domingo, 15 de fevereiro de 2009
Cordilheira
Semana de correria e prazeres. Enquanto meu chefe se diverte no Festival de Cinema de Berlim, aqui o bicho tá pegando. A semana foi corrida mas sensacional. Festanças mil entre amigos. Semana com champagne, risadas e amigos. Feliz. Feliz. Feliz. Também vi Memória da Cana, dos Fofos Encenam que é fácil fácil uma das melhores peças que vi nos últimos tempos. Palmas ao talento, à pesquisa séria, à competência... a peça ainda não está pronta e já é muito melhor do que muito barulho que acontece por aí. Quanto estrear no espaço deles, vale a pena a visita. E ainda no clima coisas nunca dantes visitadas, fomos ao AK jantar e se pudesse eu comia lá todo dia. E já que estou num momento dicas, quem não leu Cordilheira do Daniel Galera tem que ler. E agora vou nessa porque hoje é domingo mas ainda tenho muito há fazer antes do fim do dia.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
MADALENA...
Madalena foi pro mar, eu fiquei a ver navios... ao ouvir o nome cantarolava essa canção. Outras vezes relembrava Paris e a igreja Madeleine. Pensava em Proust, pois foi o ato de morder a madeleine, um doce típico da sua região, com todas as lembranças nostálgicas evocadas, que o fez escrever Em busca do tempo perdido. Em Oxford, fundada em 1448, Magdalen College é uma das primeiras faculdades de ciências do mundo e, em Cambridge, está Magdalene College, desde 1542. Parece que os intelectuais não têm preconceitos contra a famosa pecadora retratada na Bíblia, pois ela é a padroeira de educadores de elite.
Li o Código Da Vinci, mas quem não leu? Como o livro é instigante e o autor cita conhecidos estudiosos, fui verificar o que era ficção e o que era verdade no relato. Semanas de pesquisa revelaram uma quantidade de textos documentando dois mil anos de história do cristianismo. Dentre eles, os Códices de Nag Hammadi e os pergaminhos do Mediterrâneo, desvendados com as sofisticadas técnicas de análise em ultravioleta ou infravermelho, abrindo possibilidades para uma nova interpretação das escrituras. Para quem não leu uma dica: o autor baseou a trama na idéia do casamento de Jesus e Maria Madalena. A última tentação de Cristo, escrito a mais de cinqüenta anos, por Nikos Kazantzakis e filmado na década de 80, por Scorcese, também insinuava isso.
O título de Brown deve-se ao fato da ceia pintada por Leonardo ter uma figura aparentemente feminina ao lado de Cristo. Matutando sobre o problema, pensei se não convêm a Igreja Romana reavaliar sua doutrina, afinal a conversa ganhou o mundo. Richard McBrien, no programa televisivo de título Jesus, Maria e Da Vinci, declarou que a Epistola aos Hebreus (4:15) descreve Jesus como a gente, exceto por não pecar. O reverendo questiona: “é pecado praticar relações sexuais no casamento?”
O Código refere-se ainda a pratica milenar do hieros gamos. Em civilizações ancestrais, os ritos do casamento sagrado como os de Osíris/Isis, Tamuz/Ishtar, Baal/Astarte e Adônis/Vênus eram conhecidos e cultos celebravam a simbiose dessa união íntima entre o masculino e o feminino em todo o Oriente. Ao introduzir o assunto Brown estaria justificando a união Jesus/Madalena ou reforçando uma semelhança entre o discurso de Cristo e crenças religiosas milenares? Talvez, ambas...
O Código Da Vinci é ficção, mas levantou questões interessantes. Elas permitem afirmar que a religião de Aton, onde Moisés foi instruído, e a cultura helenística seriam as fontes da Bíblia e por extensão do judaísmo e cristianismo. O estado civil de Cristo não é tão importante quanto o conhecimento da essência dessas religiões.
Paulo de Tarso, em Corintios 9:5 afirmou: “ os irmãos de Jesus e os outros apóstolos viajavam com suas irmãs/esposas”. O termo irmã/esposa era acrescentado aos muitos títulos recebidos por uma mulher ao se casar com um faraó... Observem ainda a semelhança entre o credo cristão e o texto relatando o padecimento, morte e ressurreição do primeiro músico grego, o filho de Apolo. “ Creio em Orfeu/ criador da melodia/ nasceu de Clio/ e muito padeceu sob o poder maior da poesia/ e foi pela paixão crucificado...” Mera coincidência?
Li o Código Da Vinci, mas quem não leu? Como o livro é instigante e o autor cita conhecidos estudiosos, fui verificar o que era ficção e o que era verdade no relato. Semanas de pesquisa revelaram uma quantidade de textos documentando dois mil anos de história do cristianismo. Dentre eles, os Códices de Nag Hammadi e os pergaminhos do Mediterrâneo, desvendados com as sofisticadas técnicas de análise em ultravioleta ou infravermelho, abrindo possibilidades para uma nova interpretação das escrituras. Para quem não leu uma dica: o autor baseou a trama na idéia do casamento de Jesus e Maria Madalena. A última tentação de Cristo, escrito a mais de cinqüenta anos, por Nikos Kazantzakis e filmado na década de 80, por Scorcese, também insinuava isso.
