sábado, 22 de maio de 2010

Paris!!!!!

Hemingway disse que Paris era uma festa! Continua sendo uma festa para os olhos dos turistas. Vivi em Paris por um curto espaço de tempo e amo a cidade como qualquer parisiense. Estou sempre curtindo lembranças e acontecimentos engraçados ou tristes pelos quais passei. No começo o deslumbramento, no final a tristeza por abandoná-la, mas a saudade falou alto na ocasião. Meus filhos pequenos estavam no Brasil e eu morria de vontade de vê-los. A última vez que estive em Paris quando entrei no 16º arrondissement (os bairros são numerados)eu chorei e nem sei se foi de tristeza ou emoção... Mais do que uma festa Paris é história, é arquitetura das boas, é arte. Montmartre, o antigo bairro operário hoje um reduto de artistas com sua pequena praça e a famosa igreja, as ruas estreitas e sua efervescência ainda hoje encantam. Lá viveu Picasso e quase todos os vanguardistas. Paris é Montparnasse e as lembranças de gente como a gente. Escritores, poetas, jornalistas, editores e diretores de suplementos culturais vivendo – entre 1920/1940 – ao redor de Gertrude Stein, tais como: D.H. Laurence, Miller, Pound, Edith Whartton. Gertrude possuía uma casa na rue Fleurus, conhecida como pavillon, cujas paredes estavam cobertas por desenhos e pinturas de Picasso e Matisse, que a família Stern doou aos museus americanos. Paris era a cidade onde estavam aqueles que se revelaram humanos demais e os que acabaram por mostrar seu mau caráter como Joyce e Fitzgerald. É claro que a culpa não é da cidade. Ás vezes penso que Paris deveria ter um Wood Allen para amá-la como merece, como o cineasta judeu ama seu bairro com sua conhecida ponte a Brooklin Bridge, na cidade New York.
Paris exerceu um forte fascínio e foi amada, mas quase sempre por estrangeiros. Gertrude e Sylvia Beach, ambas americanas, adoravam Paris e apimentaram os conhecidos anos loucos com suas atitudes de mulheres liberadas. Elas se conheceram por causa da livraria de Sylvia, a famosa Shakespeare and Company. Aberta em 1919, acabou por fechar suas portas durante a ocupação nazista. Hoje ela continua lá com suas paredes verdes. Seu dono é George Whitman que reabriu a loja e deu o nome da antiga proprietária à sua filha. Na livraria pode-se ver velhos manuscritos, quadros, folhear os livros e de quebra ainda olhar para as águas do rio Sena.
Paris para mim tornou-se símbolo de liberdade, da arte de ver com olhos de coruja. (dizem que seu olhar abrange 180 graus...) Foi um banho de cultura, reencontro com alguns amigos, aproximação com novas pessoas, enfim uma superação daquele velho complexo de terceiro mundo em relação ao primeiro. Foi decepção por conta do racismo aderente aos franceses e fazia parte do dia a dia deles. Não que eu particularmente tenha sofrido qualquer tipo de xenofobia, ao contrário sempre fui muito bem tratada por todos. Na última viagem que fiz ganhei até caixa de bombons do hotel onde estava e tudo porque choveu e pingou água na minha coberta!!!!!!! Os franceses são mesmo imprevisíveis, ou talvez nós os turistas sejamos tão imprevisíveis quanto eles, não é? Bem, não vou descrever museus ou ruas, nem mesmo a Ilê de France, com seus casarões antigos, pois a maioria conhece reproduções, cartões postais ou até ao vivo e a cores a cidade das luzes, uma cidade romântica e por incrível que pareça limpa, embora perfume nenhum consiga disfarçar um leve cheiro de xixi de cachorro!

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