quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hehehehehe

Recebi por email e achei bem bacana

Geração X com Alma de Geração Y



Por Flavia Vianna*
Nova ilustração criada e meu estagiário faz um sinal com a mão pra mim. Tira o fone de ouvido e, com um estilo pessoal todo próprio, pede para eu dar uma olhada na tela.

“Aê…(mascando chiclete)… dá um looks pra ver se rola.”

Bom, levantei e fui na tela dele dar o tal do looks. Não pude resistir ao MSN aberto com uma conversa que me parecia aramaico criptografado. Quase nenhuma vogal. Na barra inferior do Windows eu contei… eram 16 janelas abertas ao mesmo tempo. E quatro delas estavam piscando. A gente sabe que alguém é da geração X ou da Y pelo número de janelas abertas ao mesmo tempo na barra inferior do Windows. Não tinha nem dois minutos que eu tinha minimizado meu MSN porque mais de quatro janelinhas já me estressam. Piscando então…

“E aê… rola ou num rola?”

Ah, a ilustração. Sim, claro. Essa é mais uma das características dessa geração. Eles têm a compreensão do mundo em bloco, e acham que o universo funciona assim. Vai explicar que quem tem mais de 30 olha o MSN, depois olha as janelas da barra do Windows, depois vê que tem quatro piscando e, aí sim, consegue se concentrar no tal do looks solicitado.

“A ilustração está ótima. Adorei. Pode só colocar os traços mais colori…” Fui interrompida. O celular dele… tocou… tocou? Mas eu não escutei nada… Como é que é? Existe um ringtone que só quem tem menos de 25 anos escuta? #comoassim?

E o outro Y que senta na frente dele começa a rir … Hauiahuaihauia… sim, porque quem ri “hahaha” “hehehe” ou “rsrsrs” é totalmente Geração X. Eles riem com umas vogais desconexas intercaladas com o “h”.

Meu ilustrador favorito desliga o celular e me explica sobre o ringtone misterioso. O som é emitido em uma freqüência que, conforme o tímpano vai envelhecendo, não consegue mais perceber. Eles usam direto porque, em sala de aula, os professores não escutam os celulares tocando. Sim, a tecnologia pode ser cruel.

Enfim, aceito que meu tímpano já envelheceu, mas gostaria de deixar claro que minha alma é totalmente Geração Y. Peterpanizada pelo encantamento e constante curiosidade de saber como que essas criaturas pós 1980 funcionam. Seu constante interesse pelo novo e pela experimentação. E, de preferência, o maior número de experimentos ao mesmo tempo, por favor.

Outro dia me peguei em casa com a TV ligada, notebook no colo, MSN com duas janelas, skype com uma, mandando torpedo do celular e, pra completar o cenário nerd/geek, Twittando. Quando tocou o telefone, eu quase chorei. De emoção. A gente acaba tomando gosto pela coisa.

A verdade é que eu aprendo horrores nesse laboratório diário de convivência com criaturas Y super especiais e seus mundos tudoaomesmotempoagora. Só no meu trabalho são sete figuras dessas. Pra mim, eles já vieram com um chip que entende todas as informações disponíveis ao redor no melhor estilo Neo de Matrix: download em banda larga multimegabits e, em 20 segundos… “eu sei kungfu”. É mais ou menos assim que funciona. Pra eles.

Paralelamente a esta capacidade peculiar, vejo também muito profissionalismo, ética, comprometimento e criatividade no trabalho. E a vontade de saber cada vez mais sobre eles só aumenta. Bom, eu já tomei a #pílulavermelha. E vc?

Flavia Vianna é carioca, publicitária, sócia da agência Trafor Comunicação e, atualmente investe 2/3 do seu dia tentando acompanhar e entender o comportamento humano. No resto do tempo, ela dorme. Ou tenta. Recentemente iniciada no mundo 2.0, já descobriu que esse é um caminho sem volta. É Geração X porque nasceu na época errada. Totalmente encantada com a eumatia e modus operandi da Geração Y. Por filosofia de vida, uma eterna reaprendente.

Nenhum comentário: