Está na capa da Isto é desta semana uma matéria enorme sobre "A cura do amor".
Flashback para quem já viu "O brilho eterno de uma mente sem lembranças"(2004) com direção de Michel Gondry e excelente roteiro de Charlie Kaufman. Lindo, delicado e brutal, a história propõe o "apagamento" literal de um ex amor da mente. É algo como um derrame em pequenas proporções e localizado. Na história Joe apaga Clementine quando descobre que esta o apagou. Vingança com abandono é sempre assim, né? Ação e reação.
Bom, mas voltando ao filme, é lindo e vale ser visto e poucas vezes vi o cinema americano falar de amor de uma maneira tão contundente e eficaz.
Agora saindo da ficção e voltando a realidade. Na matéria, diferentes opiniões médicas apontam para o futuro, onde o amor será tratado exatamente como o colesterol alto ou a diabetes, como uma patologia que pode e deve ser curada através do uso de pílulas e exames clínicos.
Ao meu ver, a possibilidade é assustadora e ao mesmo tempo incrível.
Incrível ver o nível de avanço a que chegamos, capazes de mapear de maneira tão direta algo que até então era considerado tão vago. E assustador saber que talvez com o auxílio de uma pílula a não dor... o que seria de Shakespeare, Rimbaud, Nick Hornby e da maior parte das músicas produzidas na Inglaterra? O que seria do brit pop sem a dor de amor?
Deixo a dica de uma das músicas mais bacanas dos últimos tempos sobre o tema e o trailer de "O brilho eterno de uma mente sem lembranças"
Um comentário:
Valeu a dica. Vou ver o filme e ler a matéria. Acredito que fazemos parte de uma geração que não é contemporanea da dor. Hoje, os sentimentos são brindados com pílulas. Nenhum poeta precisa de insonia pra escrever, tem o Lorax. Não se mata mais por amor, tem Prozac. A ansiedade do dia a dia, que é criativa, não é mais necessária, tem Fluoxetina. Assim vamos desaprendendo a sentir. Apagando o que não é perfeito,
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