quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Curtas



Aproveitando o ensejo do texto da Rosa, segue a programação de exposições do Centro da Cultura Judaica, um lugar que sempre tem uma programação bacana e está de restaurante novo.

Com uma história de três mil anos e uma grande importância para a humanidade, Jerusalém é a cidade- ícone para três grandes religiões monoteístas: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo. A exposição "Jerusalém pela Paz" vem colocar a atualidade desta cidade milenar ao alcance dos habitantes e visitantes da cidade de São Paulo, com fotografias, painéis, slides e maquetes divididos em três partes: "Jerusalém de Ontem", "Jerusalém de Hoje" e "Jerusalém de Mil Faces".

Resultado de uma pesquisa fotográfica em Zefat, na Galiléia, norte de Israel, cidade considerada mística, onde estiveram os grandes cabalistas e sábios. As vinte e três imagens - do mar, das pessoas, dos costumes e artes locais - retratam a luz especial e as cores pastel características desta região desértica e montanhosa. A exposição conta também com a projeção de imagens e uma trilha sonora com músicas típicas.

Centro da Cultura Judaica
Rua Oscar Freire, 2.500 - São Paulo
a lado da estação de Metrô Sumaré
De terça a sexta das 11h00 às 18h00
Até 1º de março
Entrada franca

E reestreia nessa sexta Leitura Cênica História de Amor do Teatro da Vertigem na sede deles. A sede é nova e merecidíssima.



História de Amor (Últimos Capítulos) de Jean-Luc Lagarce
Sede do Teatro da Vertigem
Rua 13 de Maio, 240 – 1º Andar - Bela Vista – São Paulo
de 16 de janeiro até 8 de fevereiro
sábados às 21h e domingos às 20h
Entrada franca

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Velha Guerra... novos ataques

