domingo, 31 de janeiro de 2010

Retroativa

Este é uma postagem retroativa. Ontem nem cheguei perto de qualquer computador. Passei o dia limpando armário, desempacotando coisas... feliz da vida. O primeiro pré open house já rolou meio no improviso... o Ju, a Jo e Li foram para casa no sábado e juntos cervejamos no chão da sala. Em tempo, como ainda não chegou a geladeira, usamos um balde com gelo mesmo. E foi ótimo. E a semana já começou... e mal posso esperar o próximo fim de semana.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Uma Praga... um Kafka

Conheci a obra de Kafka aos quinze anos através do livro Cartas a Milena. Devagar fui lendo toda sua produção. Acho que uma das razões por nunca ter desejado conhecer Praga foi ler Kafka. Como eu trabalho demais e estava mortamente cansada, há pouco tempo decidi descansar e escolhi Paris para isso. Queria rever a cidade onde morei durante um curto período para terminar meu mestrado. Minha filha fez uma contraproposta: uma visita à Praga. Contei para os leitores como foi chegar lá, então não vou repetir: uma maratona. Mas, a partir do aeroporto tudo começou a dar certo, graças a um carioca, professor de dança, que viva lá há uns quatro anos.
Praga/Kafka, Kafka/Praga essa sempre fora minha associação. E não é que apareceu aqui em casa um livro de Jeannette Rozsas, de titulo Kafka e a marca do corvo? Vocês devem ter percebido que procuro ler autores novos. Gosto de novidades, e as surpresas são sempre agradáveis. Trata-se de uma biografia romanceada de Franz.
Jeannette descreveu com precisão a Praga de ontem, que é a mesma de hoje. Foi um passeio e tanto. Não preciso dizer que quando estive lá, o primeiro lugar a ser visto foi o bairro judaico e sua velha sinagoga. Acho que levei uns três dias para criar coragem e visitar o castelo. Quem não se lembra do livro de Kafka sobre de titulo O Castelo?
Embora para mim o mais impressionante ainda seja O Processo. Descobri com ela que Kafka era advogado por formação. Estranho, eu nunca imaginei... mas faz sentido. Ele pertencia a uma rica família e seu pai precisava de alguém para tocar seus negócios e quem mais apropriado senão o próprio filho? Kafka era judeu de sangue e mesmo passando pelos rituais próprios do judaísmo, foi ateu por um bom tempo. Porém, adulto começou a perceber que a religião que seu pai seguia não tinha semelhança com os escritos da Tora e talmude e iniciou seus estudos sobre cultura judaica tendo aprendido hebraico e iídiche. Nasceu e viveu grande parte de sua vida em Praga, capital da Bohemia, mas os intelectuais e as classes altas falavam alemão, então suas obras foram escritas nessa língua. Era o idioma oficial do Império Austro-húngaro. Se você buscar informações sobre ele vai descobrir que é “o maior escritor de língua alemã do século XIX”. Estranho, não é?
Só para vocês perceberem a contradição: quase toda a família Kafka morreu em campos de concentração. Mas, de volta ao passado, não dona Rosa. Pra gente é que se anda... hum... acho que é plágio!
Uma curiosidade: Jeanette chamou seu livro de: Kafka e a marca do corvo. Kafka em tcheco é corvo. Parece que o aspecto negativo que tem o animal é coisa do Ocidente, embora uma ou duas vezes Kafka tenha se referido a isso. No caso dele deve ser por causa do Romantismo, que tinha a ave como de mau-agouro, porém em outras localidades como China, Japão e outros países orientais ela é símbolo de gratidão filial.
Uma gratidão que só foi despertada em Kafka no final de sua vida, após conhecer e viver algum tempo em Berlim, ao lado de Dora, o último amor de sua sofrida vida. Em tempo: Praga é uma cidade maravilhosa, mesmo com uma sensação térmica de -20 graus e sua neblina que só desaparece umas 10 horas da manhã para reaparecer às 16 horas, quando o relógio da praça centenária, religiosamente toca para chamá-la, e a noite cai de novo. Mas, o dia não termina aí, a cidade é cheia de bares e cafés e bons restaurantes que aquecem até turista brasileiro que odeia frio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

IMPRESSÕES

Em PUNE, estado de Maharashtra, Osho é atração. Gente do mundo inteiro chega para os cursos e hospedam-se no “balneário” - o centro de estudos e terapias- ou nos hotéis dos arredores, aliás, a parte mais bonita da cidade onde ficam lojas elegantes que contém tudo que uma mulher ocidental deseja comprar na Índia.

