domingo, 31 de maio de 2009

Bye bye baby, remember you're my baby

Acabou um período.
Essa é a única certeza que tenho na vida nesse momento.
Se o próximo vai ser bom?
Não sei.



sábado, 30 de maio de 2009

Mais tarde você entenderá

Não tenho por hábito assistir novelas. De vez em quando fico em frente à telinha para me colocar em dia com os acontecimentos. Dia desses ao ligar a televisão encontrei-me em uma galeria de arte. Fiquei antenada! Tratava-se de um vernissage e dentre os participantes estava um jovem judeu. Ele voltou repetidas vezes ao local devido ao seu interesse por uma funcionária. Pensei nas cicatrizes deixadas pela guerra, nas lembranças das perdas, na vontade de que o holocausto não se repita, no desejo por parte de alguns ortodoxos na preservação de sua cultura. Estariam em busca de um tempo perdido? É assim que a mãe do moço se comporta criando um enfrentamento entre ela e o filho. E a mocinha, me perdoe, não ajuda muito.
Isso acabou por me levar a história verídica relatada em um filme de Amos Gitai sobre a vida de Jérôme Clement, vice-presidente do canal franco-alemão Arte. O título do livro/filme dá nome ao post. A minha impressão é que como eu, ele nunca entenderá.
O executivo descobriu cartas e fotografias apontando serem seus avós maternos descendentes de judeus. O fato nunca fora mencionado pela mãe católica. Ela manteve o segredo até a morte, embora existam provas dos seus parentes terem morrido em campo de concentração, Auschwitz, para ser mais precisa.
Um caso semelhante ao de meu avô: silêncio absoluto! A investigação tornou-se uma obsessão para Clément. Sua história serviu para cutucar a ferida da colaboração francesa com os nazistas na guerra. Cumplicidade reconhecida por Chirac, em 1995.
O drama do conhecido homem da cultura e da mídia francesa é o mesmo de muitas famílias refugiadas no Brasil, possivelmente até da mãe, representada na novela Caras e Bocas. Ela é o protótipo da mãe judia. Parece retrógrada, mas percebe-se nela uma ânsia de preservar costumes milenares, de lembrar... Hoje em dia, embora haja um selo “apropriado para o público observante da Torá e das mitzvot” não existe unanimidade. No limite cada qual é livre para escolher o que deseja comer ou ver, pois algumas locadoras colocam o aviso até em filmes. Na Polônia, muitas produções da National Geographic não são alugadas porque mostram animais não kasher, isto é, não adequados ao consumo!
Porém, existem judeus ortodoxos e leigos. Alguns conservadores, vestidos como o jovem da novela, outros surfistas ou cantores como o rabino Nilton Bonder e Fortuna. Shabats festivos na Hebraica são freqüentados por belas mulheres – sem perucas ou roupas pretas – e homens elegantes, às vezes trajando jeans.
Enfim, gente como a gente, respeitadora de tradições e livres para escolher, até com quem quer se casar. Quer aprender a diferenciá-los? Prestem atenção na kipá. Pretas significam que o usuário é tradicional. A kipá tricotada é usada por um público mais aberto à modernidade. Um amigo, tão novaiorquino e tão gozador quanto Woody Allen, costuma brincar com a frase: quatro judeus, cinco opiniões.
Isso resume tudo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

um texto feliz

era um domingo de sol.
ele estava indefectível num conjunto azul-menino, tênis branco e um boné que lhe conferia um certo ar de malandragem-carioca-boêmia – nem tanto a madame satã, nem tanto a marcelo d2.
já ela, cor-de-rosa no vestido, tiara de princesa, sandália fechadinha para poder correr à vontade. fashion. coisa de passarela.
o parque era grande, com muito verde, com muita gente.
muito... coisa que não se mede.
em outra ocasião, eles não se encontrariam.
mas deus fez o mundo, o homem, a mulher, o destino – na verdade, este último ele contratou, pois deveria ter feito no sétimo dia, o dia da preguiça.
lá de cima, o todo-poderoso era só torcida.
mas ô duplinha desafinada.
ela passa correndo e ele... não a vê.
ele grita com os amigos para aparecer, mostrar que está ali (coisa de macho, sabe? marcar território...) e ela... está no banheiro.
os olharem parecem se cruzar, mas algo surge no meio do caminho: pipoqueiro, sorveteiro, famílias, latidos...
e o destino lá, temendo pelo seu emprego. em época de crise, incompetência não tem vez.
as horas escoando pelo bueiro do tempo, e nada dos dois se encontrarem.
até deus estava tenso. será que não seria dessa vez?
ficaria tudo para depois?
eles teriam outra chance?
não precisaram.
ela se levantou com um pouco de dificuldade, caminhou em direção à arvore de caule grosso e sombra convidativa. queria dar um tempo do sol.
ele viu a mesma árvore, a mesma sombra, o mesmo motivo, deu os mesmos passos na mesma direção.
aí, virou cena de romance melado.
um passo dela, outro passo dele. um dela, outro dele.
ela. ele
ela.
ele.
e então, fez-se a mágica.
o encontro.
os olhares.
ele tinha covinhas nas bochechas.
o cabelo dela parecia mais loiro de perto.
ele tinha os olhos negros, jabuticabos.
ela tinha o olhar doce, claro, hipnotizante.
pareciam sem ar.
sentiram o coração dar uma acelerada.
deus já sorria. o destino, enxugava o suor - que dureza...
parados. um em frente ao outro.
não sabiam o que dizer.
não sabiam o que fazer.
não sabiam.
mas era amor.
nasceu ali. fagulha. plantado. rega todo dia que, antes da primavera, tá bonito, todo florido.
ela riu.
ele também.
ela tinha 5 anos.
ele, mais vivido, 6 anos e 4 meses.
ele aproveitou e a cortejou. estendeu um balão vermelho - ganhara do palhaço do parque, mas ela não precisava saber disso.
ela sorriu.
pegou o balão. sorriu. e correu.
antes de pular no colo do pai para ver os macacos (como ela se divertia com os macacos!), olhou para trás.
sorriu.
três sorrisos.
"amor", berrou deus lá de cima, assustando querubins e santidades castas.
"amor", gritou mais uma vez o velho bonachão, emocionado, encantado.
"amor", enfim, decretou.
deus parecia não acreditar.
mas o menino lá embaixo já sabia.
e desde o primeiro sorriso.

*** para luana, que acha que eu deveria escrever coisas mais alegres.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Compartilhamentos....

Esse texto tem certo tempo, mas acabou voltando à tona em minha mente esses dias. Por tal razão, como indica o nome, resolvi compartilhá-lo novamente.

