Mostrando postagens com marcador loucura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador loucura. Mostrar todas as postagens
sábado, 28 de dezembro de 2013
"Sou louco por você"
Com o bilhete em mãos joguei as rosas fora e fui tomar café da manhã. Sentei à mesa de fórmica branca velha e tomei duas xícaras de café. A fome ficou no ontem.
"Sou louco por você"
Fui pro quarto me vestir, para ir não sei onde, nem porque. Pus roupa branca, sou sempre da paz. Tive medo do espelho, que vive me dizendo que mudei.
"Sou louco por você".
Pensei em sair de carro, mas não tinha sol. Saí à pé atrás das árvores que se acabam no trânsito. Ultimamente não sei muito onde ir. Não estou certa que vidas quero conhecer. Mas os muros coloridos me animam. A euforia me faz vomitar de excitação.
"Sou louco por você"
Entrei numa loja e comprei um livro budista. Preciso entender melhor sobre essa coisa de passagem. Tomo suco de melão. Alguém puxa papo no balcão. Mas estou surda.
"Sou louco por você"
Volto pra casa correndo, fugindo da confusão. Torpeço na entrada. Bato a boca no chão e sai sangue. Mas estou viva e não quero ninguém louco por mim.
Ps. Caros amigos do Sete, perdoem-me as duas últimas ausências. Coisas fora do controle. Um feliz 2014 a todos. Cheio de saúde e muita LUZ.
domingo, 22 de dezembro de 2013
O admirável mundo novo!
A crise atual e seu corolário, o desemprego permanente, dizem os políticos é passageira. Alguém está enganando alguém. O trabalho está em vias de desaparecer e se Obama ou Dilma fingem não saber, garanto ter conhecido pelo menos uma pessoa que dizia isso com categoria. Na década de 1980, quando eu estudava na França, estava sob a orientação do sociólogo Jofre Dumazedier, um comunista desiludido trabalhando com lazer. No final do século XX o mundo teria mais de 40% de desempregados, afirmava. Ao mesmo tempo descrevia as transformações na nova civilização, pois a anterior, fundamentada na estabilidade do cargo como garantia de segurança, estava desaparecendo. Previa um mundo comandado por economistas, “o jugo da economia,” brincava. Um verdadeiro profeta! Pela primeira vez na história, a maioria dos seres humanos é dispensável para o reduzido número dos que gerenciam a economia mundial. Essa verdade não está escondida, porém os políticos não falam dela com clareza. A economia lança-se cada vez mais à especulação pura. Prestem atenção nas atuais transações dos governos, seja na Europa, seja na América. Refiro-me a uma forma corrente de troca negociando algo inexistente como o G-20 e seus trilhões. Transações não com ativos reais, mas onde se transferem dívidas, que por sua vez são negociadas, revendidas e recompradas infinitamente, na maioria das vezes sobre valores virtuais. Loucura? Sim, trata-se de um mercado ilusório, fundamentado nos simulacros. Um homem apostando como em um cassino, pode efetuar esse tipo de transação, apenas com um computador e um fax, confirmando a declaração de Helmut Schmidt à televisão alemã: “nesses mercados surrealistas são feitos cem vezes mais negócios do que nos demais.”
Esse comércio virtual conduziu a economia a um beco sem saída e foi incapaz de gerar verdadeiros empregos. Não sei quanto dinheiro Obama entregou às montadoras na vã esperança de segurar uma ocupação para os funcionários, porém eles continuam sendo dispensando.
Não tenho resposta para a questão, embora nunca tenha separado o fazer cultural do social. A meu ver toda atividade é política, mesmo quando não pretende ser. Shakespeare ficaria fascinado pelos lances trágicos dessa economia e por suas implicações, pois são elas que dissimuladamente estão transformando o destino dos habitantes desse planeta.
Marcadores:
desemprego,
Helmut Schmid,
Jofre Dumazedier,
loucura,
século XX,
século XXI
Assinar:
Postagens (Atom)