quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sobre os contos de Rosa Leda

"Minha filha disse-me um dia: poetar, um belo termo, hein? Verdade! A palavra encerra tal grandeza como nenhuma outra poderia. Um tanto secretamente Rosa Leda acolheu a palavra em seu coração, mesmo sem pensar nela. Rosa acredita não fazer poesia. O centro de sua atenção é o ser humano, seus pontos de partida afetivos e intelectuais. Seus protagonistas? Nós. Narra sem pressa em um misto de humor e tristeza, as lembranças e os fatos cotidianos. Seu relato sobre o baile de carnaval é como um quadro detalhando toda a superfície e quando o olhar do leitor se estabiliza e registra o conteúdo a autora dá um soco em seu estomago e ele como um bêbado equilibrista abandona o salão, digo suas divagações...
Comparando seu estilo a uma tela bem feita, seus contos possuem fatura segura, paleta sóbria, manchas e grafismos vibrantes."

Janira Fainer Bastos é doutora em Estética e História da Arte pela ECA/USP

domingo, 27 de dezembro de 2009

Retrospectiva

É clichê sim fazer retrospectiva mas if everybody's doing it so why can't I? Hehehe, esse foi um ano muito corrido. Trabalhei o tempo TODO, corri muito, dei um pulo na Europa e voltei, revi muitos amigos, firmei parcerias, dentro de todo o cansaço e corre corre posso dizer que 2009 foi um muito bom ano. E que venha 2010.

Melhor Filme: empate entre Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino (QT vira adulto e surpreende, se é que isso ainda era possível!) e 500 dias com ela, de Marc Webb (romance com ares de indie, trilha luxo e lição realista)

Melhor Filme do ano passado que só viu nesse: Como ser um milionário, de Danny Boyle

Melhor Filme Ruim: A verdade nua e crua

Música: Me adora, da Pitty (desculpa mas precisa de coragem para falar "diga que me adora, que me acha foda")



Banda que eu não conhecia: She and him

Lances mais Descolados: balada na Croácia, nadar no Mar Adriático, viagem de trem pela ensolarada Toscana, ver o por do sol tomando vinho com amigos em Firenze, Bienal de Veneza, festa de abertura da Bienal do Mercosul, Porto Alegre como um todo, muito trabalho...

Melhor espetáculo: Memória da cana, Os Fofos Encenam

Mau momento: perder minha avó

Bom momento: crescer com o meu trabalho

Excelente Momento: nadar em alto mar na Ilha St Nicolas, Croácia

Melhor viagem: Toscana no verão

Celebridade do Ano: Lady Gaga rocks

Coisas MAIS LEGAL da internet: farmville

Melhor meio de comunicação: nextel e facebook

Melhor programa da televisão: House


Temas recorrentes: trabalho

Sonho de consumo: um apartamento bacana

Melhor compra: Calvin Klein Summer

Tipo de homem: hetero e solteiro

Viagem que gostaria de fazer: esse próximo ano vai ser de o de México e Califórnia de carro... on the road, baby

Em quem você tacaria uma torta na cara: quase todos os políticos que conheço (pessoalmente ou não)

Show: Oasis com Cachorro Grande (Anhembi) e Yael Naim (Sesc Pinheiros)



CD: Phrazes for the young, de Julian Casablancas

DVD: A cross the universe, de Romain Gavras e So-Me

Coisa deleitável: ser feliz

sábado, 26 de dezembro de 2009

Ano Novo

Em grande parte do mundo o ano novo se consolidou há uns 500 anos. Desde o Egito Antigo de 3.750 a.C. quando Orion/Sirius alinhava-se com a estrela Canopus ao centro da Via Láctea, exatamente à zero-hora sobre as pirâmides de Gizé, passando pelo calendário babilônico de 2.800 a.C. chegando ao gregoriano, o reveillon mudou de data diversas vezes. A celebração na Mesopotâmia começava na lua nova do equinócio da primavera. Atualmente isso seria em 19 de março. Nessa data os espiritualistas comemoram o ano novo esotérico. Desde meados de dezembro com o tumulto das festas venho pensando no assunto. E para cada Feliz Ano que eu desejei, pensava: mas, qual? O gregoriano é claro! Esse calendário é uma herança do império romano. De Numa Pompilius até Julio César reinava uma confusão só, pois os anos não eram contados e sim nomeados em homenagem aos cônsules. Enquanto, os assírios e persas festejavam essa passagem no dia 23 de setembro e os gregos em 21 de dezembro para os romanos o ano principiava em 1º de março. Com o calendário de Júlio César passou a ser celebrado em 1º de janeiro, dia dedicado a Jano, deus dos portões. A reforma do papa Gregório III, em 1582, consolidou a data. Então está tudo certo. Será? Alguns povos ainda comemoram em datas diferentes. Na China, a festa acontece em fins de janeiro e início de fevereiro. No Japão e na Índia apesar das diferenças de calendários o apelo comercial está alterando muitas solenidades tradicionais e o ano novo está sendo festejado junto com o Ocidente. A comunidade judaica tem um calendário próprio, assim como os islâmicos.
Recentemente comemorei com minha filha o Rosh Hashaná. Considerado como o ano novo, começa no primeiro dia do sétimo mês do calendário judaico: Lúach, 5770. Ele é oficial em Israel e vale para os judeus em todo o mundo. Está baseado no sol e na lua, enquanto o gregoriano tem como suporte o sol e o islâmico à lua. Em vez de feliz ano novo, a saudação é “que você seja inscrito e selado no Livro da Vida”. O período do grande feriado torna-se a escolha entre a virtude e o pecado e aqueles que se arrependem estão no caminho certo para serem inscritos no Livro da Vida, daí a saudação trazendo consigo a promessa de um ano bom. Na tradição judaica o livro é fechado no Yom Kipur. Os dez dias entre as duas datas são conhecidos como os dias de temor. O Rosh Hashaná é também de lembrança, rememorando a história de Isaac.
No islamismo o ano novo é celebrado na metade do mês de maio. A contagem corresponde a Hégira, em árabe, emigração, cujo ano zero é 622, data em que o profeta Maomé deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.
Isso sem falar no calendário republicano francês de 1772. O ano teve início em 22 de novembro, data em que foi instaurada a República principiando a meia-noite no equinócio de outono. A eliminação das festas religiosas, dos nomes dos santos e do domingo indispôs a população contra ele. Teve curta duração e em 1806 o gregoriano voltou a vigorar. O reveillon que em francês significa despertar voltou ao 1º de janeiro. Então... Feliz Año Nuevo! Heureuse Nouvelle Année! Buon Anno! Happy New Year! Shaná Tová! Feliz Ano Novo! São os meus votos a todos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

wishlist - volume 1

chega de certezas cegas.
de dúvidas equilibrando-se em salto alto.
convicções prostituídas.
carinho descartado.
sinceridade maquiada.
medos diabéticos.
fuga desmedida.
lamentações cor de chumbo.
palavras com rimas.
rimas com palavras.
duetos fadados.
memórias açucaradas.
fardos acumulados.
opiniões atrevidas.
sensações lolitas.
crenças analfabetas.
amores de regime.
paixões musicadas.
vida incompleta.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ROSA LEDA

Rosa Leda viajou, mas volta logo. Vou usar seu espaço para contar que o livro dela ficou pronto e lindo! Semana que vem ponho a capa para vocês admirarem. É claro que estou fazendo isso por minha conta e risco. Se ela ficar brava vai dizer com toda delicadeza.
Vou transcrever um comentário da Luciana Gonçalves para deixar todos com vontade de ler o livro todo.

"Sem raízes" - Ufa!! Essa me arrancou a pele!! Quero ser a tia gostosa!!Que deleite, Rosa... Você cpnseguiu gentilmente ridicularizar as pessoas "exemplares" aos olhos das crianças. Eu penso exatamente assim. Como olhos de crianaça!! E adorei a associação que fez com o pacote bem feito de presente.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Here comes the sun

Ufa, ufa, ufa
essa foi A semana. E sobrevivi e sucesso. Ainda não posso dar detalhes mas SUCESSO!!!!
E de repente a vida vai bem. É engraçado isso, de repente vem o tsunami e quando ele passa, depois do lixo recolhido, a calmaria e colher frutos das sementes que o mar trouxe e plantou sozinho. A vida vai bem.
Essa também foi a semana de chuvas intensas. Eu, sozinha, fui pega pela tempestade duas vezes. E acabei ficando sem carro, não por causa da chuva mas porque o tanque do radiador furou...
E nada abalou meu humor. Fechei a sexta com parabéns e um bem vindo abraço.
E chegou o Natal, fim de ano, tudo isso, tenmho trabalhado tanto nos últimos meses que acho difícil acreditar que semana que vem é Natal. Mas é.
Hoje saio para as comprinhas e o tão esperado cinema.
Boa semana a todos.



