sábado, 18 de dezembro de 2010

Dengoso, o gato, não o anão

Minha filha tem um charmoso gatinho amarelo. O bichano viveu desde os primeiros dias de vida em um apartamento em São Paulo, pois a mãe gata morreu ao dar cria e ele acabou adotado por uma bela paulistana.Um gato urbano, mais urbano impossível.
Como filho de mãe solteira chegou a freqüentar supermercado, cabeleireiro, camarim de teatro, galeria de arte... sempre dentro de uma bolsinha laranja. Festa na sexta feira e lá ia ele e sua dona. No dia seguinte, ao aplicar a segunda dose de vacina, o veterinário perguntou: “Você tentou assar o gato? Ele está com cheiro de churrasco.”
Aos dois meses veio morar em Bauru. Logo em sua primeira noite, desapareceu. Ele voltou para casa sujo e cheio de pulgas após uma semana. Eu e minha filha ficamos imaginando as aventuras e desventuras vividas por ele durante este período.
Em um pacato final de semana apareceu um gato de rua esfomeado, que não contente em roubar comida, avançou no loirinho de nariz rosa. Lá fomos nós para o pronto socorro veterinário. Furado como uma peneira tomou antibiótico por uma semana. A família ainda indignada com a maldade do visitante encontra-o ao retornar do almoço, no domingo.

Outro sábado tranqüilo: calor, casa cheia, dvd com um show do Caetano burburinho de vozes e de repente, um forte miado. O visitante atrevido desta vez bateu no amarelinho. Dengoso mal teve alta e retorna ao PS, onde foi saudado pela recepcionista, enquanto localizava sua ficha, com a frase: “Oi, bonitinho o que aconteceu desta vez?”. “A mesma coisa”, respondeu minha filha.
Estressado, com febre e contundido, tomou anti-inflamatório e dipirona. Quando deixava a clínica, a simpática jovem ofereceu um plano de saúde para animais. Quais serão os benefícios e facilidades do citado plano, além do atendimento aos futuros dependentes? Essa é a melhor solução para um animal que sempre se acidenta em finais de semana? Ao ler a proposta descobri suas vantagens: consultas, cirurgias, suturas, internações e alguns exames realizados na clinica são cobertos pelo plano. A moça pensou nas implicações de ter Dengoso como cliente? Afinal ele vive em um condomínio meio deserto com uma fauna e flora consideráveis. Come cogumelo do jardim, um dia desses recebeu a visita de um furão e um tatu e ontem teve como hóspedes galinhas de angola...
Um gato super-ativo que vai lá uma semana sim e outra não, terá ainda as sete vidas? Duvido. São quatro e olhe lá. Não será melhor a família procurar um seguro de vida?

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