sábado, 31 de julho de 2010

Uma opinião sobre fontes religiosas antigas...

Minha especialidade é arte. Passei a me interessar pela história das religiões quando fui orientada em meu mestrado por um judeu americano. Sua cabeça antecipava o século XXI e nas sextas feiras ia à sinagoga. Alguma coisa me incomodava nessa atitude dele e um dia conversando sobre o problema ouvi suas razões. Depois disso o assunto não saiu mais de pauta. Por coincidência, assisti algumas palestras, versando sobre costumes religiosos, fazendo-me retornar a questão, agora iluminada pela transcrição de documentos encontrados em Qumran.
Qual a origem dos judeus? Alguns historiadores afirmam serem eles os drandâlas, pedreiros mencionados por Vina-Snati, exilados da Índia. São descendentes dos fenícios, dizia Heródoto. Para Josefo, pertenciam ao grupo indo-árico de origem semita, e tornaram-se conhecidos no Egito como hicsos. Ária correspondia a uma região na Índia Setentrional. A palavra deu origem aos termos ariano e aristocrata. Ainda hoje, os armênios são designados arianos, com conotação de sangue puro. Todas essas hipóteses relacionadas às raízes do povo judeu possuem um fundo de verdade, então ele pode ser todos ou nenhum deles.
Essa introdução serve como encaminhamento para o assunto religião. Champollion demonstrou: os livros sagrados do Egito eram mais antigos do que a parte mais antiga do Gênese e a civilização egípcia devia suas instituições civis e artísticas à Mesopotâmia e à Índia. Tudo começou há 6.000 anos com Gilgamesh e suas indagações sobre vida eterna.
A opinião emitida aqui está baseada em livros recentes de David Flusser, um professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele é um estudioso do Novo Testamento e acompanha as traduções dos Manuscritos do Mar Morto. É perigoso generalizar, mas ao sair da segunda reunião, pensei há verdades e mitos em qualquer sistema teológico. Lembrei-me também de um ditado hebraico: quatro judeus, cinco opiniões... ao imaginar a época em que Jesus nasceu. Naquele momento, além do judaísmo oficial, havia vinte e quatro seitas espalhadas por Israel. À tradução dos manuscritos de Qumran evidencia mais similaridades do que diferenças entre judaísmo, cristianismo e essênios, grupo radical que vivia no deserto, onde supostamente João Batista foi educado.
Na opinião dos judeus, o tempo dos milagres e das profecias havia passado, embora existisse uma expectativa em relação à vinda de um profeta escatológico antecedendo ao Salvador. O tema do Messias sacerdote e do Messias real apareceu nos pergaminhos dos essênios, nos testamentos dos Doze Patriarcas e na literatura rabínica, o Novo Testamento combinou essas funções e encontrou sua realização em Jesus.
Flusser fez um cauteloso estudo perguntando até que ponto o midrash reflete crenças judaicas antigas e como essas orações apareceram no cristianismo. Buscou reforço na famosa passagem do Talmude quando o rabi Eleazar ben Arak louva o sacerdote Yose dizendo: "Abençoado és tu e abençoada é aquela que te gerou, e abençoado são meus olhos que viram isso." Em hebraico, essa era uma forma natural de elogiar alguém que desse uma resposta correta ou fosse um sábio. Semelhantes palavras foram ditas por Isabel à Maria. "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre."
Todos os evangelhos têm uma pré-história complicada. Não se sabe o processo de transferência de uma fonte oral para uma escrita, embora a existência de afinidade entre a forma e a estrutura dos textos seja visível. O Novo Testamento contém vestígios da messianologia primitiva, que por sua vez têm raízes em fontes judaicas. Portanto, a pergunta levantada aqui não é se Deus existe, mas qual a origem do monoteísmo. Ele foi uma resposta para a sociedade do século I que procurava não um deus, mas o Deus, confirmando a teoria de Freud que o monoteísmo hebraico teve como matriz as ideias de Akhenathon, pois as semelhanças são notáveis!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A INTIMIDADE E A PALMADA

Olá. Estou de volta.

Gostaria de comentar com vocês um tema que carrega forte pendor jurídico, mas que creio ser de interesse de todos.

Como todos já devem saber, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei bastante polêmico, de autoria da Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS), que pretende – segundo o site da própria deputada - “abolir a prática de castigos corporais contra meninos e meninas”, sejam eles praticados sob quaisquer circunstâncias e escusas. Como já alardeado pela mídia, caso aprovada, a Lei poderia ser utilizada como base jurídica para impedir que os pais façam uso das “palmadinhas” como instrumento na orientação de seus rebentos. Muito embora me pareça bastante vaga a efetividade social dessa possível Lei, entendo que antes de mergulharmos em discussões de fundo psicológico e moral é preciso que analisemos o panorama histórico contemporâneo que faz com que inúmeras Leis tenham hoje essa capacidade de elevar os ânimos, justamente por romper as fronteiras da intimidade das famílias.

