sábado, 31 de dezembro de 2011

2012... um novo ano ocidental

Em grande parte do mundo o ano novo se consolidou há uns 500 anos. Porém, desde o Egito Antigo quando Orion/Sirius alinhava-se com a estrela Canopus sobre as pirâmides de Gizé, passando pelo calendário babilônico e chegando ao gregoriano, o reveillon mudou de data diversas vezes. A celebração na Mesopotâmia começava na lua nova do equinócio da primavera. Atualmente isso seria em 19 de março. Nessa data os espiritualistas comemoram o ano novo esotérico. Quando o tumulto das festas chegou às lojas venho pensando no assunto. E para cada Feliz Ano que eu recebi ou desejei, pensava: mas, qual? O gregoriano é claro! Esse calendário é uma herança do império romano. De Numa Pompilius até Julio César reinava uma confusão só, pois os anos não eram contados e sim nomeados em homenagem aos cônsules. Enquanto, os assírios e persas festejavam essa passagem no dia 23 de setembro e os gregos em 21 de dezembro para os romanos o ano principiava em 1º de março. Com o calendário de Júlio César passou a ser celebrado em 1º de janeiro, dia dedicado a Jano, o deus dos portões. A reforma do papa Gregório III, em 1582, consolidou a data. Então está tudo certo. Será? Alguns povos ainda comemoram em datas diferentes. Na China, a festa acontece em fins de janeiro e início de fevereiro. No Japão e na Índia apesar das diferenças de calendários o apelo comercial está alterando muitas solenidades tradicionais e o ano novo está sendo festejado junto com o Ocidente. A comunidade judaica tem um calendário próprio, assim como os islâmicos.
Recentemente comemorei com minha filha o Rosh Hashaná. Considerado como o ano novo, começa no primeiro dia do sétimo mês do calendário judaico: Lúach, 5772. Ele é oficial em Israel e vale para os judeus em todo o mundo. Está baseado no sol e na lua, enquanto o gregoriano tem como suporte o sol e o islâmico à lua. Em vez de feliz ano novo, a saudação é “que você seja inscrito e selado no Livro da Vida”. O período do grande feriado torna-se a escolha entre a virtude e o pecado e aqueles que se arrependem estão no caminho certo para serem inscritos no Livro da Vida, daí a saudação trazendo consigo a promessa de um ano bom. Na tradição judaica o livro é fechado no Yom Kipur. Os dez dias entre as duas datas são conhecidos como os dias de temor. O Rosh Hashaná é também de lembrança, rememorando a história de Isaac.
No islamismo o ano novo é celebrado na metade do mês de maio. A contagem corresponde a Hégira, em árabe, emigração, cujo ano zero é 622, data em que o profeta Maomé deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.
Isso sem falar no calendário republicano francês de 1772. Nesse o ano teve início em 22 de novembro, data em que foi instaurada a República principiando a meia-noite no equinócio de outono. A eliminação das festas religiosas, dos nomes dos santos e do domingo indispôs a população contra ele. Teve curta duração e em 1806, o gregoriano voltou a vigorar. O reveillon que em francês significa despertar voltou ao 1º de janeiro. Então, para não contrariar a tradição: Feliz Año Nuevo! Heureuse Nouvelle Année! Buon Anno! Happy New Year! Shaná Tová! Feliz Ano Novo! São os meus votos aos leitores do setegrausdeseparação.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Minhas propostas para o ano novo


Em 2012 proponho a mim mesma

MENOS

chorar menos,
falar menos,
reclamar menos.
comer menos,
sentar menos,
comprar menos
juntar menos
arrumar menos a minha casa
gastar menos horas jogando pop´n drop


MAIS

escrever mais,
acreditar mais
caminhar mais,
pensar mais
estudar mais,
rir mais
sair mais
ver mais filmes
dormir mais
viajar mais
planejar mais
aproveitar mais os momentos

A lista de mais está maior do que a de menos (rssssssss...) então acrescento à de menos:

perder menos tempo pensando.

beijos a todos e um feliz 2012.
Como felicidade é coisa relativa, desejo que cada um tenha condição de aproveitar os bons momentos que surgirem e...que os maus pedaços sejam de rápida travessia.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Panorama Geral 3

Deveria dizer as venturas e desventuras da filha de hippies brasileiros da década de 60?

30 anos atrás
1- Casei-me pela primeira vez com um amigo de meus pais. A lua de mel foi em Trindade, uma praia paradisíaca perto de Parati. Puxei fumo o tempo todo e engravidei. Sempre tive dúvidas sobre quem seria o pai do garoto esquisito...
2- Fiz figuração no vídeo clip de Eu sou boy de Kid Vinil. Tive uma filha parecida comigo.
3- Primeiro Rock in Rio e eu lá gritando e dançando ao som da voz de Rod Stewart, mesmo preferindo Bob Dylan.

20 anos atrás
1- Ah filhos... bichos Parmalat e um galinho revestido de cobalto. Este sal reage às moléculas de água do ar. O galo ficava azul quando o tempo estava seco e rosa nos dias úmidos.
2- Barcelona/Olímpiadas. Levei meus filhos e acabamos ficando quase dois anos por lá. Nessa época conheci Carmem Maura. Quase tive um ataque de nervos perto dela de tanto engolir a saudável fumaça de um cigarro comum!
3- Passei meu último final de ano em Trindade fumando e saltando ondas... meu desejo: mudar de vida radicalmente. Primeira visita não programada a uma delegacia.

10 anos atrás
1- Passagem do milênio no Copacabana Palace na festa de arromba da Alicinha com direito a coluna social e tudo mais.
2- Troquei a França pelo Egito. Estive em Karnac e Amarna, a cidade de Akhenathon e Nefertiti. Um calor maravilhoso e um Nilo poluído. Comecei a militar em uma Ong para cuidar do meio ambiente. Segunda visita não programada a uma delegacia.
3- Acho que todo mundo se lembra onde estava em 11 de setembro. Eu esperava um telefonema de minha filha. Ela ligou e disse: veja na televisão, o mundo está acabando... Uma era terminou e nós nunca mais fomos os mesmos após a queda das torres gêmeas do World Trade Center.

5 anos atrás
1- Tornei cronista em um projeto de arte e meus textos foram publicados em dois livros. Esqueci de dizer que sou artista plástica e escrevo nas horas vagas.
2- Como criei meus filhos para o mundo tendo como livro de cabeceira Liberdade sem medo, eles seguiram a risca a teoria do pensador inglês tornando-se tão independentes que esqueceram até que tem mãe.
3- Tenho viajado muito. Minhas amizades coloridas continuam afinal meu casamento era considerado aberto... a qualquer experiência.

2 anos atrás
1- Chutei o balde! Parei de lecionar e resolvi mudar de vida, de novo. Fui para o México e em Los Cabos fiz topless, um avanço para quem só freqüentava praias de nudismo!!!!!!!!!
2- Viajei de novo para Paris. Durmo sempre usando somente um perfume da Hermès, 24 Faubeourg, pois considerando o calor tropical não é preciso mais nada...
3- A falta de comunicação acabou provocando um incidente engraçado. Levantei-me e fui ao banheiro. Minha filha havia percebido uma goteira no quarto e avisou a portaria do hotel, que enviou o encanador. Ele tocou, ela abriu a porta. Ele disse qualquer coisa em francês. Ela não entendeu e não teve tempo de avisar: banheiro ocupado. Ao mesmo tempo apareço na porta e me deparo com um homem vestido e no mínimo surpreso. Balbuciou alguma coisa e saiu correndo. Juro que sou magra e malhada em academia não possuo gordura fora do lugar, mesmo passada dos cinquenta. A noite tinha uma caixa de bombom em cima da minha cama com pedidos de desculpas da gerencia. Rimos muito e claro adoramos os bombons.


Por enquanto esse ano
1. Conheci o Baptista através da Rosa Leda.
2. Apaixonei-me por ele. Estou casada e feliz.
3. Fui para a Finlândia em lua de mel. Sem possibilidade de praia de nudismo por medo de gangrena!

Ontem
1- Fui ao supermercado. Como gosto de cozinhar vou fazer a ceia de Natal, acredite se quiser.
2- Meus filhos chegaram e os dele também. Vai ser uma festa pequena.
3- Fui a piscina do condomínio onde moro...usando maiô!

Hoje
1- É 24 de dezembro dia de colocar Lennon na vitrola e ouvir aquela musica de Natal que todo mundo acha cafona, mas canta junto!!!!!
2- Dia de pedir paz e amor a humanidade como um todo e por que não um pouco mais de cuidado com o planeta azulzinho. Os maias garantiram que o mundo vai acabar em 21 de 12 de 2012, será esse o último Natal do mundo? Para muita gente deverá ser...
3- Vou dormir de camisola hoje e todos os dias da minha vida. Afinal sou uma mulher séria, ou não?

Amanhã
1- Vou descansar é Natal minha gente.
2- Vou cuidar muito bem do Baptista, ele merece. Imaginem que me emprestou sua camiseta de lã durante todo o inverno da Finlândia!
3- Vou paparicar meus filhos e enteados com frutas e doces deliciosos.