O título de Brown deve-se ao fato da ceia pintada por Leonardo ter uma figura aparentemente feminina ao lado de Cristo. Matutando sobre o problema, pensei se não convêm a Igreja Romana reavaliar sua doutrina, afinal a conversa ganhou o mundo. Richard McBrien, no programa televisivo de título Jesus, Maria e Da Vinci, declarou que a Epistola aos Hebreus (4:15) descreve Jesus como a gente, exceto por não pecar. O reverendo questiona: “é pecado praticar relações sexuais no casamento?”
O Código refere-se ainda a pratica milenar do hieros gamos. Em civilizações ancestrais, os ritos do casamento sagrado como os de Osíris/Isis, Tamuz/Ishtar, Baal/Astarte e Adônis/Vênus eram conhecidos e cultos celebravam a simbiose dessa união íntima entre o masculino e o feminino em todo o Oriente. Ao introduzir o assunto Brown estaria justificando a união Jesus/Madalena ou reforçando uma semelhança entre o discurso de Cristo e crenças religiosas milenares? Talvez, ambas...
Paulo de Tarso, em Corintios 9:5 afirmou: “ os irmãos de Jesus e os outros apóstolos viajavam com suas irmãs/esposas”. O termo irmã/esposa era acrescentado aos muitos títulos recebidos por uma mulher ao se casar com um faraó... Observem ainda a semelhança entre o credo cristão e o texto relatando o padecimento, morte e ressurreição do primeiro músico grego, o filho de Apolo. “ Creio em Orfeu/ criador da melodia/ nasceu de Clio/ e muito padeceu sob o poder maior da poesia/ e foi pela paixão crucificado...” Mera coincidência?
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
mandamentos de uma mente confusa
1. vomitar desilusões assim que surjam
2. não ter vergonha de dar risadas tortas
3. cantar melodias cegas
4. rascunhar palavras surdas
5. não distribuir sorrisos homeopáticos
6. gargalhar de um fracasso soberano
7. honrar a insanidade nossa de cada dia
8. não temer as letras mancas
9. se entregar à tentação de ser feliz
10. se importar
2. não ter vergonha de dar risadas tortas
3. cantar melodias cegas
4. rascunhar palavras surdas
5. não distribuir sorrisos homeopáticos
6. gargalhar de um fracasso soberano
7. honrar a insanidade nossa de cada dia
8. não temer as letras mancas
9. se entregar à tentação de ser feliz
10. se importar
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Alguém conhece algum tipo de teste de insanidade?
05:44 da manhã de terça-feira. Ainda bem que tenho o blog prá escrever porque já não aguentava mais ficar pensando, pensando e não fazendo nada. Vou tentar escrever o que passa na minha cabeça nos próximos minutos...
Fui dormir à meia noite e meia e há mais ou menos 1 hora estou acordado. A insônia voltou. E voltou, mas eu não quero mais voltar a tomar remédio prá dormir. Será que existe algum "teste de insanidade" ? Eu acho que estou precisando de um.
Estou apaixonado ou simplesmente não sei perder? Não entendo como posso ter tantas virtudes destacadas e simplesmente ser colocado de lado, sem ter feito nada errado. Tenho de parar de forçar a barra... mas é impossível. Estou virando um psicopata. Ou comigo ou sem ninguém! Já pensei em seguir, simular encontros...enfim... completamente desequilibrado!
De novo aquela história de "liberdade sufocante"... Tenho saúde, dinheiro e algum tempo disponível. Posso fazer o que quero, e é tão ruim ter isso todo dia, porque não sei o que quero fazer. Queria que alguém dissesse o que tenho de fazer, ter um exemplo a seguir.... seria tudo tão mais fácil.
Não sei mais onde moro. Aqui ou lá? Não volto mais prá lá até minha situação estar resolvida. Hum... mas não posso esquecer que domingo viajo de volta prá lá e preciso resolver a passagem que está pendente. Quero passar o carnaval aqui. Prá ter mais tempo livre, pensar mais e enlouquecer mais. Só pode ser por isso.
Onde eu tava com a cabeça? Que mania de perguntar e cada vez criar uma resposta nova... E nunca sei qual é a certa. Essa história de que é um marco na carreira e que agora, ser transferido pro exterior aos 31, garante empregabilidade eterna e que posto isso posso fazer e mostrar tudo o que quero é ladainha... É a resposta da semana... Amanhã eu venho com outra, como sempre....
Porra... eu sou um cara legal... não era assim. Por que estou afastando de mim alguém de quem gosto? Será que gosto mesmo ou simplesmente não sei perder e quero provar prá mim mesmo que consigo reconquistar e como não estou conseguindo estou morrendo de ódio por dentro e afundando mais o barco? Não... acho que gosto mesmo, apesar de não entender bem porquê.
Seria bem mais fácil gostar de quem gosta de mim, mas life is tough! Bem feito... sempre trabalhou prá que as pessoas tivessem inveja da sua vida. Nunca mostrou os problemas, os sofrimentos... agora aguenta! Acham que está no paraíso, mas na verdade o local em que está é simplestemente um circo se cobrirem, ou um hospício se cercarem...