A mentalidade liberal, típica de fins do século XIX e início do XX, entendia que o Estado deveria manter-se distante da vida cotidiana dos homens, de modo a evitar possíveis abusos do poder estabelecido. Contudo, o próprio desenvolvimento das sociedades terminou por exigir (justamente para evitar o caos) que o Estado agisse, posicionando-se cada vez mais como ente regulador das relações sociais, econômicas e trabalhistas. Mas foi principalmente o ganho de força e legitimidade na esfera internacional das Declarações de Direitos Humanos que deu o empurrão final para que o Direito pudesse decidir acerca do que ocorria do lado de dentro dos lares.

Naquele tempo, a cultura e a moral em voga exigia que o Estado se mantivesse longe dos interesses particulares, enquanto alardeava que o homem, o pai, era o detentor da capacidade decisória da família, com poderes (quase) absolutos dentro das dependências de seu pequeno reino, de seu feudo residencial. Subjugados à ele estavam a esposa e a prole. Todos lhe deviam respeito e fidelidade. E, nessa relação, infinitas barbaridades ocorriam, sempre à distância dos olhos do Estado e com a bênção de uma moral duvidosa. Contudo, a constatação de que esse terreno era bastante fértil para a ocorrência de iniqüidades que fez com que, paulatinamente, os Estados ocidentais fossem afastando a presunção de que “a casa é um asilo inviolável da família”, e de que a intimidade – por mais nefasta que às vezes fosse – estivesse sempre alheia à tutela estatal.

No plano jurídico, dentre os recentes impulsos no sentido de uma horizontalização do poder na família, pode-se citar a Constituição Federal de 1988, que afirma expressamente serem “os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal (...) exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. No mesmo sentido o atual Código Civil aponta a existência de um “poder familiar”, exercido pelo pai e pela mãe, e não mais um “pátrio poder”, unicamente atributo do homem.

Mas foi definitivamente com a lei Maria da Penha que a sociedade admitiu que a intimidade pode ser desconsiderada no caso de valores maiores e mais nobres (como é a própria dignidade dos indivíduos, sejam homem, mulheres ou crianças) serem colocados a perigo. Afinal, essa Lei busca aumentar o rigor das punições no caso de agressões ocorridas no âmbito familiar.

É neste desenrolar histórico que deve ser inserido e compreendido o projeto da “Lei da palmada”. Afinal, ele é apenas mais uma peça num paulatino movimento de irradiação dos direitos humanos para esferas cada vez mais específicas e particulares das relações humanas.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Atualmente, muito se fala a respeito de preservação ao meio ambiente, mas pouco se faz na prática. Confira aqui dez invenções inusitadas que respeitam a Mãe Natureza:

HOTEL OFERECE REFEIÇÕES DE GRAÇA PARA QUEM ESTIVER DISPOSTO A GERAR ELETRICIDADE
O Crown Plaza Hotel, em Copenhague, Dinamarca , oferece uma chance para quem quer fazer uma boa refeição sem deixar de cuidar do planeta. O hotel disponibiliza bicicletas ligadas a um gerador de eletricidade para os hóspedes voluntários. Cada um deles deve produzir pelo menos 10 Watts/hora de eletricidade – aproximadamente 15 minutos de pedalada para um adulto saudável. Após o exercício, o hóspede recebe um generoso vale-refeição: 26 euros, aproximadamente 60 reais.
BAR CAPTA ENERGIA PRODUZIDA PELA DANÇA DE SEUS FREQUENTADORES
Todas as luzes e os sons de uma “balada” gastam uma quantia considerável de eletricidade. Pensando nisso, o dono do Bar Surya, em Londres, refez o chão da pista de dança de seu estabelecimento e o revestiu com placas que, ao serem pressionadas pelos frequentadores do lugar, produzem corrente elétrica. Essa energia é então usada para ajudar na carga elétrica necessária à casa. Andrew Charalambous, o visionário dono do bar, diz que a eletricidade produzida pela pista modificada representa 60% da necessidade energética do lugar.

