Resposta dada por Cícero Dias quando perguntei se era
verdade que ele trocava pó de café por tinta a óleo durante a segunda guerra.
Ele riu e disse a frase acima. Os boatos diziam que o café que Picasso tomava
vinha do engenho Jundiá. Fato ou boato? A verdade é que não faltava tinta e
café durante os anos de 1939/42 para nenhum deles. Vamos aos fatos... Ganhei
muitos livros nesse final de ano. Como sou uma devoradora de linhas li
praticamente tudo nas últimas três semanas. Agora estou debruçada sobre a
biografia de mademoiselle Chanel e ainda não descobri onde está à mulher e onde
se encontra o mito. Para Fernando Pessoa mito é o nada que é tudo. A palavra
vem do grego mithos. Trata-se de uma narrativa de caráter simbólico relacionada
a uma cultura, um fato, uma pessoa. Uma pessoa... Gabrielle Bonheur Chanel
nasceu em Brive-la-Gaillarde entre Paris e Toulouse. Aos seis anos foi levada
pelo pai para o orfanato das freiras da Congregação do Sagrado Coração de
Maria, em Aubanize, cidade medieval dominada pela sombra da abadia cisterciense
do século XII fundada por santo Estevão Harding em 1135. Deixou o local aos
dezoito anos. Anos depois vai para Paris acompanhando o rico herdeiro inglês
Arthur (Boy) Capel formando um triangulo amoroso do qual participava Etienne
Balsan. Os três eram amigos e eles dividiam as despesas para custear Gabrielle,
dizem os boatos. Etienne permaneceu solteiro e perto dela durante a vida toda,
e mesmo depois que ela se tornou Coco Chanel, rica e conhecida no mundo todo,
ele jamais abriu a boca para contar a história. Gabrielle formou uma sociedade
com Capel daí o logo da empresa com dos “Cs”. Essa primeira loja deu a ela independência
financeira. Suas roupas e chapéus eram sucesso, até que em 1920 ela conheceu o
perfumista Ernest Beaux.
Encomendou ao russo que trabalhava no sul da França algumas essências. Ele apresentou-as divididas em duas séries: 1-5 e 20-24. Ela escolheu o número cinco. Perguntei como chamá-lo e ela respondeu: vou apresentar minha coleção no dia 05 de maio, o quinto mês do ano, vamos deixar com cinco. Simples assim.
Chanel n. 5 tornou-se uma lenda desejada por dez entre dez mulheres do mundo todo. Um bouquet de flores abstratas, um perfume com cheiro de mulher, essa a definição de Chanel para ele. Se a gente faz uma pesquisa vai encontrar mais de cinco versões para o fato... A escolha aleatória e trivial naquele momento transformou-se em mitológica, assim como a vida de Coco Chanel, onde os fatos não contavam mais... só os boatos!
Um comentário:
Rosa,
a d o r o
Postar um comentário