segunda-feira, 31 de março de 2014

50 anos

Hoje faz 50 anos do golpe militar que instaurou uma ditadura militar no Brasil.
Sangrenta e terrivel como toda ditadura, a data nao foi comemorada, no entanto, foi lembrada porque lembrar eh sempre importante.

domingo, 30 de março de 2014

Premium: o olho biônico

O que é cristalino? Se consultado o dicionário responderá: transparente, límpido. Trata-se de um adjetivo relativo ao cristal. Pode ser som puro. Porém para a anatomia é a lente biconvexa elástica situada no globo ocular atrás da íris e na frente do corpo vítreo. Uau! Simplificando, trata-se da lente transparente atrás da pupila que coloca luz em foco na retina. Resumindo mais ainda: a gente enxerga pelo cristalino. Toda a conversa mole introduz o leitor no meu dilema shakespeariano: fazer ou não fazer a cirurgia, eis a questão. Uso óculos desde os 17 anos e vinte anos atrás me submeti a uma cirurgia para zerar a miopia. De acordo com o médico eu estava trocando seis por meia dúzia. Ou seja: deixava de usar lentes para ver de longe para me adaptar aos óculos para enxergar de perto. Isso deu um ar de intelectual ao meu visual e fiquei satisfeita. Agora estou de novo com dois exemplares: um para perto e outro para longe. Hoje existe uma lente conhecida como premium corrigindo o grau para longe e perto, em um único procedimento (cirúrgico, claro) no próprio consultório.
Bem, não é assim tão simples, porém resolve mesmo o problema. Trata-se de uma cirurgia de extração do cristalino e implante de lentes fazendo o papel natural do olho como os óculos, com um conforto e desempenho maior. Será? Qualquer pessoa portadora de deficiência visual pode tentar a cirurgia tomando alguns cuidados e repousando alguns dias. Ela é personalizada e trata, além do grau, de imperfeições da córnea, tais como: astigmatismo, miopia, hipermetropia através de lentes acomodativas, as quais simulam o movimento normal do foco do cristalino, pois o implante intra-ocular está sendo considerado o maior avanço da Oftalmologia nos últimos anos. Assim seja!           

quinta-feira, 27 de março de 2014

encontros e desencontros

ela só queria ter a chance de encontrá-lo de novo.
a primeira vez foi rápida demais.
no metrô, depois de um dia de merda.
na corrida pelas escadas, cruzou seu olhar com o dele.
não durou um segundo.
mas ela se apaixonou.
ficou envergonhada, confessa.
cabelo preso, maquiagem no fim, calça verde, nenhum salto.
ai, se a mãe soubesse disso…
sim, claro que estava linda.
mas queria causar boa impressão.
queria que, dessa vez, ele virasse o rosto.
que olhasse para ela.
que deixasse escapar um sorriso.
ah, aquele sorriso.
nunca vira. mas imaginava.
de jacaré. cheio de dentes.
cheio de vida.
queria de novo o coração acelerado.
não, não era pela corrida!
ela tirava a são silvestre de letra!
lola teria inveja.
queria uma momentânea falta de ar.
um desequilíbrio neste dia a dia cada vez mais mecânico.
um motivo para se sentir boba.
feliz-infeliz-feliz. ao quadrado. em eterno looping.
por isso, dia após dia, fazia a mesma via-crúcis.
escada do metrô. correria. 
ela indo. ele vindo.
ela passa. capricha no olhar.
… e nada.
dia após dia.
feliz-infeliz-feliz.
nada.
uma hora, cansa.
não a correria - ela tirava a são silvestre de letra!
o descaso.
o abandono.
a falta de consideração.
infeliz-feliz-infeliz.
naquele dia, manteve a produção.
manteve a corrida em busca de uma vaga no trem a partir.
o coração acelerado.
a falta de ar.
se aproximou.
os olhares se cruzaram.
ergueu o dedo médio.
- vai se foder!
um grito espartano.
o rapaz virou o rosto, olhou bem para ela.
e sorriu.
enquanto isso, ela entrava no vagão.

feliz-feliz-feliz.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Os problemas estão abolidos.