BORDEL OFERECE DESCONTO AOS CLIENTES QUE FOREM DE BICICLETA
Uma casa de diversão adulta encontrou uma maneira de atrair mais frequentadores, espantando a crise econômica, e ainda ajudar a frear as mudanças climáticas globais. Quem chega de bicicleta, ganha desconto. Segundo Thomas Goetz, dono do bordel “Maison D’envie”, a recessão atingiu em cheio os negócios. Consumidores que foram ao bordel pedalando, ou que provarem ter utilizado um meio de transporte público, recebem 5 euros de desconto sobre os tabelados 70 euros (mais de 150 reais) para 45 minutos.
EMPRESA CRIA IMPRESSORA QUE NÃO USA TINTA NEM PAPEL
Quem disse que uma impressora precisa de tinta ou papel para existir? Conheça a Impressora PrePean. Diferente das convencionais, ela utiliza uma peça térmica para fazer as impressões em folhas plásticas feitas especialmente para isso. Além de serem à prova d’água, elas podem ser facilmente apagadas. É só colocá-las novamente na impressora que, através de outra temperatura, a próxima impressão ficará no lugar da anterior. A mágica faz com que apenas uma dessas folhas possa ser utilizada mil vezes.
UNIVERSIDADE CONSTROI “TELHADO VERDE”
O Design Verde é uma tendência da arquitetura moderna, e não estamos falando apenas da cor, mas sim de locais como o prédio de cinco andares da Escola de Arte, Design e Comunicação da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. A construção conta com uma cobertura vegetal e sua forma orgânica se mistura com a natureza onde está inserida. Os telhados revestidos de grama servem como ponto de encontro informal, além de ajudar no equilíbrio térmico do edifício e na absorção da água da chuva.
DESIGNEr CRIA PIA QUE UTILIZA ÁGUA DESPERDIÇADA PARA REGAR PLANTA
Feita de concreto polido, a Pia batizada de Jardim Zen possui um canal que aproveita a água utilizada na lavagem das mãos para molhar uma planta. Criado pelo jovem designer Jean-Michel Montreal Gauvreau, a pia vem em bacia dupla ou modelo simples. Se você está preocupado eu ensaboar toda a sua plantinha, relaxe. Uma peça no início do canal drena o liquido e só deixa água sem sabão escorrer até a planta.
DESIGNER CRIA CHUVEIRO QUE O OBRIGA A SAIR QUANDO JÁ DESPERDIÇOU MUITA ÁGUA
O designer Tommaso Colia criou uma solução para aqueles que adoram passar um tempão tomando uma ducha relaxante (é, você mesmo!). O chuveiro Eco Drop possui círculos concêntricos como tapetes no chão, que vão crescendo enquanto o chuveiro está ligado. Após um tempo, a sensação fica tão incômoda que te força a sair do banho e, consequentemente, economizar água. Cerca de 20% de toda energia gasta no lar vem da água quente utilizada no banho – seis vezes mais do que a iluminação doméstica, por exemplo.
DESIGNER CRIA INTERRUPTOR QUE MUDA DE COR PARA ENSINAR CRIANÇAS A ECONOMIZAR ENERGIA
Tio é o nome do interruptor em forma de fantasma que avisa, através de sutis luzes, há quanto tempo a lâmpada está acesa. Até uma hora, a expressão do fantasminha é feliz e a luz do interruptor permanece verde. Se a luz é deixada ligada por mais de quatro horas, ele se assusta e fica amarelo. Já se o morador da casa se atreve a deixar a luz acesa por mais de oito horas, o até então amigável fantasma se zanga e fica vermelho. Com o auxílio visual e tátil, espera-se que as crianças comecem a tomar consciência do desperdício de energia logo cedo, e de uma maneira divertida.
EMPRESA CRIA GRAMPEADOR SEM GRAMPOS PARA EVITAR POLUIÇÃO
Grampos de grampeador são tão poluentes que uma empresa decidiu criar um novo modelo do produto, sem grampos! Em vez dos grampos a que todos estamos acostumados, ele “recorta pequenas tiras de papel e as usa para costurar até cinco folhas de papel juntas”. Se você se empolgou com a ideia, pode encomendar esses grampeadores personalizados para que sua empresa se vanglorie de contribuir para um mundo livre de grampeadores com grampos.

DESIGNER CRIA CARREGADOR DE IPHONE ALIMENTADO POR APERTO DE MÃO
Eis uma invenção que dará uma mão na economia de energia. Carregue seu iPhone com um aperto de mão! O conceito foi chamado de “You can work it out” – uma brincadeira entre encontrar uma solução (work it out) e exercitar-se (to work out) – e foi pensado por Mac Funamizu.

