terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mistério à Beiramar - final


Primeiro preciso me desculpar por não ter postado ontem, um computador travado prejudica muito a gente, mas, enfim, eis o fim...

Para alegrar Baptista, imagino, Azevedo pediu-lhe que levasse o laptop. Veríamos um DVD que trouxera. O rapaz do hotel perguntou se gostaríamos que montasse o gazebo perto do mar, a manhã estava clara e fresca. Aceitamos. Acomodados, eu, curiosa como sempre, perguntei sobre o DVD.
Eram vistas maravilhosas da Noruega e da Finlândia ao som de Grieg, Azevedo brincou dizendo que o compositor não era finlandês mas a Noruega estava quase lá. Baptista contou-nos ser Grieg o mais forte expoente da música escandinava e a conversa agradável ocupou-nos por algumas horas com outras confissões e constantes olhares de minha parte para ver se meus amigos não se emocionavam demais.
Eu nunca pensara quão agradável poderia ser conversar com pessoas mais idosas. A severidade de meus pais e avós fazia-me imaginar todos os que tivessem ultrapassado a barreira dos 70 como intragáveis. Felizmente meu trabalho era no meio de jovens e eu não tinha tios.
- Estive na Dinamarca e na Suécia mas não conheço a Finlândia nem a Noruega - aparteou Azevedo.
- Ah, eu não gostaria de ir para lá, não, faz muito frio. Sempre começo minhas viagens por Paris... um de vocês disse que visitou o Hermitage? Fica na Rússia, não fica?
- Sim, fica na Rússia, tem um acervo fantástico.
- Preciso viajar mais, ir mais a museus. Estava até em dúvida se confessava a vocês minha ignorância, mas não posso mentir... adoro ir às compras, fazer os roteiros básicos que todo turista faz, visitar os monumentos e ficar à tôa nos barzinhos, nos cafés... e visitar livrarias. Sempre carrego peso demais por causa dos livros.
Os dias passaram, precisamos voltar para casa, continuei apaixonada por Baptista, mas era um amor impossível, entendi bem o que é um amor platônico... continuamos amigos por muitos anos, Azevedo adorava cinema e passamos a frequentá-los juntos. De vez em quando Baptista nos acompanhava. Ìamos com ele a todos os concertos e apresentações de corais. De vez em quando eles vêm jantar na minha casa, rimos, conversamos e cuidamos uns dos outros.
Minha família não compreende como posso dizer que meus melhores amigos são dois idosos mas são os melhores amigos que alguém poderia ter. Em março iremos os três para a Finlândia. Baptista concordou em tentar espantar seus fantasmas, enfrentar os casos mal resolvidos de sua vida. Diz que já não pensa diariamente em Inkeri, e que eu sou responsável por isso.
Há uma senhora, de nome Rosa Bertoldi, que ainda não conheço mas que está muito apaixonada por Baptista. Ele também está entusiasmado. É bem mais nova que ele mas gosta de arte, viaja muito, tem prazer em conversar, é muito bem relacionada e eles têm se encontrado. Na semana que vem virão aqui. Espero que nos tornemos amigas, passaremos a ser um quarteto.
Esqueci de Roberto, que mandei à puta que pariu num telefonema e que ficou boquiaberto com meu repente, chegando a me repreender pelo uso de palavras inadequadas. Morri de rir e falei que ele era um palhaço de ótima qualidade pois conseguia sempre me fazer rir. Depois disso não tenho me sentido triste. Foi muito bom.
Se mais alguma coisa acontecer eu contarei para vocês, inclusive o lance com a tal Rosa.

3 comentários:

... disse...

contaaaaaaaa o lance com a tal Rosa

Anônimo disse...

Eu posso contar também.... Fiquei totalmente apaixonada pelo meu velhinho. Tão culto, um cavalheira. Sabe aquele que levanta-se e beija a mão de um mulher!!!!!!!!!! Não é um luxo? Se ele pedir eu caso. Bjs Rosa

Janaina Fainer disse...

sensacional!!! eita Rosa B!!!