Com 4 milhões de habitantes a cidade é considerada de porte médio. Foi a capital dos maratas (língua indo-ariana falada por cerca de 90 milhões de pessoas) nos séculos XVII e XVIII. O que se vê hoje é um trânsito caótico, marca registrada da India, diga-se de passagem, onde camelos, vacas, riquixás, ônibus, automóveis, bonde, bicicletas e milhares de motos disputam o mesmo espaço.

Provavelmente como consequência do excesso de lixo não coletado, há muitas moscas. As vacas descobriram que moscas e CO2 não se dão bem. No meio das ruas há bastante dióxido de carbono e nenhuma mosca, então dona vaca resolveu que aquele é seu habitat. Ninguém tira as benditas de lá. O jeito é buzinar e desviar.

BENGALORE ou BENGALURU, é a capital e a maior cidade do estado de Karnataka. Tem 6 milhões de habitantes. É o centro da indústria de alta tecnologia da Índia sendo a capital tecnológica da Índia, onde se situam mais de 1500 empresas e instituições de pesquisa científica e tecnológica. Esta é uma cidade diferente. Avenidas largas, metrô, muito arborizada, parques magníficos mas.... mas tem milhares de pessoas paupérrimas nas ruas em contraste com a riqueza de Fateh Ali Tipu, mais conhecido por Sultão Tipu, Tipu Sahib ou Tigre de Mysore, que governou/ dominou a cidade no século XVIII. Ali construiu um palácio que atualmente é alugado para festas de casamento e aberto à visitação. Paga-se caro para entrar, paga-se para fotografar e pode-se babar... porque aquilo ali é um luxo só. Mesmo sendo bonito não chega, entretanto, aos pés de um outro palácio que construiu em Mysore (foto), a segunda maior cidade do estado. Neste fantástico monumento à estupidez humana todos os vidros vieram da Bélgica, as tintas da Itália, os lustres da França, as madeiras da América e da África, etc, etc, etc. A garagem para carruagens e algumas carruagens deixadas como testemunho de um tempo de gastos insanos e ostentação como a da nobreza europeia ferem os olhos de quem poucos instantes antes viu centenas de pessoas fazendo um gesto de levar a mão com os dedos fechados à boca, significando “me dê comida, pelo amor de Deus!”, milhares de casas sem esgoto, milhares de ruas sem calçamento, água e luz...

Mas, como não estávamos lá para julgar, usufruimos dessas belezas, incluindo pinturas como esta da imagem ao lado, cuja técnica é admirada no mundo todo pela riqueza de detalhes e delicadeza das tintas e cores. Essas maravilhas deixaram no peito uma dor grande.

Na próxima semana contarei das cavernas de Ajanta e Ellora.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dear diary

Prometi e não cumpri. OK, me processem. Aí vai mais um dia querido diário... mas é que é oficial: estou de casa nova. Ainda não mudei mas as chaves já estão comigo e já estou pensando no open house. Claro que essa semana ainda vai pintar e aí que começa o processo de mudança em si... mais uma vez. Estou seriamente pensando em escrever um livro sobre mudança. Ao todo já mudei, nos últimos anos, algo como 8 vezes, sendo 4 delas mudanças de cidade e 2 de estado... e juro que não estava fugindo da polícia ou devendo dinheiro pra bicheiro... então acho que me qualifico para a tarefa. Louca para ver as coisas no lugar. Minha vaca voadora de Londres, as bonequinhas russas, livros, cds, computador... preciso de uma cama nova e... preciso de tempo para realizar isso tudo. Mas há de dar certo. E só eu que achei Avatar chatissímo? OK, as cores são lindas mas dava para resumir em 25 minutos muito bem aproveitados. 2h30 é maldade, afinal, nada que você já não tenha imaginado na segunda letra dos créditos de abertura acontece. E depois maluco fala mal de Lars Van Triers. Fui.

Ah, vi isso aqui e estou doida para fazer... open house... open house...