sábado, 24 de julho de 2010

MAR MORTO


Em 1945 apareceram os Manuscritos de Nag Hammadi. Dois anos depois, 930 fragmentos em hebraico, aramaico e grego foram encontrados em Qumran, conhecidos como Manuscritos do Mar Morto. A École Biblique et Archéologique Française está traduzindo o material, que fala do antigo e novo testamento e de uma seita nascida no Egito de Akhenathon, da qual os essênios eram seguidores. Dizem que a família sagrada fugiu para o Egito, quando Herodes perseguiu e matou crianças. Eu sempre me perguntei por quanto tempo eles ficaram lá, pois há um vácuo na vida deles nesse período. Teria Cristo contato com a doutrina monoteísta no Egito? O Jesus histórico é um campo de calorosos debates esbarrando em convicções, as inimigas mais perigosas da verdade, diria Nietzsche.
Os evangelhos mostram Jesus e João Batista sendo chamados de rabi. Não existem provas de que um deles tenha um estudo aprofundado da Toráh, porém a hipótese não pode ser descartada. Lembro-me de ter lido em algum lugar que o pai de João era rabino e teria deixado seu filho com os essênios para receber uma educação adequada. A maneira de viver do homem que veio do deserto, de vestir-se e até de batizar remete aos essênios, grupo conservador de judeus que haviam abandonado o Templo por divergências profundas relacionadas à helenização da cultura judaica. Os historiadores escreveram sobre Cristo e seus relacionamentos conflituosos ou amigáveis, porque aqui está se falando de um profeta escatológico ao estilo de Elias, que mantinha contatos com importantes agregados judaicos, em especial os fariseus, os saduceus e por que não... os essênios! Qual era o tom desses intercâmbios?
Seus seguidores formavam uma rede de apoio para suas andanças podendo ser divididos em três círculos concêntricos: a multidão que o ouvia em suas pregações; o grupo intermediário de adeptos, os quais pactuavam de suas ideias e os apóstolos, um conjunto restrito, simbolizando as doze tribos de Israel. Evidentemente a divisão é acadêmica e mesmo verdadeira não reflete a situação complicada do século I. Eram diversos grupos brigando por predomínio e poder político ou religioso. O fato de Jesus persuadir seus correligionários a aceitar uma mensagem e seguir sob sua liderança o colocou na rota de colisão com os fariseus, que tiveram uma importância vital para a sobrevivência do judaísmo.
Vamos enfrentar a complicação adicional de um retrato dessa época: fariseus, saduceus, macabeus, zelotes e cananeus, todos reunindo as características do fervor religioso e compromisso social. Desses, os fariseus, têm importância vital para o judaísmo, pois eles criaram uma lei oral e a sinagoga como instituição. O termo pode ser traduzido por separados, ou seja, uma dissidência legalista. Eles se consideravam a verdadeira comunidade hassidim/os piedosos e apoiaram a revolta dos macabeus contra o império Selêucida. Desiludidos com a política se voltaram para a religião esperando a vinda do Messias. Os essênios são oriundos do mesmo agrupamento e foram viver na zona rural ladeando o mar Morto, onde foram encontrados os manuscritos que traduzidos podem mudar a face do cristianismo e judaísmo. Interessante é destacar que se dividiam em subgrupos de doze com um líder chamado “mestre da justiça.” Acreditavam em milagres através da imposição das mãos, vestiam roupas brancas, não cortavam os cabelos, não tocavam em cadáveres, não empregavam alimentos e bebidas fermentados, a comida estava sujeita as regras de purificação e foram chamados de nazarenos devido aos votos nazaritas e não por causa da cidade de Nazaré. O termo saduceu indica: pertencente ao partido da estirpe sacerdotal dominante eram os ritualistas e estavam próximos dos princípios gregos. Tratava-se de religião ou política? Pelo pouco que li dos manuscritos pode-se considerar como política praticada por grupos religiosos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

E mais música boa...



terça-feira, 20 de julho de 2010

Já que os residentes deste blog estão ocupados... segue música boa



segunda-feira, 19 de julho de 2010

AULINHA BÁSICA DE PORTUGUÊS

PARÔNIMOS - palavras que, embora tenham sentidos diferentes, são confundidas por apresentar semelhança na escrita ou na pronúncia como "acender" (pôr fogo) e "ascender" (subir).

Quando há diferença na escrita e semelhança na pronúncia, as palavras são homônimas como
"empoçar" (formar poça) e "empossar" (dar posse a).


palavras parônimas ou homônimas:
Emergir = vir à tona/imergir = mergulhar
Espiar = espreitar/expiar = sofrer castigo ou pena Consertar = reparar/concertar = harmonizar
Coser =costurar/cozer = cozinhar
Censo = recenseamento/senso = juízo claro
Acessório = o que não é essencial/assessório = relativo a assessor
Descriminar = inocentar/discriminar = distinguir
Delatar = denunciar/dilatar = estender
Espirar = soprar/expirar = expelir o ar dos pulmões, morrer
Estrato = camada sedimentar/extrato = fragmento
Intenção = propósito/intensão = intensidade
Mandado = ordem judicial/mandato = período de gestão política
Infligir = aplicar pena/infringir = violar
Tachar = censurar/taxar = estabelecer preço
Soar = produzir som/sua r= transpirar
Cessão = doação/Seção = divisão/Sessão = reunião
Descrição = representação/discrição = ato de ser discreto, reservado
Emigrante = o que sai do próprio país/Imigrante = o que entra em país estranho
Decente = limpo/descente = que desce

Se gostarem na semana que vem publico outra aulinha.

