sábado, 30 de abril de 2011

Agatha Christie

Agatha Clarissa Mallowan nasceu em 1890 e morreu em 1976. Trata-se de umas das mais conhecidas autoras de romances policiais. De acordo com as informações publicadas na mídia vendeu quase o mesmo tanto de livros que Shakespeare e a Bíblia. Pudera, a mulher é mesmo um gênio do crime. Acabei de ler um livro dela com pequenas histórias e me diverti muito. Fico imaginando a figura do detetive, embora tenha visto algumas personificações no cinema, nada se compara a descrição que madame Agatha faz dele e de sua mania de perfeição! Embora, eu me pegue empurrando um tapete ou outro para colocar no esquadro ou botando simetria em alguns objetos a mania não chega perto da esquizofrenia de Poiret. Talvez isso faça dele o melhor detetive do planeta, ou da Inglaterra, ele com certeza pensa que é o melhor do mundo! Porém, a autora não fica atrás. Descobri que quando foi abandonada pelo marido por causa de outra mulher, ela deixou sua casa e simulou um acidente. Encontrada em um hotel usando o sobrenome da tal fulana, alegou haver perdido a memória. Verdade ou não, acabou sendo um tremendo golpe de mestra, pois foi a primeira vez que a Inglaterra usou aviões em busca de uma pessoa desaparecida. Era a vida imitando a arte, ou seria a arte imitando a vida? Teria ela simulado o desaparecimento para castigar o ex-marido? Se sim, deve ter se divertido com o estardalhaço e não ficou nem um pouco traumatizada com o insucesso do relacionamento, pois voltou a se casar e daí sim foi "até que a morte os separe." O segundo marido era arqueólogo e com ele Agatha viajou muito, conhecendo o mundo e obtendo noções de arqueologia empregadas em alguns livros. A rainha do crime, como era conhecida, criou além de Poiret uma personagem tranquila e divertida que passou grande parte do tempo tricotando e desvendando crimes: Miss Marple, talvez inspirada nela mesma. Não vou comentar os livros. Eles são extremamente conhecidos e um dos melhores, em minha opinião, é Morte no Expresso Oriente, uma vingança premeditada.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Por email

ala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

sobreviveram ao show do U2 e à 7ª Virada Cultural, dois dos grandes eventos deste primeiro semestre em terras paulistanas? Pois bem, eu fui ao show dos irlandeses liderados pelo Bono (sem palavras) e não prestigiei a virada que lota as ruas do centro... Quem sabe no ano que vem, não é mesmo?

de qualquer maneira, a vida cultural paulistana segue em ritmo forte. Ainda bem. O destaque dos próximos dias é o In-Edit Brasil, festival cinematográfico que joga luz sobre documentários sobre os mais diferentes estilos musicais. O bacana é que tem produções para todos os gostos, desde para aqueles que gostam do samba tradicional até para os punks, que morrem de saudade da época do Sex Pistols, por exemplo. As sessões rolam no MIS, no CineSesc (um dos melhores cinemas da cidade, na minha opinião), na Livraria Cultural e no Olido (aproveite e dê um rolê pelo centro, sem os palcos montados para a Virada Cultural). Neste festival, eu pretendo assistir aos filmes "Nas Paredes da Pedra Encantada" (sobre um obscuro álbum gravado por Zé Ramalho e Lula Cortês, que morreu neste ano), "Upside Down" (sobre a gravadora que descobriu o Oasis, por exemplo), "Pedrinha de Aruanda" (sobre a Maria Bethânia), "Soul Train" (sobre a cultura afro-americana nos EUA) e "High on Hope" (sobre as primeiras raves no Reino Unido).

fugindo do festival, está em cartaz o primeiro longa-metragem de Jeferson De, diretor de curtas premiadíssimos como "Carolina", "Bróder", que coloca na tela um retrato bem bacana da periferia de São Paulo - no caso, o Capão Redondo, tantas vezes cantado nas letras do Racionais. Falando em periferia, o Sesc Belenzinho inaugura a mostra Estética da Periferia, na terça, na qual Criolo Doido e Ed Rock, entre outros, vão se apresentar e debater assuntos relativos à realidade desses locais. Vale ainda destacar "Cópia Fiel", que tem Juliette Binoche como protagonista.

