quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Programa de índio ou essa não é minha praia...

As expressões parecem atuais, não é? Caetano Veloso responderia enfaticamente: sim! Depois pensando melhor diria, não, nem tanto... Na adolescência dos meus filhos, a expressão relacionava-se as férias no Guarujá e arredores. Eu sempre tentava ir fora da temporada devido à quantidade de gente e a falta de estrutura das cidades praianas. Algumas vezes faltava água para beber e só a farmácia possuía o precioso líquido.
Isso nunca acontecia no Rio de Janeiro. Descobri que eles tinham um longo preparo, datado dos tempos imperiais. Programa de índio era índio de verdade indo banhar-se nas areias brancas de Copacabana. Contam os livros de história que os nacionais divertiam-se durante horas na orla marítima.
O primeiro a se aventurar em banho de mar por aquelas bandas foi D. João VI devido a uma inflamação na perna. Ele usou a água salgada para se curar. Então, a corte passou a imitá-lo em seu programa medicinal. Horário: das 4 às 5 horas da manhã e com uma recomendação, as mulheres deveriam usar calções até o tornozelo, touca e sapatos de pano. Mesmo assim, molhavam só os pés.
A passagem do uso terapêutico para o lazer está relacionada às transformações urbanas ocorridas na cidade. As pessoas iam sem se alimentar – condição necessária para o banho – ficavam um pouco no sol e saiam para o desjejum, razão pela qual surgiram os cafés, convertidos nos quiosques atuais. Em 1917, o decreto 1143, avisava que os cariocas só podiam ir à praia entre 1º de abril e 20 de novembro, das 6 às 18 horas. A lei descrevia o traje adequado e proibia barulho em demasia no local. Existiam seis postos de salva-vidas ao longo de Copacabana e os freqüentadores passaram a usá-los como referência.
Após a primeira guerra, uma vida saudável ao ar livre e a prática de esportes foi estimulada. Natação, remo ou salto ornamental exigia trajes de banho confortáveis. Com o tempo, eles ficaram cada vez menores, até as atuais releituras das tangas originais dos primeiros usuários, os índios. Então, se esses antigos habitantes surgissem de repente, mesmo não reconhecendo a praia tomada pela avenida, que por sua vez, aterrada acabou dentro do mar, talvez se encaixassem em alguma turma. Cada um deles iria em busca de sua tribo, pois elas dividem os espaços na areia em função do seu status social. As expressões programa de índio ou essa não é minha praia, atualmente estendidas às diferentes situações, ainda caberiam aos turistas. Quando eu for fazer um programa de índio dirijo-me a qual tribo? Qual é minha praia?
Na dúvida, fico com a piscina do hotel, pois mesmo perguntando ao Caetano, não chegaria a qualquer conclusão. Lévi-Strauss não gostou da baia de Guanabara, seria a provável resposta. Sei, mas como fica essa paulista em relação a sua praia, hein?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Porque o tempo não pára

"Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára"

O tempo não pára - Cazuza

domingo, 4 de janeiro de 2009

Jogo

Há muitos anos o fim de ano para mim é voltar para Bauru e descansar, ver família, amigos e curtir. É bacana. Sempre. Às vezes de uma maneira mais Woody Allen e com histórias que rendem para os próximos meses de terapia e posts do blog outras só bacana.
E dessa vez está sendo especialmente divertido pelo simples fato de estar acompanhando de longe, via Jornal da Cidade, a transição para o governo do Rodrigo Agostinho.
Acho o máximo saber que a cidade será governada por um cara da minha idade e que estudou no Colégio São José, frequentava carnaval no BTC, tomava umas cervejas, caia na balada no Tequila, é gente normal e não se acha melhor que os outros... Juventude, minha gente, e é disso que o mundo precisa, de gente jovem, disponível, cheia de ideologia e fôlego para realizar. E que não quer só sentar a bunda na cadeira, fazer aliança, vender a alma a preço de banana e tentar acidamente atrapalhar a vida de quem faz.
Gente que sonha e sonho... Pôxa, sonho é tudo nessa vida, né? O mundo é feito de sonhos e desde sempre foi essa matéria que gerou qualquer tipo de evolução. Sei lá eu quem inventou a ponte mas a invenção não teria acontecido se não a pessoa não tivesse sonhado cruzar um rio... e não adianta me dizer que os homens só fazem as coisas para conquistar as mulheres porque isso não é verdade!
É por ter sonhos. Acordado, dormindo, a gente sempre sonha... e ter sonhos realizados, ou mesmo ver alguém realizando um, é de um barato sem igual.
Mas estou sendo gelatinosa e isso não é modo de começar o blog nesse novo ano.
O que eu quero dizer é parabéns, meus caros, muita gente está torcendo pelo sucesso de TODOS vocês!
E que 2009 seja SENSACIONAL a todas as pessoas de bem!



E comecei bem o ano no quesito filmes, aluguei Ao entardecer, um drama lindo e cheio de super atrizes que vale ser visto, Capítulo 27 – O Assassinato de John Lennon, com um Jared Leto feio e dando um show e PS: Eu te amo que é bonitinho e vale pela participação de Jeffrey Dean Morgan, ex- Gray's Anatomy e Sobrenatural e atual Watchmen, que é O charme.

Ao Entardecer (Evening, 2007)
Direção: Lajos Koltai
Roteiro: Susan Minot e Michael Cunningham, baseado em livro de Susan Minot
Produção: Jeff Sharp
Com: Vanessa Redgrave, Toni Collette, Claire Danes, Glenn Close, Meryl Streep, Natasha Richardson, Patrick Wilson, Hugh Dancy, Mamie Gummer.

Capítulo 27 - O Assassinato de John Lennon (Chapter 27, 2007)
Direção e roteiro: J.P. Schaefer com base no livro de Jack Jones
Com: Jared Leto, Lindsay Loham, Judah Friedlander, Matthew Humphreys.

PS: Eu te amo (PS: I love you, 2007)
Direção: Richard LaGravanese
Roteiro: Steven Rogers e Richard LaGravanese, baseado em livro de Cecelia Ahern
Produção: Wendy Finerman, Broderick Johnson, Andrew A. Kosove e Moly Smith
Com: Hilary Swank, Gerard Butler, Lisa Kudrow, Gina Gershon, Kathy Bates, Harry Connick Jr, Jeffrey Dean Morgan.

E como desafio a meus queridos colegas blogueiros, abaixo instruções que devem ser seguidas e publicadas juntamente com seus posts futuros...

Instruções:

1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. Abra o livro na página 23;
3. Ache a quinta frase;
4. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.

"One afternoon, alone in a cafe, we ordered coffee, and Allen and Neal produced a Benzadrine inhaler."
Off the road (twenty years with Cassady, Kerouac and Guinsberg) de Carolyn Cassady

Estava morrendo de preguiça e desde que comprei esse livro em Londres peguei nele de vez em quando mas só sentei para ler mesmo agora. É até que engraçado ver o tanto que esse povo do Movimento Beatnik era muito abobado e o quanto marketing é tudo!

sábado, 3 de janeiro de 2009

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009