sábado, 19 de dezembro de 2009

Repensando o Jesus histórico

Sexta feira. Acendi minha vela do shabbat e o sol que havia sumido apareceu. Estou lendo... a Tora? Não... eu tenho ao meu lado o interessante livro novo do Padre Beto. E em um dado momento leio que a ser humano atravessa duas fases: a insensatez e a maturidade. Verdade. E por uma incrível ironia, a maturidade vem com a idade. Ele fala disso também. E diz com outras palavras que avant garde são os maduros, com maturidade e opiniões formadas e estes devem dar a lição de vida aos jovens. Uma inversão legal, vocês não acham?
Mas, como um padre leva a outro vou ao titulo. Como as comemorações do Natal chegando fico imaginando como a religião cristã chegou a isso. As pessoas não estão pensando no nascimento de Jesus, que na verdade nasceu em março e com uma diferença de uns quinhentos anos, considerando-se o calendário gregoriano. Deixa pra lá, nós não vamos ficar discutindo a questão, pois não leva a nada. Pensem nele: não um herói solitário, mas rodeado de seu grupo – de judeus – diga-se, portanto um judeu marginal como alega o padre católico John Meier, um dos maiores conhecedores da história de Cristo. Ele amplia o foco sobre Jesus e seus opositores, os fariseus e os essênios em diversos livros sobre o assunto. Mostra como Jesus delineava seu ministério e como deu forma e estrutura ao seu movimento. Fala dos três círculos concêntricos que rodeavam Jesus. O primeiro incluía a multidão. O segundo era composto pelos seus discípulos e o último era o circulo intimo onde estavam os doze apóstolos, doze simbolizando a reunificação das tribos de Israel no fim dos tempos. Seu grupo era tudo menos uma turba amorfa e igualitária. O esforço de Jesus em criar uma estrutura dentro do movimento cristão foi o fato de saber que estava lutando contra grupos religiosos e políticos. Ele apresentou uma visão do que significava ser Israel e um dos maiores erros do “retrato do Jesus” talvez tenha sido o fato dos historiadores e do próprio catolicismo ter menosprezado sua natureza judaica em favor de uma ambientação vaga, dúbia mesmo. O Jesus histórico não é o real, tampouco o “Jesus teológico” afirma Meier. Porém, o Jesus histórico será reconstruído usando-se as ferramentas cientificas da moderna pesquisa cientifica.
Para todos os leitores um Feliz Natal!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

charme*

nunca falhava.
ele saía do trabalho e, três minutos depois (cronometrados de forma suíça, by the way), ela estava lá.
tinha a esquina como sala de estar. o poste como sofá felpudo e aconchegante.
linda. exalava charme. coiotes podiam sentir de longe.
sobrava desejo sobre o salto alto.
as roupas não escondiam as tentações que passeavam pela mente - dela e dele.
a boca, entreaberta, parecia sempre querer dizer algo.
de longe, ela parecia sussurrar...
mas não se preocupava em dizer palavras, essas representações simbólicas fajutas, compradas nas lojas de R$ 1,99, para sentimentos e sensações.
um sussurro. o suficiente.
ela lá, do outro lado da rua.
ele cá, do outro lado da perdição.
o cabelo loiro, liso, às vezes escondia o olhar claro, intenso, vivo.
fazia até ele se sentir vivo.
suspira. tira os óculos, limpa as lentes, enxerga melhor.
sim, ela estava sempre lá.
sempre esteve.
qualquer caminho que ele fizesse pós-trabalho, ela estava lá.
conhecia atalhos. desvios. canteiro de obras. placas de pare e dê a preferência.
ela. lá.
à esquina.
feito um anjo.
feito um demônio.
sempre olhando pra ele. por ele.
ele...
que não entendeu no começo.
que não entendeu no meio.
que não entendeu no fim.
quando entendeu, era tarde.
já tinha recolhido o tapete escrito bem-vinda.
por hábito, trocava a fechadura todas as manhãs.
de calor ou frio.
medo?
talvez.
poderia se apaixonar?
já estava.
e nem precisou de três minutos.
cronometrados também, by the way.
mas, ontem, tudo mudou.
ela não estava lá.
ela... não estava.
ele sorriu... imaginou que ela gostaria disso, enfim.
batalha perdida.
arrumou as malas.
passou na loja de R$ 1,99.
e foi viver.
ou algo parecido.

* inspirado em 'charmer', kings of leon

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O PROFESSOR

Fui a uma formatura de colegial, na sexta feira. O patrono da turma, professor de literatura, com o olhar blasé que fez parte do mundo intelectual parisiense na primeira metade do século passado, usava paletó um pouco desalinhado e cabelo dividido ao meio!!!! A voz bonita iniciou dizendo:

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio - e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?

Metade dos alunos em pranto (as meninas), os meninos puxando as meias, ajeitando a gravata, se mexendo na cadeira... As mães emocionadas. Depois de uma pausa longa ele disse em voz brandíssima:

José, o homem sem perspectiva, sozinho no escuro...
A festa acabou? O povo sumiu? Com a chave na mão querem abrir a porta? O vestibular não deixa vocês irem para o outro lado? Você grita, você geme, você quer morrer, mas você não morre!

Repentinamente com uns 80 decibéis falou:
MAS VOCÊ NÃO MORRE, VOCÊ É DURO, JOSÉ!!!!!!!!!!!!!!!!
SEM CAVALO PRETO QUE FUJA A GALOPE, VOCÊ MARCHA, JOSÉ!
VOCÊ MARCHA!
MARCHA, JOSÉ!
Continuem marchando, Josés, vocês chegarão lá!

Foi o melhor discurso de formatura que já ouvi na vida. Todas as mulheres da platéia correram para abraçá-lo e beijá-lo ao término da cerimônia. Ele continuou com o mesmo ar blasé, como se nada tivesse feito, como se aquela voz emocionada e apaixonada não fosse sua, como se não tivesse sido um gênio da comunicação.

Garanto que 90% das mulheres pensaram nele antes de dormir... eu não!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Googando

Sim, sumi
estou correndo feito louca
trabalhando muito
saindo bastante
e procurando casa




sábado, 12 de dezembro de 2009

FALA SÉRIO, VAI...

Hoje quando li o JC descobri no primeiro artigo que um pastor não queria mais ser evangélico, depois de ter visto na televisão políticos de Brasília agradecendo pelo dinheiro ganho roubando os brasileiros de boa fé. Em seguida um jornalista assinava uma coluna com o titulo “Sorria, você está sendo roubando.” Pois, foi isso mesmo que aconteceu...Os caras não contentes em roubar o dinheiro que vai para a capital federal roubam a gente em caixas eletrônicos. Se eu contasse essa história para um amigo, a resposta dele seria: fala sério, vai... Pois bem, embora eu esteja rindo sozinha de um artigo que acabei de consultar no google, nunca falei tão sério. O telefone tocou e uma voz masculina perguntou por fulano de tal, identificando-se como funcionário de um banco. Sou a segunda titular, em que posso ajudar? Esperando a clássica resposta de comercial ao vivo e a cores sobre as vantagens de ser correntista, oferta de crédito, seguros de todos os tipos, até para o cachorro ou qualquer serviço ligado a esse tipo de instituição, mas para meu espanto a pessoa disse que o banco acreditava que meu marido estava sendo vitima de clonagem, devido a transações fora do comum, em sua conta bancária. Bloqueia o cartão, respondi. Já está bloqueado. Imagino que tudo começou no domingo passado no caixa eletrônico, pois ele contou-me que ao retirar dinheiro, um rapaz puxou conversa e na calçada encontrou um conhecido parando para um bate-papo. Na segunda-feira, dia 09 de novembro, as retiradas e pagamentos de títulos tiveram início, mas somente na quarta-feira avisaram. Durante esse tempo a conta foi sendo usada e abusada. Outra vitima de quadrilha que “clona” cartões de crédito e débito, e ele nem usa cartão de crédito! A maioria, dos bancos particulares, está implantando o smart card/cartão inteligente com chip, mas como o banco é estatal, a modernização demora um pouco. Triste episódio, por que ela disse que estava rindo? Pois, eu estava justamente pesquisando sobre fraudes e descobri que os três maiores bancos do país estão implantando sensores para leitura das mãos nos caixas eletrônicos. Além das exigências de senhas alfanuméricas, chips, chaves de seguranças e frases secretas, os correntistas vão poder usar as veias das próprias mãos para comprovar identidade. A novidade responde pelo nome de biometria. Isso não é bom? Claro, ficção cientifica pura... Uma das pessoas submetidas aos testes para o lançamento do sensor queria saber qual o comportamento do painel biométrico se bandido decepasse sua mão. A resposta foi: a máquina não dará acesso, já que é preciso circular sangue nas veias da palma da mão para o reconhecimento. Puxa o correntista nem vai poder se consolar com o ditado popular, foram-se os anéis, ficaram os dedos. Não reclamem desse humor tão negro, afinal fui assaltada. E como perguntar não ofende, as câmeras instaladas nos bancos servem para que? Imaginem a cena, um sujeito qualquer chega naquele local. Em seguida, ele instala um aparelhinho, o chupacabras, faz retirada e paga títulos em sua conta e sai de lá como se fosse invisível? Ah, fala sério, vai...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

ESCOLHAS



O máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver.Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, mas é impossível refutá-la. A liberdade é uma abstração. Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim, nudez total, nenhum comportamento para vestir. No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado no pescoço. Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura.São cativeiros bem mais agradáveis do que Carandiru: podemos pegar sol,ler livros, receber amigos, comer bons pratos, ouvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão, só que temos que advogar em causa própria e habeas corpus, nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão. E a maternidade, a pena máxima. Um emprego que rende um gordo salário trancafia você, o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos. O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia. Tudo que lhe dá segurança ao mesmo tempo lhe escraviza.Viver sem laços igualmente pode nos reter. Uma vida mundana, sem dependentes pra sustentar, o céu como limite: prisão também. Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória.