na área teatral, quem puder vá ao Sesc Belenzinho na quinta, quando será encenada a peça "Hospital da Gente", de um grupo de Taboão da Serra (olha só o bairrismo!!!!). Baseado em textos de Marcelino Freire, a peça tem no elenco uma mendiga, uma bêbada, uma prostituta e outras mulheres que questionam o estado em que se encontram... Outros destaques são o monólogo "A Árvore Seca", em cartaz no teatro Imprensa, e a mostra do premiadíssimo grupo XIX de Teatro, que, na Vila Maria Zélia, revisita os seus trabalhos, como "Hygiene". E, por fim, vale ficar de olho no projeto do Teatro da Vertigem, que abriu o seu espaço para jovens diretores: por lá, está em cartaz "Família Vende Tudo".

nas artes plásticas, fica em cartaz até amanhã (domingo), no Instituto Moreira Salles, uma exposição em homenagem a Thomas Farkas, um dos principais nomes da fotografia brasileira. Outros destaques são as exposições "Sob o Peso dos Meus Amores", no Itaú Cultural, e "O Mundo Mágico de Escher", no CCBB.

e os melhores das semanas que se passaram foram o show do U2, as sacadas inteligentes dos diálogos de "Pânico 4" e o texto de "Savana Glacial".

é isso
espero encontrá-lo(a) por aí!
até mais
se cuida!
alan

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Piadinha boa

Na época da ditadura podíamos acelerar nossos Mavericks acima dos 120km/h sem a delação dos radares, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos cortar a goiabeira do quintal, empesteada de taturanas, sem que isso constituísse crime ambiental, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos tomar nossa redentora cerveja após o expediente, sem o risco de sermos jogados à vala da delinqüência, mas não podíamos falar mal do presidente.
Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei negão), credos (esse crente aí) ou preferências sexuais (fala sua bicha) e não éramos processados por isso, mas não podíamos falar mal do presidente.
Íamos a bares e restaurantes cujas mesas mais pareciam Cubatão em razão de tantos fumantes, os quais não eram alocados entre o banheiro e a coluna que separa a chapa, mas não podíamos falar mal do presidente.
Cantava a menina do contas a pagar ou a recepcionista sem medo de sofrer processo judicial por assédio, mas não podia falar mal do presidente...
Hoje a única coisa que podemos fazer é falar mal do presidente!
Que merda!

(Autor desconhecido)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que os homens olham?


Eles prestam mais atenção no rosto das mulheres quando procuram envolvimento sério - e focam no corpo quando procuram sexo

Se você é uma mulher que procura ter um relacionamento a longo prazo, um novo estudo sugere que o rosto é seu principal recurso. Mas se quiser só diversão com os homens, foque no seu corpo.

Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin descobriram que o interesse dos homens pelo rosto ou corpo das mulheres depende se ele está interessado em um relacionamento curto ou longo. Estudiosos especulam que o corpo feminino dá dicas de seu estado de fertilidade enquanto o rosto indica seu valor como parceira a longo prazo.

As mulheres, por outro lado, não mudam suas preferências de acordo com o tipo de relacionamento que estão buscando.

No estudo, o aluno de psicologia Jaime Confer e seus colegas recrutaram 375 estudantes que foram orientados a olhar para fotos de pessoas descritas como possíveis parceiras para longos ou curtos relacionamentos. Os participantes tiveram que escolher se gostariam de ver o rosto ou corpo da imagem.

Um quarto dos homens olhou o corpo e não o rosto quando foram informados de que a parceira em potencial era para um relacionamento a longo prazo, enquanto 51% fizeram isso quando informados de que a mulher era candidata a um relacionamento curto.

"A prioridade dos homens muda dependendo do que eles querem em uma parceira. Os traços do rosto têm maior importância quando o objetivo é uma relação a longo prazo”, disse Confer. As descobertas do estudo foram publicadas na edição de setembro passado, do jornal científico Evolution and Human Behavior.