Se você aceita um conselho, te diria para andar sem pressa. Diria para olhar a paisagem, que não reclama de ser vista, quase nunca sendo enxergada;

Se você aceita um conselho, diria para pensar nos amigos, nessas pessoas que por alguma conexão cósmica caminham ao teu lado, ainda que por pouco tempo, nessa estrada que chamam de vida;

Se você aceita um conselho, peça aos que gosta para perceberem como ficar ao lado de certas pessoas, sem falar nada, é muitas vezes a maior comunicação que nesta vida podem ter;

Se você aceita um conselho, avise a todos que há um mundo dentro de cada cabeça, que quando apreciada pelo próprio dono, se torna o maior parque de diversões do universo;

Mas não sei se conselhos são válidos. Não sei se você quer fazer tudo à minha maneira, o que faz destes conselhos, uma intromissão violenta;

Mas não deixo de falar, pois se você aceita conselhos, desejaria a todos que desejassem pouco, nada além de um trabalho onde coisas se realizassem, onde pudéssemos chacoalhar mentes, pois disto o mundo precisa e sempre precisará;

E nestes conselhos, eu diria para que você desejasse saúde, afinal, ainda que efêmera, é uma causa dessa beleza inerente aos que amam a existência;

e diria pra que você quisesse ao teu lado uma companhia tenha orgulho todos os dias, seja pela beleza, seja pela inteligência, ou por ambas...e que a admire todas as manhãs de sua vida;

Deseje alguém de cuja vida tenha vontade de ser testemunha;

E ainda que você me pedisse pra parar, se você quisesse um conselho, eu te diria pra buscar alguém com quem pudesses ficar horas conversando e imaginando a melhor forma de educar os filhos, qual papinha comprar, e até se o rebento poderia ler “O Soldadinho de chumbo” pela violência implícita;

E eu te imploraria pra que você ouvisse meus conselhos, pra que desejasse não muito dinheiro, apenas o suficiente para teu conforto, para que pudesse ver o mundo e ser testemunha desta maravilha chamada Terra, mas que não se perdesse na ridícula tentação da ostentação vazia;

E eu te diria, pra que você usasse sua renda para, ao lado de tua companhia, comer comidas que ainda não comeram, beber bebidas que não beberam, e que juntos pudessem dividir os sabores do mundo;

E em meus conselhos, falaria pra que você tivesse ao teu lado alguém que gostasse de dançar, de dançar junto, de dupla, e de dançar todos os ritmos de todas as músicas,
e te diria pra que ouvisse samba, mas não se esquecesse de Frank Sinatra e Billie Holliday.

Eu te diria que tivesse um filho, pra que você possa ver o mistério da existência brotando em sua frente e, te tirando de seu próprio pedestal, pra que assim você visse a mágica da vida se abrindo para o mundo, na mais incrível explicação da palavra encantamento;

E eu te avisaria que, de tudo aquilo que se pode buscar na vida, a mais nobre é a eterna luta pela lucidez, que lhe permite discernir o que traz dor ou alegria às pessoas, e então poder escolher teu caminho;

Eu pediria pra que se você buscar dinheiro, peça ainda mais a riqueza na alma dos seus amigos, de sua companhia, de seus filhos;

Não queira muito. Jamais queira além da conta. Felicidade pode ser este equilíbrio que faz com que tudo esteja por perto, mas que nada jamais perca o sentido.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Sem muita inspiracao

As ùltimas semanas tem sido incrivelmente corridas... Nao me recordo de um perìodo em que trabalhei tanto. É bom porque gosto do trabalho, apesar do volume ruim porque o tempo passa e nada acontece na nossa vida.

Estou com visistas essa semana.

Descobri que visita CANSA... Pensar programas, levar a locais turísticos que já fui diversas vezes e preocupar-se com o que vao fazer, comer, sentir... E até mesmo se está tudo bem depois do leve terremoto, sao um componente a mais pro stress.

È estranho porque nas últimas semanas nenhum pensamento estranho, nenhuma dúvida cruel ou qualquer crise existencial ocorreram... Parece que nao vivi, simplesmente deixei o tempo passar.

Estou um pouco preocupado na verdade. Sempre quis que minha vida fosse AO e espero nao estar fazendo com que ela fique INHA... Será que estou me tornando uma pessoa normal?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

JANAÍNA ME FEZ LEMBRAR


Domingo Janaína falou sobre sua cara de boba ao segurar Carmela Gros no colo. É uma sensação estranha, localizada numa área entre reverência e júbilo, cuidado e euforia. Pensando em sua carinha alegre, que de boba não tem nada, tive acesso à minha própria cara num dia...

Tiradentes não era famosa, anos 70 do século passado, quando fui lá. Igrejas abandonadas, casas decadentes, comércio nenhum, lazer nem pensar...Tudo fechado.

Descobri onde morava o zelador das igrejas. Pedi que abrisse a matriz. A emoção começou ao olhar aquela chave de São Pedro ser introduzida numa fechadura várias vezes tocada, talvez, por Aleijadinho...

O que encontro? Uma igreja linda com um órgão de fole magnífico com oito fileiras de tubos, com todas as flautas preservadas, tendo ao lado um baú enorme, daqueles que a gente viu em Terra Nostra, cheio de partituras manuscritas. Fiquei enlouquecida e comecei a cantarolar aquelas notas de tantos séculos, tantas vezes executadas e alí jogadas, roídas por traças, abandonadas. Pensei nos coros, ouvi o som daquelas vozes e senti o cheiro de incenso. Fiquei com muita pena do Brasil. Que descuido!

O zelador, vendo minha emoção, quis ser gentil e disse que eu poderia levar uns papéis daqueles porque não tinham serventia nenhuma. Eu alisava os "papéis", segurava no colo, chorei sobre eles. Desorientado o zelador disse: se a moça (eu era moça, então) quiser, eu puxo o fole.

E eu quis. E eu toquei Tantum Ergum Sacramentum num órgão barroco cheia de angústia, com a sensação de estar fazendo a coisa errada. Não quis nenhum daqueles "papéis", não seria ético apossar-me de tais maravilhas, partituras valiosíssimas que ficaram lá jogadas. Fiz a coisa certa? Que fim terão tido? Quantas outras pessoas passaram por ali e tiveram a oportunidade de levar os "papéis" gentilmente oferecidos pelo zelador?

Só agora, no século XXI tomaram-se providências. O organeiro alemão Gerhard Grenzing, membro de uma organização especializada na recuperação de órgãos históricos, foi chamado para avaliar as condições do instrumento. Desmontou e identificou as peças danificadas que foram restauradas em Barcelona. Construído em 1785, em Portugal tem a caixa de madeira, em estilo rococó, criada no fim do século XVIII e início do XIX, que foi recuperada aqui mesmo no Brasil, em São João Del Rei.

Todo o trabalho durou um ano. Em 7 de fevereiro de 2009 ele foi reinaugurado e uma série de concertos didáticos têm sido apresentados à população como forma de reinserção do instrumento.

Sabe-se que o mesmo foi encomendado por Manoel Jorge Ribeiro a seu irmão Domingos Jorge Ribeiro, que vivia no Porto e este adquiriu, de Simão Fernandes Coutinho, a parte mecânica de um órgão médio, que aqui chegou em agosto de 1788. O entalhador Salvador de Oliveira foi contratado para desenhar a caixa do órgão e trabalhar na talha. A pintura e o douramento foram executados por Manoel Victor de Jesus em 1798. Seu projeto de restauração recebeu um prêmio da Petrobras, está lindo!!!


Quem quiser, poderá vê-lo e ouvi-lo em:
videolog.uol.com.br/video.php?id=410856










domingo, 24 de maio de 2009

Incrível

Era uma sexta feira com cara de São Paulo, um frio quase calor e sol quase encoberto mas com céu azul. Dia de dicotomias. E lá estava eu parada em uma rua X da Vila Mariana em frente a um prédio normal. Eram quase 16h e esperava Fábio chegar para subirmos e vermos a coleção de Miguel Chaia...
E Fábio chegou e subimos e minha gente, que delícia passar esse fim de tarde delicioso entre Volpi, Tomie Ohtake, Artur Barrio, Regina Silveira, Rosana Paulino, Sandra Cinto, Rafael Assef (a obra é muito mais linda que meu scan), Marcelo Cidade, Albano Afonso, Lia Chaia, Siron Franco, Dora Longo Bahia, Alex Flemming, Rosângela Rennó, Miguel Rio Branco e tantos outros... com esse anfitrião carismático, incrível, doce e apaixonado por suas aquisições.
O auge foi quando para mostrar uma obra, Miguel me passou uma obra da Carmela Gross e pediu para que eu segurasse enquanto ele movimentava as obras dentro de um quarto apinhado de coisas. E eu lá, segurando a Carmela.
E eu lá, sorrindo abobada.

sábado, 23 de maio de 2009

Tel-Aviv sabia o que não queria ser...

A Lu fez aniversário. Na comemoração a Marilena perguntou-me se eu conhecia o Egito. Respondi: não. Com isso lembrei de uma antiga conversa com a madrinha dela e minha amiga, Deboráh Pádua Mello Neves. Seu relato sobre uma viagem falando das pirâmides e de como atravessou o deserto rumo a Israel me encantou. A frase: “de repente o deserto floresceu...” fez meu queixo cair! Deboráh não estava contando um milagre, simplesmente descrevia a fronteira entre Egito e Israel.
A conversa na pizzaria, a lembrança da viagem – que não foi minha – levou-me a Tel-Aviv e ao sonho de famílias do leste europeu, que em 1909, após percorrer poucos quilômetros partindo de Jaffa, antes de chegar a Jerusalém pararam para uma fotografia, e vislumbraram ali um futuro porto nas dunas de areias e conchas.
Era muita imaginação para pensar uma metrópole moderna, única cidade judaica construída nos últimos dois mil anos naquela região. Esses pioneiros sonharam com uma New York em Israel, pois não queriam um local impregnado nem pela religião, nem pelos conflitos nacionais e foram esses moradores leigos que deram o tom, escancarando as portas para engenheiros formados na Bauhaus, de Gropius. Em Tel-Aviv ele encontrou o espaço necessário para dar vida a seus arrojados projetos. Centenas de casas elegantes ou prédios de três andares com jardins e uma rede de ruas particulares, com lojas necessárias a poucos passos das construções. Entre os edifícios foi deixado um espaço para a passagem da brisa marinha, um exemplo seguido logo depois pela Boa Viagem, do Recife.
Quinze anos depois de 11 de abril de 1909, Albert Einstein visitou o canteiro de obras e foi agraciado com o título de cidadão honorário de Tel-Aviv. Enquanto passeava ouviu do prefeito: “está vendo as dunas? Lá vamos construir uma universidade.” Trata-se do atual campus universitário reforçando sua vocação de local para cultura, educação e lazer. Em 1936, os músicos que fugiram da Europa reuniram-se no moderno porto para apresentar os primeiros concertos sob a direção de Arturo Toscanini.
Hoje o sonho é uma realidade de 370 mil habitantes em permanente estado de efervescência 24 horas por dia, sendo uma das mais importantes cidades do Oriente Médio. Agora, começam as construções de arranha-céus, ao mesmo tempo, restauram-se casas de pedras construídas em 1868, preparando-se para uma expansão planejada para 500 mil pessoas.
Os antropólogos afirmam que conhecendo as medidas administrativas de uma cidade é possível saber seu grau de cultura. Pois bem, se um dono não recolher os excrementos de seus animais paga uma multa de 80 euros. A mesma importância desembolsada pelo grafiteiro ou pela mulher que ousar fazer topless numa praia! Hoje o sonho transformou-se em uma cidade com calçadas limpas, eficiente, otimista e moderna. Até o exigente Theodor Herzl teria de admitir que algum avanço houve onde até o deserto floresceu...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A receita do pop.




- “Atchin!!!!!!!!!”

Depois do quinto espirro, o argentino alto e careca que atendia novamente limpava o nariz com um lenço e voltava sua atenção a mim. Tentava fazer com que eu pagasse R$ 300,00 numa Parker 51 com uma tampa um pouco amassada se olhada com maior atenção. Fui saindo, mais com medo dos milhões de pequenos ‘influenzas’ possivelmente residentes de cada gotícula expelida por aquela narina enorme, do que por descordar do preço. Na feirinha do Masp, ia ser difícil encontrar outra mais barata.

A manhã fria de domingo, possível causadora da sinfonia de fungantes septos nasais, acabava por dar um charme especial às pessoas que caminhavam por entre as barracas na Avenida Paulista. Os termômetros marcavam aproximadamente 13 graus às 9 da manhã e o vento fazia a sensação térmica despencar. Aquecido por um cachecol e ainda com a língua ardendo devido à combinação de chocolate quente e pressa, vaguei por certo tempo entre as tendas, ora ladeado por faqueiros de prata, ora por cédulas de dinheiro cambojano, garantidas pelo vendedor como sendo do período do Khmer Vermelho. Ao fundo, uma multidão ia se formando na bilheteria do museu.

Num calmo e lento ziguezague fui aproximando-me da bilheteria sob o imponente e quase-curvo (!!) concreto projetado por Lina Bo Bardi.

- “O senhor poderia manter a fila rente à calçada?!”

Demorei para saber se o segurança estava a solicitar ou a determinar que eu procedesse como ele indicava. Na incerteza, e em silêncio, endireitei minha posição, indicando que, daquele momento em diante, a fila para compra de ingressos deveria ter-me como seu referencial. Um sentimento de orgulho brotou de minhas entranhas e faz com que eu me sentisse um farol para a massa que vinha chegando e se posicionando na fila. Todavia, uma certa misericórdia nasceu em mim ao ver aquele jovem segurança, que muito provavelmente não estava ainda acostumado com o trato de multidões, sempre mais condignamente tuteladas pelos vigilantes dos estádios de futebol e das estações de trem do Rio de Janeiro. Este devia estar precisando de um curso de reciclagem...

A evidente timidez do segurança era plenamente justificável. Pessoas e mais pessoas, famílias inteiras, chegavam a cada instante para se enfileirar à espera do ingresso para ver o material exposto pelo brasileiro radicado na Norte América, Vik Muniz. Aos desavisados, seria plausível a ocorrência de um show de rock ou a instalação, na calada da noite, de um shopping no espaço do museu.

Do lado de dentro e de baixo (já que a exposição estava na galeria do sub-solo) as pessoas caminhavam e se detinham diante de imensas impressões de imagens formadas por outras imagens, que remetiam, por sua vez, a outras imagens. No subtexto – e mais diretamente na parede, que ‘explicava’ uma por uma as séries de obras do artista – uma tentativa de fazer emergir dali uma oculta relação entre forma e conteúdo. A forma estava presente e o conteúdo, segundo uma frase posta entre aspas, estaria “dentro de cada um de nós”... Muitos expectadores desfocavam os olhos para poder ver alguma coisa que estivesse contida e oculta nos desenhos, num movimento de olhos típico dos míopes... Mas às vezes a tentativa era debalde.

