domingo, 13 de abril de 2014

A Retórica como arte enganadora...

Palavras de Sócrates - não do jogador de futebol - mas do conhecido filósofo grego. Platão transformou seu velho mestre em personagem de um livro onde compara a retórica com a adulação e o sofismo, artes ligadas à política, afirmando que são os filósofos e não os retóricos, os conhecedores   da política.  Ele escreveu sobre o assunto tentando entender como os persas, comandados por Xerxes, ganharam a guerra em Atenas. O ataque contra a retórica era produto de seu estado de espírito e por trás desse clima havia uma dura critica ao antidemocrata Péricles. Nietzsche polemizou com um Sócrates moderno: Rousseau, o pai da revolução francesa, e ao mesmo tempo buscou na retórica um instrumento para refletir sobre a verdade e a mentira.
A pretensão humana de conhecer a verdade é ilusória. O impulso para criar metáforas é encontrado no mito, na arte e por que não dizer, na política, onde ser verdadeiro significa servir-se delas.  A expressão moral disso  pode ser traduzida pela mentira repetida segundo uma sólida convenção, em um estilo marcante para todos, como nunca antes na história desse país... Como Sócrates, eu repito retórica... uma arte enganadora!
O que diria Nietzsche das "verdades" veiculadas pelas pesquisas eleitorais, por exemplo? Talvez respondesse: "foram reforçadas poética e retoricamente, foram deslocadas, embelezadas e após um longo uso, pareceram, a um dado povo, sólidas, canônicas..." Afinal, verdades são efêmeras, iguais as "metáforas que se esgarçaram e perderam toda forma sensível, são moedas cujas imagens se apagaram."

2 comentários:

Anônimo disse...

Preciso voltar a ler filosofia.

Rosa Leda Gabrielli disse...

Preciso voltar a ler filosofia