domingo, 18 de julho de 2010

Nua e crua

Educação é a obra de Nick Hornby menos Nick Hornby que já tive contato. Não que seja ruim. Muito longe disso. O filme é ótimo. O elenco é ótimo, a história um pouco esperada mas muito bem apresentada, direção de fotografia... tudo é bacana e não por acaso o filme foi indicado ao Oscar.
Mas não vi Nick Hornby com o qual tenho convivido, obviamente através de livros, músicas e filmes, desde que li sua primeira linha em Alta Fidelidade, que inclusive me serviu como terapia várias vezes.
Nos livros de Nick Hornby sempre vi a possibilidade de fazer do autor meu melhor amigo e de tomar uma cerveja e discutir assuntos com as personagens. E tenho certeza de que nao sou a unica. Em seus livros (SIM ISSO é um cliche!) sempre me vi como personagem e em Educação me senti o meio abandonada nessa parceria de anos. Loucura eu sei, ele é somente um autor crescendo e com esse crescimento vem os novos temas, os assuntos diferenciados... e um filme de época. Nao de época Jane Austen mas um enredo que nao se passa num suburbio londrino ou em Chicago.
Na tentativa de me reencontrar com este autor que me é tao querido, comprei Juliet nua e crua e estou ha duas noites lendo incessantemente a historia de Annie e Duncan e seus dramas em funçao do lançamento de uma ediçao row de um antigo disco...
Ah, peço desculpa a todos mas estou tendo uma certa dificuldade com a acentuaçao no meu novo (e presente do meu irmao) MacBook



Aos que desconhecem o autor segue:
1992 - Febre de Bola
1995 - Alta Fidelidade
1998 - Um Grande Garoto
2000 - Falando com o Anjo
2002 - Como Ser Legal
2003 - 31 Canções
2004 - Frenesi Polissilábico
2005 - Uma Longa Queda
2008 - Slam
2009 - Juliet, Nua e Crua

sábado, 17 de julho de 2010

Em férias


na Bahia de Caetano...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Por email

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

e a Copa do Mundo chegou ao fim com a Espanha campeã... merecido ou não, a vida segue... o papo, agora, não é futebol nem mesmo política, e, sim, festival de cinema latino-americano, cuja quinta edição tem início hoje em seis salas de cinema de São Paulo. E o melhor: tudo na faixa!!!!

são 137 filmes ao todo, incluindo sucessos como "Cidade de Deus", "Abraço Partido", "Plata Quemada" e inéditos de novos realizadores do Brasil e dos países latino-americanos. Fiz uma lista do que irei assistir, mas não está nada definido. O que eu sei é que, provavelmente, assistirei às últimas sessões no Cinesesc e, na quinta, no sábado e no domingo, morarei praticamente no circuito Memorial da Am. Latina, Cinesesc e MIS para assistir ao maior número de filmes possível.

no circuito, estrearam a comédia francesa "15 Anos e Meio" e o longa indie americano "Almas à Venda". Em cartaz, continuam bravamente "A Fita Branca", "Aproximação", "Elevado 3.5", "O Escritor Fantasma" e outros...

na área teatral, uma boa dica é a peça "Blitz", dirigida por Bosco Brasil (sim, o autor da fracassada "Tempos Modernos") - a peça entra em cartaz no próximo fim de semana no Centro Cultural São Paulo. O próximo fim de semana também é a última chance de assistir à peça "Macbeth", no Sesc Pinheiros. Em cartaz, permanecem "As Criadas" (Satyros 2), "Nara" (teatro Augusta), "Rebu" (Sesc Consolação) e o "Assassinato do Anão do Caralho Grande" (ECA).

e como São Paulo é uma cidade que abre espaço para novidades, sobretudo no campo das artes plásticas, a dica é visitar o Choque Cultural para ver trabalhos de Zezão, o Galpão Fortes Vilaça para ver trabalhos de Sara Ramo e Cinthia Marcele, e o Tomie Ohtake para dar uma conferida nos trabalhos de Sandra Cinto.

e o melhor da semana passada foi o musical "Gota d´Água", com texto de Chico Buarque e Paulo Pontes, direção de João Fonseca e protagonizada por Izabella Bicalho. A peça, baseada no mito de Medeia, mostra a vingança de Joana contra o seu ex-marido Jasão e o novo sogro dele, Creonte. Assisti ao espetáculo no teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro.

é isso
até mais
se cuidem!
espero vê-los por aí!
alan

segunda-feira, 12 de julho de 2010

QUE SAUDADE DO SILÊNCIO!