Fonte: Restaurante Casserole

Tempo de Preparo: Rápido - 30 minutos com o caldo de peixe já preparado

Rendimento: 2 porções

Dificuldade de preparo: Fácil

Ingredientes
360 g de filé de atum
500 ml de caldo de peixe
1 limão tahiti
20 g de gengibre ralado
½ maço de coentro
2 pimentas dedo de moça sem semente
2 cebolas roxas
ciboulette a gosto
1 grapefruit
15 g de broto de beterraba
sal a gosto
gelo picado

Modo de preparo
Cortar o atum em cubos de aproximadamente 3 cm. Reservar em geladeira.
Retirar 4 gomos do grapefruit e cortar em cubos de aproximadamente 1 cm.
Bater o caldo de peixe no liquidificador com o limão, 10 g de gengibre, coentro, 1 pimenta e 1 cebola. Coar e reservar. Esfregar uma pimenta dedo de moça em um bowl.
Acrescentar o atum,o caldo batido, o gelo e mexer por 5 a 7 minutos.
Escorrer o excesso de caldo e gelo. Retificar com sal e acrescentar os 10 g de gengibre restantes e a ciboulette picada bem fina.

Finalização
Colocar o atum em prato fundo. Dispor os cubos de grapefruit, a cebola roxa cortada em julienne. Finalizar decorando com os brotos de beterraba.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Colação, isso mesmo, um lanche ou refeição leve...

Bom, eu terminei de ler o livro do Aran. Junto com ele veio uma obra de arte. Vou colocar a ilustração depois para vocês verem, a etiqueta, é claro... Eto Coelho (Bauru-SP 1968) “Um doce 2010” 2009. Mist(ur)a sobre assadeira. 24 x 18 cm. Colação particular.
Meu marido foi o primeiro a se deliciar com o brownie. Pensei em arte e nas páginas e mais páginas escritas para tentar esclarecer a complexidade dessa questão.
Se, tem alguém esperando uma definição aconselho procurar em livros, porque o assunto não tem fim, nem concordância. Marcel Duchamp sabia disso. Gostei da irreverência, lembrei-me dos surrealistas e dadaístas. Olha aqui, Wagner Kruppa, nem sobrinho do cardeal ele é... portanto, há sinceridade nisso. Ah, e as linhas são retas!
Mas, voltando ao assunto, Eto é meu amigo. Costumo brincar com as pessoas, que todo ano acrescento alguém especial a minha lista. No novo ano 5769 (2009) judaico que teve seu inicio em setembro adicionei esse amigo a minha lista. Sou judia, como a maioria de vocês deve saber, mas respeito à pluralidade religiosa desde que tal não venha ferir os mandamentos do judaísmo. Tenho até um padre na minha lista, com muito orgulho. Em 31 de dezembro, passagem para 2010, o ano cristão do Eto, tornei a confirmá-lo. Para mim, amigos são como amuletos e possuem a mesma força mágica. Amigos ajudam a preservar a saúde, a felicidade e ainda funcionam como analistas, pois a gente despeja sobre eles todas as aflições. Eto Coelho é o melhor artista que eu conheço!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E como perguntar não ofende: você sabe desenhar? Se não souber está perdido, pelo menos na opinião do italiano Cuttin, pintor da nossa próxima curadoria.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

uma das bandas do coração

Escute nova música do She & Him

Da Rolling Stone Brasil

"In the Sun" integra o segundo disco do duo formado por Zooey Deschanel e M. Ward

A dois meses do lançamento de Volume Two, o novo disco do She & Him, o selo Merge liberou a faixa "In the Sun" na rede. Escute no vídeo abaixo:



Composto por M. Ward e Zooey Deschanel (que divide a carreira musical com a de atriz, por filmes como 500 Dias Com Ela), o She & Him preparou 13 faixas para o novo disco. "In the Sun", o primeiro single, tem colaboração vocal do grupo Tilly and the Wall.

