segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Hoje transcrevo mensagem recebida do Brandão, amigo querido, excelente escritor e ganhador de tantos prêmios que não dá para relacionar. Há uma razão para essa transcrição: eu gostaria de ter escrito isso. Ah, como gostaria! Não poderia privá-los de lerem. De minha parte: FELIZ CELEBRAÇÃO DO NATAL! Votos extensivos aos queridos amigos de outras crenças principalmente minha xará e Janaína.

A CELEBRAÇÃO DO NATAL

Foi uma decepção a leitura de “Crônicas de Natal”, livro editado pela Kopenhagen como brinde de Natal, em 2009. São imagens de solidão e amargura diante do Natal, criadas por alguns dos mais representativos escritores de hoje. Uma exceção seria Moacir Scliar, um judeu sem religião, que faz a lição de casa: pesquisa e escreve um texto leve sobre o Natal na cultura popular brasileira e na literatura; não faz a crônica que se esperava, um relato de sua experiência pessoal com o Natal – porque é judeu e não tem religião. Os outros todos não têm religião, nem consciência do valor da família. A exceção aqui é Nélida Piñon, que sempre valorizou a sua família vinda da Galícia – mas termina melancolicamente lamentando a fé que não tem.
Introduzo o assunto citando esse livro porque a literatura é o reflexo do que a sociedade pensa, sente, vive. Conheci muita gente que não gosta do Natal, sente-se só, sem programa para aquele dia e para a vida – percebe naquele dia que a sua vida não tem sentido. Infelizmente há muita gente que vê tanta festa, luzes e cores, música, alegria, comidas, bebidas, e não tem nada para celebrar.
Celebração. A chave é essa. Nem deveríamos desejar uns aos outros apenas um “Feliz Natal”, mas uma “Feliz Celebração do Natal”. Os presentes, muita comida e bebida, mesmo em excesso, fazem parte da celebração. O que não podemos deixar acontecer é o consumismo pelo consumismo. Apenas gastar, se empanturrar, se embriagar, se não pusermos sentido no ato que realizamos, seremos levados diretamente ao poço da depressão. E olha que não são poucas as famílias, e as não-famílias, os solitários, que não têm nada para celebrar.
O Natal é uma celebração em família. Da família. Celebramos a silenciosa Família de Nazaré, que mudou a história universal. Celebramos a Família Divina – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Celebramos a Encarnação do Filho, para se tornar um homem como nós, e assim fazer com que nós nos tornemos participantes de sua divindade. Celebramos, nesta celebração do Natal, a vida em sua totalidade.
A Celebração Eucarística é a ceia dos irmãos que se amam, é a consumação do ágape, esse amor quase divino. A Celebração do Natal começa e tem o seu ponto mais alto na Ceia Eucarística, para continuar no lar, com a família reunida festivamente. Quem não puder estar com a família, lembre-se de que estará com a família de Deus, de que todos os homens são seus irmãos, de que Cristo é seu irmão – de que nós celebramos essa Encarnação de Cristo, que veio fazer parte de nossa família. Temos todos os motivos para celebrar – a vida, a criação inteira, a nossa feliz e dolorosa humanidade, as nossas vitórias e derrotas, tudo é motivo para celebrar.
É com o coração transbordando de alegria que podemos nos desejar uns aos outros uma Feliz Celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aleluia!
José Carlos Mendes Brandão

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eterno retorno

E foi como se tivesse saido para o fim de semana, fechado a porta e voltado na segunda de manha. De vestido novo. No entanto, entre a porta fechar e abrir houve um intervalo de 4 meses! E nao parece. Isso eh uma das coisas engracadas da vida, ne? Quando a gente esta no lugar certo, fazendo a coisa certa e com as pessoas certas, o universo parece que entra em sintonia e acalma. Entao, estar de volta a minha vida depois de um gap de 4 meses eh bem divertido.
Semana que vem preparo mais um post sobre a minha viagem...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Dengoso, o gato, não o anão

