sábado, 10 de julho de 2010

ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEM...

Meu confronto com o racismo ocorreu na França, quando desenvolvia atividades programadas em Paris. Presenciei os franceses ridicularizando negros, portugueses e marroquinos, embora eu particularmente não tenha sentido qualquer discriminação como brasileira que sou.
O que me surpreendeu foi essa experiência do racismo aqui, em Bauru, vinda de uma antiga colega de universidade. Ela garante que foi uma brincadeira, mas as palavras eram fortes demais para se tratar somente disso. Em estado de choque e sem esquecer o olhar de raiva que ela me lançou gratuitamente, fiquei imaginando qual meu crime para receber tal tratamento. Teria sido o concurso de jóias? Mas, olhei para um passado recente quando eu apanhava suas crianças na escola e levava para lanchar e cuidava deles como se fossem meus enquanto ela viajava para São Paulo para terminar seu doutoramento e pensei não é possível.
Como canta meu poeta predileto: alguma coisa está fora da ordem/fora da nova ordem mundial. A sociedade pós-moderna desvinculou-se dos ranços da modernidade, tanto que a Constituição Brasileira afirma que racismo é crime. Estou contando a história porque embora desacreditado, o racismo perpetua-se da pior maneira possível e o combate a ele é, também, uma luta contra o silêncio.
A civilidade/educação passa pelo respeito ao outro e minha amiga foi duplamente grosseira comigo. Talvez ofendida e com raiva por algo que ela supõe eu seja culpada e vendo-se sem defesa degenerou de forma brutal para a xenofobia. Uma pena... amigos são coisas raras e deveriam ser guardados embaixo de sete chaves!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Leitura divertida

Do site do Aran

10 COISAS PARA FAZER NUM HOTEL

Faça sua estadia muito mais divertida

1 - Ligue para o serviço de quarto às três da manhã e peça sorvete de creme com cobertura de tabasco. Não aceite "não"como resposta.

2 - Insista com o rapaz da portaria se ele conhece alguma garota de programa. Quando ele finalmente admitir que sim, você diz: "Eu também! Eu também! Será que é a mesma?!"

3 - Ligue para a portaria às três da manhã e pergunte se você pode brincar com as gêmeas que estão no corredor.

4 - Ligue a qualquer hora para a portaria e diga "hereeee`s Johnnyyyyy!"

5 - Exija piscina privativa no seu quarto. Não aceite "não"como resposta.

6 - Faça o registro em nome de Sua Alteza Imperial Gran Lope de Aguirre, o Conquistador.

7 - Diga que você é um adepto do Poderoso Congamonga e exija fazer suas orações (seis por dia, começando às seis da manhã) no lobby do hotel.

8 - Convide uma amiga que faz ponto na vizinhança para tomar um drink. Diga que ela é sua mãe (se ela for mais nova que você, melhor) e fique profundamente ofendido com qualquer alusão à profissão dela: "Quem você chamou de filho de puta?!"

9 - Ligue para o serviço de quarto às três da manhã e peça um clube sanduíche kosher com bacon kosher e queijo kosher. Não aceite "não" como resposta.

10 - Diga que você é pai-de-santo e exija duas galinhas pretas, uma garrafa de cachaça e um espaço no lobby para fazer seus trabalhos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Texto gentilmente roubado

do blog lindo de Noemi Jaffe

david
"eu falo muito, pergunto muito. ele responde monossilabicamente. eu faço quinhentas coisas legais por dia. ele diz que não se lembra de nenhuma. eu fico preocupada. ele pede para eu deixar quieto. eu busco as coisas. ele não. ele, acho, já encontrou. ele é como o sol, a tarde, o futebol. ele acontece. o nome dele é david e, embora eu ache que é um nome cerimonioso demais para ele, tenho também a certeza de que esses dois ds, inicial e final, envolvendo um v central, que é ladeado por um a e um i, compõem com perfeição a segurança das margens encerrando a velocidade e a voracidade no meio, ancoradas pelos sons que se abrem para o mundo. então ele é o nome dele. e eu agradeço a tudo por isso."