A tracklist de Volume Two, que será lançado em 23 de março, já foi revelada no site oficial do duo:

1- "Thieves"
2- "In The Sun"
3- "Don't Look Back"
4- "Ridin' In My Car"
5- "Lingering Still"
6- "Me And You"
7- Gonna Get Along With You Now"
8- "Home"
9- "I'm Gonna Make It Better"
10- "Sing"
11- "Over It Over Again"
12- "Brand New Shoes"
13- "If You Can't Sleep"

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Adoro

Cow Parade começa nesta sexta-feira em São Paulo

da Folha Online

Começa nesta sexta-feira a segunda edição paulistana da Cow Parade, uma exposição ao ar livre com 90 estátuas bovinas em tamanho real pintadas e decoradas por diferentes artistas. As vacas serão espalhadas por pontos estratégicos de São Paulo. A exposição terá dois meses de duração e termina em 21 de março.

]Vacas decoradas "invadem" São Paulo nesta sexta; assista

Os temas são os mais diversos. Haverá uma vaca vestida de bebê, uma em homenagem ao festival de Woodstock e outra retratando a avenida Paulista, por exemplo. A que representa os engarrafamentos tem incontáveis carrinhos colados ao corpo.

As estátuas estarão em lugares tão distintos como a praça da Sé, a avenida Paulista, no shopping Cidade Jardim, na rodoviária do Tietê, no parque do Ibirapuera, no terminal Sacomã e no metrô Tatuapé.

A vaca disfarçada de Michael Jackson --mas o Michael da época do grupo Jackson Five, com cabelo black power e roupa dos anos 70-- será colocada numa esquina da rua Peru, nos Jardins (zona oeste).

A localização das 90 vacas pode ser consultada no site "[www.cowparade.com.br]"http://www.cowparade.com.br/.

Depois de expostas, as vacas serão arrematadas num leilão beneficente. O dinheiro arrecadado será doado à entidade Gol de Letra.

A Cow Parade surgiu na Suíça no final dos anos 90 e, desde então, passou por quase 60 cidades de todo o mundo. O rebanho de uma cidade é sempre original.

A exposição passou por São Paulo pela primeira vez em 2005. Naquela época, era comum ver cachorros com medo das estátuas ou turistas posando para fotos em cima dos animais. As vacas são feitas de fibra de vidro e pesam, cada uma, em torno de 60 kg.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sim, as coisas vazam...

20/01/2010 - 18h06

DVD completo de turnê da Madonna vaza na internet

da Folha Online

O site francês "Absolument Madonna" disponibiliza o show completo da turnê "Re-Invention" realizada em Lisboa (Portugal), em 2004. O DVD, que não foi lançando oficialmente, acabou sendo transformado em parte do documentário "I'm Going To Tell You A Secret", que mostra os bastidores das apresentações.

Durante o show, Madonna canta grandes sucessos, como "Holiday", "Into the Groove", "Papa Don't Preach", "Express Yourself" e "Vogue".



segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

VOLTEI

Rosa Bertoldi fez o maior oba-oba na minha ausência... Encarregou-se de contar novidades, mostrar os Contos de Solidão e o texto que Janira escreveu. Achei isso muito legal, assim vocês não esqueceram de mim. Imagine se ficaria brava... eu adorei!
Fui indelicada ao partir sem me despedir, desculpem!
Cheguei há dois dias e ainda estou naquela confusão de quem fica fora muito tempo. Não só o longo tempo nem os fusos horários me deixaram assim, mas tudo o que vi e senti. Nunca voltei tão esquisita.

Primeiro Londres com neve, chuva e a temperatura de gelar cerveja que me deixou com rodelas vermelhas nas bochechas, metrôs super aquecidos e a agitação típica de dezembro: milhares de pessoas, vitrines, ruas decoradas e pacotes, muitos pacotes. Corais aos cantos em cantos inesperados, bandas jovens com velhos instrumentos e idosos joviais assoprando as mãos para aquecê-las ao final das execuções, Covent Garden com artistas mambembes e sebos, músicos eruditos e modelos exclusivos recendendo a comidinhas gostosas. Carnaby, London Eye – a roda gigante gigante, Big Ben, Harrods, Mark & Spencer, etc.
Tudo isso talvez tenha contribuído para deixar o resto do tempo mais confuso. O destino era Índia.

Sentia-me preparada para ver e sentir o país, mas não estava. Os conselhos e recomendações haviam tirado meu sono. Não use sandálias! As ruas têm muita porcaria no chão e provavelmente você irá escorregar num cocô, melhor ir com tênis ou bota. Não coma nada cru! Minha mãe teve uma gastrenterite terrível! Não tome refrigerante com gelo dentro, o gelo pode estar contaminado! Não cruze as pernas, é o mesmo que falar um palavrão, os pés são impuros e se você apontar para um indiano ele se sentirá muito ofendido! Não mostre os ombros, braços e colo, é falta de respeito! Nunca toque ninguém com a mão esquerda!
Descendo em Mumbai poderia começar a conferir tudo isso.

