quinta-feira, 30 de abril de 2009

Liberdade de expressão

MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA

Em uma iniciativa da Juventude Judaica Organizada (JJO) em parceria com grupos judaicos, evangélicos, homossexuais, de defesa dos direitos humanos e da mulher, com a participação de autoridades e políticos, será realizada na Avenida Paulista neste domingo uma manifestação contra a vinda do presidente do Irã ao Brasil.
Um país democrático como o Brasil NÃO PODE receber um defensor do totalitarismo, da homofobia, do revisionismo histórico, da discriminação de mulheres e religiosa (bahais, evangélicos, judeus e outras minorias torturadas, massacradas e mortas no Irã); e da destruição de Israel, sem criticá-lo abertamente.

Dia 03/05, domingo, às 11h00
Praça Ml. Cordeiro de Farias (Pça dos Arcos, na Esquina da Av. Angélica com a Avenida Paulista)
O DE OLHO NA MIDIA apóia e é parceiro neste evento!

No Rio


Em BH


quarta-feira, 29 de abril de 2009

ECO!....Eco!....E.c.o.! .... ...

“Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem" Carlos Drummond de Andrade.

Dizem alguns antropólogos que a comunicação é a característica humana por excelência, juntamente com sua causa necessária, a linguagem. Mesmo que antropólogos não caminhassem sobre a terra, alguns de nós saberíamos disso. A razão deste conhecimento atávico da essência comunicadora do homo sapiens está impregnada, tatuada na alma de alguns homens e mulheres que, angustiados pela eterna e insanável parcialidade da comunicação, temem esse inexistir que é o não fazer-se entender.

Pergunto ao universo o motivo de nosso padecer do medo e da dor do (não) entendimento. Se para alguns seres humanos – de qualquer idade – tanto lhes faz serem ou não compreendidos, para outros a impossibilidade de nomear a cor do céu num dia de sol no inverno ou o desencontro com a palavra exata a referir o brilho do olhar da pessoa amada (ou desejada), faz emergir a nítida sensação de que há coisas no mundo que, por mais viscerais, permanecerão conosco até nosso último suspiro. Oxalá me engane.

Muitos nomes – sempre os nomes – recebem estes indivíduos sedentos de compreensão. Poetas, artistas, professores, advogados, cantores, feirantes, semáforos (na Coréia do Norte é uma pessoa que diz o “pare”, “atenção” e “pode ir”). Os escritores, de verso ou prosa, manejam as palavras na tentativa de produzir a curiosidade e a atenção de seus leitores, criando com as linhas e entrelinhas as sensações e significados. Outros abandonam as palavras, e de tinta e lápis produzem as mensagens, vagas, é certo, mas tão incertos de eventual compreensão quanto a mais óbvia conta de somar. Os músicos e compositores conseguem por vezes fazer brotar lágrimas – assim como Clarice e Donizetti fizeram com Macabéa em “A hora da estrela” ao ouvir “Una furtiva lacrima” – sem nem mesmo um idioma comum entre os interlocutores. Outros, anônimos, cansados de não ser, acabam por unicamente carregar um semblante de pedido desesperado de ajuda, rezando sozinhos para que alguém com tempo entre uma reunião ou outra enxergue o desespero silencioso.

Todavia, inescapavelmente, jamais saberemos se nosso vizinho, de lado ou dianteira, estará disposto ou será suficientemente competente para nos compreender. Por mais que pretendamos fazer com que nossos amores saibam o tamanho de nosso amor, qualquer tentativa será imprestável. Por mais que avisemos, outros não saberão do tamanho de nosso medo. Iludimo-nos, bem provavelmente.

Eu, por exemplo (não sou exemplo de nada, mas agora vale), sempre fico com a pulga atrás da orelha com a sensação que os quadros de Edward Hopper (vale a pena ver) causam em mim. Jamais consegui expressar essa sensação. Não há palavras, não só pela beleza do quadro, mas pela atmosfera única, inalcançável... inútil tentar.

Mesmo estas linhas, pelas quais correm seus olhos, leitor, talvez para outro sejam inúteis, incompreensíveis, longas demais... não há como saber. De certeza, temos somente a ânsia do continuar tentando, e tentando, e tentando. É disso que trata a arte. Dessa tentativa desesperada e muitas vezes inútil.

Obrigado pelo espaço nesse pedaço do ciberespaço. E toda quarta-feira buscarei fazer-me entender (não que isso seja grande coisa...).

terça-feira, 28 de abril de 2009

Novas Experiências

Hoje foi um dos piores dias prá mim... Não sei se da minha vida, do meu ano, da minha semana, mas aconteceram coisas tão absurdas que sei lá... estou MAL!

