segunda-feira, 12 de julho de 2010

QUE SAUDADE DO SILÊNCIO!


Sábado a Orquestra Tabajara se apresentou aqui em Bauru.
Que delícia ouvi-la!
Surpreendentemente pudemos conversar à mesa. Havia caixas de som, trinta músicos tocando pistons, trompetes, bateria, etc, mas conseguíamos conversar coisa raríssima nas festas de hoje em dia.
Preciso agradecer aos promotores do evento.
Moro fora da cidade. Quando mudei para cá não havia asfalto, aliás não havia nem rua, apenas uma “picada” acompanhando a pista do aeroporto. Quando chovia ninguém saía de casa, ou não voltava – o que era bem pior. Hoje não durmo às sextas e sábados por causa de um salão de festas bem pertinho e vários vizinhos barulhentos.
Vou-me embora pra Pasárgada/ Lá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada/ Aqui eu não sou feliz/ Lá a existência é uma aventura/ De tal modo inconseqüente/ Que Joana a Louca de Espanha/ Rainha e falsa demente/ Vem a ser contraparente/ Da nora que nunca tive
E como farei ginástica/ Andarei de bicicleta/ Montarei em burro brabo/ Subirei no pau-de-sebo/ Tomarei banhos de mar!/ E quando estiver cansado/ Deito na beira do rio/ Mando chamar a mãe-d'água/ Pra me contar as histórias/ Que no tempo de eu menino/ Rosa vinha me contar/ Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo/ É outra civilização/ Tem um processo seguro/ De impedir a concepção/ Tem telefone automático/ Tem alcalóide à vontade/ Tem prostitutas bonitas/ Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste/ Mas triste de não ter jeito/ Quando de noite me der/ Vontade de me matar/ — Lá sou amigo do rei —/ Terei a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei/ Vou-me embora pra Pasárgada.

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