Após alguns instantes de caminhada, pude ver as famílias saindo do museu, sorridentes, evidentemente felizes de terem podido ver um exemplo de arte que, de tão despretensiosa, pretende que seu auditório seja o verdadeiro artista, dando significado àquilo que estava sendo exibido. Felizes por terem visto obras de arte assépticas, cuja grande mensagem não passava de um “faça você mesmo”, tipicamente americano e quase protestante. Uma arte chapa branca... Uma arte que se mostrava a antítese da arte.... e por isso podia fazer regozijar aquela multidão que sairia dali e entraria no primeiro Shopping Center do caminho.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

É TUDO CULPA DO AURÉLIO

Era uma tradição entre os abacaxis (2) sentar às margens do Abacaxi (2) e degustar abacaxibirra.

Ele gostava disso e pensava quão boa era essa tradição. Trabalhara abacelado (2) a tarde toda e seu corpo abacial (3) pedia descanso, sentia-se abafanético. A bem da verdade mais abacelara (3) do que abacelara(2) mas de qualquer forma o trabalho fora feito.

Como bom descendente dos abácidas, observava com respeito os abacistos na parede e no chão como se fossem abadir. Enquanto isso bebia. Abacista que era, em poucos minutos calculou o tamanho e a quantidade de abáculos para terminar a restauração.

Desejava que o novo abacômite fosse um abaetê. Um abagualado ali, seria péssimo, provavelmente decretaria um abafarete e isso ninguém queria.

Ao longe ouvia os abadas (3). Era hora de ir para casa. Com seu abadá colorido e carregando o abalá, parecia um abaju. Perto do abajeru suspirou. Que estaria para acontecer? Teriam as obras continuidade? Melhor esperar para ver.

RESOLUÇÃO DO MISTÉRIO

Era uma tradição entre os indígenas da tribo abacaxi, sentar-se às margens do rio Abacaxi e degustar uma bebida feita com casca de abacaxi fermentada.

Ele gostava disso e pensava quão boa era essa tradição.Trabalhara a colocar terra em redor das plantas a tarde toda e seu corpo gordo pedia descanso, sentia-se exausto. A bem da verdade (estivera) mais a enterrar folhas do que a colocar terra nos pés de plantas mas de qualquer forma o trabalho fora feito.

Como bom descendente de muçulmanos que reinaram em Bagdá, observava com respeito os ladrilhos na parede e no chão como se fossem pedra sagrada. Enquanto isso bebia. Pessoa com facilidade para calcular com ábaco que era, em poucos minutos calculou o tamanho e a quantidade de pecinhas de cerâmica para terminar a restauração.

Desejava que o novo abade fosse um homem bom e de palavra. Uma pessoa rude e inculta ali seria péssimo. Provavelmente decretaria uma parada no trabalho e isso ninguém queria.

Ao longe ouvia os tambores indígenas. Era hora de ir para casa. Com sua túnica folgada e colorida, carregando o bolo de feijão ralado, parecia um mestiço brasileiro. Perto da planta rosácea suspirou. Que estaria para acontecer? Teriam as obras continuidade? Melhor esperar para ver.

Observação – O número ao lado das palavras “misteriosas” faz referência à opção, no Dicionário Aurélio.

domingo, 17 de maio de 2009

Ela não está lá

Logo após a notícia da morte de sua ex-mulher Marilyn Monroe, o dramaturgo Arthur Miller foi perguntado se iria a seu velório e ele respondeu que não.
- Ela não estará lá.
E essa foi a certeza que me acompanhou durante todo o velório da minha avó que ocorreu nessa última semana. A de que ela não está mais lá.
E ter que se acostumar ao fato de que ela já não mais está aqui não é nada fácil.
Mas a vida continua e vamos que vamos.



sábado, 16 de maio de 2009

QUERO VER A CARA DELES!

Um antigo provérbio diz que chumbo trocado não dói. Pensei nisso ao receber uma série de slides, com imagens de mulheres idosas, acompanhada com textos tão realistas e ao mesmo tempo muito engraçados, visto assim, como por um espelho retrovisor. São fatos pelos quais todas as mães passaram em determinada época da vida.
Quem nunca brigou com os filhos porque eles não comeram e ainda com cara de pouca vontade derrubaram suco na toalha nova?
A mensagem propõe a devolução de toda a alegria proporcionada pelos “anjinhos” em determinado momento de nossas atribuladas vidas de mulheres modernas e com dupla carga de trabalho. A gente tentando ser profissional eficiente, dona de casa perfeita, mãe presente levando e trazendo filhos de teatros, de museus, da escola etc, etc. E ainda encontrar tempo para ler Piaget e colocar em prática sua teoria furada.
A sugestão é viver uma temporada com cada um dos pimpolhos. Uma boa idéia! As outras são: saltar em cima da cama com sapatos... entupir o vaso sanitário com papel higiênico. O meu filho fazia melhor. Pegava utensílios de cozinha e lavava no vaso sanitário. Sempre pensei que ele tinha vocação para ajudante de cozinha, mas acabou jornalista, professor na PUC e anda palestrando pelo mundo todo. Assunto: como lavar panelas, colheres, garfos, chaleiras em vasos sanitários. Estou brincando, ele fala de Estética Tecnológica, acho que sobre a nova maneira de olhar... não sei se novos modos de ver tudo ou só objetos artísticos.
E falando em arte, outra sugestão é pintar as paredes da casa com lápis de cor! As minhas paredes eram verdadeiras cavernas de Altamira. Diga-se a favor deles que sabiam combinar as cores e as garatujas pareciam os desenhos de Picasso. Mas, o que eu detestava era a mania que eles tinham de cruzar os olhos fingindo-se de vesgos. Preciso aprender isso com urgência. Assim como meus anjinhos, vou deixar tudo espalhado pelo chão, sem me importar com quem tropeçar nos brinquedos, sapatos ou meias.
Não sei se eles vão achar engraçado. Eu ri enquanto lia o texto.
Lembro até que o garoto se achava o máximo e vivia amolando a irmã. Um dia ambos participaram de um concurso no Shopping Iguatemi e quem levou o prêmio foi ela. Até hoje a menina reclama, pois o pai machista não deixava que ela guiasse antes dos 18 anos. Será que ela vai tomar minha habilitação quando eu estiver fazendo companhia a ela? Quero um quarto todo rosa, viu? Outra idéia é ficar bem perto da televisão e mudar de canal a cada segundo, exatamente como eles faziam, ou então deixar a geladeira aberta quando pegar algo. Puxa no meu caso tudo confere. Preparem garotos, sua mãe está mudando de mala e cuia para a casa de vocês e fico imaginando se vocês vão achar graça ou me enviar para um hospital psiquiátrico, mas como reza a sabedoria popular: chumbo trocado não dói!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

a taça jaz em cima da pia, guardando um resto de vinho abandonado.
virada do avesso, num canto, de castigo, a lembrança está emburrada.
sabe aquela cara de "eu não fiz nada"?
falta apenas ajoelhar no milho.
os telefones do disque-alguma coisa não atendem.
os cds da fiona apple se cansam de rodar.
luz do sol, brilho do luar, ininterruptos, marcam o tempo.
já era hora de perder as horas.
para dormir, pílulas.
para existir, mágoas.
palavras cruzadas, serviço de acompanhantes, poemas de rimas tristes, sofá duro para descansar sua dor.
velhinha já, sabe? diabética também.
sacolas e sacolas de solidão. compra do mês feita.
aceita ticket?
se precisar, faz empréstimo.
mas entrega em casa, por favor.
jornais e sorrisos amarelados - alguém quer ler sentimentos antigos?
do outro lado do silêncio, tenta gritar seu desespero.
tudo para de rodar por um instante.
e esse instante, eterno contar de suspiros, se diverte.
senhor de sua angústia, ri de boca aberta. saliva. velho babão, isso que é.
tudo fica maior e menor - só não fica do tamanho que deveria.
quanto veste a satisfação? calça 42?
mas não combina com essa camiseta vermelho-desisto.
o olhar encara o nada, na tentativa frustrada de paquerá-lo e levá-lo pra cama.
despe-se da timidez, capricha na conquista.
mas o ministério dos corações partidos adverte: amar, só com proteção.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nossos outros.