Nós é que decidimos quando seremos capturados e para onde seremos levados. É uma opção consciente. Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós - nascer - foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria, exclusão. Brindemos: temos todos cela especial."

Texto de Paulo Rebelato- psicanalista gaúcho

domingo, 6 de dezembro de 2009

Quadrinha

quem fala o q quer nem sempre tem o resultado que deseja
quando maior o voo maior a queda...

este eh um post editado ja que mais uma vez estou sendo obrigada a olhar ao meu lado e rever conceitos...


sábado, 5 de dezembro de 2009

HOLOCAUSTO

Dia desses recebi uma mensagem para ser repassada. O objetivo era atingir quarenta milhões de pessoas. O assunto? O holocauto. Vai ter alguém pensando: lá vem ela de novo com essa conversa mole. Relembrem a frase ou leiam pela primeira: "Que se tenha o máximo de documentação porque haverá um dia em que algum idiota vai dizer que isto nunca aconteceu." Essas palavras são do general Dwight Eisenhawer ao se deparar com um dos campos de concentração ao final da segunda grande guerra.
Não se passaram nem 70 anos e o idiota disse exatamente isso. E não contente com o comentário, ainda fez gozação sobre a questão em discurso pronunciado em Brasilia. Estou falando do presidente do Irã/Pérsia. Pensei na Pérsia, pois de lá veio muita coisa boa para o mundo ocidental, agora pelo jeito estão exportando só bugigangas.
A visita não era desejável. Muito protestaram, os jornais do mundo todo falaram, mas mesmo assim ele foi recebido como um reizinho... Teria algo a ver com as bombas e enriquecimento do urânio? Como disse o jornalista argentino Bernardo Kliksberg tanto pode ser ignorância como má fé.
Existem famosos sobreviventes do holocausto. Primo Levy, um dos grandes escritores do século XX é um deles. Portanto, o evento não é fruto da cabeça de Lucas ou Speilberg e nem efeito especial de filmes de Hollywood. A Assembleia da ONU criou o dia de Recordação do Holocauto. É pra não esquecer, mesmo. Mas, até a Inglaterra tirou de seu curriculo a história, para não ofender alguns alunos. Politicamente tão correto...O que pensar sobre a mensagem? Trata-se de algo para refrescar a memória de pessoas bem intencionadas, mas que querem esquecer a qualquer custo o passado, ou nunca souberam. O convite de algumas "repúblicas" latino-americanas para que o citado homem seja recebido quase como rei, ele me pareceu mais treinando para o posto de maluco beleza, chegue dizendo o que quer, vai fazê-lo ouvir aquilo que não quer.
Um conselho para os que não acreditam: façam um passeio até o Museu do Holocauto, de Washington, seria bastante instrutivo. Talvez alguns dias no hotel praticamente dentro de Auschwitz, o clima deve ser muito festivo, considerando-se que somos energia e toda a energia depositada lá durante a guerra deve permanecer no local. Durante a noite com aquele friozinho...talvez eles até consigam ouvir os gemidos de mulheres e crianças massacradas sem dó, nem piedade. Enfim, um fato para se lamentar, essa idéia de receber um sujeito tão mal visto, como o tal idiota ao qual se referiu o general americano, cuja premonição foi notável.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ESCREVER

Escrever é fácil, afinal iniciamos o aprendizado aos 4 ou 5 anos e continuamos a escrever a vida toda. Difícil é além da correção do texto, prender olhos às nossas palavras.

Após iniciar a aventura de escrever vemo-nos a ter idéias a cada instante. Como disse um dia Nélida Pinõn, ao voltar de uma simples ida à padaria certamente teremos duas ou três histórias para contar.

Olhar o mundo e enxergar os fatos simples, corriqueiros, que poderão afetar os atores da grande comédia/tragédia que é viver é subsídio suficiente para o escrever. Evidentemente essa escrita deverá vir temperada com um pouco de psicanálise ou psicoterapia, que todos os angustiados enfrentam mais hora menos hora, uma culturazinha básica para não falar abobrinhas e fica mais agradável quando salpicada por pitadas bem dosadas de humor.

A não ser para os muito bem resolvidos, a opinião alheia é importante. Lembro de um personagem do Jô Soares que era crítico. Estava sempre com um amigo e iam ao cinema, ao teatro, compravam livros, etc. Os dois viam a mesma coisa. O amigo dizia: - Gostei do filme, é alegre. Dei boas risadas. O crítico olhava-o criticamente e revidava:
- Você viu humor na transcendência da subhumanidade dos seres injetados pela ira da opressiva classe dominante, que fez surgir...blá, blá, blá. O amigo abaixava a cabeça, humilhado e dizia olhando a câmera deconsoladamente: - Ah, como é importante ouvir os críticos... eu não entendi nada, mesmo!

Talvez este texto só faça sentido para mim mesma.

domingo, 29 de novembro de 2009

Vácuo

"Eu tive um sonho ruim
E acordei chorando
Por isso eu te liguei"
Quase um segundo - Herbet Vianna


Desculpe o sumiço mas no momento não vivo.



sábado, 28 de novembro de 2009

RESSONÂCIA DE SHUMMANN

A conversa está na boca do povo. Primeiro foi a Ju Machado quem me mandou um texto repassado para o Jair Marangoni. Depois recebi da Ivelize uma série de slides ilustrando as palavras do autor, Boff. Pensei... a coisa está preocupando o povo. Mas, porque a ressonância e não o filme 2012? Ah, dizem que ele é uma piada!
Bom, decidi criar coragem, e escrever algo sobre questões relacionadas ao assunto.Todo mundo sabe que a radiação solar quando atinge a Terra colide com as moléculas das camadas superiores da atmosfera. Esse choque provoca a ionização das referidas moléculas, daí nome ionosfera. Tudo isso acontece a uns 50 quilometros de distância da Terra. Entre a superfície do planeta e a ionosfera há uma diferença de 50 mil volts. De forma simplificada o planeta é semelhante a um capacitador esférico. Uma das placas é a superfície metálica da Terra e a outra a ionosfera. Entre as duas está uma grossa camada isolante de ar. A radiação eletromagnética permanece presa entre estas duas placas propagando-se ao redor do planeta como ondas. Num regime estacionário que ocorre quando não se espera variações bruscas desses campos, as ondas vibram com certa freqüência de ressonância – 7.8 H2 – e tornou-se conhecida como Schummann. As medições mostram que existem alterações devido à radiação de microondas do sol.
Curiosamente, é bem possível que essas freqüências tenham efeitos sobre os seres vivos. Afinal, somos produtos de bilhões de anos de evolução, nos quais os ambientes terrestres exerceram forças fundamentais, pois os seres humanos e a Terra possuem a mesma natureza bioeletrica e estão envoltos por Shummann.
Porém tudo que eu posso afirmar, como leiga e sem responsabilizar a tal ressonância por todas as mazelas do mundo, é que ninguém sabe muito bem como isso pode afetar a vida humana.
Se a culpa é de Shummann, dos ataques terroristas de 11 de setembro, da profunda instabilidade política do mundo, da bandidagem nos morros carioca, deveria dizer no Brasil como um todo? Só o criador sabe.
De acordo com Boff, por milhares de anos, “as batidas do coração da Terra tinham freqüência de pulsação de 7.83” e mudou rapidamente para 11 e para 13 hertz por segundo. Essas mudanças aconteceram com o planeta também, de acordo com ele, as evidências são as perturbações climáticas, atividades de vulcões, tensões e conflitos no mundo como um todo. Reação de Gaia, afinal a Terra é um organismo vivo, como qualquer ser humano. A pergunta que não cala é: se respirar é preciso, não dá para colaborar um pouco pelo menos pensando no problema?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

3x4

os cabelos vão crescendo cada mais enrolados - culpa das ideias, que têm raízes tortas, bêbadas, corcundas, todas geradas em orgias com os demônios da costa sul da cabeça.
mesmo assim, os pensamentos ainda são seu porto-seguro, cais onde se sente em casa, com aquele cheiro de avó.
já os olhos, jabuticabos e tristes, cansam de ver a mesmice cotidiana. vão perdendo força. vão desejando cada vez mais a cegueira da poesia, do bem-querer.
abaixo do olhar cansado, a boca mastiga desejos, sinceridade, originalidade. masca a cristalização das vontades como fumo. a língua passeia carinhosamente pelas costas do prazer, massageando cada palavra, cada suspiro, cada inspiração.
mas, na maioria das vezes, se cala. prefere a companhia mais-que-solitária do silêncio. bicho-do-mato mesmo.
dos lábios, só não se vê muitos sorrisos. espécie em extinção, se perdem por entre a barba eternamente por fazer, eternamente a esconder... a virar documentário - estreia em três anos, sabe como é baixo orçamento...
contudo, mais pra baixo, o coração redime - ou tenta, esse eterno lutador. vistoso, disposto, cheio de energia, se apaixona por tudo e por todos, faz dos sonhos de outrem suas missões, palpita a cada demonstração de fé na vida, vira escola de samba quando recebe beijo na testa, seu melhor ângulo.
mas o coração não sai no retrato 3x4. não conta na inscrição do concurso concorrido (3.256 por vaga).
uma pena.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TOLERÂNCIA

Quando você pensa estar sendo tolerante e descobre que seu sorriso esconde um enorme complexo de superioridade e uma indisfarçável prepotência, seu mundo pode desmoronar.
Eu sou tão legal que aceito as suas extravagâncias – que eu acho ridículas – mas que, como sou legal, suporto. Existe pior situação do que isso?

