sábado, 2 de janeiro de 2010

ETERNO RETORNO

Ontem pela manhã recebi telefonema de uma amiga. Ela comentou alguns fatos que me levaram a pensar naquilo que as religiões costumam chamar de “castigo divino”.
Pensei em Nietzsche e sua teoria do eterno retorno, nas religiões mais antigas. Lembrei-me de outra pessoa avisando: não jogue um balde cheio de água na parede com muita força, você pode ficar molhada. Traduzindo cuidado com suas ações, pois aqui se faz aqui se paga. Filosofia barata, hein? O bonito nas teorias cosmológicas é que, elas são ciências em estado bruto. Os antigos egípcios, assim como Nietzsche falavam em eterno retorno... do disco solar, das cheias do Nilo, das estações do ano, para eles tudo era cíclico. Aqui vale a pena tentar entender o que o filósofo dizia com eterno retorno. Enquanto o cristianismo opõe o tempo à eternidade, Nietzsche proclamou a eternidade do próprio tempo. Então, para ele que proclamava a morte de Deus tudo acontecia aqui e agora. A total negação de Deus.
Porém, tudo essa história é para contar um fato para vocês. A minha amiga trabalha em um local onde sempre foi muito perseguida. Eu conhecia o chefe dela e sempre dizia-lhe: cuidado que tudo que vai, volta. E ele sorria com aquela cara de retardado mental que o diabo, ou seja, lá quem foi lhe deu. Um dia eu perguntei-lhe se não tinha medo de uma inversão de posição na situação. Você pensou que algumas das pessoas perseguidas podem acabar no seu lugar? Qual seria sua posição? E o sorriso continuava... Pois bem, aconteceu aquilo que o povo classifica como castigo divino e eu como a lei do eterno retorno. Não como o filósofo pensou, mas como acredita o povo, que é a voz de Deus, naquele sistema de aqui se faz, aqui se paga. Como diria Sartre: “o inferno são os outros.” Antes o inferno era ele e o cargo de confiança que usava para prejudicar colegas, agora aquele que infernizava a vida os outros vai ser o infernizado. Ah, a lei do eterno retorno!

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