O “branco”, o vazio criativo, é uma sensação desconfortável para todos que pretendem escrever, falar, fazer discursos, compor músicas... Em suma, todos que desejam ver e ouvir o ecoar das próprias idéias. Escrever é um exercício de vaidade e não um ato de bondade para com a humanidade como pretendem alguns candidatos a profetas. Para que possamos escrever precisamos de doses elevadas de autoconfiança e vaidade, mesmo que tudo esteja bem escondidinho sob uma aura de determinação contra a continuidade de um mundo iletrado. Minha descrença em bem e mal absolutos me impede de ver nesse exercício de prazer (e até de luxúria, talvez) que é a vaidade literária algo de negativo. O único perigo é que todo aquele que gosta do som da própria voz corre o risco de se tornar um grande chato.

Terapia em voz (ou caixa) alta à parte, tive hoje um desses momentos de total falta de interesse por mim mesmo. E como o universo continua girando mesmo quando nos achamos grandessíssimos idiotas, minha busca por um mote para estas linhas acabou por levar-me ao grande oráculo da afasia: a videolocadora.

O filme selecionado (ao qual acabo de assistir) fui um chute na nuca, com bota de biqueira de aço. Não por ser desinteressante, mas por ser denso, pesado, daqueles que afundam em uma piscina de parafusos. “O leitor”, com Kate Winslet e Ralph Fiennes, pareceu-me um dos filmes com os diálogos mais bem elaborados que tive a oportunidade de ver. Podem acreditar em mim quando digo que não gosto de ficar indicando filmes, mas este vale a pena. Não pretendo falar do filme. Vou apenas mencionar uma sensação, uma dúvida, que pipocou em minha alma nos 123 minutos bem empregados.

Para não prejudicar eventuais telespectadores da obra, digo apenas que no filme acaba emergindo a questão da culpa e do tempo. Ou melhor, da culpa humana no tempo. Em outras palavras: até que ponto pode-se punir alguém por atos cometidos à muito tempo. Veja-se que esta questão (que em linguagem técnica jurídica tem o nome correlativo de “prescrição”) está intimamente ligada à questão do “ser” no “tempo”, trabalhada por Heidegger.

Evidentemente, não pretendo discorrer sobre filosofia alemã do entreguerras e nem sou capacitado para tanto. Meu objetivo se resume a expor essa angústia da construção do ‘humano’ no tempo que lhe é dado e suas inevitáveis conseqüências. Até que ponto somos os mesmos e quanto podemos mudar? Até onde vai a essência do homem e quanto a vida nos molda? Como vêem, não se trata de afirmações, mas de dúvidas.

Para aqueles que eventualmente comigo dividirem essa angústia, parte metafísica, parte heideggeriana, indico um breve conto, escrito pelo gênio Jorge Luis Borges. O título do conto é “O outro” e está editado em português em “O livro de areia”, última coletânea de textos publicada por Borges antes de sua morte. Qualquer explicação sobre o conto fica por conta do próprio autor, não cabendo a mim quaisquer reduções ou explanações. Aos interessados, segue abaixo um link para uma página em que se encontra o conto por inteiro.

Abraços.

http://luizfelipecoelho.multiply.com/journal/item/400/O_outro_Jorge_Luis_Borges

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dirijo melhor quando estou bebado...

Quem nunca ouviu algum colega ou amigo pronunciar a frase acima ou até mesmo disse si próprio prá alguém durante a vida?

Chegar aos 30 e ter de ouivir isso de alguém de mais de 40 foi relativamente deprimente no entanto. Perdi completamente a vontade de sair naquela hora e ainda por cima me expus a riscos desnecessários, levei uma advertencia no condomínio e ainda por cima com meu carro em maos alheias...

É dificil ser legal e certinho. Porque nada que é certinho é legal...

Agora imaginem que o tal que pronunciou a frase acima além de bebado, pai de dois filhos, ter deixado a mulher em casa., ainda por cima é seu chefe. Duvido que alguém já passou por isso. Tudo bem que ambos sabemos separar as coisas, mas está sendo uma relacao engracada essa de amigos no final de semana e companheiros de trabalho de segunda a sexta, sem NEM tocar no assunto final de semana até a próxima sexta feira a noite.

Tudo faz parte da experiencia no entanto..

Além do que, nao é sempre que alguém escuta histórias de seu chefe que foi algemado, que frequentava as bocas mais quentes da cidade. Mas enfim...

Quanto a gripe, o pior já passou e eu até vou receber visitas no domingo... No entanto, há ainda situacoes esdruxulas acontecendo, como duas pessoas full time limpando a alça do carrinho do supermercado com álcool para esterilizar onde todos poe a mao.

E por fim vou falar que estou ULTRA feliz com minha máquina Nespresso que o George Clooney também tem... Brinquedo novo E UMA DROGA! 10 cafés em dois dias...

Vamos ver onde isso vai parar... E assim que eu deixar de trabalhar 18 h por dia, volto com um post normal..

segunda-feira, 11 de maio de 2009

PEQUENOS SUICÍDIOS

A liberdade, gera no homem a angústia que pode levá-lo, de várias formas, ao desespero Então, cada decisão é um risco, o que deixa a pessoa mergulhada na incerteza, pressionada por uma decisão que se torna angustiante. No modo de vida estético, ele escolhe fugir dessa angústia e do desespero através do prazer e de buscar a inconsciência de quem ele é. Outra forma de fuga é ignorar o próprio eu, tornar-se um autômato, apegar-se a um papel, como no modo de vida ético (Kierkegaard)


A vida é dramática mas não obrigatoriamente trágica. Tragédias? nós as criamos.
No drama na escolha, a opção por um caminho significa o abandono do outro. Pode-se, então, lamentar a perda ou rejubilar pela opção. Nesse momento é gerada a tragédia. Quantos indivíduos conhecemos que apegam-se às perdas!

Renúncias são alimento dos pequenos suicídios, desde as mais tolas como não comer o último pedaço do bolo por educação (existe postura mais correta?), até o mais alto nível de sofisticação que se possa imaginar.
A sabedoria popular diz: “feliz do bambu que se curva ao vento e não quebra”. Quanto mais flexíveis formos menor número de suicídios cometeremos?

