Afrodite é
conhecida como a deusa da beleza e do amor. Na literatura as referências a ela
são muitas. No final de cada tarde ao sentar no chão da varanda e olhar para o
céu penso nela. Afrodite/Vênus é a primeira estrela que aparece no firmamento.
Prateada e linda fica a espera de Ares/Marte o segundo a chegar com seu brilho
vermelho. Eles se olham sem nunca se aproximarem cumprindo uma ordem de Zeus.
Eram amantes causando constrangimento e brigas no Olimpo. Zeus, a pedido de
Hera, exigiu que os dois se afastassem. Afrodite se vestiu e veio chorar suas
mágoas na terra. Despida entrou em um lago para banhar-se, e em sua homenagem,
no local surgiram rosas e murtas brancas. Um cisne vem lhe fazer companhia. De
repente, eis que surge o deus Ares. Eles se amaram, desobedecendo as ordens de
Zeus, e como castigo eles foram transformados em estrelas. Bem, tudo isso é
para dizer que até Cleópatra usou o nome de Vênus em seu primeiro encontro com
Antonio na ilha de Chipre. Quando foi questionada sobre sua presença mandou-lhe
o seguinte recado: “diga a ele que Afrodite veio festejar com Dioniso pelo bem
da Ásia...”
Uma das mais
famosas telas renascentistas O Nascimento de Vênus, de Botticelli, retrata a
deusa no momento exato em que emerge das águas em uma concha (na antiguidade
grega a concha simbolizava a vagina) empurrada por Zéfiro, símbolo das paixões
espirituais. Trata-se de uma obra polêmica tanto pelo assunto como pelos
detalhes afastados do classicismo. Uma delas a posição do pescoço de Afrodite.
Não vejo nada de estranho nisso, ela era descrita por Homero, Hesíodo e Platão como
a dona do mais belo pescoço dentre todas as deusas, então a desproporção pode
ser considerada como licença poética do artista... ou não?
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