Fonte: IG

sábado, 23 de abril de 2011

A pérgula

Sou uma mulher prática. Será? Bem, eu penso ser racional, objetiva, direta, etc, etc... Também, imagino-me assentada. Porém, cheguei a seguinte conclusão: não possuo nenhuma dessas qualidades. Estou constantemente procurando coisas para fazer. Se, canso de escrever, saio à cata de um trabalho manual, tipo limpar o jardim ou a calçada. E haja folhas, galhos ou poeira para remoção. Deixo o computador, se estou corrigindo um texto e minhas costas doem e procuro o que? Defeito no coitado do quintal. Tenho diferentes suportes para plantas e uma pérgula imaginada e feita - o marceneiro fez e minha filha impermeabilizou - num piscar de olhos. Tenho a impressão de possuir um exército de duendes, pois tudo parece ficar no lugar em pouco tempo. Isso tem um custo. Mas, não vou discutir a questão com vocês. Pensem: pérgula! Foi o que pensei também ao ver uma planta crescendo exageradamente. Começando pelo começo. Pérgula é um passeio ou abrigo nos jardins, feito de duas séries de colunas paralelas, de madeira, de alvenaria ou mármore servindo de suporte a trepadeiras. Trepadeiras? Planta da família das convolvuláceas. Entenderam? Como não???????? Vou explicar de novo. Sou impaciente e vivo procurando coisas para fazer. Meu hobby é jardinagem. Fui aluna da Teresa, uma bióloga sensacional. Tudo que sei sobre jardins, aprendi com ela. Pronto, agora todos sabem. Sou formada em jardinagem, além de outras coisas mais. Atrapalhada, eu? Não existe ninguém mais objetiva nas redondezas. Resumindo: no ano novo, o meu vizinho perguntou-me: que planta é essa? Uma trepadeira, respondi.
Cresce rápido e por isso é conhecida como sete léguas. Eu temia isso, disse-me ele. Sua mulher completou: cuidado, se for para o telhado pode arrancar as telhas! Eu ri, embora tenha acreditado neles por duas razões: 1) vizinho é fazendeiro. 2) ele não mente. E a planta cresceu, conforme o previsto. Eu encaminhei para a beirada do telhado imitando a casa de um filme da Merryl Streep. Dia desses o paisagista veio fazer uma inspeção no jardim e alertou: não deixe a tal planta passar dessa coluna para não escurecer a varanda. A convolvulácea fechou uma escada e eu não queria cortar, pois estava linda e florida!
Ela precisa de uma pérgula. Contratei o profissional. Ele veio acompanhado de um ajudante. Comprei a madeira e sujeito entregou somente as colunas. As outras viriam no dia seguinte. Os homens começaram o trabalho e nada da madeira. Ele fez uns consertos na varanda, fincou as colunas, subiu uma parte do muro, pois a ideia era fincar as toras na parede, conforme o modelo visto na revista Natureza e quando conseguiu colocar tudo lá e rebocar o mundo caiu! Quer dizer desabou uma chuva que arrastou todo o concreto sujando o chão e a calçada. Um horror! Coitado do homem. Tudo pronto, o resto era por conta do pedreiro/pintor/ajudante geral, enfim, do baiano, como ele chamava o outro. O ajudante faria os reparos no muro, a limpeza e a pintura do chão. Para mim sobrou pintar a mesinha e duas cadeiras francesas, esses móveis de jardins comuns na Europa e raros no Brasil, então eu cuido com o maior carinho. E seria minha diversão de fim de semana. Como choveu a noite toda, os homens não apareceram. Amanhã terminam, com certeza, e vou poder puxar a sete léguas para cima da pérgula e começar a decoração daquele canto. Escrevo e penso: só comigo, acontecem essas coisas. O meu lado racional responde: sete léguas, hein... quem procura, acha!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Yom HaShoah - Dia de Lembrança do Holocausto


"Espere 20 segundos antes de fechar este email. Esta mensagem pede que você faça um pequeno ato para relembrar seis milhões (6.000.000) de vidas judias perdidas durante o Holocausto. Por favor, envie esta mensagem a quem você saiba ser judeu, e peça a eles que reenviem a outros. Se conseguirmos 6 milhões de emails antes de 20 de abril, estaremos devolvendo a Deus a dádiva de termos 6 milhões de judeus que lembram os 6 milhões que pereceram.
Obrigado"


terça-feira, 19 de abril de 2011

Um pai fala ao seu filho...

Tu me perguntas meu filho, porque é diferente esta noite de todas as noites. Porque todas as noites chametz e matzá, e esta noite somente matzá. Porque todas as noites comemos verduras diversas, e esta noite somente maror.
Porque molhamos os alimentos duas vezes.
Porque comemos reclinados
Eu te agradeço meu filho. Agradeço-te por perguntares. Porque se me perguntas não posso esquecer, se indagas não posso ficar calado. Por tua voz inocente, meu filho, fala a nossa consciência. Tua voz me conduz à verdade.
Porque esta noite é diferente de todas as noites meu filho?
Porque nesta noite lembramos. Lembramos os que foram escravos no Egito, aqueles sobre cujo dorso estalava o látego do Faraó.
Lembramos a fome, o cansaço, o suor, o sangue, as lágrimas.
Lembramos o desamparo dos oriundos diante da arrogância dos poderosos.
Lembramos com alívio: é o passado. Lembramos com tristeza: é o presente.
Ainda existem Faraós. Ainda existem escravos. Os Faraós modernos já não constroem pirâmides, mas sim estruturas de poder. Os Faraós modernos já não usam apenas o látego, submetem corações e mentes mediante técnicas sofisticadas. Seus escravos se contam aos milhões, neste mundo em que vivemos... Não sejas como o ingênuo, que ignora os dramas de seu mundo. Não sejas como o perverso, que os conhece, mas nada faz para mudar a situação.
Pergunta, meu filho tudo o que queres saber - a dúvida é o caminho para o conhecimento. Mas, quando te tornares sábio, procura usar a tua sabedoria em beneficio dos outros. Reparte-a, como hoje repartimos a nossa matzá. Segue o conselho de nossos sábios, e lembra a saída do Egito, não só na noite de Pessach, mas todos os dias de tua vida.
Moacyr Scliar