Dia desses ouvi um comentário acido sobre a guerra na faixa de Gaza.
Eu particularmente não dou opinião sobre o problema que considero de toda a humanidade. Vou refletir escrevendo. Os judeus são de origem semita, como os assírios, árabes ou fenícios. Os semitas vivem na região há mais de cinco mil anos. Quem duvida pode consultar os livros de história e a Mesopotâmia (hoje Iraque) está lá p’ra não me deixar mentir. Segundo o Gênesis, Abraão, natural de Ur, mudou-se para a Palestina seguindo conselho de D’us. Todos sabem que tanto judeus como árabes são descendentes de seus filhos, um de Sara, outro de Agar.
O território ficou dividido entre as doze tribos de Israel por muitos anos. Expulsos de suas terras se estabeleceram no Egito. Primeiro formaram uma comunidade e depois foram escravizados. Saíram de lá 1.300 a.c. seguindo Moisés. Aquele retratado por Miguel Ângelo com as duas tábuas contendo os dez mandamentos. O Penteteuco/Torá (em hebraico, Leis) é atribuído a Moisés, também. Vocês concordam que era um retorno? Para comemorar o fato festejam Pessach até hoje.
Um reino foi criado e Davi foi um dos primeiros governantes. Durante seu reinado Jerusalém tornou-se capital e seu filho Salomão construiu o templo. Após a morte de Salomão, a região ficou dividida em Israel e Judá. Em 587 a.c. Nabucodonosor ocupou e destruiu Jerusalém. De novo, os judeus tornaram-se escravos, agora na Babilônia.
Nessa ocasião apareceram os profetas que alertaram o povo de Israel sobre questões políticas, éticas e religiosas. Durante o reinado de Ciro, os judeus voltaram a Israel e desfrutaram um pouco de paz por quatro séculos. Em 166 a.c. o templo foi profanado outra vez e de novo purificado. A festa de Hanukkah comemora esse evento.
Até 37 a.c. as coisas ficaram calmas. Nessa época os romanos descobriram a região e dela se apoderaram. Herodes governou até 4 a.c. Foi durante seu reinado que nasceu Jesus Cristo. Em 70, o imperador Tito saqueou e incendiou Jerusalém. As ruínas da muralha da cidade são conhecidas como o Muro das Lamentações. Em 132 os judeus reconquistaram o local e a Judéia passou a ser chamada de Palestina. Em 324 Constantino construiu a Igreja do Santo Sepulcro. Em 638, Jerusalém conquistada pelo califa Omar, transformando-se na sede das três grandes religiões monoteístas e alvo das cruzadas. Jerusalém está situada num planalto a 735 m. acima do nível do mar. Possui mais ou menos 700 mil habitantes. Ela está dividida em cidade antiga composta de quatro bairros: cristão, judeu, armênio e mulçumano. Na cidade nova está o parlamento de Israel. A capital do Estado é Telaviv. Além de sinagogas e igrejas cristãs, Jerusalém abriga diversas mesquitas. Desde o século XIX havia na Europa uma iniciativa para criar um lar para os judeus na região de sua antiga pátria.
Em 1947 o mundo estava consternado com o massacre ocorrido na segunda guerra e uma resolução da ONU fundou dois países Israel e a Palestina, respectivamente destinados a judeus e árabes, mas eles rejeitaram a partilha e invadiram o território sendo derrotados pelos israelenses. Em 1964 é fundada a OLP que não reconhecia o direito do Estado judeu de existir. Em 1967, aconteceu a guerra dos seis dias.
Foi nessa época que Israel ocupou a faixa de Gaza. Em 1982, Israel invadiu o sul do Líbano para deter ataques terroristas de radicais mulçumanos, 2.000 pessoas são assassinadas por milicianos cristãos libaneses, aliados de Israel, um triste episódio.
Em 1988, Arafat reconhece o Estado judeu e em 1993, assinou um acordo de paz. Pela iniciativa recebeu o Nobel da Paz. Em 1994, Arafat tornou-se responsável pela administração da faixa de Gaza e dizem que fazia vista grossa as atividades do Hamas e de outros grupos terroristas.
Os atentados da Al Qaeda contra o Word Trade Center tiveram sérias conseqüências no Oriente Médio, pois como reação os Estados Unidos invadiram o Afeganistão governado pelos talibãs, uma milícia islâmica radical. Mesmo assim, o grupo comandado por Bin Laden continua promovendo atentados.
O que está acontecendo nesse momento foi provocado pelo Hamas. O grupo direciona seus mísseis contra mulheres e crianças, tanto que os abrigos são distantes somente 15 segundos de prédios freqüentados por civis. Idosos e deficientes nem sempre conseguem chegar a tempo aos locais. A reação israelense aconteceu após três dias de ataques e os jornais acusaram Israel de iniciar o conflito. Sarkozy afirmou em entrevista que os terroristas começaram a briga. Não querem a paz, eles querem a região toda para eles, pois se tivessem intenção de dividir teriam feito isso em 1948 ou quando Arafat era vivo. A invasão do Iraque só piorou a situação. O presidente do Irã é anti-israelense chegando a declarar que o holocausto não existiu. O único país árabe que mantêm relações diplomáticas com Israel é o Egito. A guerra é velha e injusta para todos os habitantes da região. A pergunta é: a comunidade composta de 21 países árabes quer realmente a paz? Israel é só um e única democracia dali. Se, os árabes realmente querem paz, deveriam provar isso com ações, unindo-se em favor desse objetivo comum e lembrando que D’us falou “não cobiçaras a casa do teu próximo, não desejarás a sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.” Completou dizendo: “não matarás...” Eu diria: não matarás crianças, velhos e inocentes... Para acontecer isso, primeiro o Hamas precisa parar de contrabandear munição para Gaza. Segundo esquecer atos terroristas lembrando que se eles são donos da terra, os judeus chegaram lá primeiro e estão abrindo mão dela desde sempre em prol de uma paz duradoura. Atendendo pedido de Sarkozy, ou teria sido de Carla Bruni? Israel vai interroper diariamente os ataques por algumas horas, para entrada de ajuda humanitária aos palestinos. É tudo culpa de Abraão, não tenho dúvidas!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Golden Globe

Veja abaixo a lista completa dos vencedores.