No fundo, no fundo,

bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

                              ( Paulo Leminski )


   Ah! que bom seria se esse decreto fosse aprovado pelos poderes devidos, que proibissem aos casados terem discussões, que proibissem aos solteiros sofrer por amor, que proibissem a falta de dinheiro para pagar as contas, que proibissem a chuva quando os agricultores não a quisessem e que chovesse nos dias certos, que fosse proibido chover demais e de menos, que proibissem a tristeza, não a tristeza comum mas aquela tão dolorida, tão dolorida que leva à morte. Não, ninguém morreria se não quisesse. Porque tem gente que não quer morrer e tem quem queira. Para esses seria providenciada uma morte muito boa, suave, sem dor, dormiria cada dia mais até que dormisse para sempre.
   Ah! que bom seria se esse decreto também estipulasse que poderíamos nos deslocar só com o pensamento. Quero estar em Paris, comandaríamos, e em instantes a Torre Eiffel se materializaria à nossa frente... ou outros lugares, um pouco mais exóticos: numa estação meteorológica na Antártida, nos fiordes da Noruega, na casa do Papai Noel, na Lapônia, ou num congresso de física quântica em algum lugar do mundo. Claro que não seríamos limitados pela Terra, poderíamos desejar ir à Lua, a Marte ou brincar de gira-gira nos anéis de Saturno... 
   Ah! que bom seria se ninguém nos magoasse, se nossa família inteira nos amasse e nós os amássemos também, se não existissem mal entendidos, inveja, rancor, indiferença...
   Todos, absolutamente todos, se amariam e sentiriam imensa alegria ao se encontrarem. 
   Que bom seria!

segunda-feira, 24 de março de 2014

"Eu nunca erro"

Atualmente ha ao menos duas series americanas que se passam em Washington DC, capital do poder americano. Sao elas Scandal e House of card.

A primeira, focada na vida profissional e pessoal da advogada e ex-funcionaria da Casa Branca, Olivia Pope (Kerry Washington). Estreada em 2012 e atualmente em sua terceira temporada, a serie mostra a capital do poder e o meio politico, as malandragens, o lobismo, os eternos duelos por poder e as mentiras, mas, atraves dos olhos de Olivia, ha ainda na politica um certo heroismo. A figura do presidente (Tony Goldwyn) que escorrega mas mantem a integridade mesmo as turras com seu assessor chefe (Jeff Perry) e sua esposa (Bellamy Young).
House of card, estreada em 2013, esta em sua segunda temporada e tem como casal base Francis e Claire Underwood (Kevin Spacek e Robin Wright), politico e lobista. Casados. Juntos eles manipulam o governo por dentro e a imprensa por fora buscando promover sempre seus interesses.

Sem se preocupar com nada ou ninguem que entre em seu caminho. A serie mostra o jogo, a maldade, as picuinhas, a podridao e o pior dos seres humanos.
Se Scandal escorrega em eventuais romantismos, House of cards vai fundo nas entranhas da maquina politica e mostra um mundo sem salvacao.
Entao, amiga Rosa Beroldi, as mudancas climaticas na verdade sao causadas para saciar a sede de dinheiro de empresarios que compram politicos que vendem os bens naturais, o corpo e a alma do povo, por um iate, um jatinho... ou se fosse no Brasil, uma passagem pra Miami ja bastaria!