segunda-feira, 18 de abril de 2011



Enquanto Pilatos, sentado no tribunal, tentava decidir se libertava Jesus ou Barrabás sua mulher mandou-lhe um recado: - “Não se envolva com esse justo” (Mt 27, 19)

Mais piedosa, mais sensível ou mais perspicaz, a mulher sem nome, em segundo plano nesta história, desempenha um papel importante: roga aos poderosos pelo filho de Deus. Ela diz ainda “esta noite, em sonhos, sofri muito por causa dele”.

Ao lermos o versículo todo podemos nos permitir duas interpretações à sua intervenção.


Primeira: uma mulher sensível e misericordiosa, que vê a injustiça que se pratica contra Jesus e calcula quanto a humanidade sofrerá ao tomar consciência do imenso amor do filho de Deus que entregou sua vida para nos redimir.

Segunda: uma mulher egoísta e crédula que tem medo de passar por algum sofrimento e tenta evitá-lo.


Que Deus nos perdoe por todas as vezes em que fomos prudentes, generosos ou “justos” exclusivamente para evitarmos nosso próprio sofrimento!

Boa Semana Santa para todos e que a Páscoa ilumine suas vidas.

domingo, 17 de abril de 2011

Bolo de mel...



Bolo de mel

Ingredientes
3 colheres (sopa) de óleo
1 xícara de açúcar
3 ovos
1 xícara de mel
1/2 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
2 1/4 xícaras de farinha de trigo
1/2 colher (chá) de gengibre
1 colher (chá) de canela
1/2 colher (chá) de anis
1/2 colher (chá) de noz-moscada
1/2 colher (chá) de cravo moído
2 colheres (sopa) de café instantâneo
1 xícara de suco de laranja
1 xícara de uvas passas
1 xícara de amêndoas moídas (opcional)

Preparo
Bata o óleo junto com o açúcar na tigela maior da batedeira,
acrescentando as gemas e o mel. Na tigela menor, misture os
ingredientes secos, adicionando-os, alternadamente, com o suco de
laranja à tigela maior, batendo sempre. Por fim, acrescente as uvas
passas, as amêndoas e as claras em neve, misturando a mão. Despeje em
forma não untada e asse por 50 minutos em forno moderado e
pré-aquecido.

sábado, 16 de abril de 2011

Lembra-te

No final do mês de abril, católicos e judeus estarão comemorando a Páscoa, cujo início se dá no domingo de ramos e termina no domingo seguinte: a páscoa. Pessach, no ano de 2011 será celebrada entre os dias 18 e 27 de abril. Pouco antes de morrer, Moisés exortou seu povo a não esquecer o passado. "Lembra-te dos dias de outrora, considera os anos de geração a geração; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos mais velhos, e eles te dirão." (Deuteronômio, 32,7)
Lembra-te! A Páscoa judaica recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narração do Êxodo. De acordo com a Toráh e a Bíblia, também, foram enviadas 10 pragas sobre o povo egípcio. Antes da décima, Moisés foi instruído a pedir que cada família de judeus sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais das portas com esse sangue. Nessa noite comeram o cordeiro acompanhado do pão ázimo e de ervas amargas. Na madrugada um anjo feriu de morte todos os primogênitos do Egito, inclusive o filho do faraó. O rei para terminar com a ira de D'us libertou o povo de Israel. É importante notar que Pessach significa a passagem do anjo da morte e não a travessia dos hebreus pelo mar Vermelho ou outra passagem qualquer. Pessach é a festa central do judaísmo e serve de conexão entre o povo e sua história. Portanto: "a cada geração todo ser humano deve se ver como se ele pessoalmente tivesse saído do Egito, pois está escrito: você contará aos seus filhos, neste dia, D'us fez estes milagres por mim, quando eu saí do Egito."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Ilha flutuante