Cinema:
Melhor filme de drama - Slumdog Millionaire



Melhor filme de comédia ou musical - Vicky Cristina Barcelona
Melhor diretor - Danny Boyle, por Slumdog Millionaire
Melhor ator (drama)- Mickey Rourke, por The Wrestler
Melhor atriz (drama) - Kate Winslet, Foi apenas um Sonho
Melhor ator (comédia ou musical) - Colin Farrell, por Na Mira do Chefe
Melhor atriz (comédia ou musical) - Sally Hawkins, por Simplesmente Feliz
Melhor atriz coadjuvante - Kate Winslet, O Leitor
Melhor ator coadjuvante - Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor filme estrangeiro - Waltz With Bashir, Israel
Melhor filme de animação - Wall-E
Melhor roteiro - Simon Beaufoy, por Slumdog Millionaire
Melhor trilha sonora - Slumdog Millionaire
Melhor canção - The Wrestler", de "The Wrestler

Televisão:

Melhor série (drama) - Mad Men
Melhor ator em série (drama) - Gabriel Byrne, por In Treatment



Melhor atriz em série (drama) - Anna Paquin, True Blood
Melhor série (comédia ou musical) - 30 Rock
Melhor ator em série (comédia ou musical) - Alec Baldwin, por 30 Rock
Melhor atriz em série (comédia ou musical) - Tina Fey, por 30 Rock
Melhor minissérie ou filme para TV - John Adams
Melhor ator em minissérie ou filme para TV - Paul Giamatti, por John Adams
Melhor atriz em minissérie ou filme para TV - Laura Linney, por John Adams
Melhor ator coadjuvante por série, minissérie e filme para TV - Tom Wilkinson, por John Adams
Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie e filme para TV - Laura Dern, por Recount

domingo, 11 de janeiro de 2009

Expressos

“Nascemos com um prazo limitado para interpretar o mundo. (…) Dar sentido ao mundo é um ato criativo. Uma visão do mundo é uma narrativa.”
Cordilheira - Daniel Galera


Desde de que foi anunciado o projeto Amores Expressos de Rodrigo Teixeira foi polêmico. Primeiro porque os escritores não escolhidos para realizar as viagens, que renderam os livros e possivelmente filmes causaram um auê na imprensa. Por quê? Porque originalmente o projeto seria desenvolvido com dinheiro da Lei Roaunet, ou seja, dinheiro de incentivo fiscal (leia-se: dinheiro público).
Acho impressionante como as pessoas surtam em certos casos quando algo é realizado com dinheiro público. OK, o dinheiro é meu, seu, mas isso não deveria dar o direito a seres humanos menos talentosos de questionar o trabalho alheio. Principalmente quando projeto incentivado é inovador como nesse caso.
Mas vamos voltar ao Amores Expressos. depois de tanta picuinha o Rodrigo Teixeira acabou deixando de fazer o projeto com a Roaunet, e a tal da grana acabou destinada ao show da Ivente Sangalo, atitude que estranhamente nunca é questionada mesmo com ingressos vendidos ao mesmo público (dono do dinheiro) a pequenas fortunas. Vai entender a cabeça das pessoas!
E lá seguiram os dezessete escritores de diferentes gerações a cidades variadas: Adriana Lisboa (Paris), Amilcar Bettega (Istambul), André de Leones (São Paulo), Antonia Pellegrino (Bombaim), Antonio Prata (Shangai), Bernardo Carvalho (São Petersburgo), Cecília Giannetti (Berlim), Chico Mattoso (Havana), Daniel Galera (Buenos Aires), Daniel Pellizzari (Dublin), João Paulo Cuenca (Tóquio), Joca Reiners Terron (Cairo), Lourenço Mutarelli (Nova Iorque), Luiz Ruffato (Lisboa), Paulo Scott (Sydney), Reinaldo Moraes (Cidade do México) e Sérgio Sant`anna (Praga).
E ano passado o primeiro livro, Cordilheira, de Daniel Galera foi lançado enquanto os documentários (sim, foram rodados 16 documentários) eram finalizados. E tudo sem incentivo fiscal!