domingo, 23 de março de 2014

Socorro... são as mudanças climáticas

Os entendidos afirmam: está tudo bem. Será?
Enquanto os alarmistas dizem que dentro de alguns anos não vai haver água suficiente para todos, as calotas polares estão se dissolvendo devido ao aquecimento. Se isso acontecer, o nível do mar vai subir e muitas cidades desaparecerão. Terrorista, dirão. Mas, como não ser, vendo os noticiários das televisões e a quantidade de catástrofes naturais, como são chamados os tufões, os tornados e as chuvas torrenciais ou secas alarmantes pelo mundo afora, sem falar no frio e calor intensos... No meu tempo a coisa funcionava assim: os raios solares penetravam na atmosfera atingindo a Terra. Ela devolvia parte da quentura recebida. Atualmente, o calor fica retido por gases provocando o efeito estufa. Estão vendo só, mais um problema: o tal do efeito estufa, considerado como o problema ecológico mais grave a ser enfrentado pelo planeta. Ninguém pode provar que tal aquecimento seja provocado pelas atividade
s humanas. Mas, ele está aumentando... Calma, está tudo bem. O tal efeito é benéfico, dizem os relatórios fabricados pelas Nações Unidas. Pânico? Não há razão para isso, afinal o carbono fornece alimento para plantas, portanto com a população crescendo, eu aconselho os leitores a fincar os pés no acelerador dos carros para aumentar as colheitas. Ah, deixem dessa bobagem de abastecer carro com combustível alternativo para poluir menos, tudo bobagem. Vou colocar a venda uma bela camionete Eco Sport flex quase zero, alguém se interessa?
Será que existem pessoas crédulas, o suficiente para acreditar nesse pessoal? Qual o interesse deles em divulgar essas notícias tão atravessadas e fora da realidade?
Paralelamente, quem não acredita nessas declarações procura educar as crianças pensando na proteção do planeta azulzinho. Ele é ele só, não conheço outro igual no sistema solar. Existe também um alerta sobre a emissão do chumbo. Presente na gasolina responde por 60% das emissões geradas pelos veículos. Por isso é desaconselhável consumir alimentos plantados próximos às estradas, numa distância de 100 metros de ambos os lados. Mas, não se preocupem com isso, está tudo bem! Os novos combustíveis estão zerados desse elemento químico. Quem falou? O noticiário da televisão.

Enquanto os americanos tentam convencer a humanidade que os ecologistas são radicais e estão errados, os europeus buscam harmonizar as diferentes legislações sobre o meio ambiente. Na França até a gendarmeria nacional criou uma seção dedicada ao verde. Produziram um manual, aplicam multas contra os delitos referentes à natureza. A ação preventiva é necessária, ninguém me convence do contrário, basta constatar a quantidade de catástrofes naturais, nem tão naturais assim, pois provocadas pelas intervenções humanas no planeta. É hora de dar um basta à imprudência dos seres humanos ou vai sobrar pouca gente para contar a história.

sábado, 22 de março de 2014


Alegria
Achei que deveria escrever palavras de alegria. Da alegria que arrebata, faz a mandíbula doer, os olhos brilharem. Alegria sabe? Como criança com mangueira, como chocolate derretido no abajour, como banho de mar com chuva de verão, como lua cheia de férias na praia. Livro novo ganho no Natal? Macarrão com bastante queijo ralado. Um bom vinho e um papo que não acaba. Uma nota de cem reais escondida no bolso da calça no final do mês. Um amigo querido que chega de uma longa viagem. Abraço de mãe quando o mundo parece que vai acabar. Cachorro balançando o rabo quando chego em casa? Alegria. Essa mesma. Eu também conheço alegria. Assim, profundamente. Ela é colorida, toca música, tem imagens boas, costura panos de prato que enfeitam os almoços de domingo, com mesa cheia. Isso é alegria:mesa cheia. De comida e de gente amada. Um bom livro, um bom filme. Um não, muitos deles fazem minha alegria. Cheiro de biblioteca, hum.... Uma bolsa nova e bem cara, daquela que a consciência pesada não ganha da alegria. Irmão que mora longe e chega de surpresa? Alegria pura. Pé no chão, na areia, na grama? Alegria. Beijo na boca, sexo com música, sem... alegria. Ufa.... quase não consegui. Alegria é coisa difícil. Mas nesse texto não cabe nada além de alegria. Deu certo? Vou continuar tentando.