Quando amanheceu lá estava ela. Uma ilha! Bem em frente à minha janela! De onde terá vindo? Deixou nosso lago tão lindo! Quando chegou? Terá surgido porque garoou? Antes do anoitecer, ali, eu não a pudera ver... À noite eu contemplara aquela llinda vastidão e da ilha, confesso, não havia vestígio, não. Na ilha havia um cão, placidamente sentado, olhando para o meu lado. Seria ele o comandante desta estranha nau errante? A ilha a flutuar, movia-se lentamente. Este fato era intrigante, um estranho acidente. À sua popa três patos, nadavam assim como quem nada teme. Seriam eles empurradores, ou da ilha o próprio leme? O “capitão” levantou-se e examinou as amarras. Os patos se agitaram e à primeira lufada, a navegar recomeçaram. Numa árvore um macaquinho, pendurado pelo rabo. Acenou-me, o atrevido, que sorria como um nababo. Latia ordens, o comandante, muito sério e responsável, de casa eu ouvia tudo, desse fato inexplicável. À distância eu percebia a fúria com que latia, e assim ficou atestado o nível de sua energia. Distraí-me alguns momentos e quando à janela voltei, já nada da ilha se via, tristemente constatei. Lia nas margens da represa enquanto a tarde caía, ouvi passos na areia e olhei. Era o cão que ali surgia. Cheirou-me e deitou-se ao meu lado. Colocou sua pata em meu colo. E surpresa constatei quanto era esse cão educado! Será que queria conversar? Perguntei-lhe sobre a ilha. Abandonara sua família? Olhou-me parecendo decidir se contava ou não a verdade. Eu era uma estranha, afinal, a perguntar de sua herdade. Suspirou e pôs-se a olhar-me, dizendo sem vacilar, apenas uma palavra como a querer explicar: - Garças! Mantive-me quieta a esperar que viesse uma explicação. Um tanto hermético, deveras, o temperamento do cão. - Muitas garças ocuparam minha linda embarcação... Discordam de minhas idéias, da vida não têm noção. Batem asas, ameaçadoras, bicam as raízes, e arrancam a grama... nisso elas são professoras. Por isso fiquei irritado, larguei-as sós com os patos. - De onde vieram? - As garças? - Não, vocês, com a ilha. - Não de muito longe... nas últimas chuvas nos desgarramos e gostei da vida errante... agora é continuar e ver onde chegamos. Vacilou por instantes mas decidiu continuar. - Os patos me acompanharam, só os carneiros ficaram, as garças foram chegando e assim me incomodando. Já viajamos há meses. - E agora que em terra está, daqui o que fará? - Penso seriamente em parar, hora de aposentar. Parecia sonolento e, relaxando, dormiu. Devia estar cansado das lutas na nau errante. Seu sono não era tranqüilo, sua respiração ofegante. Também eu adormeci, acompanhando seu suspirar, de repente, eu dormi. O sol baixando no horizonte, já inclinava seus raios, escondendo-se atrás do monte. Por causa disso, talvez, ou por sentir-me aquecer, despertei meio assustada e nada do cão ao meu lado. A ilha está à minha frente, as garças nela pousadas com suas pernas encolhidas, na areia parecem espetadas. O macaco de longe me acena, o cão a ladrar suas ordens, e na força do seu nado os patos perdem as penas. Vieram buscar seu comandante? Que história é essa da ilha, essa incrível nau errante? A nau sem rumo, sem meta, talvez esperasse a noite para se por em alerta. O cão olhou-me em despedida, e voltado à proa latiu, o sinal para dar a partida. Os patos aceleraram, o macaco outra vez acenou e destes fatos estranhos, ninguém mais nunca falou.

domingo, 10 de abril de 2011

Landslide

Lendo o texto da nossa querida Rosa só consigo pensar que no fundo, mulheres são todas iguais. E não gostei de As Pontes de Madison quando assisti mas de vez em quando penso em alugar e rever porque tenho muitas amigas que amaram. Assim como sua amiga também tenho saudade de amar. E tenho um amigo querido, o sumido Rogério, que tem uma teoria que me preocupa: talvez cada um de nós só tenha direito reservado a um amor. Daquele que você não esquece, que faz tremer? Um amor somente.
Já conversamos muito sobre o assunto e por mais que entenda seu ponto de vista quando ele inclusive usa minha vida como exemplo , no entanto, não consigo não sentir dor no coração ao pensar nessa possibilidade. Feliz ou infelizmente, muito cedo, me apaixonei perdidamente e por questões que hoje não vem ao caso, não fui em frente com esse amor. Se me arrependo? Já me arrependi, já sofri, já me arrependi mais um pouco e então coloquei a história toda na gaveta porque afinal, a escolha havia sido minha. Hoje o rapaz é casado há anos e deve ter pelo menos um par de filhos. A última vez que o vi, uns 4 anos atrás, estava em Maresias almoçando com um amigo em uma segunda feira nublada após o encerramento de um projeto maravilhoso que coordenei com sucesso. Não sei ao certo se ele me viu, estava com a mulher, a filha e uma babá.
Lembro que pensei que aquela podia ter sido eu, mas se fosse, eu não teria tido todas as experiências que tive desde que nunca mais o vi. Escolha, né? Gosto muito do meu trabalho mesmo enlouquecendo e até mesmo ficando doente com ele. Adoro a possibilidade de estar entre tanta gente que admiro e fazer o que faço.