No próximo ano
1- Vou publicar um livro que está pronto.
2- Vou escrever muito
3- Vou ser feliz... seja do jeito que for.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Minha sombra e eu...


Meu avô Yodinha esteve aqui e disse que estou com inveja do novo gato. Falou metaforicamente, não entendi nada.  O velhinho de tanto viajar deve ter pirado. Jung estava certo disse. Quando olhamos para nossa sombra nem sempre gostamos. Qual sombra a junguiana ou a minha sombra gato cinza? Alegou que sou uma menina mimada e ciumenta, estragada pelo excesso de paparicação e por isso estou chateada. Pretende passar as festas de final de ano num tal planeta com dois sóis. Ele realmente está gaga. Planeta com dois sóis... sei... Vai ver ele arranjou uma avó para mim e não quer contar.  Vai ver ela tem tatuagens espalhadas pelo corpo e toma chá de cogumelo ou de aynhuasca e fuma um negocio de nome cannabis não sei o que... Será?  Vou fazer uma pesquisa na internet, sobre a tal descoberta, mas essa é demais, uma mentira e tanto. Um sol já está acabando com a Terra, um lugar com dois nem deve existir! Ele não quer me levar, a verdade é essa. Vou ter que passar as festas aqui em casa com a... sombra? Não gosto nem de falar essa palavra. Como todos andam dizendo que preciso fazer exercícios que estou meio pesada até pensei em ir para o Spa da Lu.
Eles não entendem, porém sou diferente. Absolutamente proporcional e nasci em outro planeta. Se me olharem de lado, verão que minha altura é igual ao comprimento. O doutor de gatos falou. Dizem: que bonitinha! Veja só como ela é um quadrado perfeito, tirando a cabeça e o rabinho. Será que tem intenção de cortar minha cabeça? Não, acho que não. Pelo menos minha mãe terráquea vive me chamando de flor, margaridinha, pois sou branca e amarela. Ela ainda gosta de mim? Inveja... ciúmes... foi o que disse o velho Yoda. Pode ser. Mas, não é aquela inveja/olho gordo secando o outro. Ele é tão bonito, parece um príncipe. Como veio do Himalaia deve ser parente do Dalai Lama. Se for, vou pensar no caso dele... e talvez me torne cidadã naturalizada no Himalaia!

Mimi Yoda, uma gata do outro mundo! 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

 1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. 
Deixe que os médicos se preocupem com isso. 


2. Mantenha só os amigos divertidos. 


 Os depressivos puxam para baixo. 
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!) 



3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!


4. Aprecie mais as pequenas coisas



5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. 
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!



6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse. 
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. 
VIVA enquanto estiver vivo. 


7. Rodeie-se das coisas que ama: 
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. 
O seu lar é o seu refugio. 



8. Tome cuidado com a sua saúde: 
Se é boa, mantenha-a. 
Se é instável, melhore-a. 
Se não consegue melhora-la , procure ajuda.


9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente,
    mas NÃO para onde  haja culpa



10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade. 




"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."






quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Panorama Geral 2

Gentilmente plagiado porque realmente achei bacana...

20 anos atrás eu...
1. tinha filhas criança e pré adolescente,que davam um trabalho danado
2. trabalhava mais de 16 horas por dia
3. não gostava muito do que fazia
4. fui para a Russia, Usbequistão, Armênia, Geórgia e Finlândia.


10 anos atrás eu...
1. tinha filhas mocinha e moçona,super românticas,enamoradas e que não gostavam de estudar
2. já havia parado de trabalhar e buscava desesperadamente o que fazer,era mezzo
soprano num coral maravilhoso que exigia muito estudo, voluntária do CVV, onde
ouvia histórias de arrepiar, comecei a escrever para não explodir.
3. fiz uma viagem fantástica à Grécia saindo de navio do porto de Veneza, vi Veneza
num ângulo nunca imaginado, conheci a Croácia e depois passei um mês em Lucca
ocupando um apartamento no centro histórico, dentro da muralha.


4 anos atrás eu...
1. precisei administrar uma cafeteria, que tinha espaço para exposições de arte onde
eu realizava, semanalmente, uma noite cultural chamada Café com Tom. Nesse
evento dava oportunidade a todos os frequentadores de declamarem, apresentarem
textos de sua autoria ou não, cantarem e tocarem,
2. uma das minhas filhas casou, em julho
3. minha mãe morreu, em novembro, e eu pensei que morreria também.
4. Publiquei meus primeiros textos, numa antologia.

3 anos atrás eu...
1. fui para a Europa com uma de minhas filhas, lá fiquei empolgada e acabei fazendo
um curso de italiano junto com gente do mundo todo. Acabei amiga de uma alemã,
uma australiana e uma suíça, viajamos muito e fiquei apaixonadíssima por Firenze
e Assis.
2. passamos o Reveillon na baía da Guanabara, a bordo de um navio maravilhoso. À
meia noite minha filha contou que estava grávida e festejamos nosso primeiro
neto.
3. escrevi um livro de contos: Contos de Solidão.


2 anos atrás eu...
1. Passei uns dias de inverno em Londres e não quero mais brincar disso. Conheci boa
parte da India, fiquei hospedada por 10 dias com uma família da
religião sikhi,que me fez passar um natal inesquecível, sofri muito com a
situação do povo de lá e me surpreendi com as maravilhas da arquitetura, aprendi
um pouco mais sobre o movimento de independência daquele país e me senti bastante
irritada com a postura dos ingleses
2. Pedro, meu primeiro neto, nasceu.Ser avó é indescritível.
3. Lancei meu primeiro livro solo.

1 ano atrás eu...
1. sei lá, tudo isso junto...
2. enquanto escrevia meu segundo livro
3. mudei de cabeleireiro e gostei da mudança


6 meses atrás eu...
1. fiquei feliz por saber que uma doença que atacou traiçoeiramente meu marido havia
sido vencida.
2. Minha filha estava em repouso com risco de perder seu segundo bebê
3. meu segundo livro já estava pronto mas eu não conseguia tempo para lançar.
4. fui convidada para fazer parte da Academia Bauruense de Letras.


Por enquanto este ano...
1. lancei meu segundo livro: Encontros Paralelos. Um sucesso!
2. coordenei uma coletânea com contos de natal: Natal Sempre Natal com 16 histórias
de autores diferentes. Ficou lindo!
3. fico mais apaixonada pelo Pedro a cada dia, em contrapartida ele me adora.

Ontem...
1. trabalhei como voluntária no almoço que os vicentinos da paróquia São Cristóvão
ofereceram a 200 pessoas carentes. Uma maravilha!
2. vi vários capítulos de Fina Estampa que deixei
gravando... estou detestando essa história mas quero continuar a ver. Será que é
um retrato da sociedade atual ou só de um pequeno segmento? Deus nos ajude!
3. comi um montão de chocolates
4. comecei a ler "A maldição de Ondina"do escritor moçambicano, que vive em Maputo:
Antonio Cabrita

Hoje...
1. estou arrumando meu guarda-roupa e descobri que tenho roupas demais
2. pretendo dormir cedo, tive uma insônia terrível na noite passada.
3. resolvi acompanhar a Janaína nesta brincadeira

Amanhã...
1. devo fazer os doces para o Natal
2. acabarei de comprar as coisinhas para o enxoval da Luiza, que vai nascer dia 29
3. montarei os quartos para os hóspedes que chegarão nos próximos dias... e vou ao
lançamento do CD da Neusa Maria, na livraria Nobel


No próximo ano eu vou...
1. viajar... passei 2011 em branco.
2. escrever outro livro
3. emagrecer um pouco e fazer mais exercícios, não sei por que parei.
4. carregar muito a Luiza no colo e brincar de esconde e de bola com o Pedro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

PANORAMA GERAL

Gentilmente plagiado porque realmente achei bacana...

20 anos atrás eu...
1. sonhava em ser estrela
2. fazia serenata com minha melhor amiga
3. era doente por um rapaz


10 anos atrás eu...
1. mudei para a cidade maravilhosa
2. revi meus caminhos
3. aprendi muito


4 anos atrás eu...
1. mais uma vez decidi mudar de caminho
2. fui para a Europa pela primeira vez
3. produzi um show de um das bandas que mais adoro na vida



3 anos atrás eu...
1. enlouquecia de tanto trabalhar
2. fui a praia na Croácia
3. andei entre girassóis na Toscana


2 anos atrás eu...
1. chutei o balde
2. me desapaixonei
3. fui visitar o Rogério no México


1 ano atrás eu...
1. ganhei o Benício
2. coordenei o maior projeto que já fiz na vida sozinha
3. fui ao show da Amy Winehouse

 
6 meses atrás eu...
1. me depecionei com alguns amigos
2. conheci um cara bacana
3. fui de novo para o México e Califórnia com o Rogério

Por enquanto esse ano...
1. trabalhei muito
2. fui ao reencontro do pessoal do ginásio
3. voltei a frequentar o Rio de Janeiro

Ontem...
1. tomei sol
2. fiz a unha
3. fui ao casamento do querido Luciano

Hoje...
1. viajei de Adamantina a Presidente Prudente
2. e de volta a São Paulo
3. e apertei o Benício

Amanhã...
1. volto ao trabalho
2. para resolver as últimas pendências
3. quero dar uma passeada pela Av. Paulista

No próximo ano vou...
1. ser valorizada no trabalho
2. me apaixonar
3. viajar ainda mais

sábado, 17 de dezembro de 2011

GROTESCOS... deveria dizer tudo começou com o Kitsch?

