segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Final


O jantar na casa de Júlia foi um sucesso. Brindes, brincadeiras e, no final, Rosa dispensando o tio e se oferecendo para dar carona a Baptista.

Passados quatro meses eu soube que ontem partiram para a Finlândia. Baptista quer que Rosa conheça os lugares que tanto ama. Estão felicíssimos e como não tenho vocação para voyeuerismo vou deixá-los sossegados. Be happy!

sábado, 24 de setembro de 2011

5772: um novo ano se inicia em 29 e 30 de setembro


O Ano Novo judaico ou Rosh Hashana não tem por objetivo festejar com júbilo ou excessos essa data. Trata-se de uma ocasião para um exame aprofundado das ações e atos cometidos durante o ano. A pausa para o agradecimento por todas as boas coisas recebidas e uma preparação para o Yom Kippur, a festa mais importante do calendário hebraico festejada em 08 e 09 de outubro. São os dez dias entre uma e outra data para pedir perdão, confessar faltas cometidas e promessa de não repetir os erros passados. É o momento de esquecer as ofensas para poder constar do livro da vida no ano que começa. Talvez por isso eu tenha me lembrado de Moisés e das duas tábuas da lei com os mandamentos. Na primeira estão normas relacionadas à D’us e na segunda, as regras sobre a conduta do homem para com o homem.

1- Eu sou teu D’us, quem te tirou do Egito.
2- Não terás outros deuses. Não farás imagens.
3- Não tomarás o nome de D’us em vão.
4- Lembra-te do Sábado para santificá-lo.
5- Honrarás teu pai e tua mãe.
6- Não assassinarás.
7- Não cometerás adultério.
8- Não roubarás.
9- Não darás falso testemunho.
10- Não cobiçarás.

Rosh Hashaná é uma data simbólica. O voto de esperança para que todos os amigos tenham um ano repleto de felicidade e vida longa gerou o costume dos cartões de Shaná Tová. O pão redondo, tâmara, abóbora, grão de bico, alho poro, maçã com mel para uma vida mais doce e as romãs que são repartidas entre todos invocando a D’us que os nossos méritos se multipliquem como as sementes da fruta. Elas são 613 mesmo número das mitsvot (mandamentos) da Torah, primeiro livro da Bíblia judaica. Enfim, para expressar a importância do dia servir esses alimentos darão boa fortuna a todos.
Shaná Tová aos amigos judeus e não judeus!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Por email

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

tristes por não estarem no Rio de Janeiro, onde, a partir de amanhã, acontecerá a quarta edição do Rock in Rio em terras brasileiras? Ou felizes por, sei lá, terem guardado dinheiro para os outros shows gringos que vão acontecer no país até a primeira metade do ano que vem, quando vai rolar o Lollapalooza tupiniquim, com a provável presença de Foo Fighters? Bom, nos jornais, nos sites de notícia e na TV não se fala em outra coisa a não ser no festival carioca, que reunirá cerca de 700 mil pessoas ao longo de todos os dias...

enfim, passarei longe do Rio nas próximas semanas e continuarei à caça de bons eventos culturais em São Paulo...

nos próximos dias, peças de teatro e uma exposição encerram suas atividades na capital. No campo das artes cênicas, a peça "Ciranda", dirigida por José Possi Neto, sai de cartaz do teatro da Livraria Cultura na próxima quinta. Em tempo: ao dar uma passada na livraria, aproveite a promoção de 50% de algumas obras. Nesta semana, passei por lá e comprei "O Passado", "O Leitor" e "Precisamos Falar sobre Kevin". E "Macumba Antropófoga", do Teatro Oficina, encerra temporada no dia 2 de outubro (devo assistir à montagem no último dia). Em tempo: Zé Celso Martinêz Corrêa e cia. ganharam uma verba do Ministério da Cultura para mais apresentações...

