A frase é bonita, mas não é minha. O autor é Caetano
Veloso. Pensei nela depois das trapalhadas diplomáticas do governo brasileiro
em relação a botar sua colher de pau no caldeirão fervente da guerra milenar
entre os povos do Oriente Médio. No caso, a gafe foi com Israel e sendo o povo
hebreu conhecido pelo senso de humor exacerbado aqueles que deram resposta ao
anão diplomático usaram e abusaram desse refinado jeito de fazer piadas na hora
exata por motivos certos, aproveitando-se da saia justa e do ridículo da
história. Estariam eles debochando da gente? Tenho culpa dos repentes de uma
presidente mal assessorada? A chancelaria precisou de acento mais forte com
relação à Gaza... foi uma das respostas dadas por alguns envolvidos, ou não no
caso, completando: a situação é tão grave quanto na Ucrânia. Ué, por que não
retiraram o embaixador da Ucrânia e deram um acento mais forte por lá também? O
partido do governo tem uma simpatia exagerada por alguns países fomentadores de
guerrilhas e brigas justas ou injustas na região. Pensei na Nice, uma arquiteta
que trabalhava comigo no Fundusp que apregoava que óleo e água não se misturam.
Frase mais sem sentido não é? Mas, ela queria dizer que as pessoas/políticos/países
que se juntavam eram farinhas do mesmo saco. Voltando ao assunto, no Oriente
todos têm razão. No Oriente ninguém tem razão... Aquela faixa de terra foi o
corredor para diferentes culturas e povos desde que o mundo é mundo para comercializar
seus produtos via mar. Portanto as brigas eram permanentes. Com a descoberta de petróleo, o caminho
tornou-se mais precioso e mais perigoso. Quando da criação do estado de Israel,
em 1947, o local ficou dividido em Israel e Palestina. Como os palestinos não
assinaram o acordo o mapa se delineou aleatoriamente transformando-se na
confusão atual. Gaza foi tomada pelo Egito e o que sobrou ficou com a
Cisjordânia. Hoje a Autoridade Nacional Palestina controla Gaza e 20% do
território da Cisjordânia, onde os israelenses são proibidos de entrar. O
anunciado pela mídia foi que o Brasil havia retirado o embaixador brasileiro de
Israel. Os entendidos no assunto disseram tratar-se de um insulto grave essa
coisa de recolher funcionário diplomático de países tidos como amigos. Tá certo
vai ter sempre alguém dizendo que o Brasil é amigo da onça de Israel e fiel
escudeiro para o Irã, por exemplo.
Meditando sobre o ocorrido rememorei um fato
ocorrido há pouco tempo. Fernando Henrique Cardoso recebeu o título de Doctor
Philosophae Honoris Causa, uma das maiores honras concedidas a personalidades
internacionais. Pensei em como o ex- presidente, do alto de seus 80 anos e de
toda sua bagagem cultural toma o mundo, como os jovens bebem coca cola,
acreditando que ele jamais se envolveria em um escândalo desses.
Na troca de farpas, respondendo ao quesito
proporcionalidade houve referencia até aos 7x1. Ri sozinha considerando que o
chute foi tão forte quanto o tal acento. Um pé no saco e outro na canela, pois
7x1 mexeu com os brios futebolísticos da nação que possuía o melhor futebol do
planeta, depois da Alemanha e Argentina e mais uma dúzia de outros países. A
estocada israelense repetiu nas entrelinhas algo dito por Charles De Gaulle:
esse não é um país sério.
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