Vi, na verdade, um país em obras pois em outubro sediará as Olimpíadas da Ásia. Várias cidades construindo metrô ou ampliando a rede, estádios, avenidas amplas, colocação de tubulação para esgoto, etc.

Então a Índia é uma maravilha? Não!!!
Há tanta pobreza, mas tanta, que não dá para falar. O comerciante que tem sua banca de verduras, à noite se enrola nos trapos e dorme na banca! Em cima das tábuas. O dono do riquixá que pedalou o dia todo no trânsito completamente louco descansa o corpo exausto no seu veículo. É ali que ele mora! Toma banho? Escova os dentes? Tem outra roupa? Onde guarda? Terá um livro, um papel, uma foto, um documento? Onde? Um me disse que o que tinha guardava ali, embaixo do banco...

Há algo belo nisso? Há. O respeito que um tem pelo outro. Esse homem não é molestado, assassinado, roubado, enquanto adormecido. Ninguém rouba o riquixá deixando seu corpo numa valeta.

Então não há violência? Há. Mas todos passam no templo pela manhã e rezam para os deuses lhes darem um bom dia e para serem bons. Têm sua testa marcada em preto, amarelo ou vermelho e ostentam essa marca o dia todo para se lembrarem de sua oração e do pedido para serem pessoas boas.

Então é uma maravilha? Não... é um caos, uma loucura.

Horas e horas de conversa não me fariam explicar o que vi e senti. Talvez na semana que vem tenha compreendido alguma coisa e possa escrever mais coerentemente.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Domingo

Podia dizer que essa semana foi uma loucura. Mas isso vocês já devem imaginar. Que a loucura aumentou depois de uma nota na Mônica Bergamo. Gente, fiquei chocada com como todo mundo lê a Mônica Bergamo. E que quando não estou trabalhando insanamente estou correndo com documentos. Já falei? Não, acho que isso eu ainda não falei. Achei um apartamento e agora estou entre cartório e papéis e mil e um documentos. Como é difícil, né? Mas vai valer a pena e assim que for a open house aviso. E já comecei a pensar na decoração. Plotagem na porta... escolhi um abajur luxo mas ainda não comprei. Já falei que estou correndo? Ah, é, sim, já falei. E que minha monografia está quase pronta? Então, está. Podia falar tanta coisa... mas no momento só digo que hoje é domingo, que a semana promete ser longa mas que antes de tudo vou dar um pulinho na Paulista e ver Onde vivem os monstros porque eu mereço. A partir da semana que vem volto a tentar escrever textos interessantes e com conteúdo, afinal, ninguém merece mais um blog reality show...



