domingo, 3 de agosto de 2014

Histórias: Jackie Onassis

Jacqueline Kennedy Onassis trabalhava como editora de livros. O que me fez relembrar o fato foi um comentário sobre editores em uma palestra recente, onde fui ouvir um jovem escritor falar de sua obra. Jackie, como era conhecida a primeira dama americana, era uma mulher emblemática e um modelo de elegância copiado por milhares de mulheres. Possuía uma inteligência acima da média, embora – estranhamente – tenha permanecido em um casamento infeliz. Sou infeliz, mas tenho marido... Seria ela uma dessas mulheres? Sei não. Talvez, tivesse mais a perder do que a ganhar com uma separação naquele momento. John Kennedy tinha fama de mulherengo e ela de aristocrática. Era uma companhia agradável e paciente, diziam.  Isso ajudou muito, pois o marido foi submetido a duas dolorosas cirurgias na tentativa de sanar as dores nas costas, uma sequela da guerra. Foi quando ela encorajou John a escrever um livro. Ele recebeu um prêmio Pulitzer com a obra, em 1957. Arte em geral e a restauração da Casa Branca em particular lembram Jackie. Eu penso no Egito e em Assuã. Ao saber das esculturas e obras de arte que seriam engolidas pelas águas da futura represa saiu em busca de patrocínio para transportar as estátuas milenares de Ramsés para outro local e salvá-las de morrerem afogadas! Costumo lembrar também de suas tentativas frustradas para gerar filhos. Teve um aborto espontâneo logo após o casamento. Um ano depois perdeu outro bebê. Na época do prêmio ela deu a luz a Caroline e depois nasceu John Jr. Quando primeira dama perdeu mais uma criança. Logo depois ficou viúva e tornou-se a senhora Onassis. 
Como cheguei aqui? Divagando, é claro, como diz o Baptista.  Ele é o grande culpado. Quer me ver como intelectual e coloca livros e mais livros na minha estante. Tudo junto e misturado, plagiando a frase de Regina Casé dá nisso. O assunto era Jackie editora. Nessa profissão, como em todas as outras atividades, ela foi um sucesso! Sua decisão de começar a trabalhar aos 45 anos de idade causou furor. Rica, bonita, inteligente, não posso esconder a admiração por ela e por mulheres independentes e dispostas a buscar o reconhecimento profissional. Explicando o subtexto desse texto diria que a palavra é recomeçar. Como? Ah, não sabem? Aprendi na palestra: todo conto tem de ter um subtexto, pois bem, nesse caso, a ideia é recomeço... Jackie O. recomeça da estaca zero uma nova vida. Bonito, não é? Anteriormente, como primeira dama fez contribuições valiosas para a arte e preservação da arquitetura americana. Como mulher era dona de um estilo inconfundível e uma mania: andar descalça. Pés eram mais bonitos que mãos, afirmava. Frase repetida por mim até a exaustão, também sou dona do mesmo defeito.  O guarda roupas recheado de peças Chanel e seu colar de pérolas falsas eram famosos.  Adoro essa parte, pois passeando pelas ruas de Praga parava em cada camelô onde tivesse um colar de cristal ou pérola para vender... tudo tão bonito e tão duvidoso! 


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