sábado, 9 de abril de 2011

A consciência nos converte a todos em covardes"

A frase é de Hamlet. Estou lendo um livro do autor africano J.M. Coetzee chamado Mecanismos Internos onde, encontrei o texto, meio por acaso. Como os pensamentos parecem voar... Voei, sem pensar em quem escreveu essa verdade! Ao mesmo tempo, eu ouvia UNS, disco antigo do Caetano Veloso. Ao prestar mais atenção na música deixei o resto de lado. Lá estava meu poeta dizendo: Nosso amor não deu certo/gargalhadas e lágrimas/de perto fomos quase nada/tipo de amor que não pode dar certo/na luz da manhã/ Não me queixo/eu não soube te amar/mas não deixo/de querer conquistar/uma coisa qualquer em você/o que será? De volta ao passado pensei: tive poucos amores. Todos têm um amor infantil na adolescência e eu não escapei disso como toda garota normal. Uns poucos namoros e um casamento. Dizem os psicólogos que o amor dura exatamente três anos. Depois, vem à amizade, o respeito, os filhos, enfim família e responsabilidades, que alguns deixam na tentativa de encontrar de novo o perdido amor. Uma ilusão levando a relacionamentos diversos, sempre buscando algo que se pensa ter perdido. Enquanto pensava lembrei-me de uma tarde em um café com três amigas jogando conversa fora. Uma grande decepção, a falta de respeito por parte de seu companheiro, a solidão, enfim algo levou uma delas a um relacionamento, a bonita experiência, de acordo com ela, era parecida com aquilo que cantou Veloso: fomos muito felizes só durante o prelúdio, enquanto a gente procurava estrelas no céu, deitados no chão do quintal, bebendo vinho branco e conversando, rindo até as lágrimas. Nada pintou direito, parecia errado. Era a consciência convertendo-a em covarde. O que teria acontecido se ela tivesse embarcado nessa aventura? Não sei. Só me lembro das risadas, quando perguntei: mais ou menos como em As pontes de Madison? Sim, disse-nos. E a Rosa Leda com sua natural curiosidade questionou: vai deixar uma carta pedindo pra gente jogar suas cinzas no rio Bauru?

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