sábado, 19 de dezembro de 2009

Repensando o Jesus histórico

Sexta feira. Acendi minha vela do shabbat e o sol que havia sumido apareceu. Estou lendo... a Tora? Não... eu tenho ao meu lado o interessante livro novo do Padre Beto. E em um dado momento leio que a ser humano atravessa duas fases: a insensatez e a maturidade. Verdade. E por uma incrível ironia, a maturidade vem com a idade. Ele fala disso também. E diz com outras palavras que avant garde são os maduros, com maturidade e opiniões formadas e estes devem dar a lição de vida aos jovens. Uma inversão legal, vocês não acham?
Mas, como um padre leva a outro vou ao titulo. Como as comemorações do Natal chegando fico imaginando como a religião cristã chegou a isso. As pessoas não estão pensando no nascimento de Jesus, que na verdade nasceu em março e com uma diferença de uns quinhentos anos, considerando-se o calendário gregoriano. Deixa pra lá, nós não vamos ficar discutindo a questão, pois não leva a nada. Pensem nele: não um herói solitário, mas rodeado de seu grupo – de judeus – diga-se, portanto um judeu marginal como alega o padre católico John Meier, um dos maiores conhecedores da história de Cristo. Ele amplia o foco sobre Jesus e seus opositores, os fariseus e os essênios em diversos livros sobre o assunto. Mostra como Jesus delineava seu ministério e como deu forma e estrutura ao seu movimento. Fala dos três círculos concêntricos que rodeavam Jesus. O primeiro incluía a multidão. O segundo era composto pelos seus discípulos e o último era o circulo intimo onde estavam os doze apóstolos, doze simbolizando a reunificação das tribos de Israel no fim dos tempos. Seu grupo era tudo menos uma turba amorfa e igualitária. O esforço de Jesus em criar uma estrutura dentro do movimento cristão foi o fato de saber que estava lutando contra grupos religiosos e políticos. Ele apresentou uma visão do que significava ser Israel e um dos maiores erros do “retrato do Jesus” talvez tenha sido o fato dos historiadores e do próprio catolicismo ter menosprezado sua natureza judaica em favor de uma ambientação vaga, dúbia mesmo. O Jesus histórico não é o real, tampouco o “Jesus teológico” afirma Meier. Porém, o Jesus histórico será reconstruído usando-se as ferramentas cientificas da moderna pesquisa cientifica.
Para todos os leitores um Feliz Natal!

Nenhum comentário: