sábado, 8 de maio de 2010

Praha das cem torres, o coração da Europa...


Desde 1992 que a cidade histórica de Praha, conhecida também, como a Paris do leste europeu, é patrimônio cultural da humanidade, monumento da Unesco. Seu centro é composto de ruelas iluminadas por candeeiros a gás, edifícios em estilo românico, catedrais góticas e algumas praças barrocas com mais de 500 torres e mirantes. No tempo de Carlos IV, rei da Boemia e imperador do Santo Império Romano essas torres estavam revestidas de ouro. Hoje Carlos IV é a ponte que liga a parte nova ao centro velho da cidade, onde fica o castelo e a Igreja de São Vito e também a famosa igreja do Menino Jesus de Praga. Dizem as más línguas que do alto do morro pelo lado do abismo, os reis costumavam assassinar seus inimigos. Atitude não muito diferente dos bandidos dos morros cariocas. Quem não viu isso no Orfeu da Conceição? Assim mesmo, a cidade transpira catolicismo, embora tenha sido até recentemente possessão da União Soviética. Essa deve ser a razão para 50% da população se declarar atéia e 27% católica. Além da atmosfera romântica e cultural que exala, ela é uma verdadeira aula de História da Arte.
A republica checa fica ao sul da Áustria e sua capital Praha dista somente 300 quilometros de Viena. No século XVIII pertencia ao império austro-húngaro, mas seu povo é muito antigo, descendentes dos hussitas.
O movimento deles assumiu caráter revolucionário quando Hus foi condenado por um tribunal secular e sentenciado a morte pela fogueira em 1415. Os nobres da Boemia e Moravia protestaram e receberam de Roma a resposta: todos os seguidores de John Wycliffe e Jan Hus serão afogados. A partir dessa data os hussitas resistiram às cruzadas e invadiram a Polônia e a Alemanha, porém as divisões internas acabaram pondo fim ao seu reinado e Sigismundo firmou acordo com a Igreja Católica. Depois da segunda guerra a república checa caiu em mãos dos russos e recuperou sua liberdade somente em 1989. Dez anos depois aderiu a OTAN e em 2004 passou a fazer parte da União Européia. Mas, por enquanto o dinheiro usado por eles continua sendo o local. O euro passa a vigorar depois de 2014. Então, em Praga tudo é muito barato para os padrões europeus e brasileiros. Seus artigos são de ótima qualidade, sem contar que as grandes griffes estão todas lá. A comida é boa, a bebida nem tanto. Mas, a cerveja deles é maravilhosa. O frio é um horror. Minha filha foi ao supermercado e comprou duas latas de cerveja. Decidiu gelar colocando na janela do hotel pelo lado de fora. Todo mundo deve estar pensando que virou pedra. Não se sabe, pois quando retirou da “geladeira”, a lata caiu chão! Ela decidiu tomar a outra e esquecer a historia, afinal a cerveja caiu no quintal de uma escola. Como explicar isso para um antigo inspetor da KGB?
Quando são 16 horas está escuro como breu e só vai clarear no outro dia lá pelas 10 horas. Isso não impedia ninguém de andar pelas ruas a noite. Praha é linda no inverno e no verão é maravilhosa. Devido a sua classe intelectual a cidade é bastante liberal fazendo com que uma grande comunidade judaica viva e pratique sua crença aí. Ela abriga um memorial para 80.000 checoslovacos judeus que foram mortos durante a segunda guerra mundial. Nunca entendi porque Franz Kafka vivendo nessa cidade podia ter depressão. Mas, tinha e nem Freud explicou isso, embora ele tenha explicado um quadro de Leonardo da Vinci e o Moises de Miguel Ângelo!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Roubado do facebook alheio

O visu é meio dazed and sexually confused mas a música é boa, vai?

"The world was on fire
No one could save me but you.
Strange what
desire will make foolish people do
I never dreamed that I'd meet
somebody like you
And I never dreamed that I'd lose somebody like
you"



terça-feira, 4 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não era tristeza o que sentia... ficara triste com a morte de Suzie, sua cachorrinha, com a perda de Dibe, seu gato persa, com a indiferença de alguns namorados, com a traição de outros... era outra coisa.

Não era depressão, coisa mais suburbana! Todos têm uma depressãozinha básica mais hora, menos hora. Era outra coisa. Alguém chegou a perguntar se andava com o intestino preso... o humor depende do bom funcionamento... Eca! Que coisa mais besta! Gazes? Que pessoal escatológico! Outro disse que precisava desabafar, ventilar a alma para permitir a entrada de novos sentimentos, para preparar a chegada do novo... Ah, esses fengshuistas!

Pensava em si tentando analisar, perceber vestígios do que seria essa alteração observada há algumas semanas,...nada! Não conseguiu perceber nada. Mesmo insegura decidiu mudar alguns pontos. Deixar de ser econômica por um dia. Lembrou da amiga que no auge da crise financeira familiar reservava dez reais para ir a uma loja de um e noventa e nove fazer compras, uma vez por semana. Contou que chegava em casa feliz da vida com um ursinho de louça, um botão de rosa, rosa-choque, com uma gota de orvalho feita de cera quente, um par de meias de seda que rasgariam antes de usar, um cobre-bolo de plástico e dois reais de troco. É... talvez comprar alguma coisa aliviasse essa bolha de ar em seu peito onde habitavam o vazio e a solidão. Foi à boutique, gastou uma nota e ficou arrependidíssima, só, nenhum bem-estar.

Aprenda a tocar um instrumento, é uma companhia maravilhosa! A amiga falou com tanta convicção que ao se despedirem foi diretamente para o Conservatório.
Qual instrumento? Qualquer um. Não tem preferência? Não, nunca aprendi nada, sou virgem nesse assunto, portanto tudo será novidade. A condição que imponho é que eu aprenda rápido. Em música não existe isso. É preciso paciência, dedicação e vontade de vencer. Tudo o que não tinha. Desistiu na hora.

Pratique Muay Thai, esporte nacional na Tailândia, mais de dois mil anos! Tem gente que chama de Arte das Oito Armas, os lutadores usam punhos, cotovelos, joelhos,canelas e pés. Todo golpe do Muay Thai tem o objetivo de acabar com a luta, desenvolve um ótimo condicionamento físico e mental, concentração e auto-confiança. Descarrega todo o ódio. Meu amigo fez e ficou ótimo.

Falou tão entusiasticamente que dali foi para a academia. Ficou, cansou, suou e gostou. Ao sair caminhou mais leve. Em três semanas havia perdido a barriguinha, que só ela via mas incomodava, ganhara uma amiga e dois amigos. O horário do Muay Thai tornou-se sagrado. Chutou todos os ex namorados, berrou o ódio que sentia das injustiças sofridas, socou várias pessoas da família...

Não tenho tido notícias dela.

sábado, 1 de maio de 2010

Sobre quintais...


Nasci em uma fazenda perto de Bauru. Quando estava com dois anos, meu pai mudou-se para uma casa alugada na cidade. Com o tempo, construiu uma outra para onde nós mudamos. Nessa época eu tinha uma irmã menor.
Passado alguns anos fomos viver em uma casa maior. Na ocasião estava com quase sete anos e havia habitado quatro casas diferentes. Nessa última nasceu meu irmão e lá vivemos durante anos. Dali eu ia para o colégio católico onde estudava. Foi nesse período que comecei realmente a pensar, talvez filosofar... Nunca consegui assistir a aula de religião inteira, porque sempre fazia as perguntas “erradas”. Isso devia ser fruto da minha herança judaica, pois todos sabem que sou neta de um judeu austríaco. Hoje, mais tranqüila consigo estudar a história das religiões, ter minhas próprias opiniões sobre o assunto, freqüentar uma sinagoga, quando vou à São Paulo e ainda de quebra ouvir as palestras do padre Beto, de bem com o catolicismo. Minha mãe nunca admitia discussões, pois era uma católica fervorosa, como boa mineira que era. Tempos passados. Bom, o que tudo isso tem há ver com quintais?
Nessa última casa tinha um pé enorme de jaboticaba que num belo dia foi cortado. Motivo? Reforma na residência que ia se tornando cada vez maior.
E o quintal foi se tornando cada vez menor... Essa falha era compensada pelas maravilhosas férias passadas junto de meus tios-avós fazendeiros. Janeiro e julho eram meses sagrados para os três irmãos. Então, tenho uma memória que poderia ser classificada de verde. Adoro o verde em roupas, na decoração, nas plantas.
Mas, se vocês pensam que só mudei quatro vezes estão enganados. Quando me casei fui viver em São Paulo. Primeiro, perto do centro, depois na Aclimação, depois na vila Mariana e quando meus filhos nasceram em uma casa no Butantã. Quatro mais quatro somam oito. Oito vezes e meus filhos nem iam para a escola ainda. Retornei ao apartamento da vila Mariana e depois para Bauru. Antes de voltar definitivamente para cá morei em Paris.


Então, contando Paris são nove o número de vezes. Em Bauru fui viver em uma chácara perto da cidade por um ano, tempo que minha casa levou para ser construída e lá estava eu de novo de mala e cuia na estrada pela décima vez. Atualmente vivo em um condomínio. A casa é grande, mas o quintal com um gramado que parece tapete de tão verde é enorme. E, por causa dele, pretendo permanecer aqui pelo resto da minha vida. Grama, mas só grama? Não existem arvores frutíferas e flores. Dentre as flores tenho um pé de manacá que é meu predileto e ... aquela que mora no meu coração é a jaboticabeira. Pequena, mais dá frutos o ano todo. Quando passo perto dela e faço isso toda manhã relembro da outra, da grande, sacrificada por uma bobagem, mas fazer o que?
A mesma paixão que tenho pelo verde se estende ao roxo. Será esse o motivo de gostar tanto de vinho? Mas, a uva tem uma substancia antioxidante em sua casca que faz dela um produto quase medicinal. Dizem que sua cor atrai pássaros que espalham as sementes garantindo a perpetuação da espécie (das uvas... seria dos pássaros?) O mesmo acontece com nossa pequena notável. Mas, os cientistas brasileiros descobriram que a mesma substancia que faz a uva tão cobiçada está presente também na jaboticaba.
Autocianinas por grama de frutas: uva: 227; amora: 290; JABOTICABA: 314. Para eles se uma fruta for azulada ou arroxeada é porque elas contem autocianinas. Viva, as amoras e jaboticabas são minhas preferidas. Uma boa razão para todos vocês meus jovens terem pelo menos uma muda da preciosa fruta em suas casas. Se vocês me conhecessem, ficariam admirados, pois tenho quase cem anos e minha aparência é de metade, mais um pouquinho disso! E não venham me dizer que a culpa é do dermatologista, pois tenho certeza que é a jaboticaba!