nas artes plásticas, vale um passeio pelo Sesc Pinheiros, onde está em cartaz a mostra "Warhol TV", com trabalhos do artista Andy Warhol na televisão. Posso estar enganado, mas acho que se trata de uma exposição que estava exibida no Centro Cultural de Lisboa, no ano passado. É uma chance rara de ver outro lado da obra do mestre da pop-art. A mostra acaba no domingo, dia 25. E, enquanto algumas exposições acabam, outras começam. Uma delas, intitulada "Extremos", que apresenta fotografias de nomes como Sebastião Salgado, pode ser vista no Instituto Moreira Salles. E, no dia 30, tem início a mostra "Em Nome dos Artistas", no prédio da Bienal, que reunirá nomes como Jeff Koons, Damien Hirst e Matthew Barney.

voltando a falar, rapidinho, de teatro, o monólogo de Caco Ciocler, "45 Minutos", está de volta ao cartaz. Desta vez, no espaço Parlapatões. O melhor é o horário da montagem: 0h (ótimo para quem tem de ficar até altas horas no trabalho, como eu - tentarei assistir à peça no sábado).

na música, as dicas são os shows de Katy Perry, na chácara do Jockey (ahhhhhhhhh acho que não vai dar para eu ir!), no domingo, e da galera bacana do rap Pentágono e Ras Bernardo, no Studio SP, na terça.

filmes mais alternativos não faltam nas salas de cinema de São Paulo - hora de aproveitar o fato de os blockbusters norte-americanos terem dado uma trégua. Assim, é bom correr e assistir aos filmes "Medianeras" (vários amigos meus falaram bem dessa produção argentina), "Elvis & Madonna" (com Simone Spaladore na pele de uma mulher homossexual que se apaixona por uma travesti), "O Homem do Futuro" (Wagner Moura vale ser visto na telona), "Além da Estrada" (produção brasileira e uruguaia) e "Confiar" (dirigido pelo eterno Ross de "Friends").

e os melhores da semana passada foram o espetáculo "Tatyana", da cia. de dança Deborah Colker, e a diversão promovida pela cantora Rihanna em seu show. "Tatyana", assim como os outros espetáculos de Deborah Colker, a cia. mostrou vigor físico e delicadeza em dois atos muito bem encenados (a segunda parte é emocionante!). Já Rihanna mostrou que, no palco, quer mais é se divertir e mostrar os seus inúmeros hits. O pouco público que esteve na arena Anhembi gostou!

espero encontrá-lo(a) por aí...
até mais
se cuida!
alan

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hehehehehe

Recebi por email e achei bem bacana

Geração X com Alma de Geração Y



Por Flavia Vianna*
Nova ilustração criada e meu estagiário faz um sinal com a mão pra mim. Tira o fone de ouvido e, com um estilo pessoal todo próprio, pede para eu dar uma olhada na tela.

“Aê…(mascando chiclete)… dá um looks pra ver se rola.”

Bom, levantei e fui na tela dele dar o tal do looks. Não pude resistir ao MSN aberto com uma conversa que me parecia aramaico criptografado. Quase nenhuma vogal. Na barra inferior do Windows eu contei… eram 16 janelas abertas ao mesmo tempo. E quatro delas estavam piscando. A gente sabe que alguém é da geração X ou da Y pelo número de janelas abertas ao mesmo tempo na barra inferior do Windows. Não tinha nem dois minutos que eu tinha minimizado meu MSN porque mais de quatro janelinhas já me estressam. Piscando então…

“E aê… rola ou num rola?”

Ah, a ilustração. Sim, claro. Essa é mais uma das características dessa geração. Eles têm a compreensão do mundo em bloco, e acham que o universo funciona assim. Vai explicar que quem tem mais de 30 olha o MSN, depois olha as janelas da barra do Windows, depois vê que tem quatro piscando e, aí sim, consegue se concentrar no tal do looks solicitado.

“A ilustração está ótima. Adorei. Pode só colocar os traços mais colori…” Fui interrompida. O celular dele… tocou… tocou? Mas eu não escutei nada… Como é que é? Existe um ringtone que só quem tem menos de 25 anos escuta? #comoassim?

E o outro Y que senta na frente dele começa a rir … Hauiahuaihauia… sim, porque quem ri “hahaha” “hehehe” ou “rsrsrs” é totalmente Geração X. Eles riem com umas vogais desconexas intercaladas com o “h”.