Se cada um tem direito a um amor, este talvez tenha sido o meu. Desde então tive paixões várias. Não nego que tenho beijado muitos sapos nessa vida. Mas entre ficar quieta e beijar sapo, a opção do sapo sempre é uma tentativa, né?
Recentemente achei que estava apaixonada mais uma vez. Um cara que conheço há anos mas reencontrei graças as voltas que o mundo dá. E me encantei. E me encantei com tudo o que pensei que o rapaz era, mesmo depois ele provando não passar perto do cavaleiro bondoso, gentil, honesto, o salvador da pátria talentoso que eu achava que ele era. Não era. E com isso beijei mais um sapo e até derramei algumas lágrimas no processo. Deixar de acreditar é sempre complicado.
Esse sempre é um problema, invento a pessoa na minha mente e faço dela o que bem entendo. E aí a realidade nunca é páreo para a minha versão da pessoa...
Talvez o Rogério esteja certo e meu direito ao amor tenha sido usado ainda na adolescencia e tenha queimado meu cupom. Talvez não. Talvez um dia desses eu me arrependa de ter escrito este texto. Talvez eu me apaixone e depois de 3 anos descubra que não era amor... quem sabe.

sábado, 9 de abril de 2011

A consciência nos converte a todos em covardes"

A frase é de Hamlet. Estou lendo um livro do autor africano J.M. Coetzee chamado Mecanismos Internos onde, encontrei o texto, meio por acaso. Como os pensamentos parecem voar... Voei, sem pensar em quem escreveu essa verdade! Ao mesmo tempo, eu ouvia UNS, disco antigo do Caetano Veloso. Ao prestar mais atenção na música deixei o resto de lado. Lá estava meu poeta dizendo: Nosso amor não deu certo/gargalhadas e lágrimas/de perto fomos quase nada/tipo de amor que não pode dar certo/na luz da manhã/ Não me queixo/eu não soube te amar/mas não deixo/de querer conquistar/uma coisa qualquer em você/o que será? De volta ao passado pensei: tive poucos amores. Todos têm um amor infantil na adolescência e eu não escapei disso como toda garota normal. Uns poucos namoros e um casamento. Dizem os psicólogos que o amor dura exatamente três anos. Depois, vem à amizade, o respeito, os filhos, enfim família e responsabilidades, que alguns deixam na tentativa de encontrar de novo o perdido amor. Uma ilusão levando a relacionamentos diversos, sempre buscando algo que se pensa ter perdido. Enquanto pensava lembrei-me de uma tarde em um café com três amigas jogando conversa fora. Uma grande decepção, a falta de respeito por parte de seu companheiro, a solidão, enfim algo levou uma delas a um relacionamento, a bonita experiência, de acordo com ela, era parecida com aquilo que cantou Veloso: fomos muito felizes só durante o prelúdio, enquanto a gente procurava estrelas no céu, deitados no chão do quintal, bebendo vinho branco e conversando, rindo até as lágrimas. Nada pintou direito, parecia errado. Era a consciência convertendo-a em covarde. O que teria acontecido se ela tivesse embarcado nessa aventura? Não sei. Só me lembro das risadas, quando perguntei: mais ou menos como em As pontes de Madison? Sim, disse-nos. E a Rosa Leda com sua natural curiosidade questionou: vai deixar uma carta pedindo pra gente jogar suas cinzas no rio Bauru?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Por email

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

desculpem-me pela ausência nas últimas duas semanas. Plantão no jornal, muito trabalho e falta de tempo... tudo isso impediu de eu enviar esse singelo e-mail cultural, no qual convoco amigos para aproveitar a capital paulista em sua plenitude, principalmente quando o assunto é cultura, com o objetivo também de promover encontros. Já estão se preparando para a Virada Cultural, que rola nos dias 16 e 17 deste mês? Já fecharam a programação?