terça-feira, 6 de julho de 2010

Os signos e suas músicas

Áries
"Te arrastei estradas, desertos
Botecos abrindo e a gente rindo
Brindando cerveja, como se fosse champanhe"
Aventuras (Eduardo Dusek)

Touro
"Meu bem, você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras"
Mania de Você (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Gêmeos
"Tolice é viver a vida assim, sem aventura
Deixa ser pelo coração
Se é loucura, então, melhor não ter razão"
O Último Romântico (Lulu Santos)

Câncer
"Deixa eu dizer que te amo, deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver"
Amor I Love You (Marisa Monte e Carlinhos Brown)

Leão
"Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, vambora, que o que você demora é o que o tempo leva"
Vambora (Adriana Calcanhoto)

Virgem
"Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas do coração
E quem irá dizer
Que não existe razão?"
Eduardo e Mônica (Renato Russo)

Libra
"Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu, oceano
E esqueço que amar é quase uma dor
Só sei viver se for por você"
Oceano (Djavan)

Escorpião
"Vou ficar até o fim do dia
decorando tua geografia
e essa aventura em carne e osso
deixa marcas no pescoço, faz a gente levitar"
Paixão (Kleiton & Kledir)

Sagitário
"Pode ser de São Paulo a Nova Iorque
Ou tão lindo flutuando o nosso rio
Ou tão longe mambeando o mar Caribe
A nossa onda de amor não há quem corte
Oh, meu amor, isso é amor"
Telefone (Júlio Barroso)

Capricórnio
"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida"
Todo Amor Que Houver Nessa Vida (Cazuza)

Aquário
"Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só pra ver o meu amor"
Que Maravilha (Toquinho e Jorge Benjor)

Peixes
"Ah, se ao te conhecer eu fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde posso ir"
Eu Te Amo (Chico Buarque e Tom Jobim)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um das maiores autoridades brasileiras em depressão diz que hoje, qualquer tristeza é tratada como doença psiquiátrica e que prefere-se recorrer aos remédios a encarar o sofrimento. Miguel Chalub afirma que muitos médicos se rendem aos laboratórios farmacêuticos e indicam antidepressivos sem necessidade, pacientes e médicos estão confundindo tristeza com depressão. “Não se pode mais ficar triste, entediado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. Hoje, brigar com o marido, sair do emprego, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Mas o sofrimento não significa depressão"

É preciso reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”. O despreparo dos médicos especialistas tem levado ao que ele chama de medicalização da tristeza. O medicamento não corrige a distorção humana.

Nos índices apresentados pela mídia estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio como depressão. Isso é transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica. Anormal seria não ficar triste com a morte, o divórcio, um filho envolvido com drogas, o desemprego... O homem não aceita mais sentir coisas que são humanas, como a tristeza.

Existe uma busca desenfreada pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que remédios vão corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Ninguém mais pode ser/estar infeliz. A diferença é que a tristeza patológica é muito mais intensa e mais longa.
Aperto no peito, dificuldade de se movimentar, só querer ficar deitado, dificuldade de cuidar de si próprio, da higiene corporal, são sintomas de depressão e de tristeza. Na tristeza normal, por dois ou três dias. Na patológica, fica nas entranhas.

Antes, a pessoa com depressão era vista como fraca. Hoje, as pessoas dizem que estão deprimidas com a maior naturalidade. Não se fica mais triste, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Pode até ser que alguém fique realmente com depressão, mas, em geral, fica-se triste, depressão é outra coisa.

domingo, 4 de julho de 2010

Reciclagem

"E não adianta ficar bravo com o mundo, ele te leva pra onde quiser."
(Máquina de pinball - Clarah Averbuck)

Este é um texto programado já que neste exato momento estou em Buenos Aires. O texto abaixo foi publicado há muuuuuuitos anos no meu antigo blog A verdadeira identidade de Lois Lane que nem existe mais... mas estava fuçando numas coisas e achei e resolvi publicar porque achei bonito mesmo ele não tenho mais nada a ver comigo.

