sábado, 20 de agosto de 2011

O Egito e as cores fortes nas artes industriais

Atualmente sabe-se que a civilização técnica do Egito teve influência da vizinha Mesopotâmia em um fluxo mais ou menos assim: historicamente tudo teve inicio na Suméria, passando para o Egito, depois voltou para a região alta da Mesopotâmia refinando-se e retornando as terras do Nilo. Sem dúvida nenhuma os egípcios foram os melhores decoradores da antiguidade. Em nenhum outro período os monumentos arquitetônicos, incluindo-se aqui os da ilha de Creta, foram tão nossos contemporâneos, basta pensar na pirâmide de vidro do Louvre ou nas cores fortes das casas coloniais mexicanas ou brasileiras: como Pelourinho/Salvador ou a Rua dos Judeus/Recife. No México de hoje verificar a combinação do estilo tradicional e do modernismo europeu na obra do arquiteto Luis Barragán. Suas cores são vibrantes e diferentes da produção brasileira influenciada por Le Corbusier, como Brasília e a frieza do concreto aparente de Oscar Niemeyer. Barragán sempre esteve próximo de suas raízes, daí sua arquitetura tão colorida. Em relação à América, os historiadores falavam em herança da cultura espanhola, portuguesa e depois mourisca, devido ao tempo que os mouros permaneceram na península ibérica. Não que isso não seja verdade. No Nordeste é só olhar para os pátios das igrejas e casas antigas e seus arcos ou na decoração rendilhada de prédios e capelas para constatar que aquilo é árabe, sem dúvida nenhuma. Porém, o olhar dos artistas e restaurados vai muito além desse período chegando à pré-história e a memória coletiva das populações idem. Após a segunda guerra mundial, esses olhares se voltaram para o começo da civilização e estava tudo lá.
Embora ditas em outros termos, às características egípcias e mesopotâmicas são semelhantes e possivelmente foram levadas para o México: predomínio da horizontalidade; grandes massas com fachadas plenas ou cegas, isto é, sem janelas; construções com tijolos ou pedras; casas quadradas ou retangulares com pátio interno com arcos plenos e cor, muita cor!Não vou falar em palácios, templos ou pirâmides, construções conhecidas demais. Vou comentar o cotidiano da vida dos moradores das margens do Nilo e dessa forma vocês poderão fazer os paralelos entre as cores orientais e americanas. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e dessa maneira passavam grande parte de seu tempo decorando as paredes dos túmulos com a biografia do futuro morador do local. As pinturas são coloridas e executadas com uma técnica conhecida como encaustica. O artista misturava pigmentos em cera quente, então a durabilidade e brilho. A maioria das pessoas era mumificada e enterrada em sarcófagos acompanhados por 365 uchebtis, pequenas estatuetas que tinham como função trabalhar no lugar do morto!
Porém, bom mesmo era fazer compras. Tudo que você possa imaginar existia no Egito. Camisinha feita com crina de mula, cama, mesa, cadeira, cerâmica, porcelana, vidro, espelho, taças de ouro ou outro metal, esmalte, perucas, jóias, algodão fino, usado até hoje nos famosos jogos de cama de algodão egípcio... A economia estava baseada na agricultura, então a feira estava recheada de bons frutos.

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