enquanto o evento, que mobiliza os paulistanos a invadirem o centro da cidade, não chega, muita coisa tem acontecido na cidade. Como sempre! Até 10 de abril, por exemplo, rola o festival É Tudo Verdade, que mostra 92 documentários de 29 países, em sessões sempre gratuitas, em espaços como o Reserva Cultural, o CCBB, o Cine Livraria Cultural (assisti ao filme de abertura do festival lá e espero que eles tenham melhorado a qualidade da legendagem... estava horrível para ler!) e a linda Sala Cinemateca.

em cartaz, "A Última Estação" (com a incrível Helen Mirren no elenco!), "Biutiful", "Feliz que Minha Mãe Esteja Viva", "O Mágico", "Trabalho Interno" e "Poesia". Na próxima sexta, estreiam "Rio" (nova animação do brasileiro Carlos Saldanha, diretor de "A Era do Gelo"), "Turnê" (dirigido pelo ótimo ator Mathieu Almaric, que pode ser visto em "O Escafandro e a Borboleta") e "Contracorrente", considerado o "Brokeback Mountain" latino-americano...

no teatro, para os fãs da banda Los Hermanos, entrou em cartaz a peça "O Bloco do Eu Sozinho", que mostra a relação dos personagens da montagem com as músicas do disco homônimo do Los Hermanos (em tempo: neste mês, Marcelo Camelo fará show no Sesc Pompeia). Em cartaz, ainda estão "Devassa" (da cia. dos Atores), "Do Jeito que Você Gosta" (da cia. Teatro de Elevador Panorâmico), entre outras.

quando o assunto é música, a expectativa em relação ao show do U2 só aumenta (verei a performance de Bono e cia. no dia 13... e você?). Porém, até lá, rola uma apresentação da Gaby Amarantos, amanhã (terça), no Studio SP; e do Cansei de Ser Sexy, na quinta, na Clash - chance rara de ver a banda, sucesso na gringa, em terras brasileiras. E, na sexta, ainda tem o show do Circo Motel, banda de uma amiga minha (grupo novo, música bacana... bora prestigiar! - eu não irei, pois vou viajar no fim de semana...)., no Apartamento Oitenta.

e os melhores das últimas semanas foram o show da Shakira - ao vê-la ao vivo, deu para entender um pouco o fascínio americano diante da colombiana -, a animação "Rio" - as cenas feitas na praia de Copacabana e na Marquês da Sapucaí são de tirar o fôlego -, a cenografia cheia de alternativas de "Antes da Coisa Toda Começar", da cia. Armazém; e a coreografia "quasariana" de "Inquieto", de Henrique Rodovalho, para a São Paulo Companhia de Dança.

é isso
espero encontrá-los por aí!
até mais
se cuidem!
alan

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Um texto de Rita Lee

"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinha da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre e a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres; as baixinhas, as gordas, as de óculos; um sentimento de perda de auto-estima.

Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.

Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espada. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência. As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.

É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.

São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações".Rita Lee

domingo, 3 de abril de 2011

Ups and downs



Se tem uma coisa que aprendi na raça no último mês é que coordenar equipe muito grande realmente não é fácil. Não que nunca houvesse feito antes, só nunca havia feito NESTA situação e para citar muitos clichês da cultura pop, PapaidoCéunãoestásendofácil. E afinal, fácil ainda tem acento? Esta semana foi a da revisão de TODO o material gráfico e só posso dizer que pós reforma ortográfica decidi virar o Steve Jobs e aposentar os acentos. Porque se tenho uma certeza nessa vida é a de que o Steve Jobs não usa acento senão um ser humano não seria obrigado a apertar TRÊS teclas para conseguir UM acento em um Mac.
Mas voltando a vaca fria, diga-se de passagem nunca entendi esta expressão e se qualquer uma das Rosas quiser fazer uma série sobre o assunto será bem vinda, ser chefia não é exatamente legal. Nina Lemos já desenvolveu este assunto melhor que eu, como sempre, mas é verdade. Existe a tal linha tênue entre ser bacana e mole e alguém sempre vai aproveitar do seu lado Carla Bruni. Ah, vai mesmo! E aí é uma m... porque no exato momento em que você acabou de ganhar uma parte da galera na base da simpatia, surge a necessidade de um tranco geral na equipe como um todo por causa de um maluco e... ai meus sais!!!
E por falar em altos e baixos, este é um post sobre altos e baixos, caso algum leitor tenha deixado passar o título... Gente, outra descoberta luxo que fiz é que você pode perder muito do seu tempo escrevendo email imensos, manuais sobre tudo e ninguém perde nenhum tempo lendo porque é tão mais fácil perguntar, né? E afinal, fácil tem acento ou não na gestão dos trabalhadores? Alguém, por favor?
Mas sobre os baixos, anos atrás adorava um blog chamado 02neuronio, aí ele virou site e tinha que pagar assinatura para ler, coisa que eu não fiz, perdendo assim o fio da meada do ex-blog então site... e hoje, super ao acaso, por causa daquele texto da Nina sobre ser chefe, acabei de descobrir que o site voltou a ser blog e logo eu posso voltar a ser leitora!
Fica a dica dupla: tudo nessa vida sobe e desce e desce e sobe e sobe e desce... De blog a site pago a blog de template feinho de novo... é a tal roda da fortuna, carta número 10 do tarô e a outra dica é o 02neuronio.
Bom fim de domingo a todos!