Tem um texto do Jabor em que lá pelas tantas, essa mulher diz "Dizer o quê? Que eu te amava feito uma louca?" e um dos meus problemas na vida é esse. Eu amei como uma louca e desde então, não mais.
A verdade? A verdade é que ainda não me recuperei de você. Ainda penso em você, sonho com você e procuro você no Orkut.
A verdade é que se tivesse que escrever um Songbook como o de Nick Hornby ele teria 31 músicas que de certa forma estão ligadas a você, ou a emoção e o peso enorme que você ainda me faz ter no coração.
A verdade? A verdade é que ainda passo na frente da casa na qual você nem mora mais e ainda me pergunto onde foi que eu errei.
A verdade é que acho que nunca vou amar como amei você e que seu filho não é meu mas já pode estar a caminho.
A verdade? A verdade é que ainda me arrependo de ter rido de você quando você, bêbado, me pediu em casamento. Acho que ninguém nunca mais vai fazer isso. E se fizer, não vai ser tão bonitinho.
A verdade é que tenho vontade de te ver sempre que ouço Pulp, Cure ou até mesmo Nirvana...
A verdade é que tem filmes que vejo e me lembram seu cheiro.
A verdade é que esqueço e vivo sem você na minha cama, na minha vida, rindo das minha piadas péssimas.
A verdade? A verdade é que queria saber se você, lá no fundinho, ainda pensa em mim e perguntar se você ainda é o mesmo ou se eu precisaria de um manual de instruções?

sábado, 3 de julho de 2010

Lanterna

Lanterna é um objeto com diversas formas. O mais comum é ela ser guarnecida com um vidro transparente de um lado de onde sai um foco luminoso, e no outro são colocadas pilhas para alimentar a luz. Só que a lanterna que ela ganhou era uma lanterna elétrica. Na verdade eram três... Uma para ela, uma para seu irmão e a outra para ficar na casa de seus pais. A mãe olhou para a filha e ela para a mãe e a ideia passou pelas duas cabeças: qual a utilidade de uma lanterna elétrica? Pois uma lanterna deve funcionar quando a iluminação sai do ar, ou seja: devido às mudanças climáticas e a falta de investimentos na área da eletricidade dia sim dia não, a maioria das cidades acaba ficando as escuras por algumas horas. Se a lanterna é elétrica talvez acabe não cumprindo com sua função.
Mas, como o pai estava entusiasmado com a potência do objeto ela colocou em sua mala e depois em uma gaveta na cozinha de seu apartamento. Como trabalha e viaja bastante esqueceu o assunto. Não só o assunto, esqueceu também que a companhia que oferece a eletricidade que alimenta seu chuveiro, sua geladeira, sua televisão, seu liquidificador, etc, etc não dá isso como presente, você precisa pagar e pagar bem por essa comodidade. Uma bela noite ao chegar ao prédio onde reside, o zelador, um senhorzinho sádico e bisbilhoteiro disse: tenho uma má noticia. Ela pensou que como não deixava a chave com ele, possivelmente o apartamento estava alagado! Teria deixado o chuveiro aberto, a válvula de descarga quebrou? Não. A notícia era pior. A sua energia elétrica fora cortada por falta de pagamento. Banho? Melhor nem sonhar com isso, ia virar picolé em baixo da água gelada. Fazer o que? Pegou o celular, o outro telefone não funcionava sem luz... Depois de receber todas as informações e pegar todos os códigos de barra - que a moça ofereceu gentilmente para enviar por email - dirigiu-se ao banco quitou as contas, pagou a multa e juntou toda papelada para deixar com o porteiro da noite. De acordo com a moça da companhia a religação seria feita em quatro horas.
Ao acordar no dia seguinte, o apartamento estava todo iluminado. Viva!!!! E a lanterna mágica entrou nisso como? Bem, ela descobriu que mesmo sendo elétrica sua carga dura por meses e graças a ela pode se movimentar em casa, já que sua potência era enorme, ou pelo menos pareceu naquele momento, resta agora saber como recarregá-la, mesmo tendo colocado sua conta de luz no débito automático, nunca se sabe o que pode acontecer em tempos tão incertos...