Tolerar é não ter limite?
Casa de tolerância (ou bordel), é o lugar onde tudo é possível, onde não há limites, tudo é aceito, inclusive a humilhação e o sofrimento. Isso é ser tolerante?
Ao que parece o excesso de tolerância gera o abuso.
Na verdade excesso de tolerância pode mostrar lassidão, falta de resistência contra o abuso e no Brasil, em geral, somos tolerantes para o bem e para o mal... Então, até onde é possível tolerar?

Se levarmos o conceito ao limite, deveremos tolerar a intolerância? Karl Popper fala no paradoxo da tolerância: “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo para com os intolerantes, e se não defendermos a sociedade tolerante contra seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância.” Irretorquível!

Considerando que intolerável é aquilo que nos causa dor, sofrimento, prejuízo, indignação, humilhação e que geralmente é causado por um abuso indiscriminado de poder teremos chegado ao ponto. O que nos faz sofrer não deve ser tolerado, é intolerável. Como o conceito é subjetivo, voltamos à dúvida inicial.

O apego ao que achamos que está certo e a aversão por quem não concorda conosco, ou seja, a estreiteza mental, é a base da intolerância. É intolerável ser intolerante?

sábado, 21 de novembro de 2009

Coincidência ou não...

Calma, não vou descambar para o humor negro, nem criticar o governo, seria inútil. Fui criada na geração ditadura, quando as pessoas achavam que regime de exceção era ruim. Hoje isso não incomoda mais. Naquele tempo, alguns eram socialistas, outros pela democracia. Todos tinham em comum a esperança de ver o Brasil em desenvolvimento e além de Sartre/Simone adoravam Antonio Candido/Gilda; Ruth/Fernando Henrique. Hoje a gente tem histórias pra contar.
Essa divagação serve como introdução para fatos soltos, porém relacionados entre si. Primeiro foi o artigo do Thiago sobre Claude Lévi-Strauss e seu bom humor brincando com o nome Lévi e Levis, a calça. Ao mesmo tempo, recebi via internet, quadrinhos sobre uma personagem, denominada Inútil. Será com H? Uma gozação em cima do primeiro casal: Adão e Eva... Não, ela teve sua utilidade comprovada. Voltando de São Paulo, parei em um posto, onde havia uma locadora e pasmem, lá estavam reproduzidas fotos de alguns intelectuais brasileiros e lado a lado, Antonio Cândido e Caetano Veloso! Depois ganhei o Livro da Ruth, presente da D. Déborah. Em seguida, leio no JC que Fernando Henrique reconheceu o filho da discreta jornalista Miriam. Ainda bem que Ruth se foi. Pensei nela e na declaração: “o que me fez optar por ciências sociais foi o interesse por literatura e filosofia. Eu sou de Araraquara e lá eu conhecia, de maneira distante, as figuras de Antonio Candido e Gilda Mello e Souza, que me atraíam para esse lado.” A turma de 1949, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, reuniu a classificada em primeiro lugar, Ruth Corrêa Leite, Fernando Henrique Cardoso, Maria Sylvia Carvalho Franco e Octavio Ianni, no tempo em que os cursos de ciências sociais ficavam na Maria Antonia. No pequeno prédio os alunos partilhavam com os mestres franceses o entusiasmo das descobertas e desenvolviam um olhar crítico sobre os problemas do país. Ruth não se envolvia no cotidiano do movimento estudantil, pois estava lá para conhecer a realidade brasileira em profundidade e poder transformá-la. Em 1953, casou-se com Fernando. Ele analisava os processos culturais do ponto de vista da Sociologia, Ruth se dedicava a Antropologia. De certa maneira, os trabalhos se complementavam. Logo após o Ato Institucional 5, eles criaram o Cebrap com apoio da Fundação Ford, ao lado de Celso Lafer, Betty Mindlin, José Arthur Giannotti, dentre outros. O núcleo transformou-se em um dos principais redutos de resistência à ditadura. Histórias, quais são as coincidências? Lévi-Strauss como colega de Antonio e Gilda, professores de Ruth e Fernando, ídolos de uma geração idealista. A Miriam Coelho e a Miriam Dutra e seus comportamentos tão diferentes. O público e privado tudo misturado. No passado a vida particular de uma pessoa era respeitada. Vocês pensaram em Juscelino, eu também...
Coincidência ou não... uma história está se repetindo.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

da Folha de S.Paulo

Novo livro de Dan Brown chega com tiragem recorde

RAQUEL COZER
da Folha de S.Paulo

Cinco anos foi o tempo necessário para "O Código da Vinci", maior hit de Dan Brown, ter 1,6 milhão de exemplares vendidos no Brasil. Em cinco meses, a Sextante espera vender ao menos metade desse número do novo romance do autor.
"O Símbolo Perdido" chegou nesta semana às livrarias brasileiras com a tiragem inicial recorde de 800 mil cópias. É 200 vezes o padrão da primeira impressão de um livro no país, algo em torno de 4.000.
"Íamos sair com 400 mil, mas não podíamos correr o risco de ficar sem o título nas livrarias na véspera do Natal", diz Marcos Pereira, um dos donos da Sextante. Nos EUA, o livro saiu com 5 milhões de exemplares. Vendeu 1 milhão no primeiro dia. "É questão de faro. Você sabe quando não corre o risco de encalhe."
Tiragens iniciais de mais de 200 mil cópias são raras no Brasil. Em 2007, a Rocco imprimiu de uma só tacada 400 mil exemplares de "Harry Potter e as Relíquias da Morte", mas foi exceção. A Sextante e a Intrínseca, especializadas em best-sellers, só neste ano se arriscaram nessa quantidade. Não economizam com isso. "Conseguimos desconto da gráfica até uns 60 mil. Daí para cima, não há diferença", diz Jorge Oakim, criador da Intrínseca.
O benefício, indireto, também tem a ver com marketing. Sem faltar nas livrarias, o título não corre o risco de sair das listas de mais vendidos. "Se o livro cai da lista numa semana, tem de retomar o trabalho de divulgação", diz Rogério Alves, gerente editorial da Planeta.
O faro pode falhar, claro. Na esteira do sucesso de "Um Dia Daqueles", livro de fotos fofas de animais, a Sextante imprimiu logo 120 mil cópias de outro livro do autor, "Em Busca do Príncipe Encantado", em 2002. As vendas empacaram nos 45 mil e a editora só esgotou a tiragem sete anos depois.



O SÍMBOLO PERDIDO
Autor: Dan Brown
Tradução: Fernanda Abreu
Editora: Sextante
Quanto: R$ 39,90 (496 págs.)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Enquanto isso, na videolocadora...

A busca pelo mote ideal para um texto, como já dito e repetido por mim, é uma atividade que, segundo creio, toma parte do tempo daqueles que, como eu, tem a pretensão de fazer de suas palavras algo mais do que um narrar de fatos e acontecimentos diuturnos. E ainda que vivamos numa época em que pessoas se sentam à frente do aparelho de TV para assistirem a outras pessoas do outro lado fazendo o mesmo, considero bastante irrelevante narrar aqui as agruras da vida cotidiana. Todos temos nossas próprias epopéias diárias e não entendo que as pretensões literárias se assemelhem tanto à terapia para justificar tais rompantes egoísticos. É por tais motivos que, como também já dito por mim (gente, estou me repetindo demais. Socorro!), busco sempre alguma inspiração na videolocadora. E as vezes o destino nos dá um sorriso.

Foi na última busca por vídeos comentáveis que tive o prazer de me encontrar com um disco (vejam: antes, dizer disco significava que você era do tempo do bolachão. Hoje significa que você é do DVD ou BlueRay) que há tempos havia ouvido falar mas nunca tive a oportunidade de ver. Trata-se do interessantíssimo “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim, mesmo diretor do magnífico “Janela da Alma”. Quem não viu, veja! Merece!

Não vou entrar nas minúcias do documentário. Vou apenas dizer que o filme mostra jovens em idade escolar (na sua maioria entre 15 e 20 anos) de vários colégios espalhados pelo Brasil, das mais variadas condições sócio-econômicas. No que diz respeito ao filme em si, mais nada. Posso, visando não atrapalhar a experiência de cada telespectador em potencial, apenas relatar a minha própria.

Vê-se (pelo menos eu vi, e ainda não fui diagnosticado com nenhuma paranóia delirante) ali o retrato dos Brasis. E dos jovens desses Brasis. Vê-se o gigantismo e a multiplicidade cultural deste imenso pedaço de chão, bem como as indizíveis dificuldades de gestão que nosso tão valorizado tamanho ocasiona na repartição das verbas. O absurdo da escola do sertão de Pernambuco que espera que o MEC repasse, desde a longínqua Brasília, uma quantia anual (você leu certo: anual) de R$ 1.200,00. Vê-se a desconexão existente entre professores e alunos dos colégios estaduais do Rio de Janeiro, onde o concorrente é o traficante, que mantém a boca de fumo à 200 metros da escola. Vê-se o relato dos professores que, já desiludidos com a própria profissão, assistem aos alunos e alunas que somente fazem da escola um ambiente de paquera e de festa. Vê-se que o grande inimigo da escola é o mundo lá fora, ou seja, tudo que a orbita.