Grotesco é uma palavra derivada de grotta, de origem italiana que apareceu durante as escavações comandadas por Rafael Sanzio, durante o renascimento. Estava relacionada aos desenhos decorativos combinando elementos diferentes das normas vigentes naquela época. Da antiguidade até a atualidade, o grotesco esteve presente na cultura da humanidade. Considerado uma subclasse de arte, por sua desarmonia, acabou sendo incorporado na linguagem contemporânea.
A pintura de Francis Bacon era tida como grotesca, assim como a produção de Botero: eu diria que são desvios da perfeição. Quem disse que a regra geral é ser perfeito? Dizem que o mediano é sempre medíocre. Muitos autores pesquisaram o assunto.
Kayser descreveu “o grotesco como estrutura da manifestação estética para o processo criativo dizendo que o obscuro foi encarado, o sinistro descoberto e o inconcebível levado a falar.” Estou escrevendo sobre isso devido aos enfeites natalinos que tenho visto por aí e sem coragem para comprar nada devido sua feiúra.
Decide fazer os meus com frutas e folhas secas, um tronco de árvore podada aqui em casa mesmo. Passei um spray dourado em tudo e misturei com bolas antigas e fitas douradas. Ficou simples, mas requintado para meu gosto. Minha empregada não emitiu parecer, seu silêncio falou: que horror!
Mas, ontem meu marido comentou a decoração do jardim com luzes de um vizinho dizendo que cafona! Embora a gente viva em pleno século XXI onde as manifestações do grotesco estão por todo lado, quando a exacerbação dos sentidos e o grotesco são as características principais dessa época, acho que um pouco de bom gosto não faz mal a ninguém!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

desculpem-me pelo sumiço repentino. Mas, há uma explicação: estava em férias. E, há duas semanas de volta a São Paulo e ao trabalho da redação do jornal, o esquema é tentar, quando sobra um tempinho, aproveitar a vida cultural paulistana, seja para pensar em questões filosóficas depois de assistir a um filme "para lá de cabeçudo" ou para apenas se divertir, ao estar presente em um show ou a uma peça de teatro de comédia...

o fim de ano dá aquele sentimento de desespero, não é mesmo?. O motivo é simples: além da correria das compras, ao observar guias culturais de jornais e da internet, bate a tristeza de ver que uma determinada peça de teatro vai sair de cartaz - e pode nem voltar para uma nova temporada. Nesse exemplo, estão duas montagens de sucesso na capital: "Luis Antonio Gabriela", na Funarte, e "Roberto Zucco", no Satyros. As duas peças ficam em cartaz até o próximo domingo - tentarei assistir à "Luis Antonio" no sábado. Simbora?

na área musical, bons shows nesta semana, graças a Deus. Hoje, terça-feira, por exemplo, a divertida Banda Uó se apresenta no bacana Sesc Pompeia (tentarei ir!!!!) e os grupos Macaco Bong, Pública e Cérebro Eletrônico sobem ao palco do Studio SP. Amanhã, vou ao show do Móveis Coloniais do Acaju no Beco (casa de shows localizada ao lado do Studio SP - tenho um ingresso sobrando, VIP, para alguém que queira ir também). E, no próximo domingo, ao meio-dia, tem show da Orquestra Imperial (com participação do Criolo), gratuito, no parque Ibirapuera. Um pouco mais tarde, às 16h, Zélia Duncan toca os sucessos de 30 anos de carreira no Centro Cultural da Juventude.

Obs: no domingo, vou ao show da Orquestra Imperial e depois rumo para o ginásio do Ibirapuera, onde vão rolar as disputas das medalhas de bronze, prata e ouro do Mundial de Hanbebol feminino - há grandes chances de a seleção brasileira estar entre os quatro primeiros (as quartas-de-final rolam entre hoje e amanhã). Simbora?

no campo cinematográfico, vale um passeio pelo Centro Cultural Banco do Brasil, onde é exibido, às 13h, até o dia 30, o filme "Antes que o Mundo Acabe", do pessoal da Casa de Cinema de Porto Alegre - povo talentosíssimo, diga-se de passagem. E, em tempo: o filme, adolescente, é uma graça! Tente segurar o choro... risos

fora isso, vale destacar alguns longas que estão em cartaz como "Margin Call", "As Canções", "Os Nomes do Amor", "Um Sonho de Amor", "Late Bloomers"... infelizmente, é preciso correr. Como São Paulo não tem muitas salas de cinema (sim, isso é fato!), há filmes, sobretudo os mais independentes, que têm ficado muito pouco tempo em cartaz.

e, por fim, no campo das artes plásticas, destacaria "O Sertão", no Museu Afro, "Mira Schendel", no Institudo Moreira Sales, e "Jac Leirner", na Pinacoteca...

e o melhor das minhas férias foi a peça "Estamira", em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim. A protagonista, Dani Barros, arrasa ao dar vida à personagem-título, que, inclusive, foi tema do documentário "Estamira", de Marcos Prado.

é isso
espero encontrá-los por aí!
até mais
se cuidem!
alan

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu e minha sombra

Nesse dia que nunca termina... odeio horário de verão, com esse tom claro/escuro na atmosfera até tarde da noite. Mas nesse dia que nunca termina vou falar da minha sombra. Não daquela que o Jung descreveu, mas de um gato chato que minha irmã de duas pernas (aleijada, coitada) trouxe para passar uma temporada aqui. Tenho uma casa linda! Pelo menos eu acho. Clara, com muito vidro. Isso é ruim, atrapalha meu soninho da tarde! Um jardinzão, onde costumo rolar na grama e às vezes fazer um xixi. Minha mãe corre para colocar um negócio para tirar o cheiro. Ela só gosta de cheiros de perfumes, de xixi ela quer passar longe sem entender que isso é uma maneira que nós gatos usamos para marcar nosso território. E como aqui além da sombra existem mais dois gatos, uma velha ranzinza que ficam dizendo o tempo todo: Mimi não briga com ela, ela é assim porque está velhinha. Eu provoco, mesmo... Problema dela, quem mandou ficar uma senhora idosa? Tem também o irmão da sombra. Veio de São Paulo e é viciado em drogas, pode? Sai toda noite e só volta de manhã. Dorme o dia todo e levanta de tardinha, come vai para a rua de novo, acho que encher a cara! Mas, voltando a minha sombra, ele é cinza e não preto, como as sombras que são projetadas pelo nosso corpo. Essa sombra tem pelos longos até nas patas e veio de um lugar gelado chamado Himalaia, talvez por isso seja tão esquisito!

Jung afirma que quando alguém tenta ver sua sombra fica consciente e muitas vezes envergonhada das tendências e impulsos que nega existir em si mesma, mas que vê nos outros. Coisas como egoísmo, preguiça, inveja, tramóias, covardia, etc, etc. Será? Dizem que Beatriz era a “anima” de Dante. Como ele falava o tempo todo nela em sua obra Divina Comédia, fico me perguntando se ela era uma sombra dele. Sombra e anima são a mesma coisa?

Seria o pestinha cinza minha “animus”? Tenho que perguntar para o meu avô o mestre Jedi Yoda. Olha a situação em que colocaram uma Princesa Jedi. Carregando esse peso pra todo lado. Eu dou um passo com minhas quatro patinhas brancas e lindas de princesa e ele atrás. Ninguém merece, nem eu que sou o capeta em forma de gata! Só que ele ficou tanto, mais tanto tempo aqui que agora não paro de pensar nele. Estarei apaixonada pela minha própria sombra? Não é possível. Além de tudo aqui em casa eles dizem que sou tia dele. Preciso ter paciência com ele. Ele, ele, ele, sempre ele... Tia e sobrinho podem se casar? Credo... Vou embarcar na nave espacial do meu avô assim que ele aportar no terreno do vizinho e parto para uma viagem espacial. Se Einstein estiver com a razão quando eu voltar ele será bem velhinho e eu terei a mesma aparência, pois o tempo no espaço é outro. Acho que o velho linguarudo queria enlouquecer alguém com essa teoria. Será? Em dúvida, estou preparando minha malinha cor de rosa choque. Se não couber tudo peço a roxa emprestada para minha irmã, aquele de duas pernas. Não vou repetir a outra palavra. Dizem que não é politicamente correto. Politicamente correto é o que? Um dia vou descobrir. Terei que tomar algumas vacinas rapidamente. Por que? Vocês não ouviram não? Ele vai voltar para as festas do final do ano, só se fala nisso aqui em casa, nem se lembram que eu existo, agora não sou nada. Antes era princesa jedi daqui, princesa jedi dali, agora só se fala na minha sombra!!!!!!!!!! Eu não disse o nome dele? Fabrício, isso lá é nome de gato? Vou passar as festas de final de ano no novo planeta descoberto recentemente pela sonda Kleper e pronto, afinal nem cristã eu sou, pois frequento uma sinagoga para gatos cujo rabino se chama Robelgato e tenho dito. Shana Tová!