Minha filha tem um charmoso gatinho amarelo. O bichano viveu desde os primeiros dias de vida em um apartamento em São Paulo, pois a mãe gata morreu ao dar cria e ele acabou adotado por uma bela paulistana.Um gato urbano, mais urbano impossível.
Como filho de mãe solteira chegou a freqüentar supermercado, cabeleireiro, camarim de teatro, galeria de arte... sempre dentro de uma bolsinha laranja. Festa na sexta feira e lá ia ele e sua dona. No dia seguinte, ao aplicar a segunda dose de vacina, o veterinário perguntou: “Você tentou assar o gato? Ele está com cheiro de churrasco.”
Aos dois meses veio morar em Bauru. Logo em sua primeira noite, desapareceu. Ele voltou para casa sujo e cheio de pulgas após uma semana. Eu e minha filha ficamos imaginando as aventuras e desventuras vividas por ele durante este período.
Em um pacato final de semana apareceu um gato de rua esfomeado, que não contente em roubar comida, avançou no loirinho de nariz rosa. Lá fomos nós para o pronto socorro veterinário. Furado como uma peneira tomou antibiótico por uma semana. A família ainda indignada com a maldade do visitante encontra-o ao retornar do almoço, no domingo.

Outro sábado tranqüilo: calor, casa cheia, dvd com um show do Caetano burburinho de vozes e de repente, um forte miado. O visitante atrevido desta vez bateu no amarelinho. Dengoso mal teve alta e retorna ao PS, onde foi saudado pela recepcionista, enquanto localizava sua ficha, com a frase: “Oi, bonitinho o que aconteceu desta vez?”. “A mesma coisa”, respondeu minha filha.
Estressado, com febre e contundido, tomou anti-inflamatório e dipirona. Quando deixava a clínica, a simpática jovem ofereceu um plano de saúde para animais. Quais serão os benefícios e facilidades do citado plano, além do atendimento aos futuros dependentes? Essa é a melhor solução para um animal que sempre se acidenta em finais de semana? Ao ler a proposta descobri suas vantagens: consultas, cirurgias, suturas, internações e alguns exames realizados na clinica são cobertos pelo plano. A moça pensou nas implicações de ter Dengoso como cliente? Afinal ele vive em um condomínio meio deserto com uma fauna e flora consideráveis. Come cogumelo do jardim, um dia desses recebeu a visita de um furão e um tatu e ontem teve como hóspedes galinhas de angola...
Um gato super-ativo que vai lá uma semana sim e outra não, terá ainda as sete vidas? Duvido. São quatro e olhe lá. Não será melhor a família procurar um seguro de vida?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E a resposta

Adoro gente que tem tempo e humor...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

roubado

daqui porque estranhamente tambem acordei com saudade... so que a minha nao era assim tao grande...

Queime depois de ler, por Camila Cantoni Coutinho

Acordei com muita saudade de você. Uma maneira incrível que arrumei de não sucumbir à sua falta é te ter sempre ao meu lado de alguma forma.
Então ouço U2. Nada mais você do que U2. Ouço Kite na versão que você me mandou (pra ouvir sua voz) e na versão original.
Não apaguei as nossas fotos digitais. E também não te tirei do álbum do Ian. Você faz parte da minha história e da história dele.
Daí, em momentos como os de hoje, ouço a música e revejo as fotos.
Estranho que não me reconheço nelas. É bom ver você. Mas aquela que está ali não sou eu.
Concordo com você que não temos jeito. Não vou tentar nem esmiuçar detalhes e culpas, só concordar.
Olho pra trás e parece que ficou um filme. É como se eu estivesse deixando uma cidade em que amei muito estar. É como uma daquelas nossas despedidas no aeroporto em que eu não queria voltar pra São Paulo, mas tinha que voltar. É como aquele abraço que dei no seu filho sabendo que ia ser o último.
As lágrimas surgem ao pensar nisso. Foi difícil demais largar o osso porque todo dia surgia um fio de esperança. Mas eu precisava deixar de ser eu e você precisava deixar de ser você para sermos nós dois. E a essência do ser humano não muda. A gente nunca ia mudar.
A vida parece, finalmente, deixar a largada. Parei de patinar a dois para largar sozinha. Acredito que com você tenha acontecido o mesmo. Ainda que você não tenha necessariamente largado sozinho.
Hoje ouço “I know that this is not goodbye” e meu coração não bate mais forte. Eu sei que foi.
A vida segue.
Preciso te dizer que não repeti o mesmo erro. Segurei minha onda e tenho segurado sem dar passos pra trás. Por mais que, às vezes, a carência bata forte e a oferta seja tentadora, não voltei. Acho isso bom. Achei que fosse me render ao cômodo. Mas não. Nunca fui disso, lembra? Nunca fui de ficar acomodada em coisa nenhuma por muito tempo. Tampar buraco quadrado com rolha redonda não funciona.
Você foi um grande amor na minha vida. O maior que já tive. E se não surgir ninguém novo, vai ser O grande amor. E eu vou ficar feliz por ter sido. Como hoje sou.
Ter e não ter você foi uma das melhores coisas que já me aconteceram.
Tê-lo me inspirou muitos sonhos. Não tê-lo me mostrou que tenho força e capacidade para realizar todos. Sozinha. Obrigada.
Hoje posso dizer que te amo da melhor maneira que se pode amar alguém: tranquilamente. Sem mágoa, sem insegurança, sem medo. Amo o cara que tenho dentro de mim e que vou ter sempre em forma de lembrança e saudade. Que são coisas que ninguém pode me tomar. Mas que ocupam um lugar bem mais gostoso e menor que a dor e o ressentimento.
Um beijo, um abraço apertado… Bom dia…