Caramba... essa droga dessa insônia é por causa desse quarto barulhento. Vai tomar banho... é impossível dormir aqui... Por isso sempre durmo melhor em hotéis, menos quando to no México, onde faço questão de acordar 3 da manhã por causa do fuso só prá ficar on line no MSN e Skype e garantir que ainda faço parte do mundo daqui... Nossa...isso explicar minha insônia...que parece ser forçada ao menos quando estou por lá.
Meu Deus...será que estou bem de saúde? Tanta coisa estranha aparecendo... Essa reação alérgica que a VACA da médica levou 30 segundos prá examinar com a maior má vontade do mundo e me receitou Corticóide que deve no mínimo me MATAR em 5 dias... o que eu já gastei de remédio esse mês foi demais... e to indo viajar domingo! Se eu ficar doente no México to fudido.
Vou pedir desculpas... mas não posso, já pediram prá eu parar de pedir desculpas. Que mania. Assuma que fez e pronto! Isso que dá passar 30 anos sem se arriscar e sem experiências... Quando tudo acontece, não sabe o que fazer... Hum... pensamento HORRÍVEL. Não pode nem ser descrito aqui agora...
Nossa... acho que estou louco. Não sei mais quem eu sou... Não sei mais o que quero... De que planeta venho? Não me encaixo nisso tudo.
Na verdade nunca tive nenhuma dessas respostas. Será que existe algum teste de insanidade?
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Desde menina gostei de dicionários. Os ilustrados iam comigo para a cama. Na rua em que morava meus dicionários eram os maiores e usados pela turma de meninas muitas vezes, para procurar bobagens altamente eróticas
De passagem uma ou outra palavra despertava a curiosidade; voltava a elas para saber mais. A sonoridade de fandango, bombástico, pendente, heliófobo, compadecer, era fascínio puro. O mistério de fidúncia, fibrilha e outras fantásticas e abandonadas, desusadas e desconhecidas palavras embalava as horas em que silenciosa e solitariamente tentava compreender o mundo.
Fruto dessa maluquice cultivada desde então é a coleção de textos
VOCÊ SABE DO QUE ESTOU FALANDO?
De vez em quando mostrarei um. ! O segundo texto é explicativo e ninguém perderá o sono por não saber o que é corregourino ou corumbambas.Divirtam-se!
Adorava cororô, simplesmente adorava!
Ria quando ali encontrava um “corpus alienum”. Era corregourino e como todos os corregourinos tinha esse hábito.Outra mania eram os correlogramas. Com o pai gostava de conversar sobre correntezanos. Afrouxavam o corrião sentavam na varanda e em pouco tempo formava-se o corrilho. Uns traziam seu corrupixel onde colhiam frutas
Muitos, ao passar, diziam baixo, xingando-os: corrodentes!
Ali ficavam até que a corrubiana chegava.
Então entravam e começava a corta-jaca.
Por volta de meia noite aquilo era um cortelho.
As esposas não se incomodavam. Gostavam de tê-los sob os olhos.Aceitavam tanto a coscuvilhice quanto os corumbambas que acabavam acontecendo todas as noites.
Adorava aquela camadinha de arroz que fica grudada na panela, simplesmente adorava!
Ria quando ali encontrava um corpo estranho. Era natural de Córrego do Ouro e como todos os naturais de Córrego do Ouro tinha esse hábito. Outra mania eram os diagramas cartesianos ortogonais.Com o pai gostava de conversar sobre os habitantes de Correntezas. Afrouxavam o cinto de couro com fivela, sentavam na varanda e em pouco tempo formava-se um ajuntamento para fofocar.
Uns traziam sua sacola de pano na ponta de uma vara onde colhiam frutas.
Muitos, ao passar, diziam baixo xingando: os: traças!
Ali ficavam até que a neblina fria, acompanhada de vento sueste chegava.
Então entravam e começava o samba de roda.
Por volta de meia noite aquilo era uma pocilga.
As esposas não se incomodavam. Gostavam de tê-los sob os olhos. Aceitavam tanto os mexericos quanto as trapalhadas que acabavam acontecendo todas as noites.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Tema para um pequeno conto

Era uma segunda feira e estava fora há cinco dias. Cansada. Nada cansa mais do que ficar fora de casa. Desceu do avião, melada, andou com vagar na chuva fina e pegou sua mala. Atravessou o portão para dar de cara com ele. De óculos, boné e revista em punho. Seu disfarce padrão mesmo às 21h de uma noite chuvosa. Sentiu um frio na espinha. Ele não dirige e nunca havia se dado ao trabalho de levá-la ou pegá-la no aeroporto a não ser que também embarcasse.
Caminhou com aparente calma até ele e beijou seus lábios de leve. Leve.
Ele pegou sua mala e foram a procura de um taxi.
- O que aconteceu? Ela perguntou assim que fechou a porta do taxi.
Silêncio.
- Fala. O que aconteceu?
Ele tirou o boné e a olhou nos olhos.
- Acho que amo você.
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