sábado, 25 de dezembro de 2010

Cuernavaca

É a capital do estado mexicano de Morelos. Seu nome significa "perto do bosque" sendo conhecida como a cidade da eterna primavera, por causa de seu clima ameno. Devido a isso muitos artistas e escritores estrangeiros ou não estabeleciam suas residências lá. Frida Kahlo e Diego Rivera viveram algum tempo nesse local.
Confesso que nunca apreciei a arte mexicana e não consigo imaginar a causa. Também nunca me passou pela cabeça viajar para o México, embora alguns dos meus amigos digam: é lindo! Mas, de repente Cuernavaca começou a fazer parte do meu cotidiano através do livro Diego e Frida, presente de dona Déborah, e da viagem da Janaina ao México. A moça ficou encantada com o país e fez de Cuernavaca sua base, pois a cidade fica próxima da capital do país, a cidade do México.
Porém, pretendo comentar aqui as transformações de Frida quando ela foi viver por quase um ano nos Estados Unidos, por conta de sua doença e da encomenda de uma pintura mural feita a Diego.
Quando o casal deixa o país o clima político era de deteriorização moral, de corrida pelo poder, de ambição, de enfraquecimento da revolução de Zapata. Para ele uma fuga das perseguições, para ela é a partida para uma nova vida, para outro mundo. Frida estava abalada devido a um recente aborto. Foram recebidos como celebridades e participavam de uma intensa vida social. Enquanto Diego pintava, ela pensava. Diego está feliz, ela nem tanto e por isso fechava-se em isolamento. É o inicio de uma metamorfose, quando ela alcança a profundidade interior, enfim ela quando abre os olhos. Passa a olhar tudo através de... como diria meu amigo André Breton. Frida que sempre pintou retratando-se a partir de um espelho passa a ver o mundo pela janela... do surrealismo. Metaforização do real que os latino- americanos costumam chamar de realismo mágico. Como cada um pode dar o nome que quiser a arte que produz vamos aceitar a classificação. Para mim trata-se do desejo de apreender o fantástico no real. Sonho x realidade, algo presente na obra de Frida e de uma porção de artistas ditos visionários, fantásticos, surrealistas, simbolistas, enfim o termo que o espectador desejar empregar. Embora o grande da família seja Rivera, aquele que abandona o cubismo para retornar aos mitos e indianizar sua obra, cantado em verso e prosa no México, para mim, a grande é realmente Kahlo, dentro de sua pequenez, e Breton reconheceu isso imediatamente, ao se deparar com seus quadros. Como Cuernavaca entra nisso tudo? Bom, Frida e Diego ao se casarem viveram na cidade. Ela pintou pouco nessa época, mas começou a transformar-se de garota sofrida em mulher de personalidade forte. Continuou solitária, apesar de estar ao lado de um homem considerado gênio da pintura. O livro que eu estou lendo fala muito da cidade e a Janaina também comentou as belezas locais com entusiasmo, daí para o texto foi um pulo.

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