Meu ilustrador favorito desliga o celular e me explica sobre o ringtone misterioso. O som é emitido em uma freqüência que, conforme o tímpano vai envelhecendo, não consegue mais perceber. Eles usam direto porque, em sala de aula, os professores não escutam os celulares tocando. Sim, a tecnologia pode ser cruel.

Enfim, aceito que meu tímpano já envelheceu, mas gostaria de deixar claro que minha alma é totalmente Geração Y. Peterpanizada pelo encantamento e constante curiosidade de saber como que essas criaturas pós 1980 funcionam. Seu constante interesse pelo novo e pela experimentação. E, de preferência, o maior número de experimentos ao mesmo tempo, por favor.

Outro dia me peguei em casa com a TV ligada, notebook no colo, MSN com duas janelas, skype com uma, mandando torpedo do celular e, pra completar o cenário nerd/geek, Twittando. Quando tocou o telefone, eu quase chorei. De emoção. A gente acaba tomando gosto pela coisa.

A verdade é que eu aprendo horrores nesse laboratório diário de convivência com criaturas Y super especiais e seus mundos tudoaomesmotempoagora. Só no meu trabalho são sete figuras dessas. Pra mim, eles já vieram com um chip que entende todas as informações disponíveis ao redor no melhor estilo Neo de Matrix: download em banda larga multimegabits e, em 20 segundos… “eu sei kungfu”. É mais ou menos assim que funciona. Pra eles.

Paralelamente a esta capacidade peculiar, vejo também muito profissionalismo, ética, comprometimento e criatividade no trabalho. E a vontade de saber cada vez mais sobre eles só aumenta. Bom, eu já tomei a #pílulavermelha. E vc?

Flavia Vianna é carioca, publicitária, sócia da agência Trafor Comunicação e, atualmente investe 2/3 do seu dia tentando acompanhar e entender o comportamento humano. No resto do tempo, ela dorme. Ou tenta. Recentemente iniciada no mundo 2.0, já descobriu que esse é um caminho sem volta. É Geração X porque nasceu na época errada. Totalmente encantada com a eumatia e modus operandi da Geração Y. Por filosofia de vida, uma eterna reaprendente.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Hannah, a linguagem contemporânea de um romance...


Às vezes sou Fainer e outras Bastos, isso me dá dupla personalidade. Esquisita, dizem meus amigos. A razão desse juízo é que costumo ler livros mais de uma vez, comprar dois pares de sapatos iguais, três vestidos da mesma renda em cores diferentes, ter um cachorro de nome David Bowie, não ele não fala inglês e nem usa roupa de mulher... O bichano atende por Kurt Cobain e a gata chama-se Mimi Yoda. Acredito que um dia verei viajantes de ovins descendo no meu quintal e de quebra costumo adquirir todos os discos, em dobro, do Caetano Veloso. Jóia são três cópias, mas fazer o que? Eu me considero absolutamente normal, mas tem gente olhando torto para mim. De tanto ouvir que sou desligada decidi tomar uma atitude. O vestido, de renda vermelho, virou uma saia, o azul, um tubo e o preto dei para minha irmã. Mas, ninguém pode me acusar de falta de gosto, pois tenho faro para bons livros. Se forem bem humorados, e esse humor for judeu, melhor ainda.
Traduzindo Hannah caiu no meu colo, na verdade foi um presente. Nós pensamos meu marido e eu em Arendt, talvez por estarmos lendo “Eichmann em Jerusalém”. Depois prestei atenção na capa. Linda! As palavras impressas eram em iídiche? Li, não, devorei as páginas bem escritas e fundamentadas corretamente na história de um Brasil tentando ser moderno, embora às vezes congelasse uma imagem em busca de seu efeito poético, ou quem sabe para ter um desenho nítido de Hannah, a mulher pela qual Kutner estava apaixonado. Sua maneira de se expressar me deixava com a impressão que ele permanecia acordado, não dormia nunca, e seus olhos eram relógios, parecendo sempre abertos. Hannah não seria uma fantasia de Max? Eu queria uma prova dessa existência. Gostaria de ter posto a nu – como os celibatários de Duchamp fizeram – o conteúdo emocional, esvaziado a obra para entender a lógica impecável delineada no romance, como faço com cores e linhas na pintura ao analisar uma tela. Porém, Hannah apesar de sua clareza absoluta permaneceu nas sombras para mim. O autor retratou o período Vargas com uma leveza de dar inveja. O tom é tranqüilo, meditativo e os argumentos são bem trabalhados. Pensava em Getúlio como um demagogo repressor, embora tenha iniciado uma insípida modernização no país. Essa dualidade me incomodava, como quando algum amigo referia-se as proezas das prostitutas polacas, mesmo que brincando. Como se eu fosse uma reencarnação delas, aquilo me ofendia. Agradeço a Ronaldo Wrobel, ou ao Traduzindo Hannah, o fato de ter olhado para a situação com naturalidade. Nossa, veja a importância da linguagem. Deve ser verdadeira a frase: a arte pensa com palavras. É mais fácil entender a vida através da arte? Pode ser, pois vocábulos são signos pouco pesados, que a comunicação faz circular com sutileza. O autor tem talento, o verdadeiro dom artístico. Possui um bom olho para criar personagens evitando o julgamento moral e o desconforto acarretado por ele. Ao terminar a leitura perguntei: onde estará a verdade quando dois espelhos como Hannah e Guita ficam frente a frente?

