terça-feira, 18 de novembro de 2008

Para Karin... com karinho

Disse um filósofo que a arte pode ser classificada em apolínea e dionisíaca. Essa divisão se aplica aos seres humanos? Se sim, sou racional e não racional ao mesmo tempo, ou melhor, às vezes, eu sou eu, apolínea, racional, intelectual respeitada e outras, eu sou meu pseudônimo, o avesso de mim, dionisíaca. A maior parte do tempo eu gostaria de ser só ela. Livre, solta, sem grandes compromissos, falando aquilo que bem entende. Poucos sabem dessa história de dois nomes. Quando o Jornal da Cidade lançou um livro com os textos dos cinco cronistas, na mesa estavam somente quatro. Eu fiquei lá assistindo e me deliciando com o anonimato.
Um jornalista, fazendo a reportagem do lançamento me abordou perguntando se eu era uma das cronistas. Respondi: só escrevi a orelha. Ele foi embora, sem nem agradecer. Afinal o que é a orelha de um livro? Ah, o segundo é só meu e todo ilustrado.
A Janaina fez a apresentação. Ficou bem bonito. A livraria do Espaço Unibanco colocou na vitrine, pode?
Oh, Karin, você andou brava comigo, mas era tudo brincadeira... Não é bom, poder rir a vontade das bobagens cometidas? Coitada de mim, o avesso de mim mesma... A gente se conhece há tanto tempo. Você é parte da minha família. Pretendo dividir com você uma porção de coisas. Quero mostrar e dar – por que não? – um exemplar de cada um dos livros publicados com minhas crônicas, além da metade de um móvel bem antigo recheado de peças de cristal e outras bugigangas, os pratos...
Quer saber, toda festa o Nivaldo acaba quebrando alguma coisa. Não sei se guardo tudo e compro coisas novas, se dou a vocês as sobras, se divido o armário em dois, se faço uma cópia... isso é kitsch? Mas, quem vai saber qual a peça verdadeira depois que a falsa estiver pronta e ao lado da outra?
Escuta aqui Karin, você não ouse ir embora para o Canadá. E não adianta responder: é meu karma viver longe dos amigos. De acordo com Sua Santidade, o Dalai Lama (tão lindinho com aqueles óculos de aros redondos...) karma designa uma força ativa significando que o resultado dos acontecimentos futuros pode ser influenciado por nossas ações. Então, supor karma como uma energia independente predestinando o curso de toda uma vida é incorreto. Portanto, você tem duas alternativas: primeira, pensar em permanecer no Brasil e estar bem. Segunda, se ele estiver errado, assim mesmo, você precisa transformar aquele seu dinamismo todo, em força interior, para enfrentar a difícil tarefa de ficar – e ficar bem – para ensinar tudo que aprendeu em sua temporada européia. Isso não é um conselho, é uma ordem dada por essa irreverente e indisciplinada Rosa Bertoldi, e considere como seu karma me ter como amiga.
Isso sim é karma no pior sentido, hein? Mas, Sua Santidade, o Dalai Lama, Deus, Adonai, Alá, Cristo, ou qualquer nome que os humanos dão aos seus santos vai olhar com o mesmo carinho que eu tenho olhado para você, pode crer.

3 comentários:

Janaina Fainer disse...

rosa, eu tb não podia etar mais feliz de ter a moça karim de volta pertinho da gente
lindo seu texto
parabens
bjs

Rosa Bertoldi disse...

Janaina:

Imagine que ela passou um email dizendo que quase derreteu as telhas da casa (que é um pouco dela também) de tanto chorar, pode?
A idéia era fazer rir e não chorar.Xi, acho que estou ficando fora de moda, não????????? Mas, a referência as telhas mostra que ela não perdeu o humor!
Rosa Bertoldi
Toda feliz porque recebeu emails de dois Bertoldis. Será por aí... o caminho tão procurado?????????

Rosa Bertoldi disse...

Janaina:

Imagine que ela passou um email dizendo que quase derreteu as telhas da casa (que é um pouco dela também) de tanto chorar, pode?
A idéia era fazer rir e não chorar.Xi, acho que estou ficando fora de moda, não????????? Mas, a referência as telhas mostra que ela não perdeu o humor!
Rosa Bertoldi
Toda feliz porque recebeu emails de dois Bertoldis. Será por aí... o caminho tão procurado?????????