sábado, 4 de julho de 2009

Minha gatinha Mimi

Aqui em casa todos são gateiros, embora eles apreciem outros bichos. Meus filhos tiveram quase todos, menos cobra e elefante, por razões óbvias. A família possui um bom relacionamento com os animais dos vizinhos. Um dos mais queridos é Tutu, o tucano do dr. Ivan. Mas, quero contar-lhes como me tornei dona da gata mais mais do condomínio. Quando mudei pedi aos meus filhos que não me presenteassem, pois descobri ao fazer as malas e trocar de casa: tudo era excessivo, de roupas a utensílios domésticos.
Meu prático filho seguiu o conselho e tem aumentado somente a biblioteca. Minha delicada menina continua seguindo seus impulsos e não resistindo. Um dos melhores presentes foi uma gata. Sempre quis ter uma branca. Não que Mimi seja branca.
Ela é amarela e branca. Sem raça definida, diria o veterinário. Ela veio como uma lembrancinha no dia das mães e tinha na época cinco semanas. Passei a tratá-la com mamadeira e leite. Como estava frio, chorava muito. Dava-lhe leite, embrulhava a gatinha que cochilava e uma hora depois abria outro berreiro. Eu repetia a operação. Era uma choradeira dia e noite. Uma semana depois, uma antiga amiga de faculdade ligou-me e ouviu a gatinha. Perguntou-me se o animal estava doente. Eu disse: não. E contei a história. Leite? Sim, não é isso que os animais bebem quando pequenos?
Pensei nos gatos sagrados do Egito tratados com pão e leite, além do peixe do Nilo. Na verdade, voltei ao país antigo contando como eles eram embalsamados. Comentei sobre a vida gloriosa dos bichanos sob o sol escaldante do Oriente, pois Bastet, a deusa-gato simbolizava o amor.
Ela retrucou: leite... desnatado, se conheço bem você. A gata não chora de frio, ela tem fome. Dê ração molhada ou ração líquida e você vai ver. Vi! A Mimi quase morreu de tanto comer e parou de chorar, nem miar, ela mia. Transformou-se em uma jovem elegante, com pose de aristocrata. Mais fina que a Lucia, viu Rosa Leda. Não pode ter filhotes, porque foi castrada. Se pudesse com certeza buscaria alguém a sua altura! Como a embaixatriz, teria o gato mais poderoso do pedaço. E reivindicaria seu direito ao espólio como mãe de um belo rebento gatino.
Essa conversa toda me levou a perguntar o que é um gato, cat, em inglês e kot, em russo. Gato, do latim cattus, com sua variante gattus, a palavra deriva da linguagem dos celtas. No feminino catta designava uma ave noturna. Cattus substituiu felis, que deu origem a felino na língua portuguesa. Gato, assim como cachorro, possui como característica serem vertebrados, com cauda e mamíferos. A definição resumida estava no dicionário. Uma pobreza, não é? Até Heródoto escreveu que na Grécia existia um período de luto para famílias que perdiam seus gatos. Outro que não perde a oportunidade de falar sobre felinos é o Irineuzinho Bastos, o Heródoto daqui, digo, o historiador de Bauru.
Da história para a religião, tanto Maomé como os budistas tibetanos também tem coisas para contar. Os monges sempre criaram seus gatos sagrados e Maomé mandou cortar a manga de uma roupa para não acordar Muezza, a gata que dormia em seu colo. Se eles podem, eu também posso adorar a doçura da Mimi.

2 comentários:

Janaina Fainer disse...

Rosa, que bebe mais gordinha e lindaaaaaaaaa
e pensar q vc quase a matou de fome
hehehe
beijos

Thiago Azevedo disse...

Assisti a um documentario no canal brasil a meses atras no qual falavam que os gatos eram os animais preferidos dos escritores....entrevistaram um por um, ao lado de seus bichanos....

Curioso, nao?