Sábado a Orquestra Tabajara se apresentou aqui em Bauru.
Que delícia ouvi-la!
Surpreendentemente pudemos conversar à mesa. Havia caixas de som, trinta músicos tocando pistons, trompetes, bateria, etc, mas conseguíamos conversar coisa raríssima nas festas de hoje em dia.
Preciso agradecer aos promotores do evento.
Moro fora da cidade. Quando mudei para cá não havia asfalto, aliás não havia nem rua, apenas uma “picada” acompanhando a pista do aeroporto. Quando chovia ninguém saía de casa, ou não voltava – o que era bem pior. Hoje não durmo às sextas e sábados por causa de um salão de festas bem pertinho e vários vizinhos barulhentos.
Vou-me embora pra Pasárgada/ Lá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada/ Aqui eu não sou feliz/ Lá a existência é uma aventura/ De tal modo inconseqüente/ Que Joana a Louca de Espanha/ Rainha e falsa demente/ Vem a ser contraparente/ Da nora que nunca tive
E como farei ginástica/ Andarei de bicicleta/ Montarei em burro brabo/ Subirei no pau-de-sebo/ Tomarei banhos de mar!/ E quando estiver cansado/ Deito na beira do rio/ Mando chamar a mãe-d'água/ Pra me contar as histórias/ Que no tempo de eu menino/ Rosa vinha me contar/ Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo/ É outra civilização/ Tem um processo seguro/ De impedir a concepção/ Tem telefone automático/ Tem alcalóide à vontade/ Tem prostitutas bonitas/ Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste/ Mas triste de não ter jeito/ Quando de noite me der/ Vontade de me matar/ — Lá sou amigo do rei —/ Terei a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei/ Vou-me embora pra Pasárgada.

domingo, 11 de julho de 2010

Amarelo

Era para ser uma viagem agradável e não foi. Teve lá seus momentos e ela tinha certeza que em breve riria de boa parte dos acontecimentos. Era para ser um retorno agradável e também não foi.
Era como se naquele momento da vida estivesse submersa a passagem do tsunami. Não no fundo do mar onde a água seria protetora. Apenas a uma distância suficiente para que nada lhe arranhasse a pele diretamente mas ainda perto o bastante para que os escombros lhe causassem ferimentos e hematomas. Não era uma boa sensação.
A causa? Pessoas. Afinal, não são elas e somente elas os maiores benfeitores e piores destruidores de tudo. A humanidade capaz de gerar um Kandinsky também faz um Hitler. Sim, era somente mais um exemplo clichê.
E era apenas mais uma crise clichê...

sábado, 10 de julho de 2010

ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEM...

Meu confronto com o racismo ocorreu na França, quando desenvolvia atividades programadas em Paris. Presenciei os franceses ridicularizando negros, portugueses e marroquinos, embora eu particularmente não tenha sentido qualquer discriminação como brasileira que sou.
O que me surpreendeu foi essa experiência do racismo aqui, em Bauru, vinda de uma antiga colega de universidade. Ela garante que foi uma brincadeira, mas as palavras eram fortes demais para se tratar somente disso. Em estado de choque e sem esquecer o olhar de raiva que ela me lançou gratuitamente, fiquei imaginando qual meu crime para receber tal tratamento. Teria sido o concurso de jóias? Mas, olhei para um passado recente quando eu apanhava suas crianças na escola e levava para lanchar e cuidava deles como se fossem meus enquanto ela viajava para São Paulo para terminar seu doutoramento e pensei não é possível.
Como canta meu poeta predileto: alguma coisa está fora da ordem/fora da nova ordem mundial. A sociedade pós-moderna desvinculou-se dos ranços da modernidade, tanto que a Constituição Brasileira afirma que racismo é crime. Estou contando a história porque embora desacreditado, o racismo perpetua-se da pior maneira possível e o combate a ele é, também, uma luta contra o silêncio.
A civilidade/educação passa pelo respeito ao outro e minha amiga foi duplamente grosseira comigo. Talvez ofendida e com raiva por algo que ela supõe eu seja culpada e vendo-se sem defesa degenerou de forma brutal para a xenofobia. Uma pena... amigos são coisas raras e deveriam ser guardados embaixo de sete chaves!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Leitura divertida

Do site do Aran

10 COISAS PARA FAZER NUM HOTEL

Faça sua estadia muito mais divertida

1 - Ligue para o serviço de quarto às três da manhã e peça sorvete de creme com cobertura de tabasco. Não aceite "não"como resposta.

2 - Insista com o rapaz da portaria se ele conhece alguma garota de programa. Quando ele finalmente admitir que sim, você diz: "Eu também! Eu também! Será que é a mesma?!"

3 - Ligue para a portaria às três da manhã e pergunte se você pode brincar com as gêmeas que estão no corredor.

4 - Ligue a qualquer hora para a portaria e diga "hereeee`s Johnnyyyyy!"

5 - Exija piscina privativa no seu quarto. Não aceite "não"como resposta.

6 - Faça o registro em nome de Sua Alteza Imperial Gran Lope de Aguirre, o Conquistador.