sábado, 16 de janeiro de 2010

A casa dos Rasi: Reminiscências

Li uma mensagem deixada por Edson Aran, no setegrausdeseparação... Pode ser o autor de verdade, pode ser brincadeira de algum amigo. De qualquer maneira obrigada, pois o fato me levou para uma espécie de túnel do tempo. Recriar algo com palavras equivale a viver duas vezes, dizia um poeta chinês há muitos séculos atrás. Espero que esse texto seja um mapa para recordações em relação à família Rasi. São minhas lembranças...
Memória, que em sentido amplo pode ser conceituada como a retenção de qualquer aprendizagem. Uma expressão cobrindo o objeto de evocação ou reconhecimento, de acordo com o filosófo Henri Bergson. No meu caso, lembranças de um tempo quase perdido nas brumas do passado, antes do sucesso do filho do “seu” Oswaldo, o teatrólogo Mauro Rasi.
Impaciente e aflita aguardava a vinda de uma criança. Meu filho, o Kinho, era um garoto levado e eu desejando uma menina, que se revelou igualmente arteira e atende pelo apelido de Naná. Durante a gravidez costumava nadar na piscina de Pérola comendo as frutas roubadas do quintal do vizinho, talvez por isso minha filha goste tanto de goiabas.
Reminiscências... a despedida com um concerto de piano, do garoto de 16 anos que saiu de Bauru para estudar no exterior. O retorno com uma peça encenada na cidade de São Paulo. A ida para o Rio de Janeiro. Seus famosos gatos. Os comentários da família, dos amigos, o Mauro tornando-se conhecido. Mas, o casal Rasi levava a vida de sempre. Portas abertas aos amigos, um entra e sai, um banho de piscina nos dias quentes, os bate-papos nos dias frios, enfim convidados em férias em busca do prazer de uma boa conversa.
O dia de Natal chuvoso antecipando janeiro quente, o aroma da cozinha de Pérola e o sabor dos licores do Wado, um licor de laranja... Essas alegrias intensas compondo o prazer de aprender a viver um outro tipo de vida, o dia a dia do interior, pois eu estava retornando à cidade após longo período na capital. O Marcos Frota vindo a Bauru para pesquisar. Ele seria o jovem Mauro em uma peça. Lembro-me ainda do telefonema da Pérola pedindo que fosse a sua casa levando Betina Massad, pois ela estava escrevendo um trabalho acadêmico sobre a produção teatral de Mauro Rasi. Vera Holtz, ao encarnar Pérola, perguntando se balançava a sandália como à verdadeira mãe do autor do texto, estrelado por ela. Bergson está certo, memória é evocação e reconhecimento.
Lembro-me de “seu” Rasi puxando uma cadeira e sentado inspecionava o belo quintal de flores e frutos. A piscina azul cor do céu ou seria cor do mar? A casa com sacada de ferro no segundo andar, de onde suponho, Mauro sonhou ser o Sartre bauruense. As venezianas azuis, ou verdes? Enfim, um lugar e como lugar, naturalmente nunca seria neutro. Exerceu influência sobre o teatrólogo e todos aqueles que por lá passaram... Um lugar onde se esbanjava cultura, um posto privilegiado para se olhar uma Bauru ainda provinciana, uma cidade serena. Ao volver meu olhar para esse passado, penso em um paraíso perdido de sombras azuis angulosas e abruptas com uma pureza euclidiana, esquecido ou guardado no baú da memória.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Recebido

Ligiana e Ameth Male cantam "La lune de Gorée" de Gilberto Gil e Capinan
A Ilha de Gorée foi um dos principais pontos de comércio de escravos do continente africano para as Américas.



Participam da Gravação: Edou Manga (cora), Marcel Martins (cavaco), Emiliano Castro (violão), Alfredo Bello (baixo) e Douglas Alonso (percussão). Montagem: Juana Roberto

LETRA EM PORTUGUÊS
La lune de Gorée
A lua que se ergue
Na ilha de Gorée
É a mesma lua
Que se ergue em todo o mundo

Mas a lua de Gorée
Tem uma cor profunda
Que não existe
Em outras partes do mundo
É a lua dos escravos
É a lua da dor

Mas a pele que há
Nos corpos de Gorée
É a mesma pele que cobre
Todos os homens do mundo

Mas a pele dos escravos
Tem uma dor profunda
Que não existe de forma alguma
Em outros homens do mundo
É a pele dos escravos
Uma bandeira de liberdade

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ao espelho

queria um amor.
muito.
todos os dias, ao acordar, olhava para o espelho e dizia sempre a mesma coisa.
- preciso de um amor.
a frase parecia um mantra.
um grito de sos.
e não via a hora.
com o coração se exercitando novamente, iria emagrecer.
comprar sapatos novos - até um salto alto.
deixar de fazer as unhas em casa.
beber menos.
transar mais.
sofrer pela mensagem no celular que nunca chegava.
(às vezes, não chegava mesmo).
enlouquecer de ciúme.
acordar juntinho.
apelidos ridículos.
talvez um cachorro de estimação.
cafunés durante os filmes na tv.
briguinha por conta das diferenças de opinião.
mais sexo.
ser elogiada.
beijo na testa.
o tempo passando rápido demais.
conversas ao telefone.
no msn.
twitter.
e-mail sacanas.
olhar crianças e querer uma.
macarrão de domingo.
odiar o futebol às quartas.
olhares tímidos.
sorrir fora de hora.
...
queria um amor.
mas já estava atrasada para o trabalho.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Melancolia

