segunda-feira, 9 de novembro de 2009


A autenticidade individual depende da necessidade que cada ser humano possui em adequar sua forma única de ser, a originalidade de suas ações, com as condições criadas pelas relações humanas, pelo ambiente social.

O drama da condição humana constitui-se justamente na dialética entre a individualidade e as influências do meio social, ou seja, entre ser o que somos expressando livremente o "novo" que podemos trazer ao mundo e as expectativas que as pessoas que nos circundam possuem sobre nosso ser e o nosso agir. Como viver a nossa autenticidade e não frustrar as esperanças dos que amamos é a questão a ser solucionada por cada ser humano.

Em nossa sociedade a influência social constitui um peso extremo sobre o indivíduo. Antes de tomarmos uma decisão ou assumirmos uma atitude, somos condicionados desde muito cedo a nos questionarmos sobre "o que as pessoas irão pensar". Sentimo-nos bem quando vivemos em conformidade com o nosso grupo e, por mais fortes que sejamos, somos tomados por uma sensação de desconforto quando não vivemos de acordo com a maioria, ou seja, com a normalidade. Esta pressão do social sobre o individuo, além de ser um desrespeito à individualidade da pessoa humana, contribui para o empobrecimento da vida social, pois sufoca o "novo" com o qual cada pessoa humana poderia enriquecer a vida.

Por isso, faz-se necessário que cada ser humano acredite em si mesmo e não se deixe vencer pelo autoritarismo ou pela intolerância de pessoas que já perderam sua autenticidade. A grande aventura de viver é não cair na uniformidade, mas ter a coragem de ser o diferente que, na verdade, somos. Se nos deixarmos vencer, não haverá surpresas, nem alegrias. Afinal, somente buscando a autenticidade podemos realmente iluminar o nosso mundo.

"Ótimo, que tua mão ajude o vôo, mas que ela jamais se atreva a tomar o lugar das asas" (D.Helder Câmara).

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