7 - Diga que você é um adepto do Poderoso Congamonga e exija fazer suas orações (seis por dia, começando às seis da manhã) no lobby do hotel.

8 - Convide uma amiga que faz ponto na vizinhança para tomar um drink. Diga que ela é sua mãe (se ela for mais nova que você, melhor) e fique profundamente ofendido com qualquer alusão à profissão dela: "Quem você chamou de filho de puta?!"

9 - Ligue para o serviço de quarto às três da manhã e peça um clube sanduíche kosher com bacon kosher e queijo kosher. Não aceite "não" como resposta.

10 - Diga que você é pai-de-santo e exija duas galinhas pretas, uma garrafa de cachaça e um espaço no lobby para fazer seus trabalhos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Texto gentilmente roubado

do blog lindo de Noemi Jaffe

david
"eu falo muito, pergunto muito. ele responde monossilabicamente. eu faço quinhentas coisas legais por dia. ele diz que não se lembra de nenhuma. eu fico preocupada. ele pede para eu deixar quieto. eu busco as coisas. ele não. ele, acho, já encontrou. ele é como o sol, a tarde, o futebol. ele acontece. o nome dele é david e, embora eu ache que é um nome cerimonioso demais para ele, tenho também a certeza de que esses dois ds, inicial e final, envolvendo um v central, que é ladeado por um a e um i, compõem com perfeição a segurança das margens encerrando a velocidade e a voracidade no meio, ancoradas pelos sons que se abrem para o mundo. então ele é o nome dele. e eu agradeço a tudo por isso."

terça-feira, 6 de julho de 2010

Os signos e suas músicas

Áries
"Te arrastei estradas, desertos
Botecos abrindo e a gente rindo
Brindando cerveja, como se fosse champanhe"
Aventuras (Eduardo Dusek)

Touro
"Meu bem, você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras"
Mania de Você (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Gêmeos
"Tolice é viver a vida assim, sem aventura
Deixa ser pelo coração
Se é loucura, então, melhor não ter razão"
O Último Romântico (Lulu Santos)

Câncer
"Deixa eu dizer que te amo, deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver"
Amor I Love You (Marisa Monte e Carlinhos Brown)

Leão
"Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, vambora, que o que você demora é o que o tempo leva"
Vambora (Adriana Calcanhoto)

Virgem
"Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas do coração
E quem irá dizer
Que não existe razão?"
Eduardo e Mônica (Renato Russo)

Libra
"Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu, oceano
E esqueço que amar é quase uma dor
Só sei viver se for por você"
Oceano (Djavan)

Escorpião
"Vou ficar até o fim do dia
decorando tua geografia
e essa aventura em carne e osso
deixa marcas no pescoço, faz a gente levitar"
Paixão (Kleiton & Kledir)

Sagitário
"Pode ser de São Paulo a Nova Iorque
Ou tão lindo flutuando o nosso rio
Ou tão longe mambeando o mar Caribe
A nossa onda de amor não há quem corte
Oh, meu amor, isso é amor"
Telefone (Júlio Barroso)

Capricórnio
"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida"
Todo Amor Que Houver Nessa Vida (Cazuza)

Aquário
"Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só pra ver o meu amor"
Que Maravilha (Toquinho e Jorge Benjor)

Peixes
"Ah, se ao te conhecer eu fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde posso ir"
Eu Te Amo (Chico Buarque e Tom Jobim)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um das maiores autoridades brasileiras em depressão diz que hoje, qualquer tristeza é tratada como doença psiquiátrica e que prefere-se recorrer aos remédios a encarar o sofrimento. Miguel Chalub afirma que muitos médicos se rendem aos laboratórios farmacêuticos e indicam antidepressivos sem necessidade, pacientes e médicos estão confundindo tristeza com depressão. “Não se pode mais ficar triste, entediado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. Hoje, brigar com o marido, sair do emprego, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Mas o sofrimento não significa depressão"

É preciso reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”. O despreparo dos médicos especialistas tem levado ao que ele chama de medicalização da tristeza. O medicamento não corrige a distorção humana.

Nos índices apresentados pela mídia estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio como depressão. Isso é transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica. Anormal seria não ficar triste com a morte, o divórcio, um filho envolvido com drogas, o desemprego... O homem não aceita mais sentir coisas que são humanas, como a tristeza.

Existe uma busca desenfreada pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que remédios vão corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Ninguém mais pode ser/estar infeliz. A diferença é que a tristeza patológica é muito mais intensa e mais longa.
Aperto no peito, dificuldade de se movimentar, só querer ficar deitado, dificuldade de cuidar de si próprio, da higiene corporal, são sintomas de depressão e de tristeza. Na tristeza normal, por dois ou três dias. Na patológica, fica nas entranhas.