Tentou lembrar da alegria sentida tão intensamente até um tempo atrás, balançando tímida os quadris pesados.
Sem olhar para os lados, que o olhar dos outros a deixava envergonhada, levantou os braços mostrando suas axilas claríssimas (usava um novo produto anunciado na TV, que as torna maravilhosas e dignas de serem admiradas) e lembrou das artistas que tiram o “gordo” com uma plástica de rápida recuperação (ficam fundas e sedutoras e pode-se pagar em dez parcelas)... mostrou seu gordo axilar tentando entrar no ritmo.
Improvisara uma fantasia. Ao espelho aprovara a escolha, mas agora parecia um pouco brega. Ainda bem que a máscara, home-made, cobria um pouco do rosto. Alguém a reconheceria?
Só se fosse pela sandália desconfortável com a plataforma enorme, meio fora de moda e usada todos os anos para cair na folia...
A sensação de estar artificial não a abandonava. Que alegria é essa que não sinto? Será que sou só eu, ou todo mundo está fazendo tipo? Se ao menos tivesse vindo com um bloco! Em bando tudo fica mais fácil, cria-se a ética do grupo.
Droga! Se vim, vou aproveitar.
Abriu um sorriso sedutor, ajeitando provocadoramente a máscara e segurando entre os dedos a piteira, muleta usada para circular pelo salão.
“É com esse que eu vou sambar até cair no chão,/
é com esse que eu vou desabafar na multidão/
Se ninguém se animar eu vou quebrar meu
tamborim/ mas se a turma gostar vai ser pra mim”.
Ainda bem que tocavam músicas antigas. Se além de tudo fosse obrigada a ouvir que o “Bruce tava magoado porque Bruce tinha paixão...”, arrancaria a máscara e fugiria, negando o sangue brasileiro nas veias, cortando os pulsos se preciso fosse, mas gritaria bem alto:
– Carnaval? Tô fora!
Bem melhor ler poesia na rede da fazenda.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Do sol

Essa foi uma semana difícil! De montanha russa emocional no trabalho... na terça saí de lá me achando a Mulher Maravilha, na quarta um lixo, ma quinta briguei e na sexta tive uma reunião ótima e cheia de risadas... montanha russa total. E nada disso me abalou. Estou vivendo um momento ótimo. De verdade, feliz comigo mesma, com meu trabalho, o rumo que minha vida está tomando... apaixonada pela vida e o que pode ser melhor do que isso?
Bom, juro que isso não é fusquinha, é felicidade. Acordei nesse domingo lindo de sol me sentindo ensolarada... e consumista. Estou vivendo dias de mudança.
E mudando de assunto, minha gente desse blog, por onde andam vocês? Estou com saudade. Até a Rosa Bertoldi que nunca havia não publicado ficou muda ontem.
E agora eu vou nessa porque o sol lá fora está me chamando de volta.

sábado, 9 de janeiro de 2010

DELACROIX ESCAPA DAS CHAMAS

É o titulo de um livro que ganhei de um amigo. Para escrever esse post pensei em usar um outro: “a influência do surrealismo na islamização da França”, porém podia parecer racismo. O texto é de um jovem autor Edson Aran. O personagem principal é um critico de arte, Kruppa. A história acontece na São Paulo do século XXI, quando os mulçumanos estão dominando o mundo, através do califado de Paris. Suas tiradas são hilárias e racistas, a maior parte do tempo. Politicamente incorreto Kruppa é um critico de arte que tem um programa na televisão e se vê as voltas com a venda de dois quadros famosos, um deles A liberdade guiando o povo. Não vou contar só aguçar a curiosidade de vocês. Ele só toma vinho lituano e só transa com cyber-puta.
É do vinho que quero falar, pois de acordo com Kruppa o da Ucrânia é um vinagre. Pensei em críticos de arte em geral e suas manias. Eu, por exemplo, só tomo vinho croata. Fala sério, diria o Jair.
Isso mesmo vinho made in Croácia. Frajona. Se vocês duvidam vou descrever o rotulo com uma cabra e os seguintes caracteres: kvalitetno vino malvazija – bijelo suho vino – kontrolirano – podrijetlo – Istra -12,1%. Entenderam? Nem eu. Mas que é bom, isso ele é. Amargo e branco, pois de doce e colorida já basta a vida. Gelado, por favor.
Fico imaginando que a árida terra da Croácia só podia dar bom vinho, dizem os entendimentos que quanto pior a terra, melhor o vinho. Vai ver é por isso que no Brasil não tem um vinho bom, só chapinha, sangue de boi ou então lituano...juro que não é preconceito. Vinho e críticos de arte...
Tem gente duvidando que eu seja crítica de arte, afinal a cidade já tem sua celebridade e ela é reverenciada e classificada como curadora. Mas, como eu expliquei certa vez, nós nos conhecemos desde sempre, ou pelo menos desde os tempos da Escola de Belas Artes. Alguma coisa eu tinha que aprender com ela, não é? Como não tenho vocação para curandeira, fiquei crítica, para alegria da Karin, que me odeia, não é? Pelo menos as mensagens que ela enviou-me certa vez deixaram esse sentimento nas entrelinhas.
Mas, voltando ao assunto Edson Aran é um autor diferente de tudo que eu havia lido. De acordo com Ivan Lessa “ninguém que trabalha com um personagem chamado Wagner Kruppa pode deixar de ser levado a sério. Muito a sério. Que é a melhor maneira de rir.” Como me identifiquei com Kruppa (mesmo não transando com cybers....) não parei de rir desde que comecei a ler o livro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

