Li o Código Da Vinci, mas quem não leu? Como o livro é instigante e o autor cita conhecidos estudiosos, fui verificar o que era ficção e o que era verdade no relato. Semanas de pesquisa revelaram uma quantidade de textos documentando dois mil anos de história do cristianismo. Dentre eles, os Códices de Nag Hammadi e os pergaminhos do Mediterrâneo, desvendados com as sofisticadas técnicas de análise em ultravioleta ou infravermelho, abrindo possibilidades para uma nova interpretação das escrituras. Para quem não leu uma dica: o autor baseou a trama na idéia do casamento de Jesus e Maria Madalena. A última tentação de Cristo, escrito a mais de cinqüenta anos, por Nikos Kazantzakis e filmado na década de 80, por Scorcese, também insinuava isso.
O título de Brown deve-se ao fato da ceia pintada por Leonardo ter uma figura aparentemente feminina ao lado de Cristo. Matutando sobre o problema, pensei se não convêm a Igreja Romana reavaliar sua doutrina, afinal a conversa ganhou o mundo. Richard McBrien, no programa televisivo de título Jesus, Maria e Da Vinci, declarou que a Epistola aos Hebreus (4:15) descreve Jesus como a gente, exceto por não pecar. O reverendo questiona: “é pecado praticar relações sexuais no casamento?”
O Código refere-se ainda a pratica milenar do hieros gamos. Em civilizações ancestrais, os ritos do casamento sagrado como os de Osíris/Isis, Tamuz/Ishtar, Baal/Astarte e Adônis/Vênus eram conhecidos e cultos celebravam a simbiose dessa união íntima entre o masculino e o feminino em todo o Oriente. Ao introduzir o assunto Brown estaria justificando a união Jesus/Madalena ou reforçando uma semelhança entre o discurso de Cristo e crenças religiosas milenares? Talvez, ambas...
Paulo de Tarso, em Corintios 9:5 afirmou: “ os irmãos de Jesus e os outros apóstolos viajavam com suas irmãs/esposas”. O termo irmã/esposa era acrescentado aos muitos títulos recebidos por uma mulher ao se casar com um faraó... Observem ainda a semelhança entre o credo cristão e o texto relatando o padecimento, morte e ressurreição do primeiro músico grego, o filho de Apolo. “ Creio em Orfeu/ criador da melodia/ nasceu de Clio/ e muito padeceu sob o poder maior da poesia/ e foi pela paixão crucificado...” Mera coincidência?
2 comentários:
Como você consegue? Lembro de um professor que dizia: mais importante do que saber é transferir conhecimento. Você sabe fazer isso.
Vai ver é porque sou judia....
É nada puro contato com gente inteligente e descolada. Vc sabe quem são eles, pois está entre nós...os benditos santos.
Obrigada
Rosa
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