Antes, a pessoa com depressão era vista como fraca. Hoje, as pessoas dizem que estão deprimidas com a maior naturalidade. Não se fica mais triste, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Pode até ser que alguém fique realmente com depressão, mas, em geral, fica-se triste, depressão é outra coisa.

domingo, 4 de julho de 2010

Reciclagem

"E não adianta ficar bravo com o mundo, ele te leva pra onde quiser."
(Máquina de pinball - Clarah Averbuck)

Este é um texto programado já que neste exato momento estou em Buenos Aires. O texto abaixo foi publicado há muuuuuuitos anos no meu antigo blog A verdadeira identidade de Lois Lane que nem existe mais... mas estava fuçando numas coisas e achei e resolvi publicar porque achei bonito mesmo ele não tenho mais nada a ver comigo.

Tem um texto do Jabor em que lá pelas tantas, essa mulher diz "Dizer o quê? Que eu te amava feito uma louca?" e um dos meus problemas na vida é esse. Eu amei como uma louca e desde então, não mais.
A verdade? A verdade é que ainda não me recuperei de você. Ainda penso em você, sonho com você e procuro você no Orkut.
A verdade é que se tivesse que escrever um Songbook como o de Nick Hornby ele teria 31 músicas que de certa forma estão ligadas a você, ou a emoção e o peso enorme que você ainda me faz ter no coração.
A verdade? A verdade é que ainda passo na frente da casa na qual você nem mora mais e ainda me pergunto onde foi que eu errei.
A verdade é que acho que nunca vou amar como amei você e que seu filho não é meu mas já pode estar a caminho.
A verdade? A verdade é que ainda me arrependo de ter rido de você quando você, bêbado, me pediu em casamento. Acho que ninguém nunca mais vai fazer isso. E se fizer, não vai ser tão bonitinho.
A verdade é que tenho vontade de te ver sempre que ouço Pulp, Cure ou até mesmo Nirvana...
A verdade é que tem filmes que vejo e me lembram seu cheiro.
A verdade é que esqueço e vivo sem você na minha cama, na minha vida, rindo das minha piadas péssimas.
A verdade? A verdade é que queria saber se você, lá no fundinho, ainda pensa em mim e perguntar se você ainda é o mesmo ou se eu precisaria de um manual de instruções?

sábado, 3 de julho de 2010

Lanterna

Lanterna é um objeto com diversas formas. O mais comum é ela ser guarnecida com um vidro transparente de um lado de onde sai um foco luminoso, e no outro são colocadas pilhas para alimentar a luz. Só que a lanterna que ela ganhou era uma lanterna elétrica. Na verdade eram três... Uma para ela, uma para seu irmão e a outra para ficar na casa de seus pais. A mãe olhou para a filha e ela para a mãe e a ideia passou pelas duas cabeças: qual a utilidade de uma lanterna elétrica? Pois uma lanterna deve funcionar quando a iluminação sai do ar, ou seja: devido às mudanças climáticas e a falta de investimentos na área da eletricidade dia sim dia não, a maioria das cidades acaba ficando as escuras por algumas horas. Se a lanterna é elétrica talvez acabe não cumprindo com sua função.
Mas, como o pai estava entusiasmado com a potência do objeto ela colocou em sua mala e depois em uma gaveta na cozinha de seu apartamento. Como trabalha e viaja bastante esqueceu o assunto. Não só o assunto, esqueceu também que a companhia que oferece a eletricidade que alimenta seu chuveiro, sua geladeira, sua televisão, seu liquidificador, etc, etc não dá isso como presente, você precisa pagar e pagar bem por essa comodidade. Uma bela noite ao chegar ao prédio onde reside, o zelador, um senhorzinho sádico e bisbilhoteiro disse: tenho uma má noticia. Ela pensou que como não deixava a chave com ele, possivelmente o apartamento estava alagado! Teria deixado o chuveiro aberto, a válvula de descarga quebrou? Não. A notícia era pior. A sua energia elétrica fora cortada por falta de pagamento. Banho? Melhor nem sonhar com isso, ia virar picolé em baixo da água gelada. Fazer o que? Pegou o celular, o outro telefone não funcionava sem luz... Depois de receber todas as informações e pegar todos os códigos de barra - que a moça ofereceu gentilmente para enviar por email - dirigiu-se ao banco quitou as contas, pagou a multa e juntou toda papelada para deixar com o porteiro da noite. De acordo com a moça da companhia a religação seria feita em quatro horas.
Ao acordar no dia seguinte, o apartamento estava todo iluminado. Viva!!!! E a lanterna mágica entrou nisso como? Bem, ela descobriu que mesmo sendo elétrica sua carga dura por meses e graças a ela pode se movimentar em casa, já que sua potência era enorme, ou pelo menos pareceu naquele momento, resta agora saber como recarregá-la, mesmo tendo colocado sua conta de luz no débito automático, nunca se sabe o que pode acontecer em tempos tão incertos...