Contudo, e felizmente, vê-se também que a humanidade, por mais que contra ela se aposte, vira e mexe passa a perna nos que já lhe fazem fama de defunta. Pois vê-se casos como o de Valéria que...bem, não dá pra contar. Merece ser visto. Merece ser admirado e aplaudido.

Caso seja de interesse dos eventuais leitores, procurem ainda o aclamado “Entre os muros da escola”, vencedor de Cannes em 2008. Os dois filmes, caso vistos em conjunto, traçam uma curiosa linha de grande valia para todos que, como eu, tem alguma relação com a educação, em quaisquer níveis (e, no fundo, todos temos que ter relações com a educação, pois não fazê-lo é ser por demais parcial).

Abraços e bom resto de semana.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Por mais que as Livrarias Cultura, Saraiva e da Vila - que na minha opinião, fazem um bem TREMENDO ao mundo - apareçam, sempre vai haver espaço prá coisas especiais...

Lembrei-me daquele filme "You get mail" com os imbecis Tom Hanks & Meg Ryan no qual o primeiro é dono de uma livraria gigante com sucursais pelo país e ela luta prá manter sua "Loja da Esquina" após a chegada do gigante vendedor de livros.

Conheci o Sr. Jorge (sei que é com J, mas não garanto que seja Jorge) numa loja de CDs sensacional em Polanco, aqui no México. Fui apresentado a loja por um amigo... Ao entrar, ve-se aquelas lojas de CD de 1995, com simples caixas de madeira no meio e na parede. O que destaca-se no entanto é o conteúdo. Todos os clássicos, centenas de Jazz, Lounge e acústicos dos quatro cantos do mundo.

O melhor mesmo é o dono da Loja que merece ser cumprimentado e chamado pelo nome, pois não é sempre que se escuta a história de o quê sentia o pianista tal ao compor suas músicas enquanto apresenta o CD a você. Ao contar que conheceu a mais famosa mexicana da música, eu acho, Maria Callas, e ainda viu sua calcinha (comentando com ares de superioridade).

É demais receber seus CDs em uma bolsa de pano, exatamente como no filme... E apesar de triste, foi interessante escutar do dono da loja que as gravadoras grandes já não o visitam mais. E honestamente, não fazem falta, mas dificultam as coisas..

Obviamente o preço é incomparável. Caríssimo, se comparado aos padrões WalMart. Mas o prazer de estar ali justifica... E da próxima vez já o avisei que vou levar um café para escutar suas histórias..

Certamente 100 lojas como essa são insustentáveis. Mas espero que o Sr. Jorge se mantenha aí disposto ao menos por algum tempo... Seria um desperdício sua loja deixar de existir...

Agora triste mesmo foi ver sua neta, que estava na loja ofegando de excitação porque ao mesmo tempo em que estávamos por ali, Belinda, uma ex-integrante do RBD (ou RDB?) gravava um comercial em frente. Certamente a garotinha nunca ouviu falar de Bach, Vivaldi ou qualquer cantor de jazz.... Mas Belinda estava lá... com seus 40 kilos e voz de taquara rachada, nada poderia superá-la.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ANDAVA CANSADO


Andava cansado. Trabalho, trabalho, trabalho... e quem vê alguém sentado lendo não sente que esteja trabalhando pois seu cérebro decodifica “Está tranquilamente sentado num sofá confortável, lendo.”

Sua mulher, esfalfada, reclamava do excesso de trabalho e interrompia seu raciocínio com pedidos irritantes. Os filhos usavam e abusavam de seu carro, afinal papai não tem horários marcados, poderá fazer o que tem que fazer a qualquer hora. A bem da verdade pensavam: papai não tem nada a fazer. Andava muito cansado.

...E a velhice na praia?
Que estava velho era óbvio, ainda naquela semana implantara um dente e sentira também o peso dos anos na viagem, cinco horas de estrada exigiram que fosse para a cama às oito da noite, sem jantar. Estava velho e cansado, muito cansado.

...E os filmes que deixara para ver na velhice?
Não sobrava tempo naquela época e não sobra agora. Assumia compromissos por dinheiro e vaidade. Queria manter-se ativo, intelectual, enquanto participasse de congressos, desse as aulas na pós e aceitasse desafios profissionais continuaria um "nome", uma referência na área.

...Caminhar na areia, ver filmes à tarde, deitar cedo?
Só quando o corpo e a mente exigissem. Não ainda... mas sentia-se exausto.

Encarando a situação, na verdade não era tudo tão árido pois conseguira encontrar um oásis.

Sob as folhas das tamareiras recostava-se a jovem de longos cabelos loiros que o acolhia em seu seio. Uma ilusão, ele sabia, mas ali repousava a cabeça, fechava os olhos cansados de tantas letras, os ouvidos enjoados do palavreado técnico e à brisa ressonava. Seus braços cansados relaxavam na esteira e encontrava vestígios da juventude.

A jovem nunca existira, o oásis era miragem de quem, horas sob o sol, busca a salvação no horizonte. Sentia ainda o cheiro das uvas e dos damascos ao voltar à poltrona confortável com almofadas de faquir e aos tapetes de cacos de vidro, à música das moedas e ao frescor puro do ar condicionado.

sábado, 14 de novembro de 2009

MERCADORES DE VENEZA

Quem visitou Veneza, pelo menos uma vez, deve ter passado pelo Rialto. No século XVI, era um bairro comercial importante que começou a se desenvolver no centro da laguna da cidade, no lado esquerdo do grande canal. Esse local mantinha-se a salvo das enchentes, pois seu terreno era bastante elevado. Com o crescimento, as atividades governamentais também se instalaram no Rialto e seu relógio público passou a medir o tempo do dinheiro e dos negócios. Em 1514, durante uma noite, um incêndioqueimou tudo, e a reconstrução do bairro levou vinte anos. Ele foi crescendo ao redor da igreja de San Giacomo, a mais antiga de Veneza. Ali estavam praticamente todos os escritórios, a cadeia, o cais do vinho e do ferro, e diversos postos aduaneiros, a maioria em recintos pequenos e sombrios, mas em posições estratégicas para controlar o trafego fluvial.
Antigamente nobres e mercadores se encontravam perto da ponte para efetuarem suas transações comerciais. Um fato interessante é que a peixaria era o único estabelecimento fora desse eixo, para poupar a vizinhança do cheiro do peixe. Ainda restam fortes vestígios da importância que teve o Rialto como elo comercial entre o Oriente e Ocidente. Depois de 1514, durante a sua reconstrução, o bairro tomou um aspecto mais homogeneo e arejado. Essa maior regularidade arquitetônica e urbanística culminou com a construção da Fabbriche Nuove, um longo edifício que acompanha a curva do canal e define novos percursos e espaços acentuando a separação entre as diversas atividades da cidade. A plena integração do centro mercantil ocorreu um pouco depois, quando a antiga ponte de madeira foi substituida por uma de pedras. Veneza tem hoje cerca de 260 mil habitantes incluindo-se aí as ilhas de Murano e Burano. A parte de Veneza em terra é uma fração comunal de Mestra. A cidade está voltada para o mais belo mar do mundo, o Adriático. Ela era uma potência comercial no século X. Considerada uma das mais belas cidades no século XX, continua
sendo muito visitada, apesar da falta de boas maneiras de seus habitantes. Mesmo assim, vale a pena conferir! Em tempo, eu juro que não sou sócia de nenhuma agência de turismo... nem vendo passagem aéreas!!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

lua

ela dança.
como testemunha, a luz do luar.
envolve a menina com uma aura de bem-querer.
quase feitiçaria.
os cabelos ondulam desejos.
antes deles, o olhar.
que a desnuda. passeia pela paciente pele alva.
do pescoço frágil ao colo delicado.
mapeia as costas ainda frias pelo outono.
descobre o pecado ainda quente, em erupção.
machuca de querer só pra si.
do lábio fino, desliza o sorriso.
quase um carinho. talhado à mão.
então, ela rodopia.
bailarina do amor.
sua caixinha de música é um coração.
que suspira a trilha sonora.
canção decorada nos intervalos da saudade.
e lá vai ela, equilbrando sedução e libido.
sempre de mãos dadas com a noite.
rouba a atenção do céu estrelado.
que, às vezes, sente ciúme. faz chover.
mas ela não para de dançar.
não para de sonhar.
não para de encantar.
mais um rodopio.
que arranca suspiros do outro lado da solidão.
ela ri. faz pouco caso.
vez ou outra, é possível encontrar o silêncio dos olhos tímidos.
impossível não desejá-la.
não se embriagar com seu perfume aroma vida.
com sua pureza sexy, ofegante por mais.
mas lá vai ela.
mede outro passo.
paixão desmedida.
quer virar tango de amor.
mas amor é dança pra dois.
ela ainda espera encontrar seu um.
enquanto isso, dança.
traz brilho à noite escura.
às estrelas opacas.
ao coração corcunda.
que se envergonha de sua condição.
afinal, ele não sabe dançar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Estou Fora

Saí do Facebook.

Cansei de ler o que nao queria, saber de pessoas que não queria, ver fotos que não queria, brincar com coisas que na verdade não me interessam.

