As minhas observações de hoje continuam um assunto
iniciado semana passada. Gostaria de deixar claro: 1) tenho o maior respeito
pela arte contemporânea, 2) principalmente, pelos artistas que conseguem ganhar
milhões com seu trabalho sem fazer força. Como vocês sabem estou lendo Sete
dias no mundo da arte. Isso não vai me
transformar em especialista da área, mesmo assim vou comparar a opinião de um
editor respeitado como o da Artforum e meu humilde ponto de vista, pois ele tem
razão quando diz que muitos artistas não podem ser levados a sério na
atualidade.
Estou me divertindo ao acompanhar a visita de Sarah
ao ateliê de Murakami. Não, não é o autor do best seller 1Q84. Nesse caso, trata-se
de um discípulo de Andy Warhol, afirmação dele, não minha. Takashi Murakami e
seus 90 empregados entre Saitama, Tóquio e New York são os autores do Oval
Buddha com seus cinco metros e meio de altura. Ufa, um horror! Fiquei de boca
aberta ao ver a obra e de queixo caído ao saber que em Tóquio os taxis são
pretos com bancos rendados. O motorista usa luvas brancas e máscara cirúrgica.
Não perguntem: porque??? A autora não diz e nem sei como cheguei aqui. Como não
gosto de comida japonesa e não sou do meio artístico a minha resposta é nada a
declarar... Ainda mato o Baptista com sua mania de querer me transformar em intelectual.
Sou hippie e jogo tênis. Esquisito? Esquisito seria dizer sou hippie e não fumo
maconha! Murakami deve ser um fenômeno de mídia. Posso garantir: o homem não cursou
Belas Artes (não coloca um dedinho nos trabalhos) ele é publicitário e cuida
muito bem da própria carreira. Criou um
monograma para Louis Vuitton cheio de flores coloridas usando 33 cores e a
coisa pegou. Como a empresa pagou um bom dinheiro, ele decidiu aumentar sua
fortuna se apropriando do próprio desenho e colocando tudo em telas, pintadas
pela enorme equipe distribuída pelos três ateliês. Outra extravagância do
japonês são quatrocentos quadros de cogumelos de 25 centímetros. Alguém se
interessa? Cogumelos... como não pensei nisso... Cogumelo/psilocybe dá um chá alucinógeno, vai
ver é isso. Os cogumelos são psicodélicos, só pode ser! 33 cores!!!!!!!!!
Quando pensar no ateliê de Murakami esqueça tudo que
você viu ou imaginou até hoje como um ateliê. O dele está mais próximo de uma
sala cirúrgica. Silencioso, paredes brancas, email, iChat, iPhone, iPad,drones,
smartwatches e toda parafernália de softwares inteligentes, além de conferências
telefônicas regulares. O único barulho é de um secador de cabelos usado para enxugar
a tinta das telas. Lendo a descrição de Sarah Thornton sobre sua ida aos
ateliês, e a descrição dos trabalhos, pensei em Romero Brito. Para mim sempre foi inexplicável o sucesso do
brasileiro em Miami, mas comparado ao trabalho de Murakami, Brito pode ser
considerado quase um clássico!
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