Minha mãe nasceu em Minas Gerais, numa região de
montanhas e serrado, perto de Salinas uma cidade conhecida pela sua boa
cachaça. Igual a Santo Amaro da Purificação de Caetano Veloso, não é? Estive em Santo Amaro uma vez, e também em Salinas quando jovem acompanhando
minha mãe em retorno a sua cidade natal.
Ela e sua melhor amiga Lia se encontravam anualmente. Lia vinha e ficava
em Bauru por um mês. Elas nunca perderam contato. Amizade, amizade mesmo! De
uns cinco anos para cá, após o falecimento de minha mãe perdemos o contato com
esses amigos e só conseguimos o reencontro devido à força de vontade de Nilza,
filha de Lia, que não sossegou enquanto não teve noticias nossas. Bons tempos
aqueles e esses. Foi através do Facebook que fui resgatada. A partir desse fato
minha vontade de voltar à cidade natal de minha mãe não me saia da cabeça.
Porém a vida moderna impõe obrigações e restrições, em vez de liberdade, e enquanto
eu patinava ao redor de meu trabalho, Nilza chegou. A mulher corajosa que veio
de longe! Por incrível coincidência chegaram também os meus parentes mineiros
que foram viver no Paraná. Foi uma festa o encontro de todos, pois alguns dos
meus primos fizeram o caminho inverso dos avós e estão vivendo em Montes Claros
e Uberlândia. Endereços trocados e lá
vai Nilza conhecer a nova geração.
Não sei como descrever Nilza. Acho que ela lembra a
mãe, se você imaginar o físico, um retrato, então... Interiormente ela me faz
recordar Rosa Bertoldi, minha famosa bisavó italiana de Trieste. Mesma
fortaleza, mesma história, mesma sinceridade. Amor exalando pelos poros. Eu sou
vaidosa, pinto os cabelos, vivo comprando cremes, fiz plástica no pescoço, daí
vem uma famosa gozação de Rosa Leda sobre a amiga que tem fixação em pescoços,
não de aves, mas de mitos como Nefertite ou Afrodite, ou mesmo da minha outra
amiga bauruense a Marilena... É o mundo moderno se desmanchando e a gente
brincando. Mas, como dizem que rir é o melhor remédio. Nilza não é assim, é a
autenticidade em pessoa, com seu excesso de peso e seus lindos cabelos
grisalhos, uma joia rara nesse mundo tão conturbado. Contou sobre a família,
suas idas e vindas entre a pequena cidade e Montes Claros, suas permanências
com as irmãs e com o filho Juliano. Agora mesmo, eu esperando uma longa estadia
e ela sai como um corisco para Campinas e depois para São Paulo para estar
junto do Juliano. Me aguarde, Nilza, eu vou...Enquanto planejo a ida penso numa música que ouvi dias desse, dizendo:
“vou te fazer uma visita/mas não fique assim aflita/que eu não vou reparar/não
precisa de baquete/nem se preocupe com enfeite....” Pense só naquele pão de queijo
de dar água na boca e no pão caseiro quentinho que eu adoro tanto! Bom, se
tiver berinjela temperada pra rechear, melhor ainda...
Um comentário:
Leiam e vejam o quanto eh bom reecontrarmos e nao deixarmos que o tempo apague as lembranças
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