Os pequenos suicídios matam partes imateriais do ser. Ao abrir mão do querer, morre-se um pouco. Ferir-se a si mesmo dói mais do que ser ferido pelo mundo. Esse auto-flagelo pode ser constituído por atitudes inocentes, não identificadas como contribuição para a própria dor, ou também ser imputado ao incauto mais próximo negando-se a auto-destruição.

Separar-se da atitude suicida ou sempre voltar os olhos para o não?
Ser a cobra engolindo o próprio rabo, criar o círculo do infinito...o eterno retorno do sofrimento ou não?

domingo, 10 de maio de 2009

Intervalo comercial

"Só acredito no semáforo
Só acredito no avião
Eu acredito no relógio
Só acredito
Só acredito"
Semáforo - Vanguart


Quem nunca ouviu Vanguart corra agora e compre o CD e/ou DVD Vanguart - Multishow Registro. Sim, assim como os cultuadíssimos Los Hermanos, o Vanguart está de lançamento dos mais chics.
Agora com gravadora, um cd ao vivo cheio de sucessos do anterior muito bem revisitados e novidades que firmam a fusão do clima de banda de garangem com forte pegada folk, rock and roll, bom humor e muita inventividade da banda de Cuiabá.



E edição é tudo mesmo. O barato do youtube é essa loucura de variedade de vídeos bons e menos bons mas sempre tem coisa para ver.
Já passei da fase dos filmes em lego que são geniais e agora estou na fase de ver as edições a la diretores. Esse é um dos meus favoritos já que é Pateta como David Lynch.



E na sexta parei tudo para fazer um happy que acabou em jantar de macarrão e salsicha (de peru, of course) na casa dessa dupla de irmãs que adoro. E após horas de risadas em uma tentativa frustrada de renomear um longa que está prontinho para sair e esperamos que seja bem sucedido, revi Quem quer ser um milionário? do Danny Boyle e continuo achando que não havia um filme melhor para ganhar o Oscar. Brutal e meigo, cruel e sutil, lindo lindo lindo. Ao mostrar a pobreza absurda de todo um povo, Boyle encontra uma maneira de ser otmista, de mostrar que mesmo afundando em merda (literalemente em uma das cenas do filme) o sonhador ainda é capaz de encontrar uma saída.
E W, de Oliver Stone, me foi nada mais que uma grande decepção. Stone perdeu uma boa chance de ficar mais um tempo esperando um bom projeto.

PS: Semana que vem conto como foi o show do Oasis.

sábado, 9 de maio de 2009

Uma banheira... kitsch

Todos os filhos devem ser tratados igualmente, diz a Torá. Tudo culpa dos filhos de Jacob, pois movidos pela inveja venderam José como escravo aos egípcios. Qualquer dia, eu explico essa história. Vamos ao que interessa. O pensamento aparece aqui relacionado com a construção da minha casa. Uma novela, dirão os leitores. Mas essa passagem merece ser discutida com vocês porque para mim tornou-se um problema existencial. Tenho um casal de filhos. Não sei o motivo, mas o quarto destinado ao rapaz acabou ficando menor. Para compensar decidi que os dois banheiros seriam iguais, pois não consigo deixar de ser mãe e judia. Conversa vai, conversa vem e meu marido alertando para o fato do local ser pequeno demais para comportar uma banheira. Mas, acabei instalando-a. Quando vi o resultado chamei sua atenção dizendo: você bem poderia ter sido mais enfático em suas observações. Filosoficamente afirmou: jus uti et abuti. Resquícios de seus tempos de São Francisco, onde aprendeu direito romano. Traduzindo a resposta foi mais ou menos essa: apropriação do objeto, caracterizada pelo direito de uso e abuso. Porém, o tom era outro: coisa de novo rico. Frase repetida para o arquiteto Carlos Ferreira na primeira oportunidade, mas eu merecia isso, embora não sendo nem nova, nem rica.
Kitschen é a palavra alemã para atravancar, daí para kitsch é um pulinho.
Há uma gota de kitsch em toda arte, dizem os entendidos. A frase não me consola, pois se o kitsch é eterno, os momentos de pico estão ligados a uma situação social marcada pelo acesso à opulência. Não é meu caso, sou uma capricorniana simples em busca de conforto e praticidade. Acredito possuir um senso de humor apurado e ser clássica. Será?
A interrogação continuou martelando meu cérebro por um bom tempo e cheguei a seguinte conclusão: sou contemporânea. Portanto, dividida entre a cultura do excesso e o elogio da moderação. E o kitsch entra onde nessa conversa?
Bem, ele é um fenômeno social universal presente no dia a dia das pessoas, nos utensílios comuns e até em coleções de arte, mas precede e ultrapassa estes suportes, constituindo-se em estado de espírito cristalizado nos objetos. Kitsch é a banheira ou a atitude? Ambas, pois o kitsch opõe-se a simplicidade. A arte vive do consumo do tempo e da inutilidade. Nesse sentido o kitsch é uma arte, pois enfeita o cotidiano das pessoas com uma série de ornamentos decorativos e sem utilidade.
Para meu consolo descobri através de Gilles Lipovetsky que nossa época dita pós-moderna caracterizada pela emergência do supermercado e do preço fixo é... kitsch! E como tal tomou conta da nossa vida modificando o modo de viver, criando apenas cultura e arte. Para minha sorte faz parte do mundo dessa nova cultura um povo bem estranho. Gente que não considera crime de lesa-majestade relacionar um sofisticado texto de Eco ou Deleuze com o último videodisco de Caetano Veloso ou com um remix da Celly Campelo. Provavelmente eles também não vão se preocupar com a instalação de uma banheira em recinto tão pequeno. Gente como a gente. Dessas que com uma boa gargalhada se livra dos entraves e gafes sociais. Gente como eu não se importando com rótulos e vivendo plenamente esse momento neokitsch, imaginando-se vanguarda...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Olha que delícia

Slow Loris é um lêmure miniatura da Austrália que adora uma cosquinha. Mas vale lembrar que é uma espécie ameaçada, que eles não são domesticáveis, ou seja, mesmo que você fique querendo ter um depois desse vídeo, não vai ser possível.
Agora, o que ele está fazendo com essa família ao lado de um lap top?



quinta-feira, 7 de maio de 2009

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Noite de domingo e a corda bamba.

Noite de domingo, 3 de maio de 2009. Aproximadamente 17:50 da tarde. Ao longe o estampido sequencial dos tiros de rojão deixavam claro que o Corinthians havia saído campeão. Eu caminhava vendo alguns corinthianos implorando para que os donos das bancas de jornal próximas ao parque Triannon ligassem as televisões das barracas:
- “Deixa de frescura homem...liga isso, coringão campeão invicto não é todo dia...”.

Conforme eu caminhava o frio ia aumentando, assim como o destacamento policial destinado a manter a ordem do fim de fim de semana na região da Paulista. Era evidente que se esperava uma bagunça generalizada nas imediações do Pacaembu, o que englobaria Higienópolis, Santa Cecília e Bela Vista. Mesmo curioso para ver no que ia dar o encontro dos felizes desordeiros com os mantenedores do establishment, mantive minha rota original. Uma pausa no café ao lado do Prainha Paulista para uma revigorante quiche de presunto e queijo com Pepsi e logo em seguida a chegada ao número 807 da Paulista.