Mimi Yoda – a gata mais charmosa do espaço sideral

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sono profundo...

Manteve os olhos fechados, tateou, tentando não se movimentar, para perceber a granulação do lençol, que sentiu sobre e sob o corpo. O colchão macio parecia de boa qualidade. Ouviu os passos cuidadosos - talvez estivesse preservando seu sono - mas já não dormia há tempo. Alguém mexeu em chaves. A claridade, quando a porta foi aberta, atravessou suas pálpebras. Manteve-se imóvel. Haveria mais alguém ali?
Respira lentamente. Arrisca olhar entre os cílios. O quadro horroroso, à sua frente, é uma reprodução sem qualidade, girassóis alaranjados e uma cadeira turqueza, um horror!
Move-se, fingindo sono profundo. Nenhum ruído, nenhum movimento. Está só. entreabre os olhos, confirma. Empurra os lençóis, senta-se. Os chinelos quase que saltam para envolver os pés quentes. Novos, limpos. Usa-os, encaminha-se para a cortina, abre uma fresta. É noite de lua cheia. Não vê sua bolsa, não há roupas espalhadas e os armários estão vazios.Nenhum telefone ou rádio relógio. A porta está trancada.
Deita e espera. Acaba dormindo.
Acorda quando a claridade da porta aberta atravessa suas pálpebras. Espera que fechem a porta, não fecham. Experimenta olhar. As cortinas estão abertas, a porta escancarada, um terno azul marinho, de crepe, num cabide pendurado no puxador do armário. Sua bolsa, aberta, na poltrona. Ergue-se num repente.
Está só, vê o celular e a carteira através do zipper aberto da bolsa.
Fecha a porta, entra no banheiro, toma banho, veste-se e sai.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lynchiana

Foi confirmado que a série American Horror Story vai para sua segunda temporada.
Criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, os mesmo do sucesso animadíssimo Glee, American Horror Story trata de uma família disfuncional que se muda de Boston para Los Angeles após o protagonista/marido/psiquiatra trair sua esposa com uma aluna gostosa e meio doidinha.
Clichê, sim senhores, no entanto, com toques de crueldade e surreal, a série brinca de ousar nas opções estéticas e dramaturgicas. Você não leu errado, eu disse brinca de ousar.
Mas não se engane, nem tudo é novidade e a dupla de criadores já foi muito criticada por isso. Eu, pessoalmente, vi seis episódios numa tacada e só parei porque precisava dormir. E no dia seguinte, assisti todos os demais episódios disponíveis da primeira temporada.
O clima, o terror cafoninha que mistura com sobrenatural e bebe em clássicos do gênero, os sustos, o figurino a la Twin Peaks, o pastiche de referências que em momento algum quer se levado a sério me agradou bastante.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Tróia

Todo mundo pensando em Natal, Ano Novo e Festa de Reis e eu aqui lendo um livro sobre a guerra de Tróia e imaginado como devia ser um fardo para Helena ser quem era. Ela não se tornara famosa somente por sua beleza, mas também por ser filha de Zeus e não de Tíndaro, rei de Esparta, a quem chamava de pai.
A história de seu nascimento era bem conhecida. Helena era filha de Leda com Zeus disfarçado de cisne. Teve quadrigêmeos: Helena e Pólux com o deus do Olimpo. Clitemnestra e Cástor são os filhos do marido! A lenda conta que Helena além de ser a mais bela mulher do mundo, também era meiga, delicada e modesta. Seu primeiro amor foi Teseu, rei de Atenas. Ele estava com 50 anos quando viu a garota de 11 anos e enlouqueceu. Raptou-a e fez dela sua prisioneira por muitos anos. Resgatada pelos irmãos foi dada em casamento a Menelau, que acabou por suceder seu pai no trono de Esparta. Apaixonada por Páris aproveitou a ausência do marido para fugir com o amado para Tróia provocando uma guerra sangrenta há mais de três mil anos. A história foi relatada por Homero, mas ninguém acreditou nele, somente quando os escombros da cidade foram encontrados a lenda passou a ser verdadeira. Se ela era filha de Leda e Zeus ninguém sabe, mas parte dos fatos pode ser verdadeira. Pomo da discórdia, cavalo de Tróia ou presente de grego são expressões relacionadas ao caso. A luta aconteceu entre gregos e troianos. Tróia era um estado muito rico localizado no continente asiático e Paris, filho do rei. Conhecida como uma cidade fortaleza ele nunca acreditou que a história não acabasse bem para eles. Porém, Menelau ofendido e magoado, convocou todos os heróis e líderes gregos e juntos Aquiles, Ájax, Ulisses, Agamênon, Nestor, dentre outros guerrearam até quase a morte para derrotar Tróia. O autor do texto conta com elegância as intrigas dos deuses e suas interferências no destino dos homens. Do lado troiano estavam Heitor e Enéias. Afrodite protegia a cidade, mas tinha como rivais Hera e Atena. A briga havia começado no casamento de Peleu e Tétis para o qual todos os deuses foram convidados menos Éris, a deusa da discórdia. Ela então jogou uma maçã de ouro entre os convidados onde estava escrito: para a mais bela. Páris, escolhido por Zeus para entregar o troféu a mais bela dentre todas as presentes, ofereceu o troféu a Afrodite! Daí vem o termo o pomo da discórdia. Ao agradar a deusa do amor ofendeu mãe e filha, suas eternas inimigas.
Resumindo aquilo que todos sabem. Helena se arrependeu da atitude precipitada e brigou com Afrodite. Tróia perdeu a guerra. Ulisses vagou por vinte anos até retornar ao seu reino. Heróis gregos morreram. Páris morreu ouvindo Hera dizer: escolheste Afrodite e ela não te protegeu, referindo ao troféu, escolheste mal naquele dia confirmando que a guerra de Tróia fora provocada pela inveja entre três belas deusas e tivera seu inicio na festa de casamento da deusa Tétis e Peleu cumprindo uma antiga profecia de que seu filho destruiria o pai. Uma história e tanto!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Experiências



Uma nova experiência tem-me ocupado e feito perder noites de sono. Decidimos publicar um livro com histórias de Natal escritas por vários autores. Surgiram contos, crônicas e relatos de memórias.
Organizar, rever (ou revisar?) e mandar para a gráfica é uma experiência que passa a ser aterradora à medida que você se envolve com o processo.
São milhares de pontos, vírgulas, negritos, itálicos, travessões, hífens, crases e circunflexos que passam a assombrar suas noites e, travestidos de monstros, povoar seus sonhos.
Hoje, depois de dois meses ininterruptos de trabalho, entreguei para impressão.
Para agravar a situação, são dezesseis escritores, todos inteligentes e bem formados o que significa opiniões pessoais carregadas de certezas... Um revisor foi pouco pois o segundo, não sabendo da primeira revisão, entregou-me o texto corrigido. O designer também é escritor e, com toda razão, um pouco dono do livro...
Para encurtar: ficou lindo!!!

Quem tiver interesse em comprar NATAL SEMPRE NATAL pode entrar em contato comigo: rosagabrielli@hotmail.com.

O "lançamento" será feito em petit comité por isso não convido.

Estou pensando seriamente em montar uma pequena empresa para editoração e revisão de textos que pretendam virar livro.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A vida marinha de Steve Zissou

Wes Anderson é um desses diretores que o que tocam, é sucesso. Não de público afinal, a grande massa ainda prefere Transformers a Os excêntricos Tenenbaum, mas sucesso como criador e artista. Seus filmes são obras que passam longe da indústria do entretenimento. Anderson é o talentoso roteirista e diretor de Rushmore (1998), Os excêntricos Tenenbaum (2001), A vida marinha de Steve Zissou (2004) e Viagem a Darjeeling (2007). Esta semana encontrei na minha pen drive a genial trilha de Steve Zissou que não mas é do que clássicos de David Bowie revisitados por Seu Jorge em momento voz e violão. Vale deixar a dica, o cd é incrível e divertido pois são releituras e não simples traduções. E lembrando do quanto acho o trabalho deste diretor fenomenal, revi Darjeeling, meu Anderson favorito e delicioso e tudo de bom. A quem não conhece, fica a dica.

sábado, 3 de dezembro de 2011

E se o mundo não teve começo...