De cara, essa história de influenza porcina começou a me preocupar de verdade. Ainda mais que todas as atividades sociais do Distrito Federal do México foram canceladas - cinemas, bares, restaurantes, boates, igrejas, museus - e eu resolvi marcar presença na festa de brasileiros que denominei "Pig Flu Party" no sábado a noite.

No domingo, já acordei com dor de garganta dado que estava 40 graus e só tomei gelado... e fiquei no ar condicionado.. enfim..
O domingo foi de observação. Todas as pessoas no supermercado, na calçada usando máscaras cirúrgicas para evitar o contágio da influenza. E eu só observando. Não tenho visto... aliás NUNCA vi nenhum canal de TV ou li algum jornal mexicano até hoje... então não sabia de nada das instruções do governo para que ninguém se cumprimente, que todos lavem as mãos o máximo possível e que evitem lugares públicos.

Cheguei ao trabalho gripado e todos me olharam feio e sugeriram que eu fosse ao médico, já que espirrava, tossia e fungava o tempo todo. Não estavam preocupados por mim... e sim por si.
Um pouco antes de sair, algo estranho aconteceu... um chacoalhão na minha cadeira... o quadro da parede se movendo... Levei um tempo prá processar, mas aqui estou eu, no México. Primeiro terremoto da minha história. 6 graus na escala Richter. Apenas 4 edifícios danificados no Distrito Federal. Mais tarde, fui ao médico e descobri sim que estou com influenza, mas não, não é a porcina...É uma influenza normal. Mas na receita médica está descrito que DEVO usar máscara cirúrgica...

Escrevi tudo isso só prá compartilhar com todos o QUÃO ruim é estar sozinho nesse lugar, nesse momento. Como estou gripado, não sei se posso entrar no elevador com medo de deixar algum vírus dentro dele. As pessoas com máscaras parecem um coletivo de sexo com preservativo que só demonstra o quanto imundos estamos (ou somos, já nem sei). Sinto-me culpado por estar doente. E não tenho prá onde ir, exceto pro meu apartamento que eu adoro, mas quando ele é só meu apartamento, não uma bolha protetora com maçanetas limpas com líquido esterilizante.

Chegar ao trabalho e ter de limpar as mãos com álcool nunca esteve nos meus planos.

Tampouco não poder ir à academia porque não há janelas, somente ar condicionado.

Saber que todas minhas visitas estão pensando em cancelar suas vindas ajudou menos ainda.

E passar por um pequeno terremoto, mesmo prá mim que tenho uma paixão mórbida por grandes tragédias, não foi algo agradável.

Tudo que estava bom ficou ruim em 12 horas... Espero que volte ao normal, porque viver com essa tensão assim sozinho, não vai ser fácil não.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

