segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ESCREVER

Escrever é fácil, afinal iniciamos o aprendizado aos 4 ou 5 anos e continuamos a escrever a vida toda. Difícil é além da correção do texto, prender olhos às nossas palavras.

Após iniciar a aventura de escrever vemo-nos a ter idéias a cada instante. Como disse um dia Nélida Pinõn, ao voltar de uma simples ida à padaria certamente teremos duas ou três histórias para contar.

Olhar o mundo e enxergar os fatos simples, corriqueiros, que poderão afetar os atores da grande comédia/tragédia que é viver é subsídio suficiente para o escrever. Evidentemente essa escrita deverá vir temperada com um pouco de psicanálise ou psicoterapia, que todos os angustiados enfrentam mais hora menos hora, uma culturazinha básica para não falar abobrinhas e fica mais agradável quando salpicada por pitadas bem dosadas de humor.

A não ser para os muito bem resolvidos, a opinião alheia é importante. Lembro de um personagem do Jô Soares que era crítico. Estava sempre com um amigo e iam ao cinema, ao teatro, compravam livros, etc. Os dois viam a mesma coisa. O amigo dizia: - Gostei do filme, é alegre. Dei boas risadas. O crítico olhava-o criticamente e revidava:
- Você viu humor na transcendência da subhumanidade dos seres injetados pela ira da opressiva classe dominante, que fez surgir...blá, blá, blá. O amigo abaixava a cabeça, humilhado e dizia olhando a câmera deconsoladamente: - Ah, como é importante ouvir os críticos... eu não entendi nada, mesmo!

Talvez este texto só faça sentido para mim mesma.

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