Israel / Israel and Netherlands / 1970
157. Yoel Vazquez / Cuba / Germany / 1973
158. Yonamine/ Angola / 1975
159. Yto Barrada / France / Morroco / 1971
160. Zanele Muholi / South Africa / South Africa / 1972
161. Zarina Bhimji / Uganda / 1963

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Respostas aos comentários da semana passada:

Quando minha filha fez o TCC no curso de Design de Interiores o tema foi Tecnologias Sustentáveis Aplicáveis a Espaços Residenciais. Foi então que tomei contato com inúmeros recursos à disposição para tentarmos salvar este maravilhoso Éden que, tão generosamente Deus criou para suas criaturas e do qual temos descuidado.
Philippe faz uma pergunta (nos comentários ao meu post da semana passada) cuja resposta desconheço por pura ignorância. Rogo-lhe que nos informe pois que a fabricação das placas para jardinagem com casca de coco é uma “sacada” espetacular. Na Casa Cor deste ano pudemos apreciar vários jardim verticais, e perceber quão importante é esse produto. Assentos para indústria automobilística também têm sido feitos com essa fibra e há outros vários produtos.
Mas temos que reconhecer que a logística reversa é um avanço. Sei que na França, como a mão-de-obra é muito cara eles simplesmente incineram todo o lixo e dele extraem gás. Dá para calcular o prejuízo à atmosfera?... O fato de o projeto da PNRS ter tramitado no Congresso por 21 anos mostra a complexidade da coisa.
Philippe, gostaria de nos contar sobre isso? Mais especificamente gostaria de abordar o problema da “embalagem”(rsss...) dos cocos?
O comprometimento do Estado em abrir espaço para a redução de resíduos, reciclagem, reutilização e outras formas sustentáveis visando à redução dos rejeitos poderá afetar seus negócios? Se quiser, escreva-me: rggabrielli@gmail.com Será um grande prazer publicar suas considerações.
Brandão, acima está meu e-mail. Aguardo notícias. Foi uma alegria enorme participar do lançamento de seu livro e uma agradável surpresa recebê-lo de presente.
Eto, você que trabalha com arquitetura e menciona, no comentário, o fato de tentarmos amenizar os vestígios de nossa passagem por este planeta, se quiser entrar na roda não se intimide.
Penso que uma das vantagens da Logística Reversa é o fato de as empresas assumirem responsabilidade por seus produtos. Estive na Rússia, aliás estive na União Soviética há mais de vinte anos e assustei com a situação, se você comprava um par de sapatos eles tiravam da caixa e entregavam os sapatos nas suas mãos sem embalagem alguma. O mesmo em relação a frutas, pão, etc. Só então entendi por que via tanta gente carregando uma sacolinha vazia nas mãos. Considerada supérflua, a embalagem era tida como luxo e totalmente dispensada. Coisas de economia planejada ou de países comunistas. Simples se falássemos de coisas pequenas, comestíveis, etc. Como você receberia em casa uma TV, por exemplo, sem embalagem? Nosso país descarta 150 mil toneladas de lixo por dia...Vamos acreditar que essa mudança seja para melhor.

Bom, o assunto é vasto e todo tipo de divagação possível.

domingo, 1 de agosto de 2010

Whatever will be will be

"E não adianta ficar bravo com o mundo, ele te leva pra onde quiser."
Máquina de pinball - Clarah Averbuck


Ha menos de um mes usei a frase acima em um post republicado dos meus dias de A verdadeira identidade de Lois Lane, meu primeiro e ja falecido blog.
Lois Lane me serviu de desabafo e companhia quando me mudei para o Rio de Janeiro. Sim, em um determinado momento da vida mudei para o Rio de Janeiro e por um período um bem feliz inclusive. Mas isso nao vem ao caso agora.
Ou de certa forma ate venha ao caso. Nao tenho certeza.
Ja programei muitas coisas na vida. Ja programei uma vida completamente diferente da que vivo hoje e posso dizer com toda a certeza do mundo que programar de quase nada vale. A vida segue um rumo próprio. Quem manda na real é o universo, o destino, Steve Jobs ou D'us. Ao menos comigo tem sido muito assim. Meus planos nao necessariamente me obedecem ou ao menos ano quando eu gostaria.
Ha algum tempo tinha uma vontade que era o que me movia. Um desejo especifico e brutal Queria. Quis e quis ate que a vida me levou para outro caminho e a oferta me foi feita. Nao mais podia aceitar. A vida havia me levado para outro caminho.
E mais uma vez... e agora mais uma vez espero, sem expectativas, a vida decidir o que sera.