Dan Brown, autor de Fortaleza Digital, Ponto de Impacto, Anjos e Demônios e O Código da Vinci, dentre outros, é considerado um escritor de ficção científica... Como a discussão aqui vai girar em torno do big bang não vou entrar em polemica sobre os temas de Brown. Lembrei-me dos quatro primeiros sucessos dele por ter lido a declaração de um dos pais da cosmologia física contemporânea. Alguém está curioso para saber o que foi que ele disse? “Existem dois caminhos para se chegar à verdade, e decidi trilhar ambos.” Georges Lemaître deve estar se referindo ao fato de ser físico e padre!
Isso lembra algo? Sim, Anjos e Demônios, um dos livros de Brown, tem como personagem principal um cientista que é padre. Lemaître confessa não ter conflitos, pois a ciência nunca abalou suas convicções religiosas. O paleontólogo Stephen Jay Gould disse recentemente que ciência e religião produzem conhecimentos diferentes, mas como água e óleo, dois elementos que não se misturam, mantêm um contato íntimo.
Desde tempos imemoráveis, os homens contemplam o céu com um sentimento de encantamento e medo, então todas as culturas tentaram explicar o mistério da existência do mundo. Para alguns esse velho novo mundo sempre existiu. Para outros, ele surgiu de uma grande explosão: big bang. Só faltam as provas. Nem a religião e nem a ciência conseguem os tais papéis, pois precisam das firmas reconhecidas!
No livro de Dan Brown tudo acontece dentro de um laboratório na Suíça Teria o autor se baseado no Cern – Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear para desenvolver sua história? O objetivo desse laboratório é justamente descobrir se o universo tem uma pré história, e se sim, qual seria ela. Vou revelar uma dessas pesquisas e qualquer semelhança com o livro do moço não é mera coincidência, não, não é. Lá pelas tantas ele descreve uma experiência parecida com essa: dentro de um tubo circular cercado de imãs um par de elétrons percorre um circuito de 27 km em velocidade superior à da luz e quando se chocam provocam um pequeno big bang. Verdade? Sim, a mais pura verdade, de acordo com relatos de cientistas envolvidos na pesquisa. Eles alegam que a experiência comprova as teorias de Einstein que estabelece equivalência entre energia e massa. Essas partículas subatômicas aceleradas, ao se dispersarem, ficam maciças e iguais as que dominavam o universo primitivo. Os cientistas afirmam que elas coagularam quando o espaço resfriou. Ah, essa história está muito longe de ser completada. Faltam aí os fótons e os quarks e como explicar a efervescência inicial. Quem preparou o fogo e colocou o caldeirão pra ferver? E essas novas teorias: das cordas, das dobras, dos universos dispostos em escalões? Socorro Giordano Bruno, alguém precisa reescrever sobre a expansão luminosa do universo de uma maneira mais simples e bela e parar de mergulhar as pessoas nesses labirintos de ilusões óticas e voltar à ideia inicial dos hindus: o mundo não teve começo e nem terá fim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Você conhece Menalton Braff?


Participei do Congresso Brasileiro de Escritores e o conheci, conversei com ele, participei de uma oficina... Confesso que nunca ouvira falar em Menalton. Hoje me pergunto: como? Se ele ganhou tantos prêmios, é um grande contista,escreveu vários romances... se eu gosto de literatura e adoro contos, por que? Ah, meu limitado mundo! Como ninguém nunca me disse que ele é fantástico? Tentarei me redimir. Li Coleira no Pescoço e estou apaixonadíssima por seu estilo, suas palavras, construções. Desculpe, Menalton, por ter sido indiferente todo este tempo (rssssssss...) Já escolhi o próximo.

À Sombra do Cipreste (1999, contos, 6ª edição pela Editora Global em 2011)
Prêmio Jabuti de Literatura em 2000

Que Enchente Me Carrega? (2000, romance, Palavra Mágica)
Castelos de Papel (2002, romance, Nova Fronteira)
Na Teia do Sol (2004, romance, Planeta do Brasil)
A Coleira no Pescoço (2006, contos, Bertrand Brasil)
A Muralha de Adriano (2007, romance, Bertrand Brasil)
Moça com Chapéu de Palha (2009, romance, Língua Geral)
Bolero de Ravel (2010, romance, Global)
Tapete de silêncio (2011, romance, Global)

domingo, 27 de novembro de 2011

O filme do livro

"Big, absorbing, smart, fantastically readable . . . brilliant on the details of the last couple of decades of British cultural and political life"
Nick Hornby 

One day de David Nicholls foi um livro que comprei no aeroporto. De Dallas para ser absolutamente específica. Sempre compro livros em viagens, nunca carrego os meus porque tenho a certeza de que sempre encontrarei alguma coisa que quero e ainda não foi lançada por aqui nos corredores da vida. Encontrei One day,  paperback de 448 páginas com uma frase gentil de recomendação de Nick Hornby. Não tive dúvida, comprei. E li no avião, na alfângeda e na piscina da casa do Rogério pelas próximas semanas. Não vou mentir e dizer que amei, mas a menos que deteste um livro, sempre leio até o final. E embora não tenha morrido de amores pela história de Dex e Em, que se conhecem na noite de sua formatura na faculdade e acabam na mesma cama para decidirem que a partir daquele momento serão melhores amigos de infância e somente, fui até o final para ter certeza de que o autor tomaria o caminho indicado.
A narrativa, embora não chegue aos pés de Hornby, apresenta a "novidade" de ser contada em cartas,  enviadas pelas personagens uma vez por ano, sempre no mesmo dia e mês. E assim, o leitor acompanha a amizade da dupla se desenvolver. 
Assim que fechei o livro, tive certeza de que ele seria transformado em filme, só não esperava que fosse com Anne Hathaway e a beldade absoluta Jim Sturgess (de Across the universe).
Resumindo, embora não tenha morrido de amores pelo livro, vi o filme, me apaixonei pelo Dex malandro de Sturgess e chorei até ficar inchada com a saída (que eu já considerei fácil no livro - mas vamos combinar, homens de hoje em dia sempre saem pelo caminho mais simples, mas não vou discutir isso...) de Nicholls.
Embora a trilha deixe (muito) a desejar, o filme Um dia tem charme e a dupla Hathaway/Stugges esbanja charme, sensualidade e fofura e vale ser visto.
Com caixinha de lenço na bolsa, mulherada!




sábado, 26 de novembro de 2011

Wikileaks: quanto custa mudar o mundo.

Gosto de ler e o escândalo provocado por Assange com a divulgação de documentos secretos do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos não me deixou indiferente em relação aos fatos, embora eu só fale daquilo que tenha um mínimo de conhecimento. Então, somente agora após a detalhada leitura do livro de David Leigh, o jornalista investigativo do The Guardian, eu posso tentar comentar os fatos.
Relembrando: existe um negócio chamado copy right, basta olhar nas capas internas dos livros, onde tem um aviso dizendo da proibição de reproduções. Por outro lado o copy left usado pelo povo ligado à rede pode ser copiado a vontade. Pede-se citar a fonte, por favor. Essas discussões eram comuns em minhas salas de aulas quando a gente tocava no assunto dos direitos autorais, porém estou divagando, o interessante nesse caso é o vazamento. Não preciso apresentar aos leitores o empresário australiano Julian Assange. Atualmente é figurinha carimbada. A Rolling Stone italiana publicou uma foto dele sem camisa, lembrando David Bowie, na capa de um número recente dizendo: “um vilão platinado ameaça os poderosos do planeta passando-se por cyberpunk.” Isso lembra astro de rock, Andy Warhol ou as duas coisas? Quando ouvi falar dele a primeira vez o termo empregado foi hacker. Geralmente são duas as categorias: os bonzinhos querendo transparência e tudo certinho e aqueles que vivem atazanando a vidinha da gente clonando cartões de crédito ou mandando vírus para os computadores, só pelo prazer de fazer maldade. Não vou qualificar o senhor Assange, pois não o conheço. Mas, sua atitude está sendo comparada aos atentados de 11 de setembro, uma espécie de terrorismo dentro dos novos meios de comunicação. Porém, quando os jornalistas classificaram a divulgação desses papéis comparando os acontecimentos estão, possivelmente, dizendo nas entrelinhas que o fato mudou a história da internet e talvez até da segurança nacional do país prejudicado e dos não envolvidos, também...
Eu me diverti lendo o livro. O Julian me pareceu um sujeito comum, como um Dom Quixote querendo salvar o mundo... As revelações de alguns documentos são de estarrecer! A maioria, dos seres humanos antenados com a modernidade, sabia, só não falava. Confidenciais ou secretos, assim eram chamados os papeis publicados por um site e três grandes jornais do mundo. Documentos relacionados com as guerras no Oriente e telegramas trocados entre funcionários de embaixadas americanos com a posição oficial e o comentário real/exato sobre fatos ou a relação diplomática entre diversos países tanto do Oriente como do Ocidente com o governo dos Estados Unidos revelou-se bastante esclarecedora quanto ao julgamento/opinião sobre nós, o terceiro mundo. Aprendi com eles o termo cleptocracia. Gostaram? Refere-se a políticos e políticas corruptas da América Latina, de países africanos e do Oriente em geral. Enfim, o homem fez um estrago, na opinião de alguns especialistas. Falaram até do Brasil! Acho que ajudou os sonhadores a deixarem o devaneio de lado e caírem na real, já que no real muito político se atolou faz tempo...
Assange recebeu uma quantidade enorme de documentos de um soldado, especializado em computação, indignado com a descoberta de que a teoria na prática era outra. O jovem não teve dúvidas copiou e entregando tudo ao wikileaks. Encontra-se preso por traição! Julian, o messias da internet, está passando por maus pedaços. Foi acusado de estupro por uma feminista que lhe ofereceu o apartamento vazio quando foi a Suécia fazer palestras e por uma jovem que “raptou o moço” após uma conferencia e levou-o para dormir em sua casa. As mocinhas queriam deitar-se ao lado do mais famoso australiano do planeta, mulherengo, machão e pensavam só em dormir? Conta outra, garotas. No dia seguinte pretendiam oferecer a ele um bom café da manhã? Uma delas até fez menção a isso, pode? Não estou defendendo o homem, estou imaginando... As mulheres estão com a razão de acordo com a Justiça do país onde vivem e faturaram uma boa grana com a brincadeira. É armação, dizem. Se sim, os vingadores escolheram o local e as pessoas certas para o canguru cair na armadilha!



