domingo, 10 de agosto de 2014

Tomar o mundo como se fosse coca cola...

A frase é bonita, mas não é minha. O autor é Caetano Veloso. Pensei nela depois das trapalhadas diplomáticas do governo brasileiro em relação a botar sua colher de pau no caldeirão fervente da guerra milenar entre os povos do Oriente Médio. No caso, a gafe foi com Israel e sendo o povo hebreu conhecido pelo senso de humor exacerbado aqueles que deram resposta ao anão diplomático usaram e abusaram desse refinado jeito de fazer piadas na hora exata por motivos certos, aproveitando-se da saia justa e do ridículo da história. Estariam eles debochando da gente? Tenho culpa dos repentes de uma presidente mal assessorada? A chancelaria precisou de acento mais forte com relação à Gaza... foi uma das respostas dadas por alguns envolvidos, ou não no caso, completando: a situação é tão grave quanto na Ucrânia. Ué, por que não retiraram o embaixador da Ucrânia e deram um acento mais forte por lá também? O partido do governo tem uma simpatia exagerada por alguns países fomentadores de guerrilhas e brigas justas ou injustas na região. Pensei na Nice, uma arquiteta que trabalhava comigo no Fundusp que apregoava que óleo e água não se misturam. Frase mais sem sentido não é? Mas, ela queria dizer que as pessoas/políticos/países que se juntavam eram farinhas do mesmo saco. Voltando ao assunto, no Oriente todos têm razão. No Oriente ninguém tem razão... Aquela faixa de terra foi o corredor para diferentes culturas e povos desde que o mundo é mundo para comercializar seus produtos via mar. Portanto as brigas eram permanentes.  Com a descoberta de petróleo, o caminho tornou-se mais precioso e mais perigoso. Quando da criação do estado de Israel, em 1947, o local ficou dividido em Israel e Palestina. Como os palestinos não assinaram o acordo o mapa se delineou aleatoriamente transformando-se na confusão atual. Gaza foi tomada pelo Egito e o que sobrou ficou com a Cisjordânia. Hoje a Autoridade Nacional Palestina controla Gaza e 20% do território da Cisjordânia, onde os israelenses são proibidos de entrar. O anunciado pela mídia foi que o Brasil havia retirado o embaixador brasileiro de Israel. Os entendidos no assunto disseram tratar-se de um insulto grave essa coisa de recolher funcionário diplomático de países tidos como amigos. Tá certo vai ter sempre alguém dizendo que o Brasil é amigo da onça de Israel e fiel escudeiro para o Irã, por exemplo.
Meditando sobre o ocorrido rememorei um fato ocorrido há pouco tempo. Fernando Henrique Cardoso recebeu o título de Doctor Philosophae Honoris Causa, uma das maiores honras concedidas a personalidades internacionais. Pensei em como o ex- presidente, do alto de seus 80 anos e de toda sua bagagem cultural toma o mundo, como os jovens bebem coca cola, acreditando que ele jamais se envolveria em um escândalo desses.

Na troca de farpas, respondendo ao quesito proporcionalidade houve referencia até aos 7x1. Ri sozinha considerando que o chute foi tão forte quanto o tal acento. Um pé no saco e outro na canela, pois 7x1 mexeu com os brios futebolísticos da nação que possuía o melhor futebol do planeta, depois da Alemanha e Argentina e mais uma dúzia de outros países. A estocada israelense repetiu nas entrelinhas algo dito por Charles De Gaulle: esse não é um país sério.     

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