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

UM PRÍNCIPE

Preparou-se cuidadosamente para a viagem. Roupas novas, confortáveis, outras mais solenes.
Embarcou felicíssima na esperança de encontrar um príncipe... nem precisaria ser encantado, apenas um príncipe, alguém educado, delicado, bonito, elegante, culto e generoso, só isso.
Observando seus companheiros de viagem resolveu abordar sutilmente os que lhe interessavam e que talvez não a houvessem procurado por timidez.
- Este coquetel está perfeito. Não resisti à tentação de recomendá-lo
- Quanto custou?
Já excluiu este. Como levar pra frente uma conversa começada com essa pergunta inconveniente? Sujeito mesquinho!
Foi ao café.
- A posição desta poltrona permite ver o mar, gosto dela. Se puder sentar-me aqui...
- Lógico, sente-se! Fique à vontade, não incomoda, pelo contrário também estou sozinho e um papo é sempre agradável.
- Escolhi navio porque há muitas atividades e dificilmente nos sentimos sozinhos, mas com tanta gente tudo acaba ficando um pouco mais difícil, não?
- É, deve ser um porre ser de meia idade e solitária, não?
Descartou este também. Que falta de educação! Que era de meia idade não poderia negar mas como ele abordou isso sem conhecê-la, como falar de solidão após segundos de conhecimento? Mal educado!
Decidiu caminhar no convés. Sentia-se muito sozinha, mesmo. Teria sido bom ter vindo com alguma amiga. Teria? Parou para contemplar o mar e estremeceu com a voz junto ao seu ouvido.
- Com licença, não se incomoda se eu fumar perto? Não quero incomodá-la, até já observei para que lado o vento levaria a fumaça mas não quero incomodar de jeito nenhum.
- Fique à vontade! O fumo não me incomoda embora não seja fumante.
- Obrigado!
Que perfume gostoso! Esse parece mais interessante. Vou puxar conversa.
- Disse que não sou fumante mas já fumei, e você, sempre fumou? Como tem se sentido com essa segregação que a sociedade tem imposto aos fumantes?
- Ah, comecei a fumar garotão ainda. Meus pais fumavam e não se incomodaram. Hoje me arrependo mas não consigo parar.
Nossa! Acho que vale a pena, e que perfume gostoso!
- Quer caminhar um pouco?
- Este vento me faz bem. Você gosta de ficar ao ar livre?
- Sou monitor em acampamento de jovens, passo ao ar livre a maior parte do tempo.
Não sabia se era encantado, mas que era um príncipe, isso era.


domingo, 12 de dezembro de 2010

Frida

Não sei se a invasão Frida Kahlo aconteceu antes ou depois do sucesso do longa metragem sobre a vida da artista e sua super popularização junto ao grande público, só sei que o México, embora tenha três museus sobre a obra de Diego Rivera e infinitos murais do mesmo a céu aberto e somente um pequenininho sobre a de Frida, respira Frida.
É sua obra e, por tabela, seu rosto que está na arte de rua, em encostos para copo, camisetas e lenços... só não vi uma piñata Frida, embora tenha visto uma do Chapolin lindinha.
Mas voltando a Frida, em Coyoacán, um bairro lindinho há mais ou menos 1h30 de ônibus do centro, está localizada a casa onde nasceu e posteriormente viveu com seu marido Rivera.
A casa é incrível e, infelizmente, seu interior não pode ser fotografada.