sábado, 6 de março de 2010

Nunca esqueça de desconfiar......

Dizia Stendhal. A inveja é uma merda cantou o Ultraje a Rigor. Quem pode falar sobre isso é Otelo, o mouro de Veneza.Toda história de Shakespeare gira em torno da traição e inveja de Iago quando Cássio é nomeado tenente e homem de confiança do general.Ele considerava-se qualificado para o posto e invejou o amigo a ponto de provocar uma tragédia. Mesmo estando mais para Nilton Bonder do que para psicóloga tenho observado as pessoas com uma atenção redobrada desde a publicação de “A cabala da inveja” do referido rabino. A inveja não é um sentimento bom e não é ruim só para o invejoso. Não foi a toa que o Concilio de Trento (1545-1563) colocou-a entre os sete pecados capitais. A reunião dos prelados católicos tinha por objetivo combater o crescimento do protestantismo. Quase vinte anos para escrever os objetivos! Estariam eles com inveja do aumento exagerado de adeptos das novas religiões? Eu nunca tinha pensado nisso... De qualquer forma o rabino Bonder afirma: a inveja nasce do desejo de ter o que o outro tem. Esse sentimento “se transforma em inveja quando, em vez de querer algo, você quer evitar que o outro consiga qualquer coisa.” Atitude de Iago em relação ao cargo no exército veneziano. O negócio está ficando cada vez mais enrolado. Onde estava com a cabeça para pensar em escrever sobre tal assunto? O invejoso se sente frustrado em determinadas áreas e para não sentir raiva de si mesmo, transfere o sentimento, culpando o próximo por não estar conseguindo atingir sua meta na vida. A Psicologia alerta quanto à inveja, pois ela indica um desejo reprimido e acreditar no refrão os invejosos são vitimas, é um erro. Eles sentem raiva de alguém que irradia conquistas. Essa pessoa pode estar inconscientemente provocando esse sentimento. Fui ao dicionário. Lá estava escrito: invejar é desejar ter as qualidades inerentes ao outro. Algo originário nos tempos antigos e muito foi escrito em versos e textos sobre a questão. Inveja é a última palavra de Os Lusíadas, de Camões. A origem latina da palavra “invidere” era “não ver.” Com o tempo foi perdendo esse significado e culminou em cobiça, sentido atual de inveja.
O ciúme e a inveja mataram Desdêmona pelas mãos de Otelo. A “mocinha” vivida pela Malu Mader quase foi destruída durante a novela Celebridade pela personagem de Claudia de Abreu, portanto nunca esqueça de desconfiar... O único cuidado é não inventar inimigos, pois quando a insegurança bate a porta, a gente tem a impressão que todos percebem. Isso é paranóia. Assunto para outro post.

2 comentários:

Rosa Leda disse...

Conselho de mãe judia sempre deve ser levado em consideração. Os cristãos têm o hábito de não acreditar na inveja dos outros e apenas cuidar para não deixar que se instale em seu coração. Texto de muito bom senso. Obrigada!

Janaina Fainer disse...

Rosa, q texto sensacional...
parece q essa semana todos fomos atacados por alguém com esse virus horroroso... e da-lhe banho de sal grosso
e força na peruca
bjssssss