No final do ano passado, chegou as livrarias "Cordilheira" de Daniel Galera quase na mesma época que a notícia de que a Cia das Letras não vai lançar a coleção inteira e sim somente os títulos escritos por autores "seus".
Triste demais isso, porque desde o início era o máximo ver realizado um projeto de literatura desse porte... ainda com a chance de formar uma coleção e virar filme então... e agora não mais.
É, dessa vez, como já diziam as crianças, o mal venceu. O olho gordo, a inveja, as picuinhas renderam a fragmentação de um projeto até então, único nesse país de leitores de Paulo Coelho.
Pobre da população que se deixa levar ao som de reclamações bobagens e axé.

sábado, 10 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sacada

Impressionante a sacada que Renata Jesion, que desde que "apareceu" é uma atriz sensacional, teve e já estou fazendo a propaganda.

Atriz transforma casa em teatro virtual; veja no Vila Dimenstein
da Folha Online

No local, não há plateia, nem bilheteria, mas ainda sim trata-se de um teatro. Uma atriz resolveu inovar e encenar suas peças dentro de casa. Sua sala adaptada serve como palco para internautas assistirem aos espetáculos que ficam disponíveis na internet.



Renata Jesion conta que o projeto surgiu depois que fez uma peça e não havia ninguém na platéia para ver a apresentação. "Já que é para fazer para ninguém, vou começar a fazer para ninguém na minha casa."
No site www.teatroparaalguem.com.br, a pessoa encontra a estrutura de uma casa com quarto, sótão, banheiro, sala e porão. Em cada um desses cômodos, o internauta pode clicar e acessar uma página que oferece diferentes atrações.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

?

dia de fuzilamento. alinham-se no antigo muro dúvidas e questionamentos.
não se permite mais perguntar. as interrogações estão banidas dessa cidade feito leprosos.
não há motivo para confusão.
não há razões para desentendimentos.
não há tema para discussão.
as perguntas, feito putas de batom vivo e panos baratos, não se equilibram mais em salto alto pelas esquinas, oferecendo-se aos carros e aos imbecis.
vez ou outra, um anúncio no classificado chama a atenção.
questionar sem camisinha. além de imoral, o ministério da saúde adverte.
se alguém tem uma dúvida, guarda pra si. se fizer mal, que vá fazer terapia. que vá chutar um cachorro sarnento.
que meta uma bala na cabeça.
mas não encha o saco autoritário dos cheios-de-si que comandam o dia-a-dia.
os questionamentos mais antigos, que já lutaram pelo país na segunda guerra, não têm mais direitos.
nem eles. e foda-se o estatuto.
e a gramática também.
movimento a favor das exclamações. e das reticências.
ruas invadidas. interrogações linchadas. enterradas em vala pública.
aquele anzol de ponta-cabeça é coisa do demônio.
esse sim, pestilento. cão sem mãe. gosta de colocar pergunta na cabeça de gente boa.
gosta de uma dúvida. gosta é do estrago. aleluia.
não importa mais se ela te ama, se a carne está no ponto, se amarelo é a cor da estação.
nem se o calçado é 38, se o rio tem piranha, se o gol foi de mão.
tira a sujeira dos óculos e volta a escrever. e que saiam apenas certezas publicadas no jornal de amanhã.
nada de lamentos retirados do antigo muro.
que ouve todos os últimos desejos, todos em forma de questão, todos gritados silenciosamente.
neste eco de incertezas, todos se calam.
às dúvidas, restam apenas os corações solitários como porto seguro.
e, em questão de tempo, sem vida.
e não pergunte o porquê.

[inspirado no "livro das perguntas", de pablo neruda. thaís nucci, obrigado pelo presente]