domingo, 3 de janeiro de 2010

As boas vindas

E mais um ano se foi...

e outro começa e felizmente amanhã volto a correria louca da minha vida.



E 2010 já começa com coisas boas boas boas... e promete, meus queridos. Promete!

sábado, 2 de janeiro de 2010

ETERNO RETORNO

Ontem pela manhã recebi telefonema de uma amiga. Ela comentou alguns fatos que me levaram a pensar naquilo que as religiões costumam chamar de “castigo divino”.
Pensei em Nietzsche e sua teoria do eterno retorno, nas religiões mais antigas. Lembrei-me de outra pessoa avisando: não jogue um balde cheio de água na parede com muita força, você pode ficar molhada. Traduzindo cuidado com suas ações, pois aqui se faz aqui se paga. Filosofia barata, hein? O bonito nas teorias cosmológicas é que, elas são ciências em estado bruto. Os antigos egípcios, assim como Nietzsche falavam em eterno retorno... do disco solar, das cheias do Nilo, das estações do ano, para eles tudo era cíclico. Aqui vale a pena tentar entender o que o filósofo dizia com eterno retorno. Enquanto o cristianismo opõe o tempo à eternidade, Nietzsche proclamou a eternidade do próprio tempo. Então, para ele que proclamava a morte de Deus tudo acontecia aqui e agora. A total negação de Deus.
Porém, tudo essa história é para contar um fato para vocês. A minha amiga trabalha em um local onde sempre foi muito perseguida. Eu conhecia o chefe dela e sempre dizia-lhe: cuidado que tudo que vai, volta. E ele sorria com aquela cara de retardado mental que o diabo, ou seja, lá quem foi lhe deu. Um dia eu perguntei-lhe se não tinha medo de uma inversão de posição na situação. Você pensou que algumas das pessoas perseguidas podem acabar no seu lugar? Qual seria sua posição? E o sorriso continuava... Pois bem, aconteceu aquilo que o povo classifica como castigo divino e eu como a lei do eterno retorno. Não como o filósofo pensou, mas como acredita o povo, que é a voz de Deus, naquele sistema de aqui se faz, aqui se paga. Como diria Sartre: “o inferno são os outros.” Antes o inferno era ele e o cargo de confiança que usava para prejudicar colegas, agora aquele que infernizava a vida os outros vai ser o infernizado. Ah, a lei do eterno retorno!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010

525,600 minutes, 525,000 moments so dear. 525,600 minutes - how do you measure,
measure a year? In daylights, in sunsets, in midnights, in cups of coffee. In
inches, in miles, in laughter, in strife. In 525,600 minutes - how do you
measure a year in the life?
How about love? How about love? How about love? Measure in love. Seasons of
love.
525,600 minutes! 525,000 journeys to plan. 525,600 minutes - how can you measure
the life of a woman or man?
In truths that she learned, or in times that he cried. In bridges he burned, or
the way that she died.
It’s time now to sing out, tho the story never ends let's celebrate remember a year in the life of friends. Remember
the love! Remember the love! Remember
the love! Measure in love. Seasons of love! Seasons of love.