Janira Fainer Bastos é doutora em Estética e História da Arte pela ECA-USP.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O caso de Rosa e Baptista

Rosa encantou-se com Baptista. Sensível, educado, perfumado, bem vestido, culto, atualizado, gentil... Essas as qualidade que ela inseriu na lista dos Pró e Contra. Na coluna dos contra estava uma única palavra: idoso e, entre parêntesis: muito mais velho do que eu gostaria que fosse.
Naquela noite teve sono agitado, os lençóis revoltos mostraram, na manhã seguinte, que se mexera muito. Passou o dia todo indo do computador para a janela e fazendo o caminho inverso. Tivera todos os homens pelos quais se interessara. Miúda, de sorriso amplo, cabelos curtos e encaracolados não aparentava os cinquenta e poucos anos marcados no RG. Agora pensava se deveria ou não atacar o velhote simpático com quem tio Adelmo tivera contato na praia. Quando soube do amor dele por Sibelius ficou alerta. Tão raro encontrar quem conhecesse o compositor! Depois viu as fotos... depois ouviu as histórias... depois encontrou com ele no lanche que o tio oferecera... agora não conseguia decidir e não conseguia deixar de pensar nele. Sentia o aroma agradável de seu perfume, lembrava da pele rosada de seu rosto, das mãos bem cuidadas e buscava mais palavras para desqualificá-lo, andou até a escrivaninha e escreveu na lista dos contra: viúvo com filhos mais velhos do que eu.
Olhava para a folha quando o telefone tocou.
- Rosa? Meu nome é Júlia, estive com seu tio, o Azevedo, na praia, acredito que ele tenha falado com você. Gostaria que viesse com ele a um jantarzinho aqui em casa. Você vem?
- Será um prazer. Pegou o endereço e o horário. Alea jacta est. Sabia ser coisa armada e embarcara nessa.
Escolheu um vestido curto com flores miúdas, as pérolas que tanto ama, saltos bem altos para disfarçar um pouco os tornozelos grossos, blush rosado e os cabelos bem naturais. Aparentava frescor e descompromisso.Divorciada já há seis anos até hoje não conseguira um relacionamento que preenchesse suas expectativas. Com o passar das semanas os homens com quem saía revelavam-se típicas criaturas de Marte e sua busca era por alguém que vivesse entre Marte e Vênus.
Seria Baptista essa pessoa?

domingo, 18 de setembro de 2011

Correndo

Desculpa o sumiço, minha gente. Estou parecendo o Coelho da Alice e muito muito muito atrasada... além de produzindo um festival que não para de crescer (felizmente), sou comissão de um prIemio para o qual estou lendo 380 projetos... CORRENDO... prometo, prometo que volto logo. Enquanto isso, deixo a dica de um filme que vi em uma dessas madrugadas de insônia e morri de rir, Santa Paciência.