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Essa divagação serve como introdução para fatos soltos, porém relacionados entre si. Primeiro foi o artigo do Thiago sobre Claude Lévi-Strauss e seu bom humor brincando com o nome Lévi e Levis, a calça. Ao mesmo tempo, recebi via internet, quadrinhos sobre uma personagem, denominada Inútil. Será com H? Uma gozação em cima do primeiro casal: Adão e Eva... Não, ela teve sua utilidade comprovada. Voltando de São Paulo, parei em um posto, onde havia uma locadora e pasmem, lá estavam reproduzidas fotos de alguns intelectuais brasileiros e lado a lado, Antonio Cândido e Caetano Veloso! Depois ganhei o Livro da Ruth, presente da D. Déborah. Em seguida, leio no JC que Fernando Henrique reconheceu o filho da discreta jornalista Miriam. Ainda bem que Ruth se foi. Pensei nela e na declaração: “o que me fez optar por ciências sociais foi o interesse por literatura e filosofia. Eu sou de Araraquara e lá eu conhecia, de maneira distante, as figuras de Antonio Candido e Gilda Mello e Souza, que me atraíam para esse lado.” A turma de 1949, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, reuniu a classificada em primeiro lugar, Ruth Corrêa Leite, Fernando Henrique Cardoso, Maria Sylvia Carvalho Franco e Octavio Ianni, no tempo em que os cursos de ciências sociais ficavam na Maria Antonia. No pequeno prédio os alunos partilhavam com os mestres franceses o entusiasmo das descobertas e desenvolviam um olhar crítico sobre os problemas do país. Ruth não se envolvia no cotidiano do movimento estudantil, pois estava lá para conhecer a realidade brasileira em profundidade e poder transformá-la. Em 1953, casou-se com Fernando. Ele analisava os processos culturais do ponto de vista da Sociologia, Ruth se dedicava a Antropologia. De certa maneira, os trabalhos se complementavam. Logo após o Ato Institucional 5, eles criaram o Cebrap com apoio da Fundação Ford, ao lado de Celso Lafer, Betty Mindlin, José Arthur Giannotti, dentre outros. O núcleo transformou-se em um dos principais redutos de resistência à ditadura. Histórias, quais são as coincidências? Lévi-Strauss como colega de Antonio e Gilda, professores de Ruth e Fernando, ídolos de uma geração idealista. A Miriam Coelho e a Miriam Dutra e seus comportamentos tão diferentes. O público e privado tudo misturado. No passado a vida particular de uma pessoa era respeitada. Vocês pensaram em Juscelino, eu também...
Coincidência ou não... uma história está se repetindo.
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