quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

4h13

um pesadelo.
ela bate friamente na porta. três socos.
ele atende. sorri ao vê-la depois de tanto tempo.
ela entra. lábios fechados, como ele nunca vira.
preferia a boca semi-aberta, pedindo outros lábios, tentando murmurar algo que a timidez insistia em sufocar.
mas não hoje.
ela se vira.
mantém distância.
suspira.
e pede: 'me esqueça'.
se despede, deixando apenas um rastro do perfume que ele adora.
ele, imóvel, tenta entender.
tenta pensar em uma maneira de esquecê-la.
de não desejá-la.
de expulsar da memória o primeiro beijo, os corpos juntos, o tesão guardado a sete chaves.
acorda.
no relógio, 4h13.
um pesadelo.
olha pro lado da cama... nada.
ninguém.
abre a janela e vê uma madrugada fria, chuvosa, solitária do lado de lá da janela.
pesadelo.
melhor aquele que teve enquanto dormia.
ao menos, ela ainda estava lá.

Um comentário:

Janaina Fainer disse...

querido,
bom te ver por aqui
bjs