As pessoas não sabem se comportar e eu já estava ficando igual a elas. Inveja das fotos, com ravia dos comentários e competindo, de uma certa forma.

Acabou. Não prometo que nunca mais volto nem que se aparecer outra novidade dessas, não vou me cadastrar... Mas desse, nesse momento, me livrei.

Por mais que se digam inocentes, todos estão nessa competição de viagem mais legal, de festa mais legal e de melhor final de semana. Ninguém tem a maior dor de barriga do mundo e posta. Ninguém está cheio de gases e comenta. Não. Tudo é lindo e perfeito e os problemas são estúpidos, prá que todos sejamos vítimas...

Mas o pior é que há pessoas que sabem que postando estão fazendo mal aos outros... E mesmo assim continuam.

A verdade é que sim. Vi e li coisas sobre pessoas que não me fizeram bem... Então, os incomodados que se retirem...

De repente sinto-me liberado do vício. Simplesmente não logar, por vontade própria não seria possível. A coisa tem de ser na veia mesmo... Corta o acesso...

Agora vou ler, porque não tenho nada "melhor" prá fazer...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A autenticidade individual depende da necessidade que cada ser humano possui em adequar sua forma única de ser, a originalidade de suas ações, com as condições criadas pelas relações humanas, pelo ambiente social.

O drama da condição humana constitui-se justamente na dialética entre a individualidade e as influências do meio social, ou seja, entre ser o que somos expressando livremente o "novo" que podemos trazer ao mundo e as expectativas que as pessoas que nos circundam possuem sobre nosso ser e o nosso agir. Como viver a nossa autenticidade e não frustrar as esperanças dos que amamos é a questão a ser solucionada por cada ser humano.

Em nossa sociedade a influência social constitui um peso extremo sobre o indivíduo. Antes de tomarmos uma decisão ou assumirmos uma atitude, somos condicionados desde muito cedo a nos questionarmos sobre "o que as pessoas irão pensar". Sentimo-nos bem quando vivemos em conformidade com o nosso grupo e, por mais fortes que sejamos, somos tomados por uma sensação de desconforto quando não vivemos de acordo com a maioria, ou seja, com a normalidade. Esta pressão do social sobre o individuo, além de ser um desrespeito à individualidade da pessoa humana, contribui para o empobrecimento da vida social, pois sufoca o "novo" com o qual cada pessoa humana poderia enriquecer a vida.

Por isso, faz-se necessário que cada ser humano acredite em si mesmo e não se deixe vencer pelo autoritarismo ou pela intolerância de pessoas que já perderam sua autenticidade. A grande aventura de viver é não cair na uniformidade, mas ter a coragem de ser o diferente que, na verdade, somos. Se nos deixarmos vencer, não haverá surpresas, nem alegrias. Afinal, somente buscando a autenticidade podemos realmente iluminar o nosso mundo.

"Ótimo, que tua mão ajude o vôo, mas que ela jamais se atreva a tomar o lugar das asas" (D.Helder Câmara).

domingo, 8 de novembro de 2009

Foi só um soluço

temporário
transitório
passageiro
perene

"É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação".
Clarice Lispector

sábado, 7 de novembro de 2009

Os primórdios da escrita

A escrita, como um sistema de representação gráfica estruturado, apareceu na Mesopotâmia. Afinal, o que foi que não começou lá? No início tratava-se de uma escrita pictográfica, evoluindo para algo mais abstrato com o correr do tempo. O aspecto figurativo dos primeiros símbolos leva a pensar nos desenhos traçados pelo homem nas cavernas pré-históricas. Parece que o mais antigo sistema de transcrição silábica, foi o fenício, cujos vestígios mais remotos datam de 2000 a.C.
A origem desses caracteres é misteriosa. Porém, os especialistas admitem que eles formam as matrizes dos diferentes alfabetos empregados no mundo inteiro. A difusão da escrita teve por vetores os diversos deslocamentos de população, as atividades comerciais e as hegemonias políticas ou religiosas e seu sucesso se deve a grande simplicidade de utilização que essa escrita oferecia em relação a cuneiforme ou a complexidade da escrita hierática egípcia. Todos os povos que adotaram o sistema fenício adaptaram-no à realidade de suas próprias línguas.
Mas, qual seria a função da escrita?
No principio atendia a contabilidade, pelo menos em relação à Mesopotâmia. Em outros lugares, a escrita era para uma elite como os sacerdotes e escribas estando a serviço do sagrado só se expandindo lentamente até as camadas populares.
Um fato interessante está acorrendo, daí eu ter pensando em escrever esse post. Nas sociedades onde a escrita tem a força da lei, a comunicação pela imagem está ganhando terreno. Esse vigoroso retorno à imagem me fez imaginar como será a escrita no futuro. Afinal, a humanidade parece estar fechando um ciclo ao retomar novos ideopictogramas, não é?

E deixo a todos o convite...



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

500 dias com ela

Estréia hoje, finalmente, o filme que estou há meses querendo ver...



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Logos et antropos.

A busca pelo mote inicial de um texto, por uma idéia primeira, por uma fagulha ou espoleta de inspiração, pode causar problemas. Ainda mais nos que, como eu, sofrem de afasia criativa cíclica. Certas vezes o destino nos sorri com a ‘deixa’ perfeita e nós, não sem um amarelo franzir de testa, ou repuxar do canto da boca, constatamos que o acorde soado pelo universo para que nele introduzíssemos nosso repente criativo, nos era superior. Percebemos que os estopins perfeitos para os textos podem fazer-nos constatar nossa ignorância sobre temas corriqueiros. O dia de hoje (ontem, se considerarmos que vocês me lêem, espero, no futuro) trouxe-me essa dolorosa percepção forçada.

Pois é assim, com extremo pesar, que confesso que eu não sabia que Claude Levi-Strauss estava ainda, até ontem, vivinho da silva. E tem mais... Confesso que já imaginei, um dia (faz tempo), que o antropólogo (etnólogo e tudo mais que é “ólogo”) fosse o mesmo senhor que havia inventado a calça jeans e feito fortuna com as resistentes tranças de algodão, especialmente desenhadas para a lida cotidiana. Minha ignorância, essa companheira de longa data nunca rejeitada (ainda que diante dos maiores absurdos) pregou-me mais essa peça. Mas é de cabeça erguida que faço da vergonha da ignorância o trampolim do conhecimento e lanço-me, de cabeça, dando piruetas no ar, desenvolvendo twists carpados, até mergulhar nas fontes embriagantes do conhecimento de nosso repositório universal de conhecimento: o Google!

Já num primeiro momento descubro que muito provavelmente Claude Levi-Strauss tenha utilizado calças jeans. Mas não foi ele quem as inventou e sim outro senhor, quem sabe parente distante, de mesmo sobrenome, mas residente em outras bandas. Esse Levi-Strauss de hoje (ou melhor, de ontem) nada tivera que ver com a elaboração da idéia das tais calças, muito embora possamos considerar que o desenvolvimento de tais ferramentas de trabalhos muito possam dizer no aspecto antropológico sobre o ser humano e sua inextricável relação com o trabalho, o poder e seus semelhantes.

Como em quase todas as áreas do conhecimento, sou um cara de pau de se julga capaz de ser um diletante na área da antropologia. Obviamente, tudo que eu possa escrever aqui terá sido furtivamente surrupiado de algum site de internet, ou de algum livro da estante. Mas como a vida tem dessas coisas mesmo e como, cada vez mais, tenho a impressão de que a liturgia dos iniciados nas ciências humanas acaba por afugentar o aprofundamento do conhecimento ao invés de incentivá-lo, passo a tecer comentários sobre a uma possível visão do que a antropologia pôde nos deixar.

Em primeiro lugar, não somos especiais. Nós, ocidentais, semeados no seio da mentalidade judaico-cristã, devemos ter em mente que a escatologia ainda nos impede de ver a multiplicidade cultural do mundo e de perceber a maravilha da experiência do desenvolver da vida, de seu múltiplos caminhos possíveis, e da infinita profusão de mitos que nossa autoconsciência foi capaz de construir. Em segundo plano, podemos verificar que muito mais une do que separa povos distantes. Mitos se conectam. Mitos tem mitos irmãos do outro lado do globo. Mitos revelam a humanidade.

Me parece curioso que tudo que eu li, nessas horas, sobre Levi-Strauss (o dos homens, não o da calça...) muito me lembrou o que pude ler, no passado, sobre Jung, e mesmo sobre Joseph Campbell. Tenho uma fascinação por mitos, muito embora saiba que eles possam ser dolorosos. Não obstante, já constatei a dificuldade de uma vida sem mitos. Uma vida que não se explica nos números, mas nos sonhos, pode ser bem mais completa, desde que tenhamos consciência de que os mitos são...mitos.