sábado, 2 de abril de 2011

Os seres humanos devem aprender a se adaptar ao que é inevitável

A frase está no I Ching escrito em 1.500 a.c. e no Velho Testamento, também... Os cristãos consideram o antigo e o novo testamento como um único volume, a Bíblia, palavra derivada do grego, livros. O termo no judaísmo é sefarim e tanakh, lei entendida como guia, ajudando a lembrar seu conteúdo: Torah. A história da formação da Bíblia, uma compilação de escritos em hebraico e aramaico no Gênesis é controversa. Antes da era cristã existia uma tradução para a Grécia destinada aos judeus ali residentes conhecida como Septuagint/Vulgata dos Setenta. Quase nada se sabe sobre os primórdios do cristianismo, pois os seus seguidores trataram de suprimir textos que seriam de muita ajuda para os pesquisadores atuais. Um dos únicos historiadores dessa época é Flavius Josefus, um fariseu que viveu e escreveu em Roma. O cristianismo é uma reinterpretação do judaísmo. Sua pedra basilar, o Pentateuco, encontra-se no livro cristão, alias todo texto ditado a Moisés pelo Deus dos judeus nunca foi rejeitado pelo cristianismo, embora haja um abismo separando a religião moderna daquela praticada na forma primitiva.
Queiram ou não, a religião deveria ser uma busca da verdade, da qual ninguém deveria ter medo. Jesus Cristo, um dos poucos homens extraordinários, um incomodo para Zaratustra, Gautama, Buda ou Maomé não está morto, embora um pesquisador sério devesse fazer distinção entre ele e a religião praticada em seu nome, ela sim meio morta. Jesus era judeu e possivelmente um gnóstico. Seria essa é a razão do sumiço de documentos tão importantes, como os Códices, encontrados em Nag Hammadi? Teriam sido enterrados por membros da antiga seita cristã? Sim, ao sentirem o perigo, na medida em que a visão católica associava a Igreja a uma instituição triunfante. Por isso a descoberta tem uma importância vital para todas as religiões. O conteúdo do achado é gnóstico e impulsionou as pesquisas no século XX. O engraçado nisso tudo é o fato da nova religião ter-se apropriado do deus judeu dizendo o contrário. Na Idade Média tentaram uma interpretação mais real do judaísmo, através da Cabala, que é gnóstica, porém os estudiosos acabaram desacreditados. Para vocês sentirem que não são somente os católicos que desejam permanecer no escuro.
Gnosticismo era um conjunto de correntes religiosas e filosóficas sintetizadas, cuja presença é percebida nos primeiros escritos do cristianismo. Essas ideias foram consideradas heréticas por volta do ano de 130 começando pelo Egito. A palavra significa conhecimento divino, comunhão, tendo como base as filosofias da Babilônia combinadas com elementos da astrologia. Os cristãos gnósticos mesmo perseguidos aparecem na evolução cultural da humanidade: séculos I/II = Egito; séculos III/IX = nestorianos; século X = paulicianos; século XI = cátaros e cavaleiros de Malta; século XII = Templários; século XIII = irmãos do livre espírito; século XIV = rosa-cruzes; século XV = academia platônica; século XVI = ordem de cristo; século XVII = os irmãos asiáticos; século XVIII = os martinistas; século XIX = sociedade teosófica.
Quando li a frase que dá título ao post pensei nisso tudo imaginando a inevitabilidade de uma ruptura profunda na interpretação do cristianismo. Hoje existe um conceito universal de religião articulando um esquema baseado na evolução como um processo que tem por objetivo a realização efetiva da essência universal de qualquer crença. Talvez isso aconteça em breve. Falam em profecias sobre o último papa, sobre o anticristo, enfim sobre o final dos tempos... Esse anunciado término pode ser uma reviravolta cultural, histórica e religiosa sem precedentes na história da humanidade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011