O Cine Gemini fica escondido no meio de uma galeria, no estilo promenade, que atravessa de uma lado ao outro o quarteirão, ligando a Paulista à Alameda Santos. Para aqueles que estão acostumados aos cinemas com super booster master sound system e suas salas Stadium, a própria experiência de ir ao Gemini é desafiante. Os desavisados não verão qualquer letreiro em neon ostensivo, nem pipoqueiros vagando em frente à entrada. Aliado à este esconderijo, outra característica do Gemini é sempre pôr em cartaz filmes que há certo tempo deixaram as telas dos outros cinemas, mais afeitos aos blockbusters. Digno de nota é ainda a inigualável decoração das salas, exatamente a mesma há aproximadamente trinta anos. Coloque um globo de espelhos no meio da sala de espera e ligue uma caixa de som tocando Abba, e a impressão é de que Farrah Fawcett ou todas as Panteras aparecerão, dançando, subindo as escadas...

Uma moça de uns trinta anos - quem pressupus ser a equivalente de um lanterninha-pipoqueira-faxineira do estabelecimento, informou aos presentes que a respectiva sala já se encontrava aberta. A sala de projeção, imensa, é totalmente anacrônica se comparada às propostas atuais – o que faz dela simplesmente deliciosa (não obstante o assento da poltrona já estar completamente amassado pelo tempo e pelas inúmeras nádegas que dele usufruíram). Tons de um azul cujo nome não ouso imaginar vão desde o carpete até o teto, com motivos nitidamente lisérgicos que me fizeram não conter o riso ao subir as escadas.

Feita esta introdução, vamos ao que interessa. Um filme muito bem feito, documentando uma história magnífica, da qual eu somente tinha conhecimento por algumas fotos. A caminhada de Philipe Petit sobre uma corda (um cabo de aço, na verdade) ligando as Torres Gêmeas de Nova Iorque em 1974.

Este relato jamais poderia tentar sintetizar o filme, nem mesmo descrevê-lo, já que não me seria lícito privar meus leitores – reais ou imaginários – desta experiência. Somente ouso dizer o que senti ao assistir os 90 minutos de projeção. É indescritível, inefável para ser preciso, o potencial de redenção e de arte que está contido na loucura. Ou seria a parcela de loucura contida numa obra de arte? Não sabemos de Tostines vende mais porque é fresquinho, ou se é fresquinho pelo fato de vender mais.

Em tempos desesperados como o nosso, em que as grandes guerras são travadas por pequenos homens escondidos em montanhas longínquas, e em que os atentados terroristas causam destruição e morte, ter a oportunidade de ver o tamanho desvario redentor de Petit faz-nos ter claro que a arte pode atingir um grau de insanidade digno de semideuses. Petit cometeu um atentado. Com seis anos de preparação, e com toda a obsessão que deve acompanhar os mártires do islã ou do país basco, Petit tinha como objetivo atingir as torres gêmeas, mas não para destruí-las, como ocorreria quase trinta anos depois. Seu objetivo era unicamente utilizá-las como palco. O atentado de Petit foi um atentado contra a mesmice, contra a mecanicidade do mundo moderno e contra um mundo sem arte, sem alma, sem loucura e sem superação do que é considerado o limite humano.

terça-feira, 5 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

TUDO É TÃO FÁCIL!

Este texto é proibido para quem tem menos de 30 anos.

Ao descobrir que teria o dia só para mim, já que cada um da família assumira seu compromisso particular, fiz o propósito de aproveitar o tempo ao máximo. Nada de cadeira ao Sol, nada de sonequinhas nem restaurante ou casa de amigos, iria arrumar coisas guardadas há anos e que nem sei por que guardo, talvez por ter nascido no signo de Câncer.

Os achados foram fantásticos: desde a chave do piano que sumira há uns 15 anos até recortes de jornais sem utilidade alguma, mas sobre eles falarei em outra ocasião. Entre as preciosidades estava um texto escrito por Vicente Cascione, decano de Direito Penal na UniSantos, segundo a referência ao pé da página de quem nada sei, cujo título é Solucionática. Uma folha de revista,não sei qual, sem data anotada que não deve ser muito antiga, o papel ainda está com uma cor saudável, não com aquele amarelado que vocês devem conhecer. Se guardei é porque pretendia usar algum dia. Talvez o dia seja hoje. Coloquei entre parênteses meus pensamentos. Bom proveito!

“Quando os professores de Matemática passavam problemas para os alunos resolverem, e do acerto da solução dependia a nota para ser aprovado, parecia que jamais eu teria um diploma nas mãos.

A Matemática era uma ciência destinada, exclusivamente, a separar os burros dos inteligentes. PI, raiz quadrada, regra de três, trigonometria, binômio de Newton, progressão geométrica, expoentes, senos e tangentes eram coisas absolutamente inúteis, concebidas por cérebros doentios capazes de resolver teoremas impossíveis e chegar a resultados para mim incalculáveis (e inexplicáveis).

Eu estava sempre no time dos burros (em matemática) porque desde a tabuada resolvida a duras penas com os dedos das mãos e dos pés, até os malditos logaritmos, tudo eram invenções do diabo para castigo antecipado dos pecados que eu viria a cometer ao longo da vida.

Para mim o inferno era ali.Sinceramente, não sei como atravessei as matemáticas de cada série e cheguei à formatura, ultrapassando, de quebra, fórmulas de Química e os mistérios insondáveis da Física.

Eu me perguntava: para que serve isso? (Gostava era de escrever). Para que serviriam a geografia, o latim, as análises sintáticas, as peripécias dos Godos e Visigodos, as drosófilas, as hipotenusas, catetos e as paralelas que só se encontram além de onde minha vista alcança, no infinito?

(Eu queria algo diferente.)
Escrever colcheias e semibreves ovaladinhas, entulhar pautas e depois fazer sua leitura grotescamente sonora em trágicas melodias de solfejos, no ritmo quebrado dos compassos... Todas essas coisas não me pareciam servir para coisa alguma até o dia em que o tempo mostrou-me as ciências realizando os milagres humanos. (Até a hora em que me propus escrever e descobri que a vasta bagagem acumulada me faz circular com certa naturalidade por vários campos).

Claro que nas passarelas, nos estádios e palcos, alguns ignorantes das ciências ganham o ouro do mundo sem fazer contas, fundir neurônios, sem entender por que o Sol nasce todos os dias ou por que uma reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Às vezes pelos atalhos em ziguezague tem gente que chega antes.”


Mas, sempre existe um mas, depois de mais algumas linhas ele conta que afinal descobriu que sem estudo nenhum qualquer um pode resolver todos os problemas do mundo de forma rápida e eficaz.

Curiosos? A resposta é: basta ir à livraria. Ele relaciona de forma irônica o que você precisa comprar para ser um vencedor.Você Pode Escalar O Everest; Como Dar A Volta Ao Mundo Sem Sair De Casa; Como Conquistar Mulheres Intransponíveis; Como Fazer Inimigos Maravilhosos; Como Assobiar E Chupar Cana Ao Mesmo Tempo, Seja Você Mesmo Sendo Você Mesmo. Esses são só alguns. Tudo está lá para simplificar sua vida.