Fico pensando, portanto, se é verdade ou é mito que a Levi’s 501 foi feita para agüentar o corte das facas Guinsu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O AMOR É LINDO!
“Amanda, mãe de uma menininha de um ano e meio e grávida de seis meses, moradora de rua há muitos anos, habita agora um casarão tombado pelo patrimônio histórico municipal com 400 m2, na rua Marquês de Paranaguá, Consolação, SP. Ela e cerca de 25 pessoas ocuparam o imóvel avaliado em um milhão de reais segundo a empresa de engenharia Amaral D'Ávila.
Por dentro, a construção de pé direito alto foi repartida em mais de dez cômodos. Como divisórias, há compensados de madeira "paredes" e cobertores pendurados "portas". A claridade entra pelos janelões e à noite por algumas lâmpadas, a eletricidade foi puxada da rua por "gatos". Quem recebe, à porta do casarão, é Thais Michelle, ex-auxiliar de limpeza, e Lilian Alexandra, que pede dinheiro na rua. Thaís, Lilian e Amanda brigam pelo catador de latas William Jesus Faria, 25, que se desdobra entre as três, e a quem elas atribuem a paternidade de seus respectivos filhos que engatinham pela casa.”(Folha Online – 1º novº 2009)


Dá para imaginar a história?
Amanda planejou a gravidez. Naquele dia bebeu muito e ao chegar em casa atirou-se no colchão de William. Foi uma loucura! Na tarde do dia seguinte acordou certa de sua gravidez. Agora ele seria seu. Era louco por crianças.

Todos os dias acordava enjoada mas podia ser por causa da cachaça da véspera. Só teve certeza quando o bebê mexeu pela primeira vez mas então Thais e Lilian já haviam chegado e William é muito macho para deixar mulher em paz. Ele acariciava sua barriga e chegou a trazer uma revista no dia em que ela estava muito enjoada. Deitaram juntos a tarde toda.

À noite Thais e Lilian chegavam e atrapalhavam tudo. Elas são boazinhas, Thais achou um novelo de lã e fez uns nós com a mão, passando um fio dentro do outro, uma coisa muito bacana que ela disse que aprendeu no internato. Falou que era para esquentar o nenê. Depois, quando emprenhou também, pediu o cobertorzinho de volta. Foi aí que William começou a deitar com ela e acariciar a barriga dela. Amanda queria dar uma furada nela pra ver se punha a criança pra fora, mas o William disse que teria amor para dividir por todas ainda mais que a Lilian também engravidou.

Elas compreenderam que ele não podia esperar que os enjôos passassem, homem tem necessidades, agora só está chato porque a Bena chegou no casarão e ele está dando conta dela também.

Ah, a vida é assim mesmo, tem os outros dois caras que dormem com ele no quarto, mas ninguém se compara com o William.

domingo, 1 de novembro de 2009

Momento Sophie Calle

"Dado que só podemos viver uma pequena parte do que há em nós - o que acontece com o resto?"

Sou meio anti drama pequeno burguês. Do tipo sofrer porque acabou o condicionador enquanto tem tanta gente morrendo de frio, fome, guerra ou doença no mundo. Ou porque o gatinho está saindo com uma porta peituda ou porque a saia não ficou boa. Sou meio anti drama pequeno burguês e quando eu mesma sofro por drama pequeno burguês além de sofrer eu sinto culpa. Mas sim, estou um tantinho triste. Por quê? Porque acabou o condicionador, perdi a hora da academia, quebrei a unha...



Achei esse texto por acaso neste blog enquanto tentava descobrir se Coisas que nunca te disse da Isabel Coixet foi lançado em DVD... impressionante...

"Ninguém conhece alguém e nada nesta vida acontece por acaso. Passamos por momentos de plena felicidade e outros de escuridão. Momentos que nos marcam de uma forma surpreendente e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente. As pessoas que entram em nossa vida, sempre entram por algum propósito. Elas nos encontram, ou nós as encontramos, meio que sem querer. Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante pra si mesmo. Ainda que a pessoa que entrou em nossa vida, aparentemente, não nos ofereça nada, com certeza não está ali por acaso. Não está passando por nós apenas por passar."

sábado, 31 de outubro de 2009

Direitos Humanos: ou um protesto contra a crueldade e a violência

Eu poderia começar definindo direito, ou humano, de ser humano, de humanidade, mesmo... Porém, acredito que a maioria dos leitores seja capaz de imaginar uma definição, um conceito se preferir, para as duas palavras.
Por que falar em direitos humanos? Por culpa da Rosa Leda, nossa colega de blog e seu raivoso post da segunda feira. Eu, não entendendo nada do acontecido, fiquei pensando em um filme antigo da Julia Roberts sobre a questão da agressão. Ou sobre mulheres que apanham e ficam quietas. Simone de Beauvoir deve tremer em seu túmulo cada vez que acontece algo semelhante, eu vivinha da silva, arrepio de raiva, de ambos: vitima e agressor. Como dizia nossa Simone: metade vitima, metade culpada. Culpadas de que? De não reagirem, afinal não dizem por aí: bateu, levou. Jogue pratos, panelas, água fervendo para o chá, café quente da garrafa termina, jogue a garrafa... Bata com os saltos do sapato. Porco, capa o cara.
Foi assim que me deparei escrevendo sobre direitos humanos, algo oculto nas sombras das considerações políticas, embora aparentemente hoje, seja do interesse de alguns juristas. Existe até uma lei chamada Maria da Penha. Será que a pessoa agredida não sabe dos seus direitos?
Eis aqui os pontos mais importantes da lei. Espero que a mulher que sofreu a agressão leia tudo isso com calma e tome uma atitude.

1- Essa lei é aplicada em casos de lesão física ou psicológica. Por danos morais ou assédio sexual e até mesmo por violência patrimonial.

2- No âmbito doméstico, com ou sem vinculo familiar.


3- Em qualquer relação intima de afeto, no qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida.

4- A pessoa maltratada pode fazer queixa em Delegacias da Mulher e o agressor será intimado.

5- Existe até garantia policial quando houver necessidade.

Como uma boa representante da minha geração, eu aconselho: Mulheres não fiquem com raiva, vinguem-se! Está na lei, é direito.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Celebração

Para atrair boas vibrações para o fim de semana seguido de feriado segue "Celebration", música que é o carro-chefe da nova coletânea de Madonna, que leva o mesmo nome. Em uma das várias versões do vídeo, Jesus Luz aparece comandando as pick-ups e flertando com a namorada. Pois bem este é supostamente o tão esperado vídeo oficial da música, gravado em Barcelona durante a turnê Sticky & Sweet. Tem a participação de fãs superselecionados e uma homenagem a Michael Jackson com um bailarino imitando os passos clássicos do popstar e participação de Lourdes Maria, a primogênita da milionária cantora.




Ah, se esse realmente for o clip oficial então Jesus Luz ficou de fora do clipe oficial.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ela e o quarto

repousa na cama os planos que tinha para o mundo lá fora.
mundo feio...
o vinil repousa na vitrola-herança, desejando ser usado, nem que for por uma noite.
por uma canção.
mas hoje é quinta-feira. então, desprezo é o que ganha.
é o que todos ganham no final. ou no começo.
afinal, ela dorme com a cabeça nos pés da cama.
pintou estrelas no teto do quarto para não sentir saudade do céu.
às vezes, funciona.
às vezes, se pega discutindo com o mocinho da tv.
às vezes, deixa o cabelo loiro tapar o olho direito.
sempre esfrega um pé no outro - mimada, sabe?
os desejos chegam pausadamente, como folhas de outono.
ela se diverte com eles.
cada um se materializa em um sorriso.
riso bobo. do tipo difícil de esquecer.
fica com vergonha. tapa o rosto com a almofada cor-de-rosa.
quando percebe, já iluminou o quarto.
sapeca, tira a desconfiança pra dançar.
aposta queda-de-braço com o destino.
joga stop com a sanidade.
são boas... conhecem muitos vazios com a letra c.
olha pro all-star xadrez aos pés da cama.
combina com a paciência quadriculada do vestido.
costurado botão por botão.
ternura por ternura.
ação observada voyeristicamente pelos cintilantes olhos verdes.
os dois.
todos eles.
vestindo pijama de bolinhas.
olhando um céu de estrelas pintadas.
não menos iluminadas.
por elas. por ela.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Óbvio que quem tem a pele bonita é solteiro. Se não é solteiro, ao menos não faz sexo. Vou tentar dissertar sobre isso um dia ainda.

Todo dermatologista recomenda protetor solar pela manhã e um ácido X pela noite. TODOS.

Você chega em casa, toma banho, come alguma coisa e vai dormir com alguém. Depois do banho, enche a cara de troços recomendados pelo médico e vai deitar. Em seguida, resolve fazer sexo. Como isso pode ser bom? A outra pessoa é obrigada a beijar e sentir cheiro de creme?

Será que por isso é que casamentos são tão falhos? Será que é por isso que o sexo entre os casados perde o poder? Será culpa do bendito ácido dermatológico?

Enfim...nada prá pensar me vem isso... uma semana antes de eu ter de escrever de novo... Acho que vou mandar dois posts porque esse tá muito idiota... E como a quarta feira passou em branco, resolvi preencher o espaco.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Meio da tarde da terça-feira, no trabalho, e eu escrevendo no blog... Vou aproveitar a falha na segurança da rede prá fazer isso...

No final de semana fui assistir ao filme Julie/Julia (ou Julia/Julie, nao sei) com a Maryl Streep.

Nao sou dos mais chegados a avaliar talento de atores e atrizes - é a verdade Janaína, desculpe-me. Gosto mais de uns ou de outros porque fizeram coisas "legais" nao porque seu talento propriamente dito.

No entanto, tenho de admitir que a Maryl Streep me obriga a mudar a forma de pensar.