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Tudo foi assim, por que tinha que ser, já que assim foi”. (Guimarães Rosa)


Arrumava minhas roupas. Mamãe pediu licença para entrar, estava cheirosa, saíra do banho. Camisola de flanela com flores pequenas e chinelos com arminho à volta. O rosto rosado pelo calor da água, exibia a pele morena e lisinha, sem vincos. Não parecia ter sessenta anos.
Olhei-a inquisitivamente. Sentou-se à beira da cama e acariciava minhas malhas.
- Sentirei sua falta.
- Ah, mãe, não faça isso... vou acabar chorando... eu também vou sentir, acho gostoso estar com vocês, olhe, um momento como este, ... dificilmente terei outra vez.
- Fique.
- Mãe, mãe, é a vida, você também deixou sua casa... vovó sempre fala do quanto chorou, lembra?
- Eram outros tempos, todas as moças se casavam... mas você vai embora sozinha...
Olhava-me, as mãos torcendo-se no colo, angustiada.
- Sabe que já fui cega e muda?
- Você? Que novidade é essa?
- Eu era pequenininha, uns cinco ou seis anos. Jogava bola no quintal e a Ofélia atirou com muita força, para eu pegar. Não segurei e não vi para onde foi. Ofélia, então, disse que caíra dentro da barrica. Corri para lá e sabe o que havia na barrica? Uma ninhada de gatos. Ela fez isso de propósito, sabia quanto medo eu sentia daqueles bichos. É bobagem... mas medos nem sempre são racionais...
Sorria, tímida, envergonhada de seu medo.
- E aí, mamãe? Você assustou com os gatos?
- Eu estendi a mão porque era menor do que a barrica, pensando alcançar a bola e peguei aquela coisa mole e peluda, e a gata pulou no meu braço, foi horrível! Fiquei cega na hora e não conseguia gritar.
- Mãe, que horror! O susto fez com que perdesse a visão por uns instantes?
- Por quase um ano. Eram os anos 20 do século passado, ninguém falava em estados emocionais, psicologia era assunto desconhecido... Os médicos prescreviam colírios, ungüentos e precisei ficar num quarto escuro durante meses. Tenho uma foto usando óculos de cego. Foi terrível.
- Mãe, mãe, está querendo dizer que se eu partir poderá ficar cega novamente?
Ela sorriu, me abraçou, ah! que cheirinho gostoso de mãe! E sussurrou, docemente:
- Vá, meu amor, vim só para desejar que seja feliz, muito feliz. Em todo caso seu quarto ficará exatamente do jeito que é, está bem?

sábado, 19 de novembro de 2011

Rasputin...

O apelido significa dissoluto, depravado. Dia desses ouvi alguém se referindo a outra pessoa pelo pejorativo termo: Rasputin. Quem seria essa figura tão maquiavélica?Pensei no verdadeiro como uma criatura desprezível, estranha, um demônio de luxuria. Um mau caráter servindo-se da criança doente e do desespero da mãe, a czarina Alexandra, para atingir seus fins. Descrito como um manipulador grosseiro praticava a arte do vicio e o senso de intriga como nenhum outro. Olhos azuis tão metálicos chegando quase a hipnotizar o interlocutor, tamanho era seu poder de atração. Gregório Novikh, sem vocação para a lavoura, decidiu tornar-se santo, mesmo casado e pai de três filhos. Percorria aldeias da Rússia contando milagres, citando parábolas explicando o Evangelho com criatividade e imaginação. Dessa maneira acabou na corte, infiltrando-se aos poucos na intimidade da família imperial, conseguindo impor sua vontade na maioria dos assuntos políticos do país. Reunia ao seu redor um grande público, principalmente feminino. Essas fiéis se ofereciam a ele, através de carícias indecorosas, conforme os conhecidos caprichos dele, para obter favores para maridos ou amantes. Rasputin cumpria todas as promessas feitas nessa base, garantindo sua posição com um grupo de admiradores, eliminando adversários ou usando chantagem contra a imperatriz por causa da hemofilia do herdeiro. Isso acabou provocando reações e fazendo dele um homem odiado por muitos. A Rússia estava vivendo o principio da propaganda revolucionária que culminaria no Outubro Vermelho de 1917. Esses escândalos em nada ajudaram Nicolau II e o homem sentado à direita do trono, assassinado, em 1914, triste fim... Mas, minha enorme curiosidade era descobrir quem seria esse Rasputin moderno. O outro possuía inimigos ferozes organizados conspirando contra ele até sua morte. O atual seria odiado como seu xará? O grupo se referia ao homem, ele como um sujeito tão repugnante me fazendo acreditar que o apelido é adequado. Como transpor a semelhança? Jovem ou maduro? Gordo ou magro? Ah, seja quem for não deve ser uma boa pessoa. Ao remover obstáculos de seu caminho, da mesma forma que o verdadeiro pode ter que pagar um alto custo. Mas, quem é? Vontade de perguntar...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Da primeira página do UOL

18/11/2011 - 02h26

Polícia reabre caso da morte da atriz Natalie Wood 30 anos depois

  • Foto de arquivo mostra a atriz Natalie Wood em 1955 Foto de arquivo mostra a atriz Natalie Wood em 1955
A Polícia de Los Angeles informou na quinta-feira (17) que reabriu, 30 anos depois, a investigação da morte da atriz Natalie Wood, protagonista de "Amor, Sublime Amor". O porta-voz do governador do condado de Los Angeles, Steve Whitmore, destacou que a polícia recebeu nova informação do caso, mas sem fornecer mais dados, afirmou o canal de televisão "Fox".

A expectativa é de que um detetive realize uma entrevista coletiva na qual pedirá ao público que qualquer informação adicional sobre o caso seja repassada às autoridades. A atriz de 43 anos foi encontrada morta nas águas do Oceano Pacífico, em um fato que foi considerado acidental, mas que causou polêmica na época.

O corpo da atriz apareceu flutuando nas proximidades da ilha de Catalina, na Califórnia, onde passava um fim de semana ao lado de seu marido, o ator Robert Wagner, e seu companheiro de filmagem, Christopher Walken. As autoridades, que determinaram que a atriz bebeu demais antes de sua morte, concluíram que tudo foi um acidente quando Natalie caiu nas águas do Pacífico enquanto tentava saltar a um bote de borracha atado ao iate onde viajavam.

Apesar da conclusão policial, começaram a circular rumores de suicídio ou assassinato e teorias sobre uma possível briga com seu marido antes de cair na água, motivada por uma suposta crise de ciúmes de Wagner pela amizade da atriz com Walken.

Famosa por suas atuações em "Amor, Sublime Amor", "Esplendor na Relva" e "Rastros de Ódio", Natalie começou a trabalhar em Hollywood quando era apenas uma menina.

Em comunicado enviado à revista "TMZ", o representante de Robert Wagner disse que "embora a família Wagner não tenha recebido notícias do condado de Los Angeles sobre este assunto, apoiam totalmente os esforços do departamento". EFE

domingo, 13 de novembro de 2011

27

Número que no mundo do rock and roll parece ser fatídico aos astros desenfreados. Tradição (há quem chame de maldição) iniciada por Brian Jones, maluco beleza e fundador dos Rolling Stones em 1969, logo a lista engrossou com a morte do guitarrista Jimmy Hendrix, da cantora Janis Joplin, de Jim Morrison, de Kurt Cobain, e bem recentemente da diva Amy Winehouse. Todos morreram no auge e aos 27 anos. O jornalista da Folha de São Paulo, André Barcinski, vai ainda mais longe: “Se ampliarmos a lista para a faixa de 25 a 29 anos, podemos incluir ainda Tim Buckley, Gram Parsons, Danny Whitten (Crazy Horse), Tommy Bolin (Deep Purple), James Honeyman-Scott (Pretenders), Hillel Slovak (Chili Peppers), Frankie Lymon (The Teenagers), Shannon Hoon (Blind Melon), Bradley Nowell (Sublime) e muitos outros”.
Mas vamos nos ater aos falecidos ao 27 que já tem muita história para contar.  

