segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

IMPRESSÕES

Em PUNE, estado de Maharashtra, Osho é atração. Gente do mundo inteiro chega para os cursos e hospedam-se no “balneário” - o centro de estudos e terapias- ou nos hotéis dos arredores, aliás, a parte mais bonita da cidade onde ficam lojas elegantes que contém tudo que uma mulher ocidental deseja comprar na Índia.

Com 4 milhões de habitantes a cidade é considerada de porte médio. Foi a capital dos maratas (língua indo-ariana falada por cerca de 90 milhões de pessoas) nos séculos XVII e XVIII. O que se vê hoje é um trânsito caótico, marca registrada da India, diga-se de passagem, onde camelos, vacas, riquixás, ônibus, automóveis, bonde, bicicletas e milhares de motos disputam o mesmo espaço.

Provavelmente como consequência do excesso de lixo não coletado, há muitas moscas. As vacas descobriram que moscas e CO2 não se dão bem. No meio das ruas há bastante dióxido de carbono e nenhuma mosca, então dona vaca resolveu que aquele é seu habitat. Ninguém tira as benditas de lá. O jeito é buzinar e desviar.

BENGALORE ou BENGALURU, é a capital e a maior cidade do estado de Karnataka. Tem 6 milhões de habitantes. É o centro da indústria de alta tecnologia da Índia sendo a capital tecnológica da Índia, onde se situam mais de 1500 empresas e instituições de pesquisa científica e tecnológica. Esta é uma cidade diferente. Avenidas largas, metrô, muito arborizada, parques magníficos mas.... mas tem milhares de pessoas paupérrimas nas ruas em contraste com a riqueza de Fateh Ali Tipu, mais conhecido por Sultão Tipu, Tipu Sahib ou Tigre de Mysore, que governou/ dominou a cidade no século XVIII. Ali construiu um palácio que atualmente é alugado para festas de casamento e aberto à visitação. Paga-se caro para entrar, paga-se para fotografar e pode-se babar... porque aquilo ali é um luxo só. Mesmo sendo bonito não chega, entretanto, aos pés de um outro palácio que construiu em Mysore (foto), a segunda maior cidade do estado. Neste fantástico monumento à estupidez humana todos os vidros vieram da Bélgica, as tintas da Itália, os lustres da França, as madeiras da América e da África, etc, etc, etc. A garagem para carruagens e algumas carruagens deixadas como testemunho de um tempo de gastos insanos e ostentação como a da nobreza europeia ferem os olhos de quem poucos instantes antes viu centenas de pessoas fazendo um gesto de levar a mão com os dedos fechados à boca, significando “me dê comida, pelo amor de Deus!”, milhares de casas sem esgoto, milhares de ruas sem calçamento, água e luz...

Mas, como não estávamos lá para julgar, usufruimos dessas belezas, incluindo pinturas como esta da imagem ao lado, cuja técnica é admirada no mundo todo pela riqueza de detalhes e delicadeza das tintas e cores. Essas maravilhas deixaram no peito uma dor grande.

Na próxima semana contarei das cavernas de Ajanta e Ellora.

2 comentários:

Rosa Bertoldi disse...

Rosa Leda:
quando digo que não pretendo visitar a Índia é por causa da mitologia que minha geração criou em torno dela e então como não quero perder a visão idealizada dessa Índia é que não pretendo visitá-la.
Bjs

Anônimo disse...

Pois é, xará, alfa, harmonia, zen, e tantos outros mitos poderão ser atingidos, sim, com grande esforço, treino, orientação mas não existe um grupo de 4 milhões e duzentas mil pessoas nesse estado. Então, esse "ideal" criado pelos naturalistas, inclusive por nossa conhecida Eneida não existe.