segunda-feira, 27 de julho de 2009

Depois de seis dias da mais absurda loucura –(fiquei em pé, em cada um deles, umas 18 a 20 horas- e quando deitava continuava acordada), tive uma noite bem dormida.

Sem despertador acordei tarde. Plena de felicidade fiz o “petit déjeuner des princes” como recomenda a tradição. À mesa, olhando a garoa, lambiscando, repetindo o cafezinho, de chinelos, com preguiça e sem nada na agenda, talvez possuída por uma entidade hedonista comecei a filosofar sobre o prazer de tomar e sentir o perfume do chá, a importância do calor do café com leite ou do cafezinho básico, acompanhado por um cascudo pão com manteiga e de quão feliz é quem tem uma xícara quente para encostar os dedos, nas manhãs geladas. Reconheçam que isso é altamente filosófico.

Pensar sobre como teria surgido a manteiga, quando o homem começou a tomar leite no café da manhã, e sobre nossa (ou minha, porque de mim eu sei, de vocês não...) ignorância a respeito das mais corriqueiras coisas que nos cercam foi um pulo.

Cultura de almanaque ou não, o pai dos burros contemporâneo não poderia escapar às indagações. Santo Google deu-me algumas respostas. Se confiáveis ou não já é outra etapa.
Quem também tiver curiosidade leia, quem souber de outra versão, “faça um blogueiro feliz” e coloque seu comentário.

O pão
Produzido pela primeira vez, pelos povos que habitavam a região onde agora é a Suíça (aldeias palafitas), por volta de 10.000 a.C. era feito com glandes de carvalho e faia trituradas, lavado com água fervente para tirar o amargor. Essa massa secava ao sol. Daí vieram as farinhas de diversos cereais, que antes de servirem para fazer pão, eram usadas em sopas e mingaus.

Posteriormente passou-se a misturar nas farinhas mel, azeite doce, mosto de uva, tâmaras esmagadas, ovos e carne moída, formando bolos, que teriam precedido o pão propriamente dito. Eram cozidos sobre pedras quentes ou sob cinzas. Os egípcios, primeiros a usar fornos, também descobriram que o acréscimo do fermento à massa do pão poderia torná-la leve e macia, em 4000 aC.

O pão pagava salários, no Egito, onde camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de trabalho. O sistema de fabricação era muito simples – pedras moíam o trigo que era adicionado á água e formava uma massa mole. Esse processo foi mostrados em pinturas encontradas em tumbas de reis que viveram por volta de 2.500 a.C.

Quanto à manteiga presume-se que, juntamente com a coalhada, tenha surgido ainda na pré-história. Foi usada pelo povo sumério, na Mesopotâmia, para cozinhar, desde 3000 AC como atestam algumas placas gravadas por eles. Sua utilização na cozinha faz parte da raiz cultural de diferentes povos. Na Índia,por exemplo, a ghee ou ghi (manteiga clarificada) está diretamente associada à mitologia e ao deus Prájapat. O ghee é um Rasayana, alimento rejuvenescedor e regenerador- tonificante que aumenta a força e a expectativa de vida. Na Rússia, o final do Inverno é comemorado com o festival da manteiga (Maslyanitasa). No Marrocos, onde a Smen é símbolo de riqueza é muito apreciada em todos os dias festivos. Ela foi introduzida na Península Ibérica pelos celtas e seu nome parece derivar do sânscrito manthaga.

O leite? O homem é um animal mamífero e toma leite desde sempre, através da maternidade. O fato de algumas mulheres não produzirem leite, levou-as a utilizarem leite de outros animais e isso ainda na pré-história. Juntar café foi um requinte surgido nas regiões leiteiras da Europa para obter a energia do café e o alimento do leite mas a reinvenção surgiu na Itália, com o cappuccino. Seu uso se espalhou para a Ásia, Américas e Oceania com o neocolonialismo.
No Brasil, nas áreas rurais, onde o processo do cappuccino não podia ser feito com facilidade, pela falta do chocolate, os colonos misturavam o leite integral das vacas com o café passado. Isso se perpetuou nas cidades pequenas e com o tempo várias pessoas foram se habituando com o café com leite, mais barato e fácil de fazer.

É, o Sérgio Porto escreveu o Samba do Crioulo Doido e eu escrevi isso aí... Se gostarem, na semana que vem publico mais.

2 comentários:

Rosa Bertoldi disse...

Nada melhor do que um pão com manteiga e um café com leite não é?
Mas, não se preocupe que isso é mundial. Os franceses não conseguem entender como alguns conseguem viver ou começar um bom dia sem o famoso café/leite/pão/manteiga.
Parabéns e continue, pois fiquei curiosa.
Rosa II

mariabonita disse...

Rosa querida,
Não é que te achei, por aqui?
Sim, anos depois de escrito, MAS achei!
Que gostoso ler seu texto leve e fluido!
Quero mais!
Ah, dá uma olhadinha no meu blog:
poesiasproibidasparamaiores.blogspot
beijos
a gente se vê por ai