Brian Jones (1942-1969) O primeiro da lista. Figurinha controversa e há quem diga mais louco que a Lindsay Lohan. Fundou os Stones e foi convidado a deixar a banda por seus camaradas Mick Jagger e Keith Richards, há quem diga que foi por ego, outros por abuso de drogas (mas onde já se viu o Keith Richards expulsar alguém por abuso de droga!) e os mais afoitos garantem que o problema foi mesmo mulher. O que se sabe é que o músico foi encontrado na piscina da sua casa afogado. O filme Stoned (2005), lança mil e uma teorias conspiratórias e mostra uma parte do que se imagina que fosse a doidera praticada por Jones e a relação entre os deuses do Stones de maneira bem divertida.

Jimmy Hendrix (1942 - 1970) Para muitos pai do rock lisérgico e muso máximo da loucura festivalesca como só ele. Hendrix revolucionou o mundo com seus dedos e abusou como pode do corpinho com muito álcool, LSD, anfetaminas e um pouquinho de maconha quando precisava dar o grau. Foi encontrado morto no apartamento de uma namorada e a autópsia indicou a causa como asfixia em seu próprio vômito, após ingerir 9 pílulas para dormir tudo lavado com umas bebidinhas, é claro. Até onde eu saiba não existe uma boa cinebiografia do Hendrix e já rolaram diversos boatos sobre um longa dirigido pelo Tarantino sobre sua breve vida que nunca saiu do plano imaginação nerdiniana.
Janis Joplin (1943 - 1970) Moça de família e dona daqueles clássicos que a gente paga para não tocar quando em barzinho pé sujo. Tinha preferência por speed, psicotrópicos variados, álcool e heroína. Com certeza revirou no túmulo quando viu sua vida ser transformada em um daqueles filmes que juram que não são biográficos com Bette Milder. Quem não viu, faça um favor a si mesmo e não veja, mas quem estiver com a veia S&M saltando, segue: A Rosa (1979). Ah, há notícias que garantem que a corretinha Amy Adams dará outra chance a pobre cantora no cinema com direção de Fernando Meirelles. A foto ao lado mostra a moça tomando Veuve Clicquot em copinho de café prova de que ela sabia beber.  

Jim Morrison (1943 - 1971) Membro fundador de  Los Angeles como cidade do rock. Ainda hoje não há como falar em The Doors sem pensar em Venice, no Roxy e na Sunset. Talentoso delícia, compunha, cantava, tocava, fazia cara de conteúdo e aprontou com o corpinho o que podia e o que não podia. Era chegado em uma bebidinha, LSD, cocaína, heroína e morreu disso.
Embora existam várias teorias conspiratórias, e um par de malucos que jure que ele ainda está vivo, o rapaz morreu quando ao bem louco, confundiu heroína com cocaína. Seu corpo, já bem menos majestoso que no início, foi encontrado em uma banheira em Paris onde está enterrado para pesadelo dos franceses. O filme The Doors (1991) dirigido pelo não menos normal Oliver Stone é um mix de trilha bem selecionada e alguma noção com viagens homéricas e Meg Ryan (oh my god, Meg Ryan!).



Kurt Cobain (1967 - 1994) Rapaz talentoso de cidade pequena e família cheia de dramas. Tudo o que ele fez, com exceção de Francis Bean, deu certo. Mudou a história do rock da forma mais poderosa e num momento essencial. Com certeza, todo dia muitos agradecem a D'us em suas orações antes de dormir a passagem de Cobain pela Terra. Mas como quase todo bom muso, surtou com o sucesso e não soube bancar a vida na high society. Como não sabia ser esponja, fez o doido, casou com uma loira abiscataiada e se fechou para o mundo na companhia da mesma, de alguns poucos amigos e de muuuuuita heroína. De modo bem pouco poético, seu corpo foi encontrado com um rombo de tiro de espingarda na cabeça e uma quantidade capaz de ensandecer um rinoceronte de heroína no sangue. O diretor Gus Van Sant acertou muito em Últimos dias (2005), outro daqueles filmes que juram que não são sobre a vida da pessoa só para não pagar direito autoral, e mostra o fim do astro de maneira nua, crua e silenciosa. O filme é de uma beleza brutal e deve ser visto pelo menos uma vez. Eu tenho em casa e já vi bem mais que isso.

Amy Winehouse (1983 - 2011) Bom, o fato de que haviam bolões na internet apostando a data de morte de Amy talvez seja sinal de que esse trem já tinha andado. A moça, embora talentosíssima, nunca fez questão de esconder seu gostinho por uso de substâncias que o corpo não produz. Em seu vasto curriculum, o fato de que foi o único ser humano conhecido que teve seu visto para os EUA vetado sem ser brasileira. Além de muita música boa. Deixa saudade aos amantes de R&B e aos paparazzi em geral pois adorava (e era pós graduada em) bafão. Foi encontrada morta e para surpresa de muitos o laudo médico não detectou drogas ilegais mas sim um quantidade monstruosa de álcool. Só para não perdeu o hábito, já que tudo o que fazia era notícia, o tal laudo clínico foi enviado por engano (engana que eu gosto) para uma pessoa que o publicou na internet para o mundo (após ter vendido o mesmo por uma fortuna).


Mas imagino que a esta altura o meu querido leitor esteja se perguntando onde quero chegar. Ok, ok, cheguei onde eu queria. Um alemão chamado Kim Frank teve a sacada de escrever uma ficção chamada "27" que usa como base a tal conhecida maldição dos 27. Seu personagem é um jovem músico muito bem sucedido que chega aos fatídicos 27 e tan tan tan tan. Estou no início do livro ainda mas já super recomendo.

sábado, 12 de novembro de 2011

O mau olhado de Nefertiti

Olho gordo, a convicção de que a inveja de alguém demonstrada ou não pelo olhar pode ocasionar contratempo na vida do outro, propiciou as culturas antigas criar amuletos contra o mau olhado. Associado a ideia do secar com os olhos, o olho gordo representa a maneira de impedir a nutrição continuada da prosperidade de alguém. O mau olhado costuma secar as pessoas. Na tradição bíblica, esse olhar estava associado à cobiça. Na Mesopotâmia existia uma crença em homens escorpiões cuja visão bastava para causar a morte. Hoje os invejosos são chamados de vampiros por sugarem a energia alheia. Verdade? Não sei. Mas, quando pedi a São João um pescoço igual ao da Nefertiti e o milagre aconteceu, não imaginei estar cometendo crime de lesa majestade, embora eu tenha exibido o meu por aí com orgulho e vaidade! A rainha ofendida despejou sua ira sobre mim. Ao molhar minhas plantas caí por duas vezes machucando o joelho. Logo depois o sistema de irrigação de casa quebrou e a assistência técnica demorou dois meses para aparecer. A reforma de uma pérgula está parada desde então. Meu carro enguiçou e o do meu irmão foi roubado. Eu e meu filho acumulamos vinte pontos na carteira de motorista. O telefone está mudo, a internet e o computador não funcionam. Viajei a São Paulo para assistir palestras de um escritor famoso e o coitado não embarcou na ponte aérea por falta de teto. Isso nunca aconteceu. Culpa sua, diziam.
Tenho uma verruga de estimação, antiga, pois ela inflamou e vou precisar retirá-la. O jardineiro mudou plantas de posição, elas morreram assim como um coqueiro que não saiu do lugar. Não tenho inspiração, nem empregada, cansada não dou conta dos compromissos agendados e ainda por cima o Diguê não para de pegar no meu pé, por causa do joelho e dos textos, embora acredite que as abdominais tenham por objetivo acabar com o meu pescoço! Estou com mau olhado, só pode ser, comentei. Ele falou-me da existência de um olho azul, amuleto conhecido como nazar para proteger as pessoas. Azul? Vejo uma freqüentadora da academia, portando uma corrente com um pingente verde e vermelho com uns rabiscos e um olho... A mulher se vangloria de ter o corpo fechado. É amiga do homem, pensei, pois nele também nada grudava. Vai ver ele usava nazar e eu preconceituosamente achando que era seboso por falta de banho. O talismã com aparência de palma da mão com um olho no meio chama-se hamsá. Os desenhos, de acordo com a dona do objeto, são orações hebraicas para fortalecer seu potencial. Ele é usado por praticantes do judaísmo como amuleto contra mau olhado. Preciso de um, não dos dois, urgentemente, além do perdão da rainha pelo pecado da cobiça, para voltar a ter vida normal. Nefertiti, o pescoço ficou ótimo, mas o seu continua sendo muito mais bonito!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


- Não olhe,... não olhe!!!!!!!
Fechei os olhos. O que ele estaria escondendo?
- Agora olhe e me diga...
Ó céus, o que está diferente? Não vejo nada mudado, nem nele nem na sala. Que terá feito que o levou a imaginar que este suspense me divertiria? Tenho medo de perguntar e também de afirmar que não vejo nada novo. O que devo dizer?
- E então?
Meu anjo da guarda, meu bom amiguinho, me faça andar sempre pelo bom caminho... O que falar ou fazer para não decepcioná-lo?
- Putz, como você teve essa ideia?
- A gente já havia pensado nisso, lembra?
- Quando falamos sobre isso?
- Quando paramos para tomar sorvete,lembra?
- Não, não lembro de termos conversado. Como surgiu o assunto? - Precisava desesperadamente de uma pista.
- A Solange disse que havia conseguido inquilino para o apartamento e você, então comentou.
- Ah!..... (que será que comentei? Droga! Essa minha memória anda aprontando...)
- Mas, fale, você gostou?
- Como poderia não ter gostado?
- É que eu mudei um pouquinho o projeto inicial, lembra? Falamos em usar dois mas eu usei quatro, achei que ficaria bom.
- E ficou, mesmo.
- Fiquei preocupado com sua reação.
- Você fez bem.
- Vamos sair, para comemorar?
- Claro! Deixa só eu trocar de sapato. Meus pés estão moídos.
- Onde você vai? Tem que acostumar que agora ela vai ficar aqui.
Vi a sapateira escondida entre os dois braços dos sofás. Ah... foi isso... Sorri, tímida.
- É duro ser loira, somos distraídas.
Ele sorriu e me abraçou carinhosamente. Nunca diria a ele que estava horrível.