A auto-ajuda é a ferramenta do homem moderno.(?!?!?!...) Pra que estudar? Pra que passar noites em claro?(esse título também está lá). Alguém já pensou, escreveu e colocou à sua disposição a arma para conquistar o Universo, basta você querer. Corra, vá à livraria mais próxima e.. Comece Ainda Hoje, esse talvez deva ser o primeiro.

O mais difícil é suportar duas constatações: existe muita gente precisando de ajuda e esses "escritores" de auto-ajuda ganham uma nota. O decano da UniSantos é um jurista muito bem humorado.

domingo, 3 de maio de 2009

Passarinho verde, beagle que brilha no escuro e Yael Naim

Essa semana teve de tudo. Na segunda a gripe suína bombava nos jornais e eu com o coração na mão de pensar no Rogério lá sozinho, de máscara e com cortinas "franjas". No aeroporto já não tem mais Tamiflu disponível. Gente de céu, o que é isso?
Na terça, a loucura aumenta e finalmente vejo Amor e inocência (tradução sofrível para Becoming Jane) que conta parte da vida de Jane Austen, cuja literatura eu amo de paixão.
A pergunta é: as pessoas realmente não faziam sexo naquela época? É isso mesmo? Por isso as paixões eram avassaladoras e quase mortais? E que tristeza era o mundo quando não existia a possibilidade de trabalho. Ou você nascia rico ou casava por dinheiro.
Na quarta feira a vida já estava o caos. Caos. Caos. Bobagens que cansam, estressam, magoam... só sei que de repente estava na Consolação sentido centro ouvindo Yael Naim quando vi esse cara, de roupinha de trabalho, social, mochila Herchcovitch, óculos de sol, I pod e skate. Quase parei o cara e pedi o telefone porque adoro gente descolada e feliz. O mais bacana de tudo era ver que além de tudo, o rapaz estava se divertindo descendo a milhão uma das vias mais conturbadas de São Paulo de skate!
Na quinta, o mundou muda de vez já que "pesquisadores da Universidade Nacional de Seul, na Coréia do Sul, anunciam a criação de uma ninhada de cãezinhos da raça beagle que são, ao mesmo tempo, clones e transgênicos. Os filhotes receberam um gene que contém a receita para a produção de uma proteína fluorescente vermelha, a qual brilha no escuro."
Como o mundo havia existido sem essa genial tecnologia, um cachorro que brilha no escuro!? Que bom que é véspera de feriado porque a minha semana acabou no beagle.
E depois tem gente que reclama quando aparece a gripe suína.

Para alegrar o coração, um pouquinho Yael Naim.



sábado, 2 de maio de 2009

Não coma!!


Foi à resposta da aeromoça à Janaina.
Dia desses a Celinha deu uma festa de arromba. Fui conferir!
E presentes ao evento estavam a Rosa Leda e a Janira confirmando a fama delas serem arroz de festa. Passei despercebida. A Rosa fantasiada de espanhola, o Mário de Zorro, aquele mesmo da máscara e do cavalo, o namorado eterno de Helena. Ah, descobri a razão da Rosa/Helena usar aquela fantasia! Qual era a cor do cavalo do Zorro/Mário? Daí eu comecei a pensar em como se deu à transformação da Califórnia espanhola, em província americana. Culpa do Mário ou do Zorro, sei lá. Alguém sabe e vai me contar ou terei de buscar os livros de História?
Teve de tudo na festa: comida boa, gente bonita grã-fina e educada e algumas nem tanto assim. Coisa comum em misturas como essas. Um incidente engraçado aconteceu com Rosa Leda e uma espanhola que se recusou a tirar foto com a nossa Rosa Leda. Pode uma desfeita dessas, ser praticada contra pessoa tão delicada? Para compensar ela e a Giséle fizeram um retrato para a posteridade. A Giséle numa fantasia de espanhola estilizada, a cara dela, como designer e arquiteta antenada com seu tempo. Na hora da fotografia pensei como gente fina é outra coisa.
Deixando de lado a fineza espiritual, pensei na física: a aeromoça não estava aconselhando Jana a fazer regime, a moça está bem, como está... era grossura mesmo.
Todo mundo sabe que a Janaina é a filha dileta da Janira. Ouvi a conversa sem querer. Alguém perguntou se ela estivera recentemente na Europa e a resposta foi sim. A conversa girou em torno de Praga, a bela Praga de Kafka, o da barata, se vocês não se lembram. Ela contou que comprou passagens Air France São Paulo-Praga, mas em Paris o avião foi trocado por um “teco-teco checo” literalmente, as palavras dela, aconselhando quem pretende visitar a região ir até Viena e embarcar em um trem para chegar a Praga. Por que? Pela falta de estrutura da companhia. Relatou também o fato da filha ao receber a comida das mãos da aeromoça perceber carne de porco na composição e delicadamente anunciar não comer a iguaria pedindo para trocar, se possível.
A resposta enfática foi: não coma!
A verdade: judeus não se alimentam com esse tipo de comida. Mas, isso não vem ao caso. Mas, se vocês pretendem visitar a bela Praga preparem-se para comer porco a vontade e também para a indelicadeza de todos eles, com raras exceções. Os problemas começaram em Paris, na sala da companhia checa e continuaram. Viajaram com uma amiga que decidiu fazer um passeio guiado pela cidade. Tentou contratar o serviço falando francês e recebeu como resposta: não fala inglês? A Jana mediou o acordo e pagaram pelo passeio. Mãe e filha ficaram felizes, pois o tal city era no bairro judaico, a amiga nem tanto. Como demorou um pouco perguntaram sobre a van e a resposta foi: é a pé.
Quá, quá, quá....e nisso chega toda esbaforida a guia caminhando feito um soldado e continuou assim. A Jana tentou fotografar um velho prédio e foi arrastada pela mulher que dizia deixe isso para mais tarde. Mesmo com a velocidade do passeio adoraram. Mãe e filha voltaram diversas vezes à região. Ela garante: tudo vale a pena na cidade, desde a mal-criação de alguns até aquela neblina gelada cobrindo Praga durante parte do dia. Os cristais são lindos, o artesanato e as feiras livres idem. É tudo muito barato e vai continuar sendo por um bom tempo. A comida é boa e a cerveja, a melhor do mundo. Todas as grandes marcas estão lá. Deixem Praga por último e cheguem de malas vazias. Conselho de gente entendida no assunto. E por último, comentário no banheiro feminino do festão da Célia: ao contrário das pérolas falsas, o vestidinho preto/branco usado pela Janira era um autêntico Valentino! Comprado em Praga? E eu me achando o máximo só porque tenho umas camisetas assinadas por Herchcovitch.

*fotos gentilmente cedidas por Janaina Fainer


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Vira vira vira

Em semana de Virada Cultural não existe outro assunto. A cidade já encampou de um tanto o evento que ele não precisa de muita divulgação. Quando tem Virada o paulistano saí de casa pronto para virar a noite numa cidade que se torna outra.

Não concordo muito com alguns horários (Matanza e Vanguart coitados no domingo cedinho) e senti falta de algumas coisas (Cachorro Grande, Cérebro Eletrônico) mas adorei o palco dos bregas e vai ser mais uma grande balada.

A programação completa