É uma das poucas atrizes que lembro o nome e como já fez todo tipo de filme, é impossível nao conhece-la. E é notável que em todas as películas, ela é o mais importante... Imaginem que conseguiu fazer um filme sobre uma escritora e apresentadora de programa de culinária ser incrívelmente agradável. Sua capacidade de atuaçao realmente sao de deixar o queixo cair...

A forma como interpreta a "cozinheira" americana mulher de diplomata na Europa é incrível. Honestamente, ela provavelmente interpreta melhor do que seria realmente a infeliz. O filme é uma leve comédia que ÓBVIO me fez querer comprar o bendito livro de "Cozinha francesa para americanas" que sao desprovidas de serviçais (deserviçadas, como a própria personagem fala).

Nao esperem aprender algo com o filme ou resolver problemas existencialistas... Trata-se de um SUPER comercial de um livro, sem a menor pretensao de ser arte. Mas vale muito a pena ver, ao menos prá ficar espantado com a capacidade de alguém interpretar um papel diferente...

Pode ser só minha opiniao. A maioria pode achar o filme péssimo, mas nao sei... Chamou minha atencao por alguma razao, e resolvi compartilhar... Obviamente, o cinema aqui custa 5 dòlares, o que torna tudo mais fácil, mas se tiverem oportunidade, vao e por favor, comentem.

Salut, porque agora vou tentar aprender a desossar un pato!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


Mulheres submetidas, espancadas, atemorizadas fazem parte da rotina. Quando essa mulher está na televisão e você vê os hematomas e lágrimas, os olhos baixos ante um repórter incoveniente que ousa perguntar como ela está se sentindo, sentimo-nos abalados mas não abatidos.
Quando essa pessoa é uma prima não há abatimento. Há ira, indignação, raiva e vontade de bater também.

Tanto diante de pedófilos, estupradores de bebês e crianças que ainda nem falam, como ante violências cometidas contra idosos, deficientes físicos ou mentais qualquer ser humano digno indigna-se a ponto de se deixar possuir por uma fúria quase assassina.

Não queremos esperar a justiça decidir, não queremos pensar em juízes bem vestidos em suas salas climatizadas, usando perfumes finos, queremos arrumar um taco de beisebol e enfrentar o adversário num embate de gladiadores, desejamos que as patas de nosso cavalo interno massacrem aquele que se julga susperior a ponto de julgar e administrar sua justiça injusta, sua fúria insana.

Desculpem meu mal humor mas estou furiosa.

domingo, 25 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Soccoro... são as mudanças climáticas

Os entendidos afirmam: está tudo bem. Será?
Os classificados como alarmistas dizem que dentro de alguns anos não vai haver água suficiente para todos. As calotas polares estão se dissolvendo devido ao aquecimento. Se isso acontecer, o nível do mar vai subir e muitas cidades desaparecerão. Terrorista, dirão. Mas, como não ser, vendo os noticiários das televisões e a quantidade de catástrofes naturais, como são chamados os tufões, os tornados e as chuvas torrenciais ou secas alarmantes pelo mundo afora. No meu tempo a coisa funcionava assim: os raios solares penetravam na atmosfera atingindo a Terra. Ela devolvia parte da quentura recebida. Atualmente, o calor fica retido por gases provocando o efeito estufa. Estão vendo só, mais um problema: o tal do efeito estufa, considerado como o problema ecológico mais grave a ser enfrentado pelo planeta. Ninguém pode provar que tal aquecimento seja provocado pelas atividades humanas. Mas, ele está aumentando... Calma, está tudo bem. O tal efeito é benéfico, dizem os relatórios fabricados pelas Nações Unidas. Pânico? Não há razão para isso, afinal o carbono fornece alimento para plantas, portanto com a população crescendo, eu aconselho os leitores a fincar os pés no acelerador dos carros para aumentar as colheitas. Ah, e deixem dessa bobagem de abastecer carro com alcool para poluir menos, tudo bobagem. Vou colocar a venda uma bela camionete Eco Sport flex quase zero, alguém se interessa?
Será que existem pessoas crédulas, o suficiente para acreditar nesse pessoal? Qual o interesse deles em divulgar essas notícias tão atravessadas e fora da realidade?
Paralelamente, quem não acredita nessas declarações procura educar as crianças para protegerem o planeta azulzinho. Ele é ele só, não conheço outro igual no sistema solar. Existe também um alerta sobre a emissão do chumbo. Presente na gasolina responde por 60% das emissões geradas pelos veículos. Por isso é desaconselhável consumir alimentos plantados próximos às estradas, numa distância de 100 metros de ambos os lados. Mas, não se preocupem com isso, está tudo bem!
Enquanto os americanos tentam convencer a humanidade que os ecologistas são radicais e estão errados, os europeus buscam harmonizar as diferentes legislações sobre o meio ambiente. Na França até a gendarmeria nacional criou uma nova seção dedicada ao verde. Produziram um manual, aplicam multas contra os delitos referentes à natureza. A ação preventiva é necessária, ninguém me convence do contrário, basta constatar a quantidade de catástrofes naturais, nem tão naturais assim, pois provocadas pelas intervenções humanas no planeta. É hora de dar um basta à imprudência dos seres humanos ou vai sobrar pouca gente para contar a história.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Balípodo

Há dias venho me entusiasmando em escrever algo sobre futebol. Resolvi fazê-lo. Todavia não vou aqui analisar a escalação da Seleção do Dunga e muito menos propor novas táticas e estratégias para os clubes brasileiros. Não vou também analisar crises fiscais enfrentadas por clubinhos do sertão da Paraíba, nem analisar a situação de semi-escravidão em que jogadores semi-amadores semi-sobrevivem país afora. Pretendo somente dividir uma impressão, mais estética, creio, do que de verve política.

Tive conhecimento essa semana que a Fifa deseja acabar com a “paradinha”, na cobrança do pênalti. Para quem não sabe, a paradinha é um movimento de drible no momento em que o cobrador (do pênalti, não do ônibus) corre em direção à bola. Inventada por Pelé, a “paradinha” se tornou pesadelo de goleiros ao redor do mundo e tem sido criticada por reduzir ainda mais as chances de defesa da cobrança, cuja sorte e probabilidade de êxito, por natureza, já se inclinam mais para o lado daquele que chuta. Fiquei também sabendo que mesma Fifa aplicou uma punição ao jogador brasileiro naturalizado croata (pois é...croata) Eduardo da Silva que atua pelo Arsenal da Inglaterra após ele ter simulado sofrer um pênalti na partida entre sua equipe e o Celtic, também inglês. A mencionada punição fora imputada dias após o jogo, numa decisão que indiretamente anula a soberania do juiz dentro das linhas e do período de partida.

Outra notícia curiosa do ambiente futebolístico é a possibilidade de introdução do “replay” durante as partidas. Desta forma, no caso de dúvidas sobre uma falta, impedimento ou gol, poderia haver uma consulta a um telão gigante nos estádios, em que se verificaria a ocorrência ou não de determinado fato.

É bastante interessante ver como a sociedade moderna, também na sua versão lúdica, vem paulatinamente insuflando a aversão ao imprevisível e a dependência tecnológica. Estes dois fenômenos vão, cada vem mais, tornando claro que a sociedade trilha uma senda de ojeriza ao imponderável que não encontra barreiras nem mesmo nas regras do “velho esporte bretão”. A tentativa de se impedir a arte do drible e da finta (arbítrio do jogador) e a diminuição do eventual erro na interpretação da jogada por parte do juiz-homem demonstram bem até que ponto pode chegar a obsessão humana pelo controle.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mentes Perigosas

Comprei o livro porque um amigo me indicou... Li... achei que era um psicopata, como acho que todos devem achar depois que leem e em seguida deixei de lado...
Até ontem...
Definitivamente, sou um psicopata.
Até o médico no início do ano já tinha meio que indiretamente diagnosticado o "probleminha". Diagnosticou-me em 30 minutos como alguém Mau. Esse adjetivo.

Mas o pior foi quando alguém que eu gosto (ou nem sei mais se gosto, sei lá) fez algo que eu não gostei e em seguida eu deletei do msn...prá não ter de falar, não ter de ver... sei lá... deletei.

Ontem, após alguns meses me contatou por outros meios e eu resolvi explicar porque "andava sumido" que presumia. Contei a verdade. Disse que tinha deletado do msn prá não ter de falar mais e expliquei porque. Certamente, ninguém gosta de ser deletado por ninguém, ainda que seja no msn... Ao final, ao despedir-se comentou que estava descontente por ter sido deletado e tal... Eu, com minha sutil psicose, simplesmente disse que lamentava e que na verdade eu só tinha novamente adicionado no msn prá falar que tinha deletado e prá que ficasse assim... descontente ou triste...

Não medi uma palavra, não pensei um segundo sequer...Simplesmente saiu...assim... Maldade pura. Honestidade pura.

Obviamente fui chamado de doente e imagino que agora o deletado seja eu (vou checar no www.checkmessenger.com). Mas honestamente o que mais me chocou foi minha própria frieza e honestidade.

Não sei se porque vi as 3 temporadas completas de Dexter quase de uma vez, estou influenciado por um cara que não ama e que mata segundo um código próprio de quem merece morrer e em seguida chega em casa com beijinhos na família e Donuts para os amigos do trabalho.

Ou simplesmente resolvi deixar clara a verdade...

Vou ler o livro novamente... Ver se me encaixo mesmo... não sei bem prá que, mas ao menos prá tentar entender o que está passando.

Saluti a tutti.