PS- Desculpem a ausência na segunda passada e antecipadamente peço desculpas pela próxima segunda. Em dezembro já estarei nos trilhos, novamente.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Me gusta la mañana, me gustas tú
Me gusta el viento, me gustas tú
Me gusta soñar, me gustas tú
Me gusta la mar, me gustas tú."



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Alan Pauls, na Folha: "Condição adolescente de ser uma eterna promessa envolve cineasta Sofia Coppola e sua obra"



Sofia Coppola está prestes a completar 40 anos, mas continuamos tratando-a como adolescente. Como se seus filmes -e ela já fez quatro- não fossem frutos de seu talento, sua sensibilidade ou sua inteligência, mas promessas de uma obra futura em que se revelará a verdade por inteiro. 

Por quê? Pelo carma de ser filha de Francis Ford Coppola? Ou porque continuamos a enxergá-la como a muito jovem Mary Corleone de O Poderoso Chefão - Parte 3?

Nessa estranha ilusão óptica que geram os filmes de Coppola, há algo que não se deixa explicar pelos avatares biográficos da diretora nem pela poluição midiática que contamina sua estirpe. Algo que está relacionado aos próprios filmes. Como se esse erro de paralaxe fosse um dos elementos internos decisivos, inclusive o segredo que os faz existir e os define.

Já se disse muito que o tema do cinema de Coppola é a celebridade. As irmãs Lisbon, de As Virgens Suicidas (1999), são estrelas da disfuncionalidade familiar, assim como Maria Antonieta (2006) o é no mercado da mundanidade monárquica.

Nem há o que dizer sobre Bob Harris, de Encontros e Desencontros (2003), inspirado nessa "bête noire" do "star system" de Hollywood que foi Orson Welles.

IMPASSIBILIDADE

O protagonista de Um Lugar Qualquer também é um desses seres marcados pela hipervisibilidade. Ator de Hollywood, Johnny Marco é apático como Harris, inocente como Maria Antonieta e autoabsorto como as meninas Lisbon.

Coppola descreve a vida de Marco com a mesma impassibilidade, a mesma falta de ênfase e hierarquias dramáticas com que filmou a via crucis de Bob Harris pelo labirinto ilegível de Tóquio.

Tudo indica que Johnny Marco é famoso, mas o que Sofia Coppola omite é o porquê. Marco não é especialmente bonito, simpático ou brilhante. Ignoramos tudo sobre sua carreira e sua habilidade como ator.

A única coisa que nos é mostrada é um cartaz de seu último filme e uma entrevista coletiva que Marco resolve com monossílabos. Mas ele tampouco é especialmente idiota, extravagante ou rebelde. Digamos de uma vez: Johnny Marco não é nada.

Como pode, portanto, ser uma celebridade? Aqui está a descoberta mais sutil, mais "warholiana" de Um Lugar Qualquer: a ideia de que a fama, em sua versão contemporânea, é um enigma.

Não é o resultado lógico e progressivo de um trabalho, uma carreira, um conjunto de qualidades pessoais, mas uma mais-valia mágica, invisível, que nunca procede daquele que a ostenta, mas do exterior, dos outros, daqueles outros em que Sartre costumava localizar o inferno.

Assim, Marco é apenas o herói menor, subsidiário, do filme de Coppola. Os verdadeiros heróis são outros: camareiros, assessores de imprensa, comissários de bordo, strippers, toda essa pequena legião de artistas conceituais camuflados que fazem desse nada que é Johnny Marco uma celebridade.

Desse nada, ou desse adolescente eterno que ele é, porque o que é a adolescência senão esse grande momento no qual -para o bem ou para o mal- somos o que os outros decidem?

Não é, portanto, o tema da celebridade o que distingue o cinema de Sofia Coppola. É sua hipótese -corroborada por ela mesma, congelada na condição adolescente de ser uma promessa eterna- de que celebridade e adolescência são experiências gêmeas e que, para ser célebre, não é preciso ser ou fazer nada: só deixar-se fazer pelos outros. 

ALAN PAULS, escritor argentino, é autor de "O Passado" (Cosac Naify), entre outros. Tradução de CLARA ALLAIN. 


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Piadinha da boa


CRONOBIOGRAMA FEMININO!!!

1 aos 5 anos:
A mulher não tem a mínima idéia do que ela seja.

5 aos 10 anos:
Sabe que é diferente dos meninos, mas não entende porquê.

10 aos 15 anos:
Sabe exatamente por que é diferente, e começa a tirar proveito disso.

25 aos 30 anos:
Nessa fase formam 5 grupos distintos:

G1
As que casaram por dinheiro

G2
As que casaram por amor

G3
As que não casaram

G4
As que simplesmente casaram

G5
As inteligentes


G1: descobrem que dinheiro não é tudo na vida, sentem falta de uma paixão..

G2: descobrem que paixão não é tudo na vida, sentem falta do dinheiro.

G3: não importa o dinheiro e a paixão, sentem falta mesmo é de um homem .

G4: não entendem por que casaram.

G5: descobrem que ter inteligência não é tudo na vida.


30 aos 35 anos:
Sabe exatamente onde errou e tinge o cabelo de loiro. Vai para academia.

35 aos 40 anos:
Procura ajuda espiritual.

40 aos 45 anos:
Abandona a ajuda espiritual e procura ajuda médica, com analistas e cirurgiões plásticos.

45 aos 50 anos:
Graças aos cirurgiões suas nádegas e barriga voltaram ao normal, seus seios ficaram melhores do que eram e explode uma paixão pelo seu analista.

Após os 50 anos
FINALMENTE SE DESCOBRE, SE ACEITA E COMEÇA A VIVER !!!!
...Mas, aí vêm a osteoporose e o reumatismo e lasca tudo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Em fatos verídicos

Ler biografias nem sempre geram bom resultados. Sou amante da obra de Jane Austen e qualquer pessoa que me conheça sabe disso. Li todos os livros, vi boa parte das adaptações para o cinema e finalmente, em minha última viagem, comprei empolgadíssima duas biografias da autora. Estou na página 176 de 347 da primeira delas e relutando cada vez mais em virar a página. Algo me diz que não lerei a segunda. E por quê? Porque incrivelmente, ou não, a imagem e fantasias que tinha relacionados a Jane, criados e nutridos a revirar de páginas sobre Lizzy e Darcy, não condizem muito com a realidade da vida da autora. E para piorar em dado momento assisti Amor e inocência (Becoming Jane), que se vende como retrato de um momento na vida de Jane e vamos combinar que não condiz com o que tenho lido na última semana. Só para exemplificar, o filme trata de seu avassalador romance com o jovem irlandês Tom Lefroy, que nos meus sonhos foi o Mr Dancy de Jane, e no livro não é nada disso. Sim, a jovem então aspirante a escritora conhece Tom Lefroy em 1795, algo por volta da página 114 e ao todo encontra o rapaz umas três vezes em eventos sociais e nunca mais volta a vê-lo já na página 121. E o encontro na floresta? A fuga para o casamento? O amor infinito e imortal? A filha com outra nomeada a partir de sua amada? Nada disso foi verdade? A passagem de Tom Lefroy na vida de Jane Austen se resume a sete páginas e algumas poucas cartas trocadas com a irmã Cassandra. Somente. Basicamente o livro tem acabado com todo e qualquer sonho romântico dessa que vos escreve, mas ouso dizer que isso tudo vem a calhar e de certa forma cabe bem na minha situação atual. Outro dia estava com duas amigas queridas em um barzinho quando meu celular anunciou a chegada de um torpedo. Dizia algo assim: "Amor, estou morrendo de saudade". Li e apaguei. Minhas amigas, curiossissimas, queriam saber quem era. Era engano, é claro, afinal não tenho ninguém na vida nesse momento que me mandasse um torpedo desse teor. Triste? Admito que sim. Então ler que na verdade Jane Austen não viveu um grande amor, não teve um encontro incrível na floresta e nunca encontrou seu Darcy mas mesmo assim criou um para sua Lizzy, me faz ver que a vida é assim mesmo. E que os roteiristas americanos tem muita (mas muita) imaginação.