MEDOS, TERRORES E ETC

Aconteceu com um sincronismo surpreendente: a porta do elevador bateu às suas costas, à porta da escada que conduzia ao terraço no telhado do prédio surgiram duas mulheres, a porta de um dos apartamentos abriu deixando passar um rapaz com sua bicicleta e as luzes se apagaram exatamente no instante em que o outro elevador parou.
O primeiro pensamento que lhe veio à cabeça foi: ainda bem que não estou sozinha. Mesmo com todo esse pessoal percebeu seus olhos arregalados e ao mesmo tempo sentiu as pernas duras.
- Socorro! estou presa no elevador, me ajudem!
A voz aguda fez-se ouvir com clareza incomum.
- Calma, está tudo escuro, o melhor é relaxar um pouco. Não há nada para fazer.
Uma das mulheres disse:
- Uau! será que é geral ou só aqui no prédio?
- terei que enfrentar a escada... alguém quer carona? Disse a outra.
- Vou com você, é muita coisa, você não vai conseguir trazer sozinha.
O rapaz juntou: terei que deixar a bike, desço com as senhoras.
Era sua vez de se manifestar: querem um café? tenho uma cafeteira elétrica ótima...
Todos riram e isso cortou um pouco sua tensão mas esse aconchego durou pouco, muito pouco.
O grito aflito cortou o clima:
- Ajudem-me, droga! vocês ficam aí de risadinha e eu estou presa nesta gaiola, já esqueceram?
- Calma, está tudo escuro, o melhor é relaxar um pouco. Não há nada para fazer...
- E ainda por cima tenho que ouvir esse cuco ou sei lá o quê falando sempre a mesma coisa. Droga! Abram essa porcaria!
Dava pontapés na porta.
- Calma, minha senhora...
O rapaz parou quando percebeu que iria dizer a mesma coisa pela terceira vez e isso irritaria a mulher ainda mais... Não havia o que dizer. Calado, voltou para seu apartamento com a intenção de guardar a bicicleta.
Sentiu que aquela malcriada, fosse quem fosse, precisava ouvir umas boas
- E você, aí no elevador, pensa que aqui está bom? Pensa que ninguém aqui tem medo de escuro?
As risadas criavam um clima de nós contra ela. Sentiam-se enturmados. A mulher do elevador era o adversário.
- Vamos indo?O celular vai ajudar.
O rapaz gentil aproximou-se da porta do elevador que continuava sendo bombardeada pelos torpedos saídos provavelmente de um sapatão ou tênis e disse, educado:
- Estamos descendo e avisaremos o porteiro, fique calma. Já já alguém virá destravar a porta.
A mal humorada gritou:
- Calma, calma... é que vocês não estão trancados aqui nesta gaiolinha a dois mil metros de altura, pendurados num araminho qualquer!
Na escuridão não puderam ver mas teria havido, possivelmente um olhar de cumplicidade entre os quatro "livres" da gaiolinha seguido por sorrisos pelos exageros. Dois mil metros? Araminho? Um pouco forçado.
- Estamos indo! Desculpe não ficar mas, você mora neste andar, não é? Sempre melhor ficar esperando a luz voltar no sofá do que aqui.
- Moro sim, fiquem tranquilos. Se falarem com o zelador para subir, peçam que traga uma vela, não tenho.
- OK! e quando voltarmos do mercado deixaremos um pacote com você... para a próxima vez.
Voltaram a rir, deixando-a já saudosa da companhia.
Ao ouvir a porta da escadaria bater a mulher do elevador começou a gritar novamente:
- Droga, droga e droga! Que merda é essa? Estou sozinha aqui?
Ficou em dúvida sobre revelar sua presença do outro lado da porta do elevador ou ir, de fininho, até seu apartamento e livrar-se dessa neurótica.
Com toda certeza não conseguiria ficar sozinha naquela escuridão... como sentia medo!Seus olhos estavam enormes.
Conseguiu arrastar-se até a porta do apartamento tentando não fazer barulho com as chaves. Ao menos teria o clarão da rua pelas janelas. Abriu a porta lentamente e sua mão foi automaticamente para o interruptor. Entrou ainda ouvindo os berros indignados:
- Droga, droga, droga!!! Intercalados pelos pontapés.
No instante em que fechava lentamente a porta para não fazer barulho e aterrorizada com o que poderia vir no escuro, pelas suas costas, as luzes acenderam.

domingo, 26 de abril de 2009

Continua liiiiiiiindo

Depois de muito tempo voltei ao Rio. Sim, senhores leitores, por dois anos fui moradoda da cidade marabilhosa e sim, foi maravilhoso. Fiz amigos, fui a festas ótimas, trabalhei pouco, curti muito a vida. Acho que se não tivesse sofrido um acidente radical e ficado doente em função dele, ainda estaria no Rio.
E estar de volta, mesmo que por poucos dias foi uma experiência e tanto. É muito estranho estar como turista num lugar onde você já morou, afinal, saí do Rio há anos e muita coisa já mudou. Outras tantas não, permanecem clássicos da cidade maravilhosa. Mas gente, os cariocas são muito engraçados. Se a diferença entre paulistas e cariocas não foi discussão antropológica, deveria. É impressionante como o modo de pensar, de formular idéias é completamente diferente.
Claro que no meu primeiro dia já fui de cara ao IMS que adoro e meus amigos não conheciam e que eu adoro.
E Jardim Botânico, Leblon, Ipanema, praia, sol, cerveja, clássico Flamengo x Botafogo, cerveja, caipirinha, funk, balada, Cinelândia, Flamengo, Parque Lage, Joa, Lapa... o Rio de Janeiro continua sim lindo e estar de baixo do Cristo é uma delícia.

Abaixo dicas:

Instituto Moreira Salles
a antiga casa na Gávea onde moravam os Moreira Salles virou um instituto cheio de charme, com um restaurante bacaninha e um acervo fotográfico sensacional


Livraria da Travessa
charmosa e cheia de conteúdo a Livraria é um ponto que deve ser visitado

Santa Tereza
um clássico

Fosfobox
a balada

Grumari
precisa de carro e muita paciência pra chegar já que Grumari fica literalmente no fim do Rio, mas é uma praia paradisíaca daquelas que fazem você esquecer que está numa cidade

sábado, 25 de abril de 2009

Cinema e Sociologia – relações tortuosas

O cinema e a Sociologia mantêm um diálogo proveitoso ao longo de suas vidas. O cinema relaciona-se com o tempo e a memória, com a imagem e o imaginário, enquanto a Sociologia reflete sobre as relações entre a cultura e o ser humano. Bem vindos ao paraíso... Brincando nos campos do senhor... O Encouraçado Potemkin... Façam suas escolhas, comprem pipocas, algodão doce, coca-cola ou o que preferirem, pois está aberta a temporada de caça aos filmes provocadores. A intenção é buscar quais as relações tortuosas, mas relações, entre o nosso dia a dia e as questões levantadas a partir da exibição. Alguns filmes provocam um pós-silêncio, mas a negociação de uma discussão depois de digerida a informação está valendo. A arte do século XX e mais precisamente a sétima arte tem grande capacidade de auto-reflexão. A metalinguagem, uma linguagem usada para descrever algo sobre outra será o elo entre espectador/obra.
Só para refrescar a memória, um breve histórico da imagem:

1870 – Muybridge demonstrou através de fotografias, que as patas de um cavalo galopando ficavam suspensas no ar.

1882 – Jules Marey conseguiu construir um aparelho que permitia a produção de imagens em movimento.

-- Imagem fílmica é projeção de fotogramas separados por faixas pretas. (processo fotográfico)

-- Imagem videográfica é gravada por varredura eletrônica (suporte magnético)

Para a Sociologia o cinema é um instrumento de observação, de transcrição e interpretação de realidades sociais diferentes. A percepção de que a obra cinematográfica não é um simples jogo individual sem conseqüências podendo transformar o destino das sociedades é apenas um dos aspectos da questão. O outro é que ela faz parte do estilo de vida de uma época, de sua concepção de mundo, de sua liturgia de ação. Querem um exemplo?

No começo do século XX o futurismo apareceu, em oposição ao cubismo, influenciando toda a Europa. Os parisienses apelidaram-no de cubismo caipira devido sua origem italiana. Discussões a parte, como estudo do movimento explosivo, nenhuma cena é mais poderosa que a de Odessa Steps em Battleship Potemkin onde as tropas russas marcharam descendo em direção ao cais do porto atirando na multidão aglomerada a espera dos marinheiros rebeldes do Encouraçado. Uma das imagens memoráveis é a de um carrinho de bebê, solto sem controle, pulando escada abaixo acompanhando a marcha rítmica dos soldados. Quem nunca viu tem de assistir pelo menos uma vez... e depois rever Os Intocáveis.

Pós-silêncio? Continuem calados meditando sobre a frase do Manifesto Futurista “declaramos que o esplendor do mundo foi enriquecido por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro correndo como se fosse uma metralhadora é mais bonito que a Vitória de Somotrácia.”

sexta-feira, 24 de abril de 2009

PERMITA-SE UM POUCO DE CULTURA EM SUA ROTINA

para mais informações
Escola São Paulo
Rua Augusta, 2239 - Tel: 11 3060-3636
Metrô Consolação - Estacionamento Rua Augusta, 2309
segunda à sexta 10h às 22h | sábados 10h às 19h


PRODUÇÃO E SET DE FILMAGEM
com Yael Amazonas e Maya Guizzo
4 a 27 de maio | 2ª e 4ª feira | 14h às 16h30


CURADORIA DE EXPOSIÇÕES DE DESIGN
com Adélia Borges e convidado Pedro Mendes da Rocha
4 a 25 de maio | 2ª feira | 19h às 21h30


PINTURA CONTEMPORÂNEA
com Bruno Dunley e Rodrigo Bivar
5 de maio a 4 de junho | 3ª e 5ª feira | 14h às 17h


EXPRESSÃO TEATRAL
com com Vicente Latorre
6 de maio a 01 de julho | 4ª e 6ª feira | 15h às 17h30


FOTOGRAFIA DE CINEMA
com César Charlone
5 e 7 de maio | 3ª e 5ª feira | 19h às 22h


ATELIER DE DESENHO E PINTURA
com Alex Cerveny
5 a 28 de maio | 3ª e 5ª feira | 19h30 às 22h


HISTÓRIAS DAS ESTÓRIAS
com Noemi Jaffe
6 de maio a 24 de junho | 4ª feira | 19h às 22h


DESIGN GRÁFICO
com Carlos Scodiero
9 de maio a 6 de junho | sábado | 10h às 13h30


GESTÃO CULTURAL
com Leonardo Brant e convidados: André Martinez, Fábio Cesnik, Guilherme Afif, Minom Pinho e Rogério Zé
9 de maio a 20 de junho | sábado | 10h às 13h e 14h às 17h