domingo, 6 de julho de 2014

Os seres humanos devem aprender a se adaptar ao inevitável...

A frase está no I Ching e no Velho Testamento. Os cristãos consideram o antigo e o novo testamento como um único volume, a Bíblia, palavra derivada do grego, livros. O termo no judaísmo é sefarim e tanakh, lei entendida como guia, ajudando a lembrar seu conteúdo: Torah. A formação da Bíblia, uma compilação de escritos em hebraico e aramaico no Gênesis, é controversa. Antes da era cristã existia uma tradução para a Grécia destinada aos judeus ali residentes conhecida como Vulgata. Os primórdios do cristianismo são obscuros, pois os seus seguidores suprimiram textos que seriam de importância para a pesquisa atual. O cristianismo é uma reinterpretação do judaísmo. Sua pedra basilar, o Pentateuco, encontra-se no livro cristão aliás todo texto atribuído a Moisés nunca foi rejeitado pelo cristianismo, embora haja um abismo separando a crença moderna daquela praticada na forma primitiva. Queiram ou não, a religião deveria ser a busca da verdade, da qual ninguém deveria ter medo. Cristo, um dos poucos homens extraordinários, um incomodo para Zaratustra, Gautama, Buda ou Maomé não está morto, embora um pesquisador sério devesse fazer distinção entre ele e o que se pratica em seu nome. Jesus era judeu e possivelmente um gnóstico. Seria essa a razão do sumiço de documentos tão importantes, como os Códices, encontrados em Nag Hammadi? Teriam sido documentos enterrados por membros da antiga seita cristã? Talvez, ao sentirem o perigo, na medida em que a visão católica associava a Igreja a uma instituição triunfante. Por isso a descoberta tem uma importância vital para todas as religiões. O conteúdo do achado é gnóstico e impulsionou as pesquisas no século XX. O engraçado nisso tudo é o fato da nova religião ter-se apropriado do deus judeu dizendo o contrário. Na Idade Média tentaram uma interpretação mais real do judaísmo, através da Cabala, que é gnóstica, porém os estudiosos acabaram desacreditados. Para vocês sentirem que não são somente os católicos que desejam permanecer no escuro. 

Gnosticismo era um conjunto de correntes religiosas e filosóficas sintetizadas, cuja presença é percebida nos primeiros escritos do cristianismo. Essas ideias foram consideradas heréticas por volta do ano de 130 começando pelo Egito. A palavra significa conhecimento divino tendo como base as filosofias da Babilônia combinadas com elementos da astrologia. Os gnósticos mesmo perseguidos aparecem na evolução cultural da humanidade: no começo no Egito, depois com os cátaros e templários, nos rosa-cruzes e academia platônica chegando ao século XIX através da sociedade teosófica.

Quando li a frase que dá título a crônica pensei nisso tudo imaginando a inevitabilidade de uma ruptura profunda na interpretação do cristianismo. Hoje existe um conceito universal de religião articulando um esquema baseado na evolução como um processo que tem por objetivo a realização efetiva da essência universal de qualquer crença, talvez isso aconteça em breve. Falam em profecias sobre o último papa, sobre o anticristo, enfim sobre o final dos tempos... Esse anunciado término pode ser uma reviravolta